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Secreções do TGI

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Victória Machado Calil – 2026.1
 Secreção no trato gastrointestinal 
· Enzimas digestivas são secretadas por glândulas, da boca ao íleo. Já glândulas mucosas atuam da boca ao ânus, secretando muco que protege e lubrifica todas as áreas do trato gastrointestinal (células caliciformes).
· As enzimas e os constituintes das secreções vão varias de acordo com o alimento a ser digerido. 
· Algumas células secretoras estão presentes em invaginações das superfícies das submucosas. Um exemplo está no intestino delgado, com invaginações denominadas criptas de Lieberkuhn. 
· No estômago e no duodeno existem as células oxínticas, que são tubulares profundas e secretam ácido e pepsinogônio.
· As glândulas mais profundas são as salivares, o pâncreas e o fígado. As glândulas salivares e o pâncreas apresentam ácinos fora da parede do trato gastrointestinal, mas que através de ductos, desembocam para ele. 
· Estímulos à secreção: 
- Pode ser feita pelo contato direto do alimento com a parede do trato gastrointestinal. Isso acontece por estimulação tátil, irritação química e/ou distensão da parede do TGI. Assim, células mucosas epiteliais e glândulas profundas estimulam o sistema nervoso entérico a secretarem quantidades moderadas ou grandes de sucos. 
- Estímulo parassimpático: Leva o aumento na secreção. A porção superior do TGI (glândulas salivares, esofágicas e gástricas, pâncreas e glândulas de Brunner do duodeno) é inervada pelos nervos glossofaríngeo e vago. As porções mais inferiores tem inervação pélvica. O restante do intestino delgado e 2/3 iniciais do intestino grosso sofrem ações neural e hormonal locais. 
-Estímulo simpático: Pode ter duplo efeito, aumentando um pouco a secreção glandular ou fazendo vasoconstrição, de maneira a diminuir a secreção. 
- Ação hormonal: Ao se notar a presença de alimento no estômago e no duodeno, principalmente, glândulas do estomago e do intestino liberam hormônios gastrointestinais na corrente sanguínea, que induzem a produção de suco gástrico e suco pancreático. 
· Metabolismo básico das secreções glandulares: 
- Nutrientes passam dos capilares sanguíneos às células glandulares;
- As várias mitocôndrias presentes nas células produzirão ATP, que atuarão na produção da secreção;
- A produção do produto secretado é feita no retículo endoplasmático, com ribossomos aderidos a ele que sintetizam proteínas, e depois passa para o complexo de Golgi. Posteriormente, o material vai para o citoplasma, onde fica armazenado em vesículas secretoras;
- Perante um estímulo hormonal ou nervoso, há a despolarização celular, que abre canais de cálcio e fazem com que as vesículas secretoras se fundam à parede apical das células glandulares, fazendo exocitose. 
· Muco: 
- Composição: água, glicoproteínas e eletrólitos;
- Permite que as partículas se espalhem e escorreguem pela superfície;
- Cria uma camada que protege a parede do TGI;
- Possibilita a aderência entre as partículas fecais, formando bolos fecais;
- São anfotéricas, ou seja, tem a capacidade de tamponar partículas ácidas ou básicas. Nesse sentido, possuem íons bicabornato que neutralizam moléculas ácidas.
· Secreção salivar: 
- A saliva contém dois tipos principais de secreção de proteínas: Uma serosa, que contém ptialina (uma alpha-amilase), com função digestiva de amido; e uma com função mucosa, contendo mucina, com funções lubrificante e protetora. 
- A glândula parótida faz secreção serosa, as glândulas submandibulares e sublinguais fazem tanto serosa quanto mucosa, e as glândulas bucais (pequenas e variadas) secretam apenas porção mucosa. 
- Em condições basais, sob estado de vigília, a maior parte da saliva secretada é mucosa. Durante o sono, essa secreção de mucosa diminui.
- Seu pH é entre 6 e 7.
