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Avaliação da aprendizagem

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ISSN 2176-1396 
 
 
FEEDBACK NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
NO ENSINO SUPERIOR 
 
Fernanda de Andrade Galliano Daros
 1
 - FPP 
Maria Rosa Machado Prado
 2
 - FPP 
 
Grupo de Trabalho - Metodologias para o Ensino e Aprendizagem no Ensino Superior 
Agência Financiadora: não contou com financiamento 
 
Resumo 
 
O presente relato de experiência traz uma discussão a respeito do feedback no processo de 
avaliação da aprendizagem no ensino superior e sua importância no contexto educacional. Os 
conceitos envolvendo o termo feedback ressaltam a importância desse retorno constante do 
desempenho do aluno durante o processo de aprendizado e os benefícios e resultados diante 
da prática utilizando essa ferramenta. Portanto, o objetivo dessa pesquisa é o de integrar o 
aluno no processo avaliativo e conscientizá-lo de que ele deve ser participe da construção e 
evolução da sua própria aprendizagem. A experiência descrita nesse trabalho relata uma 
parametrização do feedback após as avaliações escritas em uma disciplina do 2° período do 
curso de Graduação em Biomedicina em uma Instituição de Ensino Superior na cidade de 
Curitiba, PR, que foi se concretizando a partir do momento em que observou-se uma evolução 
considerável nos resultados da aprendizagem após um teste “piloto” dessa parametrização. 
Esse formato de feedback vem ocorrendo desde 2013 e tem como resultado uma melhora 
significativa na compreensão do conteúdo abordado e consequentemente do aprendizado dos 
estudantes. Essa evolução foi instigado a entender cada vez mais os dilemas, tipos e formas de 
se passar um feedback eficaz e efetivo e através disso uma revisão de literatura abordando os 
conceitos, importância e relevância dessa ferramenta foi descrita nesse trabalho. Esse relato 
permite que o leitor reflita a respeito da importância do uso do feedback como um aliado tanto 
do processo avaliativo como de todo o contexto que envolve o ensino e aprendizado. Por meio 
dessa leitura expandimos a compreensão desse processo de retorno ao aluno que traz 
resultados significativos e de forma eficaz. 
 
Palavras-chave: Feedback. Avaliação. Ensino. Aprendizagem. 
 
1
 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ensino nas Ciências da Saúde pelas Faculdades Pequeno 
Príncipe (FPP). Professora nas Faculdades Pequeno Príncipe. E-mail: fernanda-daros@hotmail.com. 
2 Doutora em Engenharia de Bioprocesso e Biotecnologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). 
Professora nas Faculdades Pequeno Príncipe. Email: mrosaprado@hotmail.com. 
mailto:fernanda-daros@hotmail.com
mailto:mrosaprado@hotmail.com
10287 
 
