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FACULDADE ADVENTISTA DA BAHIA 
 CURSO DE ODONTOLOGIA 
 
 
 
CRISNA BARBOSA 
LAIS MATOS 
 LARISSA FERREIRA DOS SANTOS 
 
 
 
Protocolos de Traumatismos Dentoalveolares 
 
 
 
Trabalho apresentado ao Curso de 
Odontologia da Faculdade Adventista 
da Bahia com parte dos requisitos 
exigidos para a aprovação da disciplina 
de Urgências em Odontologia 
orientação do professor(a) Paulo Pola 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CACHOEIRA 
2020 
FRATURAS DAS ESTRUTURAS DURAS DO DENTE 
 
Fratura coronária 
 Esmalte ou esmalte e dentina sem exposição 
Exame clínico: 
• Considerar extensão da fratura e verificar se há exposição pulpar; 
• Pode haver sensibilidade dolorosa às mudanças térmicas e/ou 
mastigação; 
• Realizar teste de vitalidade pulpar. 
Exame radiográfico: 
• Verificar tamanho da Câmara pulpar e estágio de desenvolvimento 
radicular; 
• Analisar lacerações de tecidos moles em busca de fragmentos dentários 
ou outros corpos estranhos. 
Material necessário: 
• Material para isolamento 
• Material clínico e material para dentística restauradora 
• Brocas 
• Mandril para contra-ângulo e tiras de lixa 
• Soro fisiológico 
• Hidróxido de cálcio pasta-resina composta-ionômero de vidro 
Técnica: 
Se for apenas fratura de esmalte: 
1. Regularizar bordas cortantes com discos para polimento 
2. Ou aplicar ionômero de vidro provisoriamente 
3. Ou restaurar usando agente adesivo e resina 
Se for fratura de esmalte e dentina: 
1. Aplicar ionômero de vidro provisoriamente 
2. Restaurar usando agente adesivo e resina 
Se existir um fragmento intacto: 
1. Limpar o fragmento e hidratar em soro fisiológico ou rinossoro por 10 
minutos 
2. Reposicionar e “colar” com um sistema adesivo 
3. Se houver proximidade com a polpa, usar uma base de Ca (OH)2 
Acompanhamento: 
• Avaliar mensalmente durante 6 meses. Prognóstico bom. 
 
 Esmalte e dentina com exposição pulpar (rizogênese incompleta) 
Exame Clínico: 
• Considerar a extensão da fratura e constatar a exposição pulpar 
• Verificar a quanto tempo ocorreu o trauma e a exposição 
• Realizar teste de sensibilidade pulpar 
Exame radiográfico: 
• Verificar tamanho da câmara pulpar e estágio de desenvolvimento 
radicular. 
• Analisar lacerações de tecidos moles em busca de fragmentos dentários 
ou outros corpos estranhos. 
Material necessário: 
• Material para isolamento 
• Material clínico 
• Material clínico, material para dentística restauradora e endodontia. 
• Brocas 
• Soro fisiológico ou rinossoro – hipoclorito de sódio 0,5% - medicações 
NDP e PRP 
• Hidróxido de cálcio P.A – solução anestésica – resina composta – 
ionômero de vidro. 
 
Técnica: 
Micro exposição pulpar 
1. Lavar a cavidade com hipoclorito de sódio 0,5% e gotejar NDP 
2. Realizar capeameto pulpar direto com Ca (OH)2 p.A. 
3. Aplicar ionômero de vidro provisoriamente 
4. Restaurar usando agente adesivo e resina 
 
Média e grande exposição pulpar 
 
1. Lavar a cavidade com hipoclorito de sódio 0,5% 
2. Realizar pulpotomia parcial ou total (dependendo da condição clínica do 
tecido pulpar exposto), gotejar NDP e colocar Ca (OH)2 p.A. 
3. Aplicar ionômero de vidro provisoriamente 
4. Restaurar usando agente adesivo e resina. 
Em ambas situações, se existir um fragmento intacto: 
1. Limpar o fragmento e hidratar em soro fisiológico ou rinossoro por 10 
minutos 
2. Reposicionar “colar” com um sistema adesivo. 
Exposição com mortificação pulpar: 
• Cirurgia de acesso, preparo do canal e medicação com Ca(OH)2 p.A + 
PRP para promover apicificação e se consiga finalizar o tratamento 
endodôntico. 
• A medicação com o Ca(OH)2 p.A + PRP deve ser renovada quando, na 
avaliação radiográfica mensal, forem observados espaços vazios em 
meio à medicação anterior, principalmente o terço apical. 
Acompanhamento: 
Micro exposição pulpar 
1. Avaliar mensalmente a sensibilidade pulpar até se completar a 
rizogênese. 
2. Avaliar as condições da restauração 
 
Média e grande exposição pulpar 
1. Enquanto a rizogênese for incompleta, avaliar as condições de vitalidade 
pulpar. 
2. Ao se completar a rizogênese, realizar tratamento endodôntico. 
Exposição com mortificação pulpar 
• Ao se completar a apicificação, realizar tratamento endodôntico. 
• Atentar para a necessidade de reforço cervical na restauração final 
Prognóstico bom 
 
 Esmalte e dentina com exposição pulpar (rizogênese completa) 
Exame clínico: 
• Considerar a extensão da fratura e constatar a exposição pulpar 
• Considerar a possibilidade que lesões de estrutura de suporte possam 
estar associadas. 
• Realizar teste de sensibilidade pulpar 
• Verificar a quanto tempo ocorreu o trauma e a exposição 
Exame radiográfico: 
• Verificar tamanho da câmara pulpar e estágio de desenvolvimento 
radicular 
• Analisar lacerações de tecidos moles em busca de fragmentos dentários 
ou outros corpos estranhos 
Material necessário: 
• Material para isolamento 
• Material clínico, material para dentística restauradora e endodontia 
• Brocas 
• Soro fisiológico ou rinossoro – hipoclorito de sódio a 0. 5% - medicação 
PRP 
• Hidróxido de cálcio p.A. – resina composta – ionômero de vidro. 
 