· Secreção de íons na saliva: 
- Os ácinos produzam saliva contendo ptialina e/ou mucina com concentrações de íons semelhantes a do líquido extracelular. Porém, quando essa saliva vai passando pelos ductos salivares, ocorre a reabsorção de sódio e cloreto, e a entrada de potássio;
- Além disso, bicarbonato é secretado de células da parede do ducto para o lúmen deste, “trocando de lugar” com o cloreto. Isso mostra um processo secretório ativo;
- Resultado: as concentrações de sódio e cloreto são maiores no plasma, e as concentrações do potássio e bicarbonato são maiores na saliva;
- Se a produção de saliva for muito grande e rápida, a quantidade de sódio fica maior e a de potássio, menor. 
· Função da saliva na higiene oral: 
- Ajuda a lavar a boca das bactérias patogênicas, assim como das partículas de alimentos que são fonte de energia para elas;
- Possui fatores que destroem as bactérias, como íons tiocianato e enzimas proteolíticas (principal é a lisozima). Essas enzimas ajudam a destruir bactérias, a entrada dos íon tiocianato nas bactérias e a digerir partículas de alimentos na boca; 
- Apresentam anticorpos proteicos, que protegem contra cáries. 
· Regulação nervosa da secreção salivar: 
- Estimulação parassimpática: Controle principal que provém dos núcleos salivares superiores e inferiores, que estão entre a ponte e o bulbo. O nervo facial inerva as glândulas submandibulares, glândula sublingual e os 2/3 anteriores da língua; o nervo glossofaríngeo inerva a glândula parótida e região posterior da língua. 
- Estimulação simpática: efeito menor sobre a salivação, com origem nos gânglios cervicais superiores, os quais penetram as glândulas salivares acompanhando os vasos sanguíneos. 
- Estímulos gustativos e táteis da língua, boca e faringe excitam os núcleos salivares, principalmente o sabor azedo;
- Área do paladar: pode estimular ou inibir a maior salivação perante alimentos que a pessoa goste mais ou menos. Essa área está relacionada às áreas do paladar e do olfato no córtex cerebral e à amígdala, estando próxima aos centros parassimpáticos e porção anterior do hipotálamo. 
- Estômago e parte superior do intestino: Alimentos irritativos ou não podem causar reflexos nessas regiões, estimulando a maior salivação. 
- Suprimento sanguíneo para as glândulas: Importante para a oferta de nutrientes, essencial para a produção da secreção. É influenciada pela ação parassimpática e pela própria salivação, em que ambas estimulam a dilatação dos vasos sanguíneos. 
OBS: A saliva libera calicreína, enzima que cliva proteínas para formar o vasodilatador bradicinina. 
· Secreção esofágica: 
- Secreção totalmente mucosa;
- Porção superior: Protege a região da entrada de alimentos;
- Porção inferior (junção esofagogátrica): Proteção contra o suco gástrico que pode refluir do estômago para o esôfago, o que causaria uma úlcera peptídica. 
· Secreção gástrica: 
- Apresentam glândulas mucosa, oxínticas e pilóricas, sendo as duas últimas tubulares. 
· Oxínticas (gástricas): 
- Liberam ácido clorídrico, pepsinogênio, fator intrínseco e muco;
- Localização: Superfície interna do corpo e fundo do estômago;
- Compostas pelas células: do colo (muco), pépticas (pepsinogênio) e oxínticas ou parietais (ácido clorídrico e fator intrínseco);
- Essas células possuem canalículos que vão levar a secreção até a superfície gástrica.
· Mecanismo básico da secreção do ácido clorídrico pelas glândulas oxínticas:
- A solução ácida secretada pelas células parietais tem pH , em média, de 0,8; 
- Durante a secreção do ácido gástrico, íons bicarbonato são liberados na corrente sanguínea para tamponarem os íons H+, deixando o sangue venoso com pH mais alto;
- Principal força motriz para a produção do ácido gástrico: Bomba de hidrogênio-potássio;
- Como acontece, então, o processo químico de formação do ácido clorídrico?
1. Chega água nas células oxínticas, que será degradada no citoplasma em H+ e OH, processo catalisado pela bomba de hidrogênio-potássio. 
2. Íons K+ tendem a vazar para o lúmen desses canalículos, mas são reabsorvidos para o citoplasma da célula pela bomba de H+ - K+. Os íons Na+ também são reabsorvidos para o interior da célula pela bomba de sódio-potássio. Assim, os íons de hidrogênio ficam nos canalículos e os de sódio e potássio e o OH,no citoplasma celular. 