Introdução 
Através da comunicação seres humanos partilham informações e trocam experiências 
ao longo de anos, tornado o ato de comunicar algo essencial para a existência dos mesmos. 
Quando o processo de comunicação é estabelecido, ou seja, através da troca de uma 
informação ocorre a interpretação de uma mensagem, conclui-se que a comunicação foi 
efetiva (PAIVA, 2003). 
Em sala de aula essa ferramenta torna-se ainda mais essencial, uma vez que a 
comunicação precisa ocorrer entre duas esferas: professor e aluno. Para tanto diferentes 
recursos são utilizados para se estabelecer essa comunicação. Dentre eles podemos ressaltar o 
feedback. 
O envolvimento com o tema se deu em virtude da constante pesquisa e discussão a 
respeito do feedback em sala de aula e sua relevância no contexto do ensino-aprendizado. 
Com isso, a temática deu origem a uma experiência que será relatada nesse trabalho. 
O objetivo principal desse estudo é o de integrar o aluno no processo avaliativo e 
conscientizá-lo de que ele deve ser participe da construção e evolução da sua própria 
aprendizagem. Outro objetivo desse trabalho é o de reforçar a importância do “uso” do 
feedback pelos professores de ensino superior diante dos benefícios e resultados que essa 
ferramenta pode trazer para o aprendizado do aluno. 
O conceito de feedback, na área educacional, refere-se à informação dada ao aluno que 
descreve e/ou discute seu desempenho em determinada situação ou atividade, como por 
exemplo nas avaliações escritas (ZEFERINO; DOMINGUES; AMARAL, 2007). Esse 
processo de retorno fornece ao aluno uma orientação clara e objetiva de como melhorar sua 
aprendizagem e desempenho. Com isso, o estudante se permite evoluir constantemente em 
todo o processo de ensino. 
Para que esse feedback seja efetivo e compreendido é importante ressaltar que ao dar 
esse retorno ao aluno o mesmo ocorra dentro de um ambiente propicio e adequado para tal, 
assim como deixar estabelecido que esse retorno, seja ele positivo ou negativo tem como 
objetivo principal a evolução do desempenho e aprendizado do aluno. 
Mesmo com as vantagens que o feedback proporciona existem alguns 
constrangimentos que podem interferir na eficácia e adequação do mesmo, devendo este ser 
regular e aplicado conforme planejado pelo professor. Deve ser sempre direcionado para a 
10288 
 
motivação e estímulo da aprendizagem e não apenas para correção dos erros (PEREIRA; 
FLORES, 2013). 
Assim, se pensarmos em um feedback formativo os resultados desse processo irão 
potencializar a aprendizagem do aluno, permitindo-lhes regular e monitorar seu desempenho, 
motivação e até mesmo comportamento. 
Cabe ressaltar a importância do professor nesse processo avaliativo, uma vez que além 
de orientar e acompanhar individualmente o processo de aprendizagem do aluno indica-lhe os 
seus pontos fortes e os seus pontos fracos. Orsmond et al. (2011) afirmam que é 
imprescindível o papel do professor no feedback educacional, uma vez que esses retornos 
deveriam ser inseparáveis e quando esta ligação se quebra, o papel formativo da avaliação 
esvanece-se. 
Desenvolvimento 
A origem do termo feedback vem da área da biologia, para se referir ao processo de 
resposta que o organismo realiza após interagir em seu ambiente (FLUMINHAN; ARANA; 
FLUMINHAN, 2013). Contudo, atualmente esse termo é amplamente utilizado em diversas 
áreas, tais como na educação, onde seu sentido inicial não foi perdido. 
Encontramos na literatura diferentes definições de feedback no contexto de ensino e 
aprendizagem. Segundo Vrasidas e McIsaac (1999, p. 25), o feedback é “o conjunto de 
respostas que o professor fornece ao aluno sobre a correção das diferentes atividades 
propostas, como, por exemplo, deveres de casa, trabalhos extra classe e contribuições em sala 
de aula”. Entretanto, ainda segundo os autores, o feedback encontra-se restrito à correção de 
tarefas e às contribuições dos alunos. Mason e Bruning (2003) definem feedback como 
qualquer ato emitido em resposta a ação do aluno. Shute (2007), defende que o feedback deve 
assumir um papel formativo no contexto educacional, onde o principal objetivo é aumentar o 
conhecimento, habilidades e compreensão do aluno. Mory (1996), comenta que o feedback é 
definido com um retorno da informação sobre um resultado ou processo. 
Independente das definições descritas pelos pesquisadores um ponto relevante que 
todos abordam é a importância de se praticar essas teorias e conceitos. Para isso o professor 
tem um papel não só de educador, mas de participante de um processo muito mais amplo e 
delicado. 
10289 
 