Técnica: 
Independente do tamanho e tempo da exposição pulpar 
1. Na primeira sessão: realizar pulpectomia, se possível PQC e medicação 
intracanal com Ca(OH)2 p.A. + PRP 
2. Completar o tratamento endodôntico 
3. Restaurar com resina 
Exposição com mortificação pulpar 
• Na primeira sessão: realizar penetração desinfetante, se possível PQC e 
medicação intracanal com Ca(OH)2 p.A. + PRP 
• A medicação intracanal deve permanecer no mínimo por 45 dias 
independente do número de trocas realizadas. 
1. A medicação com Ca(OH)2 p.A. + PRP deve ser renovada quando, na 
avaliação radiográfica, forem observados espaços vazios em meio à 
medicação anterior, principalmente no terço apical. 
2. Restaurar com resina 
Acompanhamento: 
Independente do tamanho, tempo da exposição pulpar e condição patológica. 
1. Avaliar a cada 30 dias nos 6 primeiros meses 
2. Avaliar a cada 6 meses nos próximos 2 anos 
Prognóstico bom 
 
Fratura coronoradiculares 
 
Exame clínico: 
• O fragmento coronário pode estar aderido ao periodonto e com 
mobilidade 
• Considerar extensão da fratura (geralmente ocorre há 2 ou 3 mm abaixo 
do nível gengival e o fragmento apical não está deslocado). 
• Avaliar o grau de rizogênese e verificar se houve exposição pulpar 
• Verificar a quanto tempo ocorreu o trauma e a exposição 
• Realizar teste de sensibilidade pulpar. 
Exame radiográfico: 
• A linha da fratura é geralmente oblíqua em relação ao longo eixo do dente. 
Material necessário: 
• Material para isolamento 
• Material clínico, material para dentística restauradora, periodontia e 
endodontia 
• Brocas 
• Soro fisiológico ou rinossoro – hipoclorito de sódio 0.5%. 
• Hidróxido de cálcio pasta – resina composta – ionômero de vidro 
• Fio ortodôntico rígido 0.50mm 
Técnica: 
Tratamento imediato – no momento da urgência 
Se existir um fragmento aderido ao periodonto: 
1. Lavar a área com soro fisiológico ou rinossoro 
2. Reposicionar e estabilizar o fragmento nos dentes vizinhos com uma 
contenção de resina, APENAS ATÉ PERMITIR SUA REMOÇÃO NA 
SESSÃO SEGUINTE. 
Se o fragmento não possibilitar reposição: 
1. Remover o fragmento 
2. Na exposição pulpar seguir os passos de “Fratura de esmalte e dentina 
com exposição” 
Tratamento mediato – sessões seguintes 
1. Expor o limite subgengival: gengivectomia ou extrusão (ortodôntica) 
2. Rizogênese completa: tratamento endodôntico 
• A medicação intracanal co Ca(OH)2 p.A. + PRP deve permanecer no 
mínimo por 45 dias independente do número de trocas realizdas. 
• A medicação deve ser renovada quando, na avaliação radiográfica, forem 
observado espaços vazios em meio à medicação anterior, principalmente 
no terço apical. 
• Rizogênese incompleta (polpaviva): pulpotomia e esperar a formação 
radicular. 
• Rizogênese incompleta (polpa morta): penetração desinfetante e 
medicação intracanal com Ca(OH)2 p.A. + PRP para promover 
apicificação e conseguir finalizar o tratamento endodôntico, seguindo a 
sequencia de trocas já descritas. 
Acompanhamento: 
Realizar bochechos diários com clorexidina 0.12% no mínimo por 2 semanas. 
1. Avaliar a cada 30 dias nos 6 primeiros meses 
2. Avaliar a cada 6 meses nos próximos 2 anos 
Prognóstico duvidoso 
 
Fraturas radiculares 
 
 Terço cervical 
Exame clínico: 
• Geralmente a coroa do dente está com muita mobilidade e o fragmento 
deslocado. 
• Realizar teste de sensibilidade pulpar após reposicionar e conter o 
fragmento. 
Exame radiográfico: 
• Realizar 3 radiografias periapicais : 
• 1 paralelismo com posicionador 
• 1 com variação vertical de +20º 
• 1 com variação vertical de -20º 
Material necessário: 
• Material clínico, material para Endodontia 
• Brocas 
• Soro fisiológico ou Rinossoro – Resina composta- Fio ortodôntico rígido 
0.70mm 
Técnica: 
Se existir um fragmento aderido ao periodonto: 
1. Limpar a área com soro fisiológico ou Rinossoro 
2. Reposicionar e estabilizar o fragmento nos dentes vizinhos com uma 
contenção com fio rígido e resina (deixar no mínimo 90 dias) 
3. Realizar alívio oclusal 
4. Radiografar novamente 
Se o fragmento NÃO POSSIBILITAR REPOSIÇÃO: 
1. Remover o fragmento 
2. Como há exposição pulpar, seguir os mesmos passos de ”Fratura de Esmalte 
e dentina com exposição pulpar” 
Nas sessões seguintes expor o limite subgengival da fratura: Gengivectomia ou 
Extrusão (ortodôntica), realizar tratamento endodôntico e protético. 
Acompanhamento: 
Realizar bochechos diários com clorexidina 0.12% no mínimo por 2 semanas 
1. Avaliar a cada 30 dias nos 6 primeiros meses 
2. Avaliar a cada 6 meses nos próximos 2 anos 
 Em cada sessão: realizar testes de sensibilidade, buscar sinais como fístula ou 
edema, verificar alterações cromáticas na coroa e tomar radiografias. 
 Terço médio 
Exame clínico: 
• Geralmente o dente está COM ALGUMA MOBILIDADE e pode 
ocorrer desalinhamento da borda incisal do dente fraturado em 
relação aos adjacentes 
• Realizar teste de sensibilidade pulpar após reposicionar e conter o 
fragmento Verificar se ocorreu fratura alveolar 
Exame radiográfico: 
• Realizar 3 radiografias periapicais C 
• 1 paralelismo com posicionador. 
• 1 com variação vertical de +20º 
• 1 com variação vertical de -20º 
Material necessário: 
• Material clínico, material para Endodontia. 
• Brocas 
• Soro fisiológico ou Rinossoro – Resina composta- Fio ortodôntico rígido 
0.70mm 
Técnica: 
Se existir um fragmento aderido ao periodonto: 
1. Limpar a área com soro fisiológico 
2. Reposicionar e estabilizar o fragmento nos dentes vizinhos com uma 
contenção com fio rígido e resina (deixar no mínimo 90 dias) 
3. Realizar alívio oclusal 
4. Radiografar novamente 
Se o fragmento NÃO POSSIBILITAR REPOSIÇÃO ou NÃO existir um fragmento: 
1. Remover o fragmento e avaliar se é possível a recuperação protética 
SE FOR POSSÍVEL: Nas sessões seguintes expor o limite subgengival da 
fratura: por Extrusão (ortodôntica), realizar tratamento endodôntico e protético. 
Acompanhamento: 
Realizar bochechos diários com clorexidina 0.12% no mínimo por 2 semanas 
1. Avaliar a cada 30 dias nos 6 primeiros meses 
2. Avaliar a cada 6 meses nos próximos 2 anos 
Em cada sessão: realizar testes de sensibilidade, buscar sinais como fístula ou 
edema, verificar alterações cromáticas na coroa e tomar radiografias. 
Constatada ausência de vitalidade pulpar, realizar tratamento endodôntico 
NO MÍNIMO até a linha de fratura. 
Prognóstico bom 
 