3. Com todo esse metabolismo, gera-se CO2, que se junta com OH que ficou dentro do citoplasma e forma bicarbonato. 
4. Bicarbonato vai para o líquido intersticial ao trocar de lugar com o cloreto. Esse cloreto sairá, então, para os canalículos, formando o ácido hidroclorídrico. Este, por sua vez, é secretado para o lúmen da glândula. 
5. Certa quantidade de água acaba vazando para os canalículos por osmose.
6. Secreção final do canalículo: Água, ácido clorídrico, cloreto de potássio e cloreto de sódio. 
- Barreira gástrica: É formada por muco alcalino e junções estreitas entre as células epiteliais. Serva de proteção para a mucosa gástrica e pode ser lesada pelo uso excessivo de aspirina e/ou álcool. 
- Acetilcolina: Liberada pelos nervos parassimpáticos e estimulam a liberação de pepsinogênio, muco, ácido clorídrico. 
- Gastrina e histamina: Estimulam a liberação apenas do ácido clorídrico. 
· Pepsinogênio: 
- Existem várias formas de pepsinogênio, mas todas exercem as mesmas funções;
- É tão importante quanto o ácido clorídrico para a digestão proteica; 
- Ao entrar em contato com o ácido clorídrico, o pepsinogênio é clivado e vira pepsina. Em meio mais ácido, essa pepsina está ativa, mas já em meio com pH por volta de 5, sua ação já é bem menor e mais curta;
- Estímulo a sua secreção é feita pela acetilcolina e pelo ácido clorídrico. Este induz a liberação do pepsinogênio indiretamente, por reflexos nervosos entéricos. Por isso, uma pessoa que têm a diminuição na liberação do ácido também reduzem a liberação do pepsinogênio. 
· Fator intrínseco: 
- É liberado junto ao ácido clorídrico pelas células parietais;
- Importante para a absorção da vitamina B12 no íleo; 
- A destruição das células parietais causaria, então, não só acloridria, mas também anemia perniciosa pela falta da B12. 
· Glândulas pilóricas:
- Liberam muco (protege contra o ácido gástrico), gastrina (hormônio) e uma quantidade muito pequena de pepsinogênio;
- Apresentam estrutura semelhante a das glândulas oxínticas, mas não possuem células parietais; 
- Localização: Ficam na porção antral do estômago, que corresponde aos 20% distais do estômago;
· Células mucosas de superfície: Substância alcalina, espessa e viscosa presente entre as glândulas, formando a mucosa gástrica. Ela protege a parede gástrica e contribui para o transporte do alimento. A irritação nessa mucosa estimula a maior secreção de muco. 
· Estimulação de secreção de ácido pelo estômago: 
- Células semelhantes às enterocromafins (ECL): Secretam histamina ao serem estimuladas pela Gastrina (produzida pelas glândulas pilóricas) ou por hormônios do SN entérico. Elas estão próximas às células oxínticas, estimulando a liberação do ácido clorídrico. 
- Células da Gastrina: Presentes nas glândulas pilóricas, elas são estimuladas por alimentos proteicos que chegam à porção antral do intestino a liberarem a Gastrina. Esta segue até as ECL para estimular a liberação de histamina, que induz a maior liberação do ácido clorídrico. Vale dizer ainda que a Gastrina está presente nas formas G-34 e G-17 (números equivalente a quantidade de aminoácidos), sendo esta última a mais abundante. 
· Fases da secreção gástrica:
- Fase cefálica: É aquela que se inicia antes mesmo do alimento chegar ao estômago, na ingestão, estimulada pelo odor, visão, lembrança, sabor e apetite. Ela se relaciona ao córtex cerebral e área do apetite (amígdala e hipotálamo), que enviam sinais pelos nervos motores dorsais vagos e nervo vago até o estômago.
- Fase gástrica: A chegada do alimento ao estômago provoca reflexos vagais (leva sinais do estômago ao cérebro e do cérebro ao estômago), reflexos entéricos (secretores nervosos locais) e mecanismo gastrina-histamina. Tudo isso contribui para a secreção do ácido clorídrico enquanto o alimento ainda estiver no estômago. Essa fase é a que mais secreta suco gástrico (60%).