Essa atitude do professor que pratica o feedback deve ter início com o planejamento e 
organização das aulas e avaliações. Em um estudo de Castro, Tucunduva e Arns (2008, p. 60) 
as autoras concluem em seu artigo a importância do planejamento das aulas e o fato de que “o 
planejamento não deve ser usado como um regulador das ações humanas e sim um norteador 
na busca da autonomia e nas escolhas dos caminhos a serem percorridos”. Esse planejamento 
interfere diretamente no contexto de ensino e aprendizagem, afinal o professor só irá 
conseguir transmitir um feedback eficaz e efetivo se suas aulas e avaliações forem 
organizadas e planejadas.Outro aspecto muito relevante do processo de aprendizagem é o uso do feedback como 
instrumento de retorno constante e contínuo, e não só em um momento privilegiado (prova ou 
teste) (FILATRO, 2008). Vale ressaltar que não existe um único jeito ou maneira de se 
transmitir um feedback, mas sim vários esquemas e/ou modelos. O importante é que o 
professor deve estar sempre atento de que o aluno se torne muito mais motivado e participe 
desse processo quando ele realmente entende seus erros, acertos, falhas e desempenho. 
Para tanto, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Art.24. Parágrafo V está descrito 
que a verificação do rendimento escolar observará o seguinte critério referente a nota 
“avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos 
qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais 
provas finais” (BRASIL, 1996). 
Isso significa que, por mais que o professor considere o contexto de aprendizado como 
um processo formativo deve-se pensar que no atual sistema de educação o aluno deve estar 
inserido também num processo de avaliação somativo. Ou seja, as avaliações (testes, provas, 
atividades, e demais processos avaliativos) devem estar contextualizadas também nas 
definições e práticas do feedback. Uma avaliação escrita, por exemplo, tem muito mais peso 
no aprendizado do aluno quando o professor retoma aquela avaliação, levantando as 
considerações em ralação às questões, ou quando reforça o desempenho bom ou ruim de 
algum aluno ou da turma toda, ou quando refaz aquela avaliação e cria oportunidade para o 
aluno repensar ou até mesmo refazer aquela atividade. 
Com isso, tanto a avaliação quanto o feedback se tornam uma atividade reguladora do 
processo de ensino-aprendizagem, capaz de detectar lacunas e propor soluções para eventuais 
obstáculos enfrentados pelos estudantes, além de proporcionar melhorias nas ferramentas 
10290 
 
didáticas e eventuais ajustes no conteúdo programático ou mesmo na estrutura curricular 
(BORGES et al., 2014). 
Em um estudo realizado por Pereira e Flores (2013, p. 50), onde o principal objetivo 
era conhecer as perspectivas dos estudantes universitários sobre a avaliação no ensino 
superior, em particular sobre os métodos utilizados e o feedback, os resultados apontaram 
que: “Os participantes consideram o feedback um elemento importante para a sua 
aprendizagem e valorizam as informações transmitidas pelos docentes quando a sua 
aprendizagem depende delas”. Ou seja, reforçam os conceitos aqui apresentados diante da 
importância de se transmitir um retorno ao aluno após uma atividade, teste ou avaliação. Um 
ponto que deve ser levado em consideração é o tempo destinado a esse retorno. Se ele ocorre 
muito tempo depois da atividade desenvolvida o feedback perde o sentido de ajudar na 
melhoria do desempenho daquele aluno, pois um feedback tardio não terá relevância dentro 
do contexto de aprendizado daquela avaliação, atividade ou processo. 
Ainda discutindo o estudo realizado por Pereira e Flores (2013, p. 51): “Os estudantes 
afirmam que a eficácia aumenta quando obtêm feedback do professor relativamente à nota 
atribuída e consideram que todo o feedback fornecido ao longo das suas experiências 
acadêmicas irá ter implicações nas tomadas de decisão profissionais”. 
Esse aspecto da eficácia do feedback vem de encontro com o que Price et al. (2010) 
comentam em relação ao tempo despendido a transmitir um feedback, porém, ao pouco tempo 
fornecido ao olhar o impacto desse feedback. A eficácia do feedback acontece quando o 
professor está comprometido com o processo e quando o aluno entende os benefícios dessa 
prática (HENDERSON; FERGUSON; JOHNSON, 2005). A validade desse retorno ao aluno 
a respeito do seu desempenho inicia-se com a qualidade das observações feitas, estabelecendo 
os objetivos de aprendizagem e incentivando o estudante nessa interação pedagógica 
(MENACHERY et al., 2006). 
No artigo de Zeferino, Domingues e Amaral (2007), os autores discutem a respeito da 
efetividade do feedback. Eles abordam que a efetividade é maior quando o feedback é 
assertivo, respeitoso, descritivo, oportuno e específico. Assertivo no sentido da comunicação 
ser clara, objetiva e direta, avaliando os impactos e consequências desse processo e propondo 
melhorias e mudanças. Respeitoso, um elemento essencial para o sucesso do feedback, 
professor e aluno devem estar em consonância durante todo o processo. Descritivo por se 
tratar de um processo que avalia de forma objetiva, sem julgamentos pessoais. Em relação a 
10291 
 