 Terço apical 
Exame clínico: 
• Geralmente o dente está COM POUCA OU SEM MOBILIDADE 
• Realizar teste de sensibilidade pulpar após reposicionar e conter o 
fragmento. 
• Verificar se ocorreu fratura alveolar 
Exame radiográfico: 
• Realizar 3 radiografias periapicais: 
• 1 paralelismo com posicionador 
• 1 com variação vertical de +20º 
• 1 com variação vertical de -20º 
Material necessário: 
• Material clínico 
• Brocas 
• Soro fisiológico ou Rinossoro– Resina composta- Fio ortodôntico rígido 
0.70mm 
Técnica: 
1. Limpar a área com soro fisiológico ou Rinossoro 
2. Reposicionar e estabilizar o fragmento nos dentes vizinhos com uma 
contenção com fio rígido e resina (deixar no mínimo 90 dias) 
3. Realizar alívio oclusal 
4. Radiografar novamente 
Acompanhamento: 
Realizar bochechos diários com clorexidina 0.12% no mínimo por 2 semanas 
1. Avaliar a cada 30 dias nos 6 primeiros meses 
2. Avaliar a cada 6 meses nos próximos 2 anos 
 Em cada sessão: realizar testes de sensibilidade, buscar sinais como fístula ou 
edema, verificar alterações cromáticas na coroa e tomar radiografias 
Constatada ausência de vitalidade pulpar, realizar tratamento endodôntico NO 
MÍNIMO até a linha de fratura 
Constatada lesão periapical, tratar endodonticamente até a linha de fratura e 
remover o terço apical cirurgicamente. 
Prognóstico bom 
 
 
 
 
 
LESÕES DAS ESTRUTURAS DE SUPORTE (SUSTENTAÇÃO) 
 
Fratura alveolar 
Exame clínico: 
• O segmento ósseo dos dentes envolvidos está COM MOBILIDADE 
• Realizar teste de sensibilidade pulpar após reposicionar e conter os 
dentes envolvidos 
Exame radiográfico: 
• Extra-bucais também 
Material necessário: 
• Material clínico 
• Material para Endodontia 
• Brocas 
• Soro fisiológico ou Rinossoro – Resina composta- Fio ortodôntico rígido 
0.70mm 
Técnica: 
1. Lavar a área com soro fisiológico ou Rinossoro 
2. Redução da fratura óssea (manobra de Champret) 
3. Reposicionar e estabilizar os dentes envolvidos nos dentes vizinhos com uma 
contenção com fio rígido e resina (deixar no mínimo 90 dias) 
4. Realizar alívio oclusal 
5. Radiografar novamente 
ENCAMINHAR PARA AVALIAÇÃO BUCO-MAXILO-FACIAL 
Acompanhamento: 
Realizar bochechos diários com clorexidina 0.12% no mínimo por 2 semanas 
1. Avaliar a cada 30 dias nos 6 primeiros meses 
2. Avaliar a cada 6 meses nos próximos 2 anos 
Em cada sessão: realizar testes de sensibilidade, buscar sinais como fístula ou 
edema, verificar alterações cromáticas na coroa e tomar radiografias dos dentes 
envolvidos. 
Constatada ausência de vitalidade pulpar, realizar tratamento endodôntico. 
 
Concussão 
 
Exame clínico: 
• Dente sensível ao toque 
• Sem mobilidade, deslocamento ou hemorragia do sulco gengival 
• Realizar teste de sensibilidade. 
Exame radiográfico: 
• Não se espera observar anomalias na radiografia. 
Material necessário: 
• Material clínico 
• Brocas 
• Resina composta- Fio ortodôntico semi-rígido 0.20 ou 0.30mm ou fio de 
nylon 
Técnica: 
• Realizar contenção semi-rígida ou flexível para comodidade do paciente 
durante 7-10 dias, ou de acordo com o diagnóstico de trauma dos dentes 
vizinhos. 
• Realizar alívio oclusal 
Acompanhamento: 
Realizar bochechos diários com clorexidina 0.12% no mínimo por 2 semanas 
Administrar analgésico para as primeiras 48 horas 
1. Avaliar a cada 15 dias nos 2 primeiros meses 
2. Avaliar a cada 30 dias após os 2 primeiros meses até 6 meses 
3. Avaliar a cada 6 meses nos próximos 2 anos 
Reavaliar periodicamente a manutenção da vitalidade pulpar 
• SE OCORRER MORTIFICAÇÃO PULPAR: realizar penetração 
desinfetante, PQC e medicação intracanal com Ca(OH)2 p.A + PRP por, no 
mínimo 45 dias, independente do número de trocas necessárias. 
 
Sub-luxação 
 
Exame clínico: 
• Dente sensível ao toque 
• Pode apresentar pequena mobilidade, porém sem deslocamento. 
• Na grande maioria das vezes verifica-se hemorragia no sulco gengival 
• Realizar teste de sensibilidade. 
Exame radiográfico: 
• Não se espera observar alterações na radiografia. 
Material necessário: 
• Material clínico 
• Brocas 
• Resina composta - Fio ortodôntico semi-rígido 0.30 ou 0.40mm ou fio de 
nyloncalibroso. 
 
 
Técnica: 
• Realizar contenção semi-rígida ou flexível para comodidade do paciente 
durante 7-10 dias, ou de acordo com o diagnóstico de trauma dos dentes 
vizinhos. 
• Realizar alívio oclusal. 
Acompanhamento: 
Realizar bochechos diários com clorexidina 0.12% no mínimo por 2 semanas 
Administrar analgésico para as primeiras 48 horas 
1. Avaliar a cada 15 dias nos 2 primeiros meses 
2. Avaliar a cada 30 dias após os 2 primeiros meses até 6 meses 
3. Avaliar a cada 6 meses nos próximos 2 anos 
Reavaliar periodicamente a manutenção da vitalidade pulpar 
SE OCORRER MORTIFICAÇÃO PULPAR: 
realizar penetração desinfetante, PQC e medicação intracanal com Ca(OH)2 p.A 
+ PRP por, no mínimo 45 dias, independente do número de trocas necessárias. 
 
Luxação lateral 
 
Exame clínico: 
• O dente pode estar deslocado em todos os sentidos, geralmente em 
direção palatina. Geralmente está sensível ao toque podendo apresentar 
mobilidade. 
• Ao teste de percussão observa-se um som “metálico” alto 
• Realizar teste de sensibilidade 
• Verificar o tempo do trauma, pois pode haver dificuldade de 
reposicionamento do dente. 
 