- Fase intestinal: É quando há alimento na porção inicial do intestino, em especial no duodeno. A quantidade de suco gástrico aqui é pequena, cerca de 10% do total, provavelmente pela menor quantidade de células da gastrina. Essa fase é regulada por mecanismos nervosos e hormonais. 
· Inibição da secreção gástrica por outros fatores: 
- Reflexo enterogástrico reverso: Acontece quando há alimento no intestino delgado. A distensão da parede do intestino delgado, a presença de ácido na porção inicial do intestino, a presença de produtos da hidrólise de proteínas e a irritação da mucosa gástrica estimulam o sistema nervoso mioentérico e nervos extrínsecos vagos e simpáticos a inibirem a secreção de suco gástrico. 
- Hormônios: A presença de ácido, gordura, produtos da degradação proteica e quaisquer outros fatores que irritem a mucosa na porção superior do intestino delgado estimulam a liberação de hormônios, em especial a secretina. Esta atua inibindo a secreção gástrica e controlando a pancreática. 
-> Mas qual o objetivo de inibir a secreção gástrica? É de diminuir a passagem do quimo do estômago para o intestino ao se notar que este está cheio ou hiperativo. Vale dizer que para isso, além de diminuir a secreção gástrica, esses fatores também diminuem a motilidade gástrica. 
· Período interdigestivo: É o período em que não há ou há pouco alimento no tubo digestivo. Nesse tempo, a maior parte da secreção é mucosa, com pouca pepsina e quase nenhum ácido. 
OBS: Estímulos emocionais podem levar à secreção de suco gástrico no período interdigestivo, podendo levar a úlceras pépticas. 
· Secreção pancreática: 
· Estrutura geral: 
- O pâncreas apresenta ácinos pancreáticos, que produzem as enzimas digestivas pancreáticas, e ductos pequenos e maiores, que secretam bicarbonato de sódio. 
- O ducto pancreático está ligado aos ácinos e drena as enzimas e o bicarbonato de sódio, normalmente, para o ducto hepático. Logo depois, o ducto pancreático também desemboca no duodeno pela papila da Vater, envolta pela esfíncter de Oddi. 
· Suco pancreático: 
- Liberado quando se tem alimento na porção inicial do intestino delgado;
- Sua composição varia de acordo com o tipo de alimento presente no quimo, contendo enzimas próprias para a digestão de carboidratos, proteínas e/ou lipídeos. Além disso, o bicarbonato de sódio é importante para neutralizar a acidez no transporte do quimo do estômago ao duodeno. 
· Insulina: Não é liberada junto ao suco pancreático. Enquanto este é liberado no intestino, as ilhotas de Langerhans secretam esse hormônio para a corrente sanguínea. 
· Enzimas digestivas pancreáticas: 
· Para carboidratos: Amilase pancreática, que hidrolisa moléculas de carboidrato e forma di ou trissacarídeos. 
· Para gorduras: 
- Lipase pancreática: Hidrolisa gorduras neutras a ácidos graxos e monoglicerídeos.
- Colesterol esterase: Hidrolisa ésteres do colesterol.
- Fosfolipase: Cliva ácidos graxos dos fosfolipídeos.
· Para proteínas: 
- Tripsina e quimiotripsina: hidrolisam proteínas e peptídeos sem atingir o ponto de liberar aminoácidos individuais;
- Carboxipolipeptidase: cliva peptídeos até que se tornem aminoácidos individuais, finalizando a digestão. 
OBS: Essas enzimas estão inativas nas células pancreáticas, sendo ativadas apenas quando chegarem ao intestino. A enzima enterocinase é secretada pela mucosa intestinal e ativará o tripsinogênio. Além disso, a própria tripsina pode servir de catalisadora para a ativação do tripsinogênio. O quimiotripsinogênio e o procarboxipolipeptidase são ativados de maneira semelhante. 
· Inibidor da tripsina: 
- Enzimas proteolíticas não podem ficar ativas até depois de chegarem ao intestino, pois poderiam digerir o próprio pâncreas. Então, as células secretoras de tripsina também vão secretar inibidor de tripsina. 
- O inibidor de tripsina é capaz de inativar a tripsina ainda dentro das células secretoras. Dessa forma, sem a tripsina, acaba também por inativar as outras enzimas proteolíticas. 