ser oportuno é porque o feedback deve ter momento certo e local adequado para ser 
transmitido, preferencialmente logo depois da avaliação ou atividade. E específico pois é 
importante que o professor deixe claro as observações relatadas e especifique claramente os 
pontos positivos e negativos (ZEFERINO; DOMINGUES; AMARAL, 2007). 
Transmitir um feedback exige habilidade de comunicação, compreensão do seu 
conceito e do processo, criação de um ambiente propício e de uma relação de confiança entre 
professor e aluno (GORDON, 2003). Através do feedback é possível regular o processo de 
ensino-aprendizagem, fornecendo subsídios para o aluno perceber o quão distante, ou 
próximo ele está dos objetivos estabelecidos (BORGES et al., 2014). 
Relato da experiência 
O feedback no processo de ensino-aprendizagem deve ser realizado de diversas formas 
e constantemente durante as aulas, porém a partir da realidade em sala e das observações 
constatadas durante as avaliações surgiu a necessidade de um alinhamento para um feedback 
mais minucioso, padronizado e efetivo após as avaliações escritas. 
A ideia de parametrizar o feedback foi se concretizando a partir do momento em que 
observou-se que a cada retorno positivo ou negativo apontado nas avaliações escritas um 
resultado diferente ocorria na próxima avaliação. Essa evolução nos resultados foi instigando 
a entender cada vez mais o processo do feedback, e a partir dessas observações surgiu a ideia 
de padronizar o formato de correção das avaliações escritas através dos conceitos e estudos 
em relação ao feedback no processo de ensino-aprendizagem. 
A metodologia utilizada para fornecer um feedback mais efetivo e padronizado vem 
ocorrendo desde 2013 durante as aulas de Biossegurança do 2° período do curso de graduação 
em Biomedicina em uma Instituição de Ensino Superior na cidade de Curitiba/PR, e segue o 
formato abaixo: 
 Etapa 1: Aplicação da avaliação escrita individual com questões objetivas e 
dissertativas a respeito do conteúdo abordado em sala; 
 Etapa 2: Correção pelo professor com nota atribuída individualmente, seguindo 
critérios de assertividade de cada questão; 
 Etapa 3: Antes da entrega das notas grupos com no máximo 5 alunos são 
formados e recebem a mesma avaliação em branco para discussão das questões e 
apontamento da melhor resposta; Nessa etapa não é atribuída uma nota ao aluno e 
10292 
 
