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PORTFÓLIO CICLO 2 - FUNDAMENTOS E MÉTODOS DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA

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CLARETIANO – REDE DE EDUCAÇÃO 
 
 
CAIO VILAR RIBEIRO 
8043389 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS E MÉTODOS DE ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA 
E MATEMÁTICA 
PORTFÓLIO - CICLO 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA (TAGUATINGA-DF) 
2021 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
As formas tradicionais de ensino, no que se refere a alfabetização inicial consistem num 
método no qual o professor é o sujeito o qual transmite o conteúdo para o aluno, que naturalmente 
se torna um espectador passivo, um mero receptor, pois dessa forma não integra de fato o processo 
de ensino-aprendizagem, pois não participa da construção do conhecimento. 
Porém, grande parte dos professores não está capacitado para compreender algumas 
dificuldades que a criança enfrenta antes de entender o verdadeiro sentido da leitura e escrita. Na 
aprendizagem inicial as práticas utilizadas são, muitas vezes, baseadas na junção de silabas simples, 
memorização de sons decifração e cópia. 
Podemos compreender que a depender do seu nível de desenvolvimento, a criança na fase 
da educação infantil, adquire habilidades psicomotoras e cognitivas, para isso a escola tem a função 
primordial de oferecer condições e instrumentos adequados. 
O desenvolvimento dessas habilidades está estreitamente ligado a escrita, conforme vai 
expandindo o aprendizado, de forma gradativa a criança adquire a prática a que se propôs seu 
desenvolvimento. 
Segundo Tfouni (2006) a escrita se associa ao desenvolvimento social e cognitivo das crianças 
que ao processo em que são alfabetizadas fazem uso da leitura e a escrita para a representação das 
práticas que compõem seu meio. 
Dessa forma, a escrita se dá como estágio substancial da aquisição de estratégias para a 
compreensão de um código linguístico, concomitantemente com a aquisição de conhecimentos de 
mundo. 
A Psicogênese da Língua Escrita é uma das obras trabalhadas no curso de Pedagogia que mais 
fornece subsídios para o futuro profissional do professor alfabetizador, uma vez que, tornou-se 
possível contribuir para as discussões em sala de aula com a análise entre a realidade e a prática. 
Para Ferreiro (1996) a leitura e escrita são sistemas construídos paulatinamente. As primeiras 
escritas feitas pelos educandos no início da aprendizagem devem ser consideradas como produções 
de grande valor, porque de alguma forma os seus esforços foram colocados nos papéis para 
representar algo. 
Os elementos necessários para a organização e planejamento do trabalho pedagógico de 
alfabetização, são: o mapeamento e o acompanhamento dos alunos no processo de apropriação do 
SEA; a formação dos agrupamentos produtivos de alunos na sala de aula de alfabetização; o 
planejamento da rotina de alfabetização e letramento. 
Por fim, a discussão do conceito de consciência fonológica, assim como os princípios básicos 
linguísticos relacionados aos mecanismos de consciência fonológica na etapa de apropriação do 
sistema de escrita alfabética (SEA) serão trabalhados, também, com a compreensão das habilidades 
fonológicas, essenciais para a criança avançar em suas hipóteses sobre o sistema alfabético e a 
relevância da reflexão metalinguística para potencializar esse processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO 
 
Segundo Ferreiro (1996, p.24) “O desenvolvimento da alfabetização ocorre, sem dúvida, em 
um ambiente social. Mas as práticas sociais assim como as informações sociais, não são recebidas 
passivamente pelas crianças.”. 
A partir da necessidade de compreender a relação da criança com o mundo da escrita, foi 
que se deu início a trajetória do processo da alfabetização escolar no Brasil, seu desenvolvimento e 
metodologias. Desde então os linguistas se debruçaram neste objeto, a fim de esclarecer os fracassos 
escolares iniciais na aprendizagem da escrita e a procura de métodos inovadores para contribuir com 
o processo de aquisição da escrita da criança. 
Ferreiro (1999, p.47) afirma que “a alfabetização não é um estado ao qual se chega, mas um 
processo cujo início é na maioria dos casos anterior a escola é que não termina ao finalizar a escola 
primária”. 
Inicialmente, é essencial apreender os significados da palavra alfabetização, aqui 
compreendida como o processo de aprendizado do alfabeto, que se dá progressivamente e de sua 
utilização como forma de comunicação, sendo o indivíduo capaz de codificar, ler e interpretar. 
Há crianças que chegam à escola sabendo que a escrita serve para escrever coisas 
inteligentes, divertidas ou importantes. Essas são as que terminam de alfabetizar-se na escola, mas 
começaram a alfabetizar muito antes, através da possibilidade de entrar em contato, de interagir 
com a língua escrita. Há outras crianças que necessitam da escola para apropriar-se da escrita. 
(Ferreiro, 1999, p.23) 
De acordo com Soares (2004, p. 26) o surgimento da palavra alfabetização se deu quando 
“foi introduzida há pouco menos de duas décadas nas ciências linguísticas, e surgiu da necessidade 
de configurar e nomear os comportamentos e práticas sociais referentes à leitura e a escrita que 
ultrapassa o domínio do sistema alfabético e ortográfico”. 
 Ferreiro e Teberosky (1999) foram grandes contribuidoras para a evolução do estudo da 
escrita, desenvolveram a teoria da psicogênese da língua escrita das crianças, onde as autoras 
mostram em sua obra como as crianças constroem diferentes hipóteses sobre a escrita até 
compreender o processo de alfabetização. A partir do estudo de Ferreiro e Teberosky (1999) foi 
possível compreender os níveis de evolução da escrita da criança. 
É de suma importância que o educador alfabetizador possua conhecimento sobre o nível que 
a criança se encontra a fim de poder participar ativamente desse processo e levar a criança a 
considerar suas hipóteses. 
 