- Quando o pâncreas é gravemente lesado ou quando há o bloqueio do ducto pancreático, certa quantidade de secreção pancreática fica acumulada nesseórgão e não há uma quantidade suficiente de inibidor de tripsina. Assim, o pâncreas começa a ser digerido, levado à pancreatite aguda, em uma condição altamente letal por choque circulatório. 
· Secreção de íons bicarbonato: 
- Os íons bicarbonato e a água são secretados pelas células epiteliais dos ductos que se originam dos ácinos; 
- A quantidade desses íons é bem maior no suco pancreático quando comparado ao plasma. Isso mostra que ele é bem alcalino, característica importante que alivia a acidez do suco gástrico no duodeno. 
- Mecanismo celular para a excreção desses íons: 
1. Dióxido de carbono entra na célula do ducto pancreático, reage com a água e forma ácido carbônico. Este se desmembra em íons bicarbonato e íons de hidrogênio;
2. Íons bicarbonato adicionais entram na célula por cotransporte com o sódio;
3. Os íons bicarbonato vão para o lúmen do ducto pancreático ao trocarem de lugar com íons de cloreto. Estes serão reciclados no lúmen; 
4. Os íons de hidrogênio provenientes da dissociação do ácido carbônico vão trocar com o sódio, indo para fora da célula;
5. Todo o sódio que entrou vai para o lúmen do ducto. Isso é importante porque a presença dos íons Na+ no ducto, junto ao bicarbonato, vai “puxar” água para ele por pressão osmótica, formando uma solução de bicarbonato quase isosmótica. 
· Estímulos à secreção pancreática: 
- Acetilcolina: secretada pelo nervo vago e sistema nervoso entérico. 
- Colocitocina: secretada pela mucosa do duodeno e do jejuno quando o alimento chega ao intestino. Esta e a acetilcolina vão estimular as células pancreáticas a produzirem enzimas digestivas pancreáticas, que podem ficar armazenadas nos ácinos ou nos ductos até que haja água para leva-las ao duodeno. 
- Secretina: Secretada pela mucosa do duodeno e do jejuno quando alimentos muito ácidos chegam ao intestino. Ela atua estimulando a secreção de solução de bicarbonato de sódio pelo epitélio do ducto pancreático. 
OBS: Os estímulos à secreção pancreática acontecem com efeito multiplicativo, ou seja, um vai incentivando o outro, até que a quantidade final de secreção seja bem maior do que se cada estímulo ocorresse individualmente. 
· Fases da secreção pancreática: 
- Fase cefálica e gástrica: Há a liberação de acetilcolina pelo nervo vago no pâncreas. Porém, a quantidade de enzimas secretadas não flui diretamente para o intestino, pois ainda não há quantidade suficiente de água e eletrólitos. 
- Fase intestinal: É quando acontece a secreção em abundância, estimulada para ação da secretina com a chegada do quimo ao intestino. 
· Secretina: 
1. A secretina está na forma inativa, pós-secretina, na mucosa do duodeno e do jejuno. Ela será ativada com a chegada do quimo ácido ao duodeno, por sua principal composição ser o ácido clorídrico. 
2. Secretina chega ao pâncreas pela corrente sanguínea e estimula a liberação de uma solução rica em bicarbonato de sódio e reduzida em cloreto. 
3. No intestino delgado, o bicarbonato reage com o ácido clorídrico e forma ácido carbônico e cloreto de sódio. 
4. O ácido carbônico se dissocia em água e dióxido de carbono, o qual será expirado pelos pulmões.
5. O cloreto de sódio vai neutralizar o ácido que veio do estômago para o intestino, deixando o pH do meio mais alcalino, ideal para a ação do suco pancreático e proteção contra úlceras. 
CONCLUSÃO: Atua em resposta ao ácido clorídrico. 
· Colecistocinina: 
1. Liberada pelas células I da mucosa do duodeno e jejuno, perante a presença de proteoses e peptonas (produtos da digestão parcial das proteínas) e ácidos graxos de cadeia longa, que estão no quimo. 
2. A colecistocinina chega ao pâncreas pela corrente sanguínea e estimula a liberação de mais enzimas digestivas pancreáticas pelos ácinos. Assim, ela age de forma semelhante à acetilcolina.