Exame radiográfico: 
• O espaço periodontal aumentado apical se observa melhor nas 
radiografias oclusal ou excêntricas. 
Material necessário: 
• Material clínico 
• Brocas 
• Resina composta- Fio ortodôntico semi-rígido 0.30 ou 0.40mm ou fio de 
nylon calibroso. 
Técnica: 
1. Reposicionar o dente luxado sempre que possível utilizando os dedos 
polegar e indicador, tracionando o dente ligeiramente para oclusal e 
relocando-o ao alvéolo 
2. Realizar contenção semi-rígida ou flexível durante 7-10 dias, ou de 
acordo com o diagnóstico de trauma dos dentes vizinhos 
3. Realizar alívio oclusal 
Ocorrendo dificuldade em reposicionar o dente, pode-se realizar reposição 
ortodôntica, passado o primeiro mês de avaliação. 
Acompanhamento: 
Realizar bochechos diários com clorexidina 0.12% no mínimo por 2 semanas 
 Administrar analgésico para as primeiras 48 horas 
1. Avaliar a cada 15 dias nos 2 primeiros meses 
2. Avaliar a cada 30 dias após os 2 primeiros meses até 6 meses 
3. Avaliar a cada 6 meses nos próximos 2 anos 
Reavaliar periodicamente a manutenção da vitalidade pulpar SE OCORRER 
MORTIFICAÇÃO PULPAR: realizar penetração desinfetante, PQC e medicação 
intracanal com Ca(OH)2 p.A + PRP por, no mínimo 45 dias, independente do 
número de trocas necessárias. 
Extrusão 
 
Exame clínico: 
• O dente apresenta-se deslocado em posição abaixo da borda incisal dos 
dentes adjacentes, sem, porém, estar totalmente fora do alvéolo. 
• Geralmente está sensível ao toque e com alto grau de mobilidade. 
• Realizar teste de sensibilidade após a reposição e contenção. 
Exame radiográfico: 
• Observar aumento do espaço periodontal e desnível com relação à borda 
incisal/ oclusal dos dentes vizinhos. 
Material necessário: 
• Material clínico 
• Brocas 
• Resina composta - Fio ortodôntico semi-rígido 0.40 ou 0.50mm ou fio de 
nylon calibroso 
Técnica: 
• Reposicionar o dente com pressão digital 
• Estabilizar o dente com uma contenção semi-rígida por até 3 semanas 
• Realizar alívio oclusal. 
Acompanhamento: 
Realizar bochechos diários com clorexidina 0.12% no mínimo por 2 semanas 
Administrar analgésico para as primeiras 48 horas 
1. Avaliar a cada 15 dias nos 2 primeiros meses 
2. Avaliar a cada 30 dias após os 2 primeiros meses até 6 meses 
3. Avaliar a cada 6 meses nos próximos 2 anos 
 
Reavaliar periodicamente a manutenção da vitalidade pulpar 
SE OCORRER MORTIFICAÇÃO PULPAR: realizar penetração desinfetante, 
PQC e medicação intracanal com Ca(OH)2 p.A + PRP por, no mínimo 45 dias, 
independente do número de trocas necessárias. 
 
Intrusão 
 
Exame clínico: 
• O dente está deslocado de axial para apical, no osso alveolar 
• Geralmente está sem sensibilidade ao toque e sem mobilidade. 
• Ao teste de percussão observa-se um som “metálico” alto 
• Realizar teste de sensibilidade 
Exame radiográfico: 
• Observar a diferença da borda incisal em relação aos dentes vizinhos 
• Observar ausência de espaço pericementário em nível apical. 
Material necessário: 
• Material clínico 
• Brocas 
• Calcitonina ou alendronato sódico – Hidróxido de Cálcio p.A. 
• Resina composta- Fio ortodôntico semi-rígido 0.40 ou 0.50mm ou fio de 
nylon calibroso. 
Técnica: 
Se possível e sentir confiança, luxar MUITO SUAVEMENTE o dente com 
fórceps. 
Dentes com rizogênese incompleta 
• Esperar reposição espontânea/reerupção 
Dentes com rizogênese completa 
• Aguardar reerupção espontânea por 2 semanas 
Se não acontecer: Realizar reposição ortodôntica ou cirúrgica 
Realizar pulpectomia preventiva 1-3 semanas depois do trauma. 
Medicação intracanal com calcitonina ou alendronato sódico nas 2 primeiras 
trocas e com hidróxido de cálcio nas seguintes, até que se consiga uma ausência 
ou estabilização do processo de reabsorção, muito freqüente neste caso. 
Acompanhamento: 
Realizar bochechos diários com clorexidina 0.12% no mínimo por 2 semanas 
Administrar analgésico para as primeiras 48 horas 
1. Avaliar a cada 15 dias nos 2 primeiros meses 
2. Avaliar a cada 30 dias após os 2 primeiros meses até 6 meses 
Avaliar a cada 6 meses nos próximos 2 anos. 
 
Avulsão (rizogênese incompleta) 
 
Exame clínico: 
• O dente foi totalmente expulso de seu alvéolo 
• Não esquecer dos exames neurológicos básicos 
• Analisar cuidadosamente durante a anamnese: local do acidente, tempo 
ocorrido desde o trauma e o meio de transporte do dente. 
Material necessário: 
• Material clínico 
• Brocas 
• Resina composta- Fio ortodôntico FLEXÍVEL 0.30 ou tipo Twist ou fio de 
nylon 
 
Técnica: 
SE O DENTE JÁ FOI REIMPLANTADO 
• Não extrair o dente para reimplantá-lo 
• Limpar a área afetada com spray de água, soro ou clorexidina. Suturar 
lacerações gengivais, especialmente na área cervical. 
• Verificar radiograficamente se o dente foi reimplantado na posição 
adequada 
• Realizar contenção flexível por uma semana. 
SE O DENTE FOI MANTIDO EM MEIO ÚMIDO DE CONSERVAÇÃO 
ADEQUADO E EM TEMPO INFERIOR A 120 MINUTOS 
• Lavar a superfície radicular e o forame apical abundantemente com soro 
fisiológico Remover o coágulo do alvéolo irrigando com soro fisiológico 
• Se houver fratura da parede alveolar, reposicionar com um instrumento 
adequado. 
• Reimplantar lentamente com suave pressão digital 
• Realizar contenção flexível por uma semana 
SE O DENTE FOI MANTIDO EM MEIO INADEQUADO E/OU EM TEMPO 
SUPERIOR A 120 MINUTOS 
• O reimplante não está indicado 
• Realiza-se curetagem do alvéolo e lavagem com soro fisiológico e sutura 
EM TODOS OS CASOS: 
• Administrar antibióticos sistêmicos: Amoxicilina 500mg 4x ao dia por 7 
dias. Para pacientes alérgicos: tetraciclina, eritromicina 4x ao dia por 7 
dias. 
• Avaliar sempre a dose apropriada para a idade e peso do paciente 
• Avaliar a necessidade de soro antitetânico, se a proteção anterior (vacina 
contra o tétano) não puder ser determinada. 
 
