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- -1 Tema 17: Benefícios Previdenciários em espécie – Aposentadoria Renata Vilaça Pereira Introdução A Constituição Federal de 1988 assegura a aposentadoria de no mínimo um salário mínimo para homens e mulheres trabalhadores, brasileiros ou estrangeiros, por tempo de contribuição ou por idade, contribuintes da Previdência Social, que é um seguro social que visa proteger e resguardar os segurados por meio de contribuições de trabalhadores ativos. São muitos os tipos de aposentadoria, cada um com regras próprias, mas todos objetivam proporcionar estabilidade social e dignidade de vida aos segurados. Neste estudo vamos analisar os tipos de aposentadoria e suas regras principais. Ao final desta aula, você será capaz de: • reconhecer o conceito de aposentadoria, suas hipóteses de ocorrência e requisitos para concessão. Aposentadoria por Idade Nos termos da Lei 8.213/1991, a aposentadoria tem regras diferentes para trabalhadores urbanos e rurais, mas para ambos há carência de 180 meses de contribuição, ou seja, tanto o trabalhador urbano como o trabalhador rural, para requerer a aposentadoria deverão ter contribuído no mínimo 15 anos. · Trabalhadores urbanos: idade mínima de 60 anos para mulheres e 65 anos para homens; • Windows8 Riscado - -2 Figura 1 - Aposentados por idade Fonte: Diego Cervo, Shutterstock, 2018 · Trabalhadores rurais: idade mínima de 55 anos para mulheres e 60 anos para homens, carência trabalhada exclusivamente no meio rural, e exercício efetivo de atividades rurais no momento do pedido de aposentadoria. De acordo com a Instrução Normativa INSS/PRES Nº 45/2010, indígenas que praticam economia de subsistência ou trabalham com artesanato de extrativismo vegetal, equiparam-se aos trabalhadores rurais para efeitos previdenciários. A Lei 11.718/2008 permite a soma do trabalho rural ao trabalho urbano para atender a carência de 180 meses, ou seja, será somado o tempo que contribuiu como trabalhador urbano e o tempo de contribuição como trabalhador rural, por exemplo, um trabalhador rural, que atuava como lavrador, após alguns anos começa a trabalhar como motorista de uma empresa de ônibus, como trabalhador urbano passa a contribuir como o INSS, no momento da aposentadoria, resguardado a idade mínima do trabalhador urbano, ele poderá somar ao tempo de