3. CONCLUSÃO: Atua em resposta a proteoses, peptonas e ácido graxo de cadeia longa (gordura). 
· Bile: 
· Funções: 
- Auxilia da digestão e absorção de gorduras pelos ácidos biliares, que possuem duas funções: 
§ Ajudam a emulsificar grandes partículas de gordura, tornando-as menores, para que essas sofram melhor ação das lipases do suco pancreático. 
§ Ajudam a absorção das partículas finais da digestão da gordura através da mucosa intestinal.
- Serve como via de excreção de produtos do sangue, em especial pela bilirrubina, que é o produto final da destruição da hemoglobina e do colesterol em excesso. 
· Anatomia fisiológica: 
- Uma solução inicial, rica em sais biliares, colesterol e outros produtos orgânicos, é secretada pelos hepatócitos (principais células do fígado) para os canalículos biliares; 
- Desses canalículos, a bile vai para os canalículos biliares terminais. Depois, ela flui para o ducto hepático e/ou ducto biliar comum, chegando ao duodeno, ou para o ducto cístico, alcançando a vesícula biliar, onde fica armazenada por minutos ou horas;
- Enquanto a solução inicial vai passando pelos canalículos e ductos, vai sendo adicionada uma segunda porção de solução à bile, rica em íons de bicarbonato e sódio. Esses íons são secretados pelas células epiteliais em resposta a secretina. Então, a bile contribui para a neutralização do ácido que chega ao duodeno.
- Colecistocinina: estimula a contração da vesícula hepática e o relaxamento do esfíncter de Oddi (que controla a passagem de bile e de suco pancreático para o ducto biliar comum, no duodeno). 
- Terminações vagais: estimulam fracamente a contração da vesícula biliar. 
· A bile na vesícula: 
A vesícula consegue armazenar apenas 30 a 60ml de bile, porém, ela é capaz de armazenar até 450ml dessa solução pela capacidade de absorver certas substâncias por sua mucosa. Essas substâncias seriam sódio, por transporte ativo, e cloreto, água e outras substancias por transporte secundário. Dessa forma, ficam concentradas na vesícula a bilirrubina, leptina, colesterol e ácidos biliares (este é maioria). 
· Esvaziamento da vesícula biliar: 
- A entrada de alimentos gordurosos no duodeno estimula a liberação de colecistocinina e acetilcolina. 
- A contração da vesícula biliar e o relaxamento do esfíncter de Oddi promovem o esvaziamento da vesícula. 
- Quanto mais gorduroso for alimento, mais rápido será o esvaziamento da vesícula. O contrário também é verdade. 
· Funções dos ácidos biliares: 
1. Função detergente: Esses ácidos diminuem a tensão superficial entre as partículas de gordura, possibilitando a quebra destas no TGI. 
2. Absorção da gordura: Os ácidos biliares se juntam às partículas de gordura, como colesterol, ácidos graxos e monoglicerídeos, e formam complexos chamados micelas. Essas micelas são semissolúveis no quimo, o que possibilita o carreamento da gordura até a mucosa intestinal, para que lá sejam absorvidos pelo sangue. 
OBS: Sem os sais biliares no trato intestinal, o indivíduo perde até 40% da gordura ingerida pelas fezes, o que atrapalha o seu metabolismo. 
· Circulação êntero-hepática dos sais biliares: 
- A maior parte (94%) dos sais biliares é reabsorvida pela mucosa do intestino delgado, voltando para a bile ao invés de saírem nas fezes. Assim, existe uma recirculação de sais biliares na bile por quase 17 vezes antes deles serem realmente eliminados pelas fezes. Essa recirculação que é a circulação êntero-hepática. 
- Os sais biliares que saem nas fezes são repostos pelas células hepáticas.
- Além disso, quanto maior for a quantidade de sais biliares na bile, maior será sua secreção. Dessa forma, se uma fístula biliar esvaziar os sais biliares antes que haja sua reabsorção no íleo (porção distal do intestino, onde há a outra metade da reabsorção desses sais, sendo a primeira metade na porção inicial do intestino), as células hepáticas são estimuladas a sintetizarem mais e mais sais biliares, para que haja um aumento na secreção de bile até os níveis normais. 