Acompanhamento: 
Realizar bochechos diários com clorexidina 0.12% no mínimo por 2 semanas 
1. Avaliar a cada 30 dias nos 6 primeiros meses 
2. Avaliar a cada 6 meses nos próximos 2 anos 
Considere a possibilidade de revascularização 
Evite o tratamento endodôntico a não ser que apresente sinais objetivos 
evidentes de fracasso como: dor, fístula, dente em infra-oclusão, alteração 
cromática, som metálico à percussão, sinais de reabsorção externa ou lesão 
periapical ao exame radiográfico. 
O teste de sensibilidade pode demorar até 6 meses para responder 
positivamente 
Se o tratamento endodôntico for necessário, siga as recomendações da técnica 
de 
apicificação, medicando nas 2 primeiras trocas com calcitonina ou alendronato 
sódico e nas seguintes com hidróxido de cálcio. 
Avulsão (rizogênese completa) 
 
Exame clínico: 
• O dente foi totalmente expulso de seu alvéolo• Não esquecer dos exames neurológicos básicos 
• Analisar cuidadosamente durante a anamnese: local do acidente, tempo 
ocorrido desde o trauma e o meio de transporte do dente. 
Material necessário: 
• Material clínico – Brocas 
• Hipoclorito de sódio 0.5% - Endo PTC 
• Resina - Fio ortodôntico FLEXÍVEL 0.30 ou tipo Twist – fio de nylon -fios 
0.70 e 0.90mm Ionômero de vidro. 
• Solução de fluoreto de sódio acidulado a 2,4% e pH 5.5 - Hidróxido de 
cálcio P.A. 
Técnica: 
SE O DENTE JÁ FOI REIMPLANTADO 
• Não extrair o dente para reimplantá-lo 
• Limpar a área afetada com spray de água, soro ou clorexidina. Suturar 
lacerações gengivais, especialmente na área cervical. 
• Verificar radiograficamente se o dente foi reimplantado na posição 
adequada 
• Realizar contenção flexível por uma semana 
SE O DENTE FOI MANTIDO EM MEIO ÚMIDO DE CONSERVAÇÃO 
ADEQUADO E EM TEMPO INFERIOR A 120 MINUTOS 
• Lavar a superfície radicular e o forame apical abundantemente com soro 
fisiológico 
• Remover o coágulo do alvéolo irrigando com soro fisiológico 
• Examinar o alvéolo. Se houver fratura na parede do alvéolo, reposicioná-
la com um instrumento adequado. 
• Reimplantar lentamente com suave pressão digital 
• Realizar contenção flexível por uma semana 
SE O DENTE FOI MANTIDO EM MEIO INADEQUADO E EM TEMPO 
SUPERIOR A 120 MINUTOS (REIMPLANTE TARDIO) 
• Preferentemente remover o ligamento periodontal necrótico, raspando a 
superfície radicular com uma lâmina de bisturi. 
• Submergir o dente em solução de fluoreto de sódio acidulado a 2,4% e 
pH 5.5 por um tempo mínimo de 5 minutos 
• Realizar cirurgia de acesso, preparo químico-cirúrgico com abundante 
utilização de substâncias químicas (hipoclorito de sódio 0.5% e Endo 
PTC), medicar com hidróxido de cálcio e selar a cavidade com ionômero 
de vidro. 
• Remover o coágulo do alvéolo com irrigação de soro fisiológico e 
curetagem Se houver fratura da parede alveolar, reposicionar com 
instrumento adequado 
• Reimplantar lentamente com suave pressão digital 
Realizar contenção rígida e deixá-la até que se observe clinica e 
radiograficamente a presença de anquilose (o que geralmente entre 45 a 120 
dias) 
EM TODOS OS CASOS: 
• Administrar antibióticos sistêmicos: Amoxicilina 500mg 4x ao dia por 7 
dias. Para pacientes alérgicos: tetraciclina, eritromicina 4x ao dia por 7 
dias. 
• Avaliar sempre a dose apropriada para a idade e peso do paciente 
• Avaliar a necessidade de soro antitetânico, se a proteção anterior (vacina 
contra o tétano) não puder ser determinada. 
Acompanhamento: 
Realizar bochechos diários com clorexidina 0.12% no mínimo por 2 semanas 
1. Avaliar a cada 30 dias nos 6 primeiros meses 
2. Avaliar a cada 6 meses nos próximos 2 anos 
 SE O DENTE JÁ FOI REIMPLANTADO OU FOI MANTIDO EM MEIO ÚMIDO 
DE CONSERVAÇÃO ADEQUADO E EM TEMPO INFERIOR A 120 MINUTOS 
• No máximo entre 14 a 21 dias deve-se iniciar o tratamento endodôntico, 
medicando com calcitonina ou alendronato sódico nas 2 primeiras trocas 
e hidróxido de cálcio nas seguintes. 
• Obture o canal apenas quando a lâmina dura intacta puder ser observada 
ao redor de toda a superfície radicular 
 
 SE O DENTE FOI MANTIDO EM MEIO INADEQUADO E EM TEMPO 
SUPERIOR A 60 MINUTOS (REIMPLANTE TARDIO) 
• Obture o canal após a remoção da contenção 
 
 
 
 
 
Protocolo de Urgências de Traumatismo Dentoalveolar em Dentes 
Decíduos 
O manejo dos traumas na dentição decídua é diferente daquele na dentição 
permanente, isso porque existe uma relação muito próxima entre o ápice do 
dente decíduo afetado pelo trauma e o germe do dente permanente sucessor. 
Trinca de esmalte, quando não há perda de estrutura 
1. Exame: exame clínico visual da superfície dentária limpa, seca e bem 
iluminada, a fim de observar fissuras na coroa dentária, geralmente 
perpendiculares ao longo eixo do dente. 
2. O exame radiográfico tem de ser realizado sempre que há relato de 
traumatismo dentário, porém trincas de esmalte não são visíveis em 
radiografias periapicais; 
3. Tratamento: fluorterapia; 
4. Prognóstico: favorável; 
5. Proservação: todo dente com relato de traumatismo deve receber 
acompanhamento clínico e radiográfico, que nesse caso pode ser feito 
nas consultas de rotina do paciente. 
 
Fraturas não complicadas de coroa 
Fratura de esmalte: perda de estrutura restrita ao esmalte 
1. Exame: exame clínico visual da superfície dentária limpa, seca e bem 
iluminada, a fim de confirmar perda de estrutura restrita ao esmalte. 
2. O exame radiográfico deve ser feito para avaliar a extensão da fratura e 
servir de parâmetro para os demais exames de controle; 
3. Tratamento: para fraturas que envolvem apenas esmalte, basta eventual 
desgaste e polimento do dente com o intuito de evitar lacerações nos 
tecidos moles (lábio e língua). Indica-se aplicação de flúor no dente 
fraturado. Pode-se também restaurar o dente devolvendo sua forma 
anatômica original, caso haja preocupação estética dos responsáveis, 
no entanto geralmente evitam-se desgastes adicionais; 
4. Prognóstico: favorável; 
5. Proservação: nas consultas de manutenção do paciente. 
 
Fratura de esmalte e dentina sem exposição pulpar: perda de estrutura 
envolvendo esmalte, dentina e polpa preservada 
1. Exame: exame clínico visual da superfície dentária limpa, seca e bem 
iluminada, a fim de confirmar a extensão da perda de estrutura dental 
e descartar a possibilidade de exposição pulpar. 
2. O exame radiográfico precisa ser feito para avaliar a relação da 
fratura com a câmara pulpar e o estágio de rizogênese ou rizólise do 
dente afetado, além de servir de parâmetro para os demais exames 
de controle 
3. Tratamento: observa-se radiograficamente a relação da fratura com a 
câmara pulpar para decidir sobre a necessidade de proteção do 
complexo dentinopulpar com hidróxido de cálcio. 
4. Em crianças colaboradoras, deve-se restaurar tal fratura com resina 
composta. Já naquelas não colaboradoras pode-se optar pela 
restauração provisória com cimento de ionômero de vidro (CIV); 
5. Prognóstico: favorável; 
6. Pr o s e r v a ç ã o: é i m p o r t a nt e f a z e r o acompanhamento 
clínico após sete dias e o clínico-radiográfico depois de 30 e 90 dias 
e todos os anos até a esfoliação do elemento dental. 
 