os mesmos podem utilizar diversas ferramentas para pesquisa (internet, livros, 
rascunhos, entre outros). A intenção é provocar a discussão e debate das questões 
entre eles. Essa discussão ocorre em torno de 30 minutos. 
 Etapa 4: Após a discussão e debate em grupos menores um grande grupo é 
formado (círculo com a turma inteira) e a avaliação individual (etapa 1) com a 
nota é entregue aos alunos; 
 Etapa 5: Após a entrega da avaliação um novo debate se inicia, agora com 
enfoque maior na fala do professor em relação as respostas de cada questão e do 
desempenho geral da turma. Nesta etapa pontos pré-definidos pelo professor são 
destacados em formato de checklist. Discute-se a formatação das perguntas 
(objetivas e dissertativas), as justificativas de cada resposta incorreta (porque 
aquela resposta é a incorreta) e possíveis perguntas que poderiam ser levantadas 
sobre o conteúdo abordado. Essechecklist é importante para que o feedback não 
se desvirtue do principal objetivo que é o aprendizado daquele conteúdo. Portanto, 
a cada ponto discutido o professor fala o que observou em relação as avaliações 
individuais e após sua conclusão abre para os alunos discutirem. Essa etapa evolui 
em torno de 20 minutos. 
 Etapa 6: Na próxima avaliação escrita uma das questões da avaliação anterior é 
abordada novamente, geralmente a questão escolhida é a que teve uma discussão 
mais profunda ou a que teve maior índice de erros no geral da turma. Nessa etapa 
o objetivo é que o aluno tenha a oportunidade de refazer aquela questão e que 
realmente afirme seu aprendizado. 
Esse processo de correção, discussão e debate ocorre em dois dias de aula. O primeiro 
dia destinado apenas a etapa 1 e o segundo dia para as etapas 3, 4 e 5. 
Diante da criação dessas etapas considera-se cada vez mais o propósito do feedback, 
que é proporcionar ao aluno informações específica sobre aquilo que foi compreendido e o 
que se pretende que seja compreendido, auxiliando-o a atingir o resultado esperado 
(WEAVER, 2006). 
Robinson, Pope e Holyoak (2011), relatam que para um feedback ser efetivo e eficaz, 
deve-se incentivar os alunos a trabalhar no sentido de desenvolver os seus próprios objetivos 
acadêmicos. Através dessas etapas espera-se que o aluno se envolva cada vez mais com o 
processo avaliativo e com o aprendizado. O interesse do aluno em participar dessas etapas é 
10293 
 
fundamental, caso contrário todo o fundamento do feedback não terá sentido, levando o 
processo de avaliação a uma mera prova escrita. 
A etapa 6 também é muito importante dentro do conceito de feedback, pois o aluno 
tem uma nova chance de demostrar que realmente aprendeu. 
Os resultados desse feedback após as avaliações começou a aparecer logo no início da 
aplicação. Observou-se que os alunos se interessavam por esse momento de retorno por 
constatarem que são eles os protagonistas de todo o processo de aprendizagem. A partir disso 
os “momentos” de feedback se tornaram parte da rotina do ensino-aprendizado. Durante as 
aulas ou em algumas atividades incorporamos essa prática pouco realizada ou entendida por 
alguns professores. Ao final do semestre é possível constatar através das avaliações e das 
discussões que os alunos estavam mais integrados e participantes desse processo delicado e 
minucioso que é avaliar. 
Considerações finais 
Diante de todo o conteúdo abordado e da experiência em si não poderíamos deixar de 
discutir a respeito do impacto de todo esse processo do feedback. Pensar que uma única 
palavra tem um efeito diretamente relacionado no desempenho e desenvolvimento do aluno 
nos faz refletir a necessidade de aprofundar os estudos e práticas a respeito da comunicação. 
Entende-se que o feedback é o ato de saber como, quando e porque se comunicar. Palavras 
que podem refletir diretamente no fracasso ou no sucesso do aluno. Por isso a importância da 
compreensão do feedback no processo de ensino-aprendizagem e do envolvimento do 
professor e do aluno com essa ferramenta. 
Outra discussão importante envolvendo o feedback é em relação a evolução tanto do 
docente como do discente. É visível e até mesmo mensurável que após o imediato retorno de 
alguma avaliação ou atividade o progresso de ambos os “lados” é crescente e sólido. O 
feedback em sala de aula é tão importante que, quando o aluno se deparar com a realidade 
prática (estágio, residência, mercado de trabalho) o impacto de uma avaliação, crítica ou 
sugestão terão outro significado para aquele aluno, ele entende que essas observações fazem 
parte da rotina e que o objetivo principal é a melhoria do processo e do desempenho. 
Outra esfera muito importante nesse processo de feedback é a própria instituição de 
ensino, que por sua vez deve apoiar e incentivar que os docentes utilizem dessa ferramenta 
10294 
 