· Cálculos biliares: 
 Entre 1 a 2g de colesterol são removidos do sague e jogados na bile todos os dias. Lá, ele se mistura aos sais biliares e/ou lecitina, podendo, assim, se dissolver, já que sozinho não é solúvel em água. A quantidade de colesterol,de sais biliares, lecitina e outros compostos tem que ser, então, proporcionais para essa solubilidade. 
 Dessa forma, se houver uma quantidade exacerbada de colesterol, suas partículas se precipitam e formam cálculos biliares de colesterol. Isso pode acontecer pela ingestão exagerada de alimentos gordurosos ou pelo aumento da reabsorção de água e sais biliares, causando uma desproporção perante o colesterol na vesícula biliar. 
· Secreções do intestino delgado:
· Glândulas de Brunner: 
- São glândulas mucosas localizadas na porção inicial do duodeno, especialmente entre o piloro do estômago e a papila de Vater. 
- Secretam muco alcalino, que age neutralizando a ação do suco gástrico e protegendo a mucosa do duodeno. Ele é rico em íons bicarbonato e se mistura ao suco pancreático e bile. 
- Estímulos para a secreção: Estímulos táteis ou irritação na mucosa duodenal; hormônios, como a secretina; estimulação pelas terminações vagais e aumento da secreção gástrica. 
- Inibição da secreção: Acontece por estímulo simpático, de forma que o nervosismo pode influenciar na secreção e, por consequência, no surgimento de úlceras pépticas. 
· Criptas de Lieberkuhn: 
- São depressões que ficam entre as vilosidades da parede do intestino delgado. 
- Seu epitélio apresenta células caliciformes, produtoras de muco, e enterócitos, que secretam água e eletrólitos. 
- Essa secreção feita pelo enterócitos é logo reabsorvida pelas vilosidades intestinais, o que possibilita a absorção de nutrientes do quimo. 
- Acredita-se que a água seja secretada pelos enterócitos por pressão osmótica, perante a presença de íons cloreto e bicarbonato na superfície intestinal, que geraria uma diferença entre os íons sódio entre a membrana e o líquido a ser secretado.
· Enzimas digestivas na secreção do intestino delgado:
- Estão nos enterócitos, principalmente naqueles que recobrem as vilosidades;
- As células epiteliais mais profundas das criptas de Lieberkuhn sofrem mitose constantemente, de maneira que as criptas são “renovadas”, em média, a cada cinco dias.
- As enzimas secretadas são: 
§ Peptidases – atuam na digestão de peptídeos e aminoácidos;
§ Sucrase, lactase, maltase e isomaltase – hidrolisam mono e dissacarídeos; 
§ Lipases – clivam gordura em ácidos graxos e gliceróis. 
- A liberação da secreção é feita por reflexos entéricos locais, por estímulos táteis e pela irritação da mucosa intestinal. 
· Secreção de muco pelo intestino grosso:
· Assim como o intestino delgado, o intestino grosso apresenta muitas criptas de Leiberkuhn, porém, sem vilos. Assim, sua especialidade é em liberar muco, não enzimas. Além disso, liberam também, por células epiteliais não secretoras de muco, íons bicarbonato. 
· Estímulo para liberação do muco: É diretamente nas células epiteliais do intestino grosso, por estímulos nervosos locais, estímulos táteis e irritação da mucosa intestinal. 
· Estímulo parassimpático: 
 Estímulos passados pelos nervos pélvicos chegam aos dois terços distais do intestino grosso e aumentam a secreção do muco. Isso leva ao aumento do peristaltismo. Por isso, em situações de nervosismo, a quantidade de muco pode aumentar e a pessoa começa a ter movimentos intestinais a curtos períodos, com ou sem conteúdo fecal. 
· Funções do muco do intestino grosso: 
- proteger contra o pH ácido, justamente por ter pH alcalino;
- Servir com adesivo para o bolo fecal;
- Proteger a mucosa intestinal contra ação bacteriana das fezes.
· OBS: Diarreia – Perante infecções bacterianas, como a enterite, ou outras irritações à mucosa do intestino grosso, há maior secreção de muco, água e eletrólitos. Isso aumenta o movimento das fezes em direção ao ânus, causando a diarreia. Nisso, a perda de água e eletrólitos, mas também dos agentes infecciosos, o que contribui para a melhora do quadro.

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