Fratura complicada de coroa Fratura de esmalte e dentina com 
exposição pulpar: perda de estrutura envolvendo esmalte e dentina 
com exposição do tecido pulpar 
1. Exame: exame clínico visual da superfície dentária limpa, seca e 
bem iluminada, a fim de confirmar a extensão da perda de 
estrutura dental e presença de pequena hemorragia ou áreas 
vermelhas puntiformes indicando comprometimento pulpar. 
2. O exame radiográfico deve ser realizado para avaliar a câmara 
pulpar e o estágio de rizogênese ou rizólise do dente afetado, 
além de servir de parâmetro para os demais exames de controle; 
3. Tratamento: havendo envolvimento pulpar, o tratamento vai 
depender de uma série de fatores, tais como extensão da fratura, 
grau de desenvolvimento dental (grau de rizogênese ou rizólise), 
momento em que ocorreu o trauma (se a busca pelo tratamento 
foi imediata ou tardia) e grau de colaboração da criança. 
4. Em relação ao grau de desenvolvimento dental, quanto mais 
jovem for o dente (enquanto a rizogênese estiver incompleta), 
melhor será a resposta pulpar. Portanto, se a extensão da fratura 
for pequena e a procura por tratamento imediata, recomenda-se 
a proteção pulpar direta seguida de restauração com resina 
composta ou colagem do fragmento. Em dentes decíduos com 
raízes completas ou em estágio inicial de rizólise, o tratamento 
imediato será a pulpotomia, e o tardio, a pulpectomia. Em dentes 
com rizólise avançada opta-se pela exodontia; 
5. Prognóstico: favorável, se observadas as condições ideais; 
6. Proservação: devem-se fazer o acompanhamento clínico após 
sete dias e o clínico-radiográfico após 30 e90 dias e anualmente 
até a esfoliação do elemento dental. 
 
 
Fratura coronorradicular (esmalte-dentina cemento) sem exposição 
pulpar 
1. Exame: exame clínico visual, com o propósito de avaliar a extensão 
subgengival da fratura. Com frequência o fragmento encontra-se preso pelas 
fibras do ligamento periodontal, portanto deve-se observar a presença de 
mobilidade do fragmento fraturado. 
2. O exame radiológico pode não evidenciar a fratura, já que o traço desta 
é geralmente perpendicular ao feixe de raios X, mas servirá como parâmetro 
para futuros exames de controle; 
3. Tratamento: depende de sua extensão subgengival. Remove-se o 
fragmento para verificar tal extensão. Quando a fratura se estende 2 mm 
além do limite gengival, a exodontia é o tratamento de escolha. Porém, se a 
criança colabora e a fratura está aquém do limite gengival, é possível optar 
por restauração com resina composta; 
4. Prognóstico: favorável, se observadas as indicações e/ou 
contraindicações da restauração; 
5. Proservação: são importantes o acompanhamento clínico após sete dias e 
o clínico-radiográfico depois de 60, 90 e 180 dias e todos os anos até a 
esfoliação do elemento dental. 
 
 
Fratura coronorradicular (esmalte-dentina-cemento) com exposição 
pulpar 
1. Exame: exame clínico visual, para averiguar a extensão subgengival da 
fratura. É comum o fragmento estar preso pelas fibras do ligamento 
periodontal, portanto tem de ser observada a presença de mobilidade do 
fragmento fraturado. 
2. O exame radiológico pode não evidenciar a fratura, pois o traço desta é 
geralmente perpendicular ao feixe de raios X, mas servirá como 
parâmetro para futuros exames de controle; 
3. Tratamento: também depende da extensão subgengival e segue os 
mesmos princípios da fratura coronorradicular sem exposição pulpar, 
todavia, neste caso, o tratamento pulpar se faz necessário e a 
abordagem é semelhante à da fratura coronária com envolvimento 
pulpar; 
4. Prognóstico: favorável, desde que sejam verificadas as indicações ou 
contraindicações da restauração (2 mm aquém da margem gengival) e 
da terapia pulpar (estágio de desenvolvimento dentário adequado); 
5. Proservação: devem-se fazer o acompanhamento clínico após sete dias 
e o clínico-radiográfico depois de 60, 90 e 180 dias e anualmente até a 
esfoliação do elemento dental. 
 
 
Fratura radicular 
1. Exame: exame clínico visual, quando poderá ser observado ligeiro 
deslocamento da coroa associado a pequena extrusão. Apalpa-se a 
área afetada para verificar se há dor ao toque e/ou presença de 
mobilidade e para descartar fratura óssea. Comumente, a mobilidade 
por fratura alveolar acontece em bloco, ou seja, ao testar um dente, os 
elementos adjacentes também apresentam mobilidade. 
2. O exame radiográfico determinará se a mobilidade dentária acontece em 
virtude de luxação ou da presença de fratura radicular .Em tais caso, 
sugerem-se tomadas radiográficas adicionais com diferentes 
angulações; 
3. Tratamento: depende da localização (terços apical, médio ou cervical) e 
direção da linha de fratura (orientação transversal ou longitudinal): 
4. Fraturas transversais nos terços apical e médio: reposicionamento por 
pressão digital para aproximação dos fragmentos, quando o tratamento 
é imediato. Se for tardio ocorre interposição do coágulo, o que dificulta 
essa manobra. Fraturas de terço apical normalmente se recuperam sem 
tratamento, no entanto, nas fraturas de terço médio e sobretudo 
naquelas com mobilidade do dente envolvido, faz-se necessária 
contenção rígida por um período de 90 a 120 dias. 
5. Acompanha-se radiograficamente a formação do reparo para a remoção 
da contenção; 
6. Fraturas transversais no terço cervical: exodontia, uma vez que a 
mobilidade do fragmento coronário inviabiliza a contenção. A literatura 
aponta a não necessidade de remover o fragmento radicular, pois ele 
deverá passar pelo processo de rizólise fisiológica; 
7. Fraturas longitudinais ou oblíquas: exodontia é o tratamento de escolha. 
8. Prognóstico: as fraturas transversais no terço apical têm prognóstico 
mais favorável que as demais; 
9. Proservação: acompanhamento clínico e radiográfico durante um, três, 
quatro e seis meses e todos os anos até a esfoliação. 
 