como um instrumento de organização, evolução e transformação tanto dos docentes como dos 
discentes. 
Portanto, o feedback não deve em nenhum momento desencorajar, desmotivar ou 
ameaçar a auto-estima do aluno (SHUTE, 2007). Uma comparação de notas, julgamentos 
pessoais e exposição do aluno ao constrangimento são atitudes que não devem ser tomadas na 
hora de transmitir um feedback (CARDOSO, 2011). O propósito do feedback deve ser o de 
fornecer informações para o aluno de como ele pode progredir e melhorar. 
REFERÊNCIAS 
BORGES, M. C. et al. Avaliação formativa e feedback como ferramenta de aprendizado na 
formação de profissionais da saúde. Revista da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e 
do Hospital de Clínicas da FMRP, São Paulo, v. 47, n. 3, p. 324-331, 2014. 
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996. 
CARDOSO, A. C. S. Feedback em contextos de ensino-aprendizagem on-line. Linguagens e 
Diálogos, v. 2, n. 2, p. 17-34, 2011. 
CASTRO, P. A. P. P.; TUCUNDUVA, C. C.; ARNS, E. M. A importância do planejamento 
das aulas para organização do trabalho do professor em sua prática docente. Athena Revista 
Científica de Educação, São Paulo, v. 10, n. 10, p. 49-62, jan./jun. 2008. 
FILATRO, A. Design de feedback e avaliação. São Paulo: Pearson, 2008. 
FLUMINHAN, C. S. L.; ARANA, A. R. A.; FLUMINHAN, A. A importância do feedback 
como ferramenta pedagógica na educação à distância. Colloquium Humanarum, v. 10, p. 
721-728, jul./dez. 2013. 
GORDON, J. ABC of learning and teaching in medicine: one to one teaching and feedback. 
[S.l.]: BMJ, 2003. 
HENDERSON, P.; FERGUSON, S.; JOHNSON, A. C. Developing essential professional 
skills: a framework for teaching and learning about feedback. [S.l.]: BMC Med Education, 
2005. 
MASON, B.; BRUNING, R. Providing feedback in computer-based instruction: what the 
research tells us. 2003. Disponível em: <http://dwb.unl.edu/Edit/MB/MasonBruning.html>. 
Acesso em: 10 ago. 2015. 
MENACHERY, E. P. et al. Physician characteristics associated with proficiency in feedback 
skills. J Gen Intern Med, v. 21, n. 5, p. 440-446, May 2006. 
10295 
 
MORY, E. H. Feedback research revisited. Wilmington: University of North Carolina, 
1996. 
ORSMOND, P. et al. Moving feedback forward: theory to practice. Assessment and 
Evaluation in Higher Education, London, p. 1-13, 2011. 
PAIVA, V. L. M. O. Feedback em ambiente virtual. In: LEFFA, V. (Org.). Interação na 
aprendizagem das línguas. Pelotas: EDUCAT, 2003. 
PEREIRA, D. R.; FLORES, M. A. Avaliação e feedback no ensino superior: um estudio na 
Universidade do Minho. Revista Iberoamericana de Educación Superior, v. 4, n. 10, p. 40-
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PRICE, M. et al. Feedback: all that effort, but what is the effect? Assessment and 
Evaluation in Higher Education, London, v. 35, n. 3, p. 277-289, 2010. 
ROBINSON, S.; POPE, D.; HOLYOAK, L. Can we meet their expectations? Experiences and 
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SHUTE, V. Focus on formative feedback. Princeton: ETS, 2007. Disponível em: 
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WEAVER. M. Do students value feedback? Student perceptions of tutors’ written responses. 
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