Essa aprendizagem segue um processo que podemos descrever com Weisz, como: 
 
[a criança] começa diferenciando o sistema de representação escrita 
do sistema de representação do desenho. Tenta várias abordagens 
globais (hipótese pré-silábica), numa busca consistente da lógica do 
sistema, até descobrir - o que implica uma mudança violenta de 
critérios - que a escrita não representa o objeto a que se refere e sim 
o desenho sonoro do seu nome. Neste momento costuma aparecer 
uma hipótese conceitual que atribui a cada letra escrita uma sílaba 
oral. Esta hipótese (hipótese silábica) gera inúmeros conflitos 
cognitivos, tanto com as informações que recebe do mundo, como 
com as hipóteses de quantidade e variedade mínima de caracteres 
construída pela criança. (WEISZ, 1990, p. 73). 
 
 
Os vídeos apresentados apontam como níveis de evolução da escrita da criança, as seguintes 
fases: 
• Icônica: Em que a assimilação da criança se da por meio de desenhos, imagens que 
representem o que tem a dizer; 
 
 
• Garatuja: Em que a criança acredita que o processo de escrita se concretiza por meio 
da imitação de rabiscos/linhas; 
• Pré-silábico: apontado como a escrita de letras aleatórias, pois a criança entende que 
escrever necessariamente precisa ter letras envolvidas no processo; 
• Silábica (sem valor sonoro): Quando a criança começa a perceber a segmentação da 
palavra, ela já usa a quantidade de letras e sílabas que a palavra possui; 
• Silábica (com valor sonoro): Para cada sílaba, uma letra representa um fonema da 
sílaba; 
• Silábico-alfabética: Consciência fonológica, mas ainda sim uma letra pode 
representar uma sílaba; 
• Alfabética: Palavra completa com possíveis erros na representação do som por meio 
das letras; 
• Ortográfica: Palavra com a correção linguística. 
 
Partindo para a análise e reflexão do caso concreto, temos algumas escritas e dessas 
podemos identificar características que se encaixam em determinadas fases expressas por Ferreiro e 
Teberosky (1999): 
 
 
Escrita 1 – Antônio: 
Nível 4 – Silábico-alfabético: Ele começa a 
perceber que a sílaba pode ter duas letras e 
apresentadificuldades em separar palavras 
quando escreve frases. Assim, acaba por 
“engolir letras”, entretanto esse “erro” faz 
parte do processo de alfabetização. 
Escrita 2 – Odirley 
Nível 1 - Icônica e Garatujas: Odirley ainda não 
têm claro a relação entre a escrita e a 
pronúncia. Ele expressa sua escrita através da 
produção de rabiscos, ainda não desconfia 
que as letras possam ter algum tipo de relação 
com os sons da fala. 
 Escrita 3 – Fernando 
Nível 4 - Silábico-alfabético: Assim como o 
Antônio, representa uma consciência 
fonológica, o que demonstra que consegue 
identificar as letras que representam a sílaba 
por meio do som que ela produz. 
 Escrita 4 – Pedro 
Nível 4- Silábico-alfabético: Apesar de estar 
bem perto da fase alfabética, Pedro ainda sim 
representa uma sílaba por meio de uma letra, 
como por exemplo, o que = Q. 
 
 
 
 Escrita 5 – Daiana 
Nível 2 – Pré-silábico: Apresenta a 
necessidade da utilização de muitas letras 
para escrever o nome de um objeto grande, e 
poucas letras para escrever o nome de uma 
coisa pequena, nomeado como critério 
qualitativo. 
 Escrita 6 – Talita 
Nível 3 – Silábica (sem valor sonoro): 
Utilizou uma letra para cada sílaba mesmo 
que não fonetizada 
 Escrita 7 – Cleonilda 
Nível 3 – Silábica (com valor sonoro): Em 
determinadas palavras utilizou para cada 
sílaba um fonema correspondente. 
 Escrita 8 – Taís 
Nível 3 – Silábica (sem valor sonoro): 
Utilizou uma letra para cada sílaba mesmo 
que não fonetizada. 
 Escrita 9 – Ricardo 
Nível 3 – Silábica (sem valor sonoro): 
Utilizou uma letra para cada sílaba mesmo 
que não fonetizada. 
 
 Escrita 10 - Fábio 
Nível 3 – Silábica (sem valor sonoro): 
Utilizou uma letra para cada sílaba mesmo 
que não fonetizada.
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES 
Através do estudo foi possível compreender que para Emília Ferreiro as dificuldades e 
fracassos nas séries iniciais na aprendizagem da leitura e escrita são um problema que nenhum 
método conseguiu solucionar. 
 Em suas obras, ela não apresentou nenhum método pedagógico que deveria ser seguido 
pelos professores para alfabetizarem seus alunos, mas mostrou de que forma as crianças aprendem. 
Tendo como base de referencia a teoria psicológica e epistemológica de Piaget, a pesquisadora 
mostrou que a criança constrói seus sistemas interpretativos, ou seja, pensa em diferentes hipóteses 
para construir seus conhecimentos. 
É necessário então que o professor considere as escritas do ponto de vista construtivo, 
representando a evolução de cada criança, é preciso que haja uma reestruturação interna na escola 
com relação à alfabetização e também no que se refere às formas de alfabetização.

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