 
Concussão 
Trata-se de traumatismo de pequena intensidade que envolve hemorragia e 
edema do ligamento periodontal, porém sem ruptura de fibras. Não provoca 
deslocamento, mobilidade dentária ou sangramento do sulco gengival. 
1. Exame: exame clínico visual. Clinicamente o dente afetado não 
revela alterações, contudo pode apresentar sensibilidade ao toque e 
causar desconforto à mastigação. O dentista quase nunca é 
solicitado em atendimentos de emergência nesses casos; há apenas 
relatos em consultas de rotina posteriores. Não estão indicados 
testes de percussão ou térmicos em crianças, já que o resultado não 
é fidedigno, além de poder suscitar comportamento não colaborativo. 
Um exame radiográfico deve ser realizado como parâmetro para 
futuras consultas de controle, entretanto alterações não são 
observadas; 
2. Tratamento: orientação dietética. Oferece-se uma dieta mais pastosa 
e líquida, sobretudo nas primeiras 48 horas, e restringe-se o uso de 
chupetas e mamadeiras. 
3. Os pais deverão ser orientados para levarem a criança ao consultório 
novamente caso observem algo que lhes cause estranhamento, 
como edema local ou presença de fístula; 
4. Prognóstico: favorável, com possibilidade de alteração de cor 
transitória ou permanente por hemorragia pulpar. A mudança de cor, 
quando tardia, tem de ser acompanhada mais de perto para 
descartar necrose pulpar; 
5. Proservação: sete dias após o trauma e depois nas consultas de 
rotina do paciente. 
 
 
Subluxação 
Traumatismo de intensidade baixa a moderada que provoca ruptura de 
algumas fibras do ligamento periodontal e leva à mobilidade sem, 
contudo, provocar deslocamento dentário. Sangramento no sulco gengival 
pode estar presente. 
1. Exame: clínico visual. Embora o dente subluxado não apresente 
deslocamento, é possível ocorrer mobilidade horizontal (leve a severa). 
Quando o exame é imediato ao trauma, percebe-se sangramento no sulco 
gengival. Há relato de sensibilidade ao toque e à mastigação do dente 
traumatizado. Como dito anteriormente, não se recomendam os testes 
térmicos ou de percussão. Tal qual na concussão, o exame radiográfico, 
apesar de não revelar alterações, é importante para avaliações futuras; 
2. Tratamento: assim como na concussão, é seguida orientação dietética e 
restringe-se o uso de chupetas e mamadeiras. Caso a mobilidade seja 
acentuada, uma contenção flexível ou semirrígida deverá ser usada por 
dez a 14 dias; 
3. Prognóstico: favorável, porém com possibilidade de alteração de cor e 
calcificação pulpar; 
4. Proservação: avaliação clínica depois de sete dias e controle clínico-
radiográfico após 30 e 120 dias. Posteriormente a isso, fazem-se 
consultas de rotina. 
 
Luxação lateral 
Trata-se de traumatismo de maior intensidade que leva a 
deslocamentos dentários nos sentidos palatino, vestibular, mesial ou 
distal. 
1. Exame: no exame clínico visual nota-se deslocamento dentário, com 
presença ou não de mobilidade, sangramento e laceração gengival. 
A palpação dos tecidos adjacentes é necessária a fim de perceber 
abaulamentos correspondentes aos ápices radiculares. 
2. Deve se verificar a oclusão, pois eventuais contatos prematuros 
podem existir em virtude da nova posição assumida pelo dente na 
arcada. 
3. O exame radiográfico evidencia o deslocamento dentário pelo 
aumento do espaço do ligamento periodontal. É muito importante 
avaliar a relação do dente decíduo afetado com o germe do 
permanente sucessor e comparar tal germe com seu homólogo para 
diagnosticar possível deslocamento dele; 
4. Tratamento: vai depender de uma série de fatores, tais como 
magnitude do deslocamento,grau de desenvolvimento dentário e sua 
relação com o sucessor permanente, procura por tratamento 
imediata ou tardia e grau de cooperação da criança ao tratamento 
proposto. 
5. Deslocamentos muito pequenos sem interferência oclusal, a 
musculatura da língua e do lábio tendem a reposicionar o dente sem 
qualquer outra intervenção. 
6. No caso de deslocamentos não muito extensos, em condições 
favoráveis, ou seja, dentes em estágio inicial de rizólise (menos de 
1/3 de reabsorção), sentido do deslocamento contrário ao dente 
permanente (coroa para palatino – raiz para vestibular), busca por 
tratamento nas primeiras horas após o trauma e criança 
colaboradora, faz-se a reposição sob anestesia local, pressionando 
bidigitalmente o dente. 
7. Caso haja mobilidade, está indicada contenção flexível ou 
semirrígida por dez a 14 dias. 
8. Persistindo a interferência oclusal, ocorre o desgaste incisal. Se os 
deslocamentos forem de grande intensidade ou em direção ao germe 
do permanente, a extração é o tratamento de escolha. 
9. Em todas as situações os responsáveis devem ser orientados quanto 
à dieta leve, restrição ao uso de chupetas e mamadeiras e ao 
controle mecânico e químico (digluconato de clorexidina a 0,12% 
com cotonete) de biofilmes bucais; 
10. Prognóstico: favorável para o permanente, porém com possibilidade 
de necrose do dente afetado; 
11. Proservação: avaliação clínica e remoção da contenção após 15 
dias, controle clínico radiográfico depois de 30, 60 e 120 dias e 
anualmente até a esfoliação do dente. 
 
Fratura alveolar 
Este tipo de fratura envolve o osso alveolar, e os dentes contidos no fragmento 
geralmente apresentam mobilidade. 
1. Exame: durante o exame clínico, os dentes presentes no fragmento 
com frequência estão deslocados e com elevada mobilidade. Sendo 
assim, há necessidade de verificar se existem interferências 
oclusais. A mucosa da região pode apresentar descontinuidade. 
Radiograficamente a fratura horizontal passa pelo ápice do dente 
decíduo e observa-se o germe do permanente. É possível que uma 
radiografia lateral informe a relação entre as duas dentições e se o 
segmento está deslocado para vestibular ou palatino; 
2. Tratamento: o reposicionamento da região fraturada precisa ocorrer 
com pressão bidigital. Em função da rápida cicatrização, em 
algumas situações a imobilização não é necessária, mas em casos 
de fraturas de grande extensão a contenção dental é feita para 
alcançar estabilidade; além disso, alguns dentes também poderão 
ser extraídos com esse propósito. 
3. Tais procedimentos devem ser realizados sob anestesia local ou, em 
grandes traumatismos, geral. Normalmente a contenção é removida 
após quatro semanas. 
4. Verifica-se aparecimento de fístula ou mobilidade nas consultas de 
acompanhamento; Prognóstico: a cicatrização óssea em crianças 
comumente ocorre sem complicações, porém durante o 
acompanhamento reabsorções radiculares podem ser vistas; 
5. Proservação: o controle deve ser realizado por meio de exame 
clínico e radiográfico após quatro, seis e oito semanas e depois de 
um ano. O controle radiográfico anual precisa acontecer até a 
esfoliação do dente decíduo e erupção do permanente. 
 
Contenção 
É um auxílio a fim de que os dentes fiquem em posição de repouso para 
ajudar no reparo do feixe vasculonervoso e das fibras periodontais. 
1. Faz se necessário manter a integridade dos tecidos e proporcionar 
condições adequadas de higiene para evitar o acúmulo de placa 
bacteriana. 
2. Quando a contenção é recomendada, deve ser colocada no terço 
médio da face vestibular dos dentes traumatizados e adjacentes 
envolvendo dois dentes de suporte de cada lado. 
3. As contenções mais usadas são as que empregam fios de náilon ou 
de aço fixados aos dentes com resina composta. 
4. geralmente são utilizadas quando há lesões nos tecidos de 
sustentação; semirrígidas, com fios ortodônticos 0,2 mm ou 0,4 mm 
ou twist flex, indicadas a fraturas de tecido ósseo; e rígidas, com fios 
ortodônticos de 0,5 mm, quando ocorrem fraturas radiculares. 
Orientações aos pais 
1. Deve-se recomendar higiene local para melhor cicatrização. Tal 
higiene precisa ser feita com escova macia e aplicação de solução de 
clorexidina 0,12% com cotonete na área lesada duas vezes ao dia por 
uma semana para prevenir acúmulo de placa; 
2. Se houve injúria aos lábios, faz-se necessário usar protetor labial durante 
o processo de cicatrização a fim de evitar ressecamento; 
3. Manter a região em repouso com dieta leve, alimentação pastosa e 
morna por sete a dez dias para melhor recuperação dos tecidos de 
sustentação; 
4. Evita-se uso de mamadeiras e chupetas, principalmente em casos 
de intrusão, para facilitar a reerupção espontânea; 
5. Alerta-se sobre eventuais alterações nos dentes decíduos, como 
retenção prolongada, escurecimento, edema, aumento de mobilidade do 
dente afetado e possibilidade de aparecimento de fístula vestibular; 
6. Possíveis sequelas aos dentes permanentes associadas a 
traumatismo dental no decíduo também deverão ser informadas, 
sobretudo em casos de intrusão, avulsão e fratura alveolar em 
crianças menores de 4 anos de idade; 
7. São importantes exames de controle de acordo com o trauma; 
8. Registram-se no prontuário todos os dados e avisa-se aos pais de 
que devem ser realizadas consultas de controle. Sugerimos que estes 
assinem confirmação das informações recebidas. 
 
 
Tabela de Procedimentos de cada tipo de trauma. 
 
 
 
Concussão 
Raio X + observação + 
acompanhamento + 
remoção de hábitos de sucção + 
orientação para dieta leve 
Raio X + observação + 
acompanhamento + 
remoção de hábitos de sucção + 
orientação da alimentação 
 
Subluxação 
Raio X + contenção semirrígida + 
remoção de hábitos de sucção + 
orientação para dieta leve 
Com mobilidade: raio X + contenção 
semirrígida 
Sem mobilidade: raio X + observação 
 
 
 
 
Luxação intrusiva 
Dente decíduo intruído contra o germe 
do permanente ou ruptura da tábua 
óssea com exposição da raiz por 
vestibular: raio X (lateral de nariz) + 
exodontia 
Dente decíduo intruído em direção 
vestibular, porém sem ruptura da 
tábua óssea ou exposição da raiz: raio 
X + acompanhamento da reerupção + 
medicação 
Dente decíduo intruído contra o germe 
do permanente ou ruptura da tábua 
óssea com exposição da raiz por 
vestibular: raio X (lateral de nariz) + 
exodontia 
Dente decíduo intruído em direção 
vestibular, porém sem ruptura da 
tábua óssea ou exposição da raiz: raio 
X + acompanhamento da reerupção + 
medicação (se necessário) 
 
Luxação extrusiva 
Até 2 mm: raio X + reposição do 
dente + contenção + medicação 
Mais de 2 mm: raio X + exodontia 
 
Raio X + exodontia 
Tipo de trauma Tratamento imediato Tratamento tardio 
Trinca de esmalte 
Profilaxia + flúor + raio X (se 
possível) 
Profilaxia + flúor + raio 
X (se possível) 
 
Fratura de esmalte 
Pequena: polimento + flúor (raio X, 
se possível) 
Maior: restauração 
Pequena: polimento + flúor 
+ raio X (se possível) 
Maior: restauração 
 
Fratura de esmalte + 
dentina 
Raio X + proteção dentinária 
(quando necessário) + restauração 
+ proservação 
Sem dor: raio X + 
proteção dentinária 
(quando necessário) + 
restauração + 
proservação 
Com dor: pulpectomia + 
restauração 
 
Fratura de esmalte + 
dentina + polpa 
Ápice aberto: raio X + pulpotomia 
+ restauração 
Ápice fechado: raio X + 
pulpectomia + restauração 
 
Raio X + 
pulpectomia + 
restauração 
 
 
Fratura de esmalte + 
dentina + cemento 
Remanescente recuperável: raio 
X + pulpectomia (se houver 
comprometimento pulpar) + 
restauração 
Remanescente irrecuperável: raio 
X + exodontia + avaliação da 
necessidade de mantenedor de 
espaço 
 
Remanescente recuperável: 
raio X + pulpectomia + 
restauração Remanescente 
irrecuperável: raio 
X + exodontia + 
mantenedor de espaço 
 
Fratura de esmalte + 
dentina + polpa + 
cemento 
Remanescenterecuperável: raio X 
pulpectomia + restauração 
Remanescente irrecuperável: raio 
X + exodontia + mantenedor de 
espaço 
Remanescente recuperável: 
raio X + pulpectomia + 
restauração Remanescente 
irrecuperável: raio 
X + exodontia + 
mantenedor de espaço 
 
Fratura radicular 
1/3 apical ou 1/3 médio: contenção 
rígida 
1/3 cervical: exodontia 
Pouca mobilidade: 
raio X + contenção 
rígida 
Muita mobilidade: 
raio X + exodontia 
Luxação lateral 
Raio X + reposição do dente + 
contenção + medicação 
Raio X + exodontia 
Avulsão 
Raio X + sutura (se necessário) 
NÃO REIMPLANTAR 
Raio X + avaliação da necessidade de 
mantenedor de espaço 
Fratura alveolar 
Raio X + reposição + contenção + 
medicação 
Raio X + exodontia (dentes com 
reabsorção radicular severa) 
Obs.: Sempre avaliar o estado vacinal do paciente 
 
 
 
Referências 
 
➢ PRADO, Maíra. El.al. Fratura coronorradicular: uma abordagem 
multidisciplinar. REVISTA DE ODONTOLOGIA DA UNESP, Piracicaba – 
SP. 2012 
➢ LOSSO, Estela. El.al. Traumatismo dentoalveolar na dentição decídua. 
SBO. Curitiba – PR. Jan-Mar. 2011 
➢ Estrela, Dor Odontogênica,SP, Artes Médicas. 2001 
➢ Protocolo de traumatismo dentoaveolar. Usp.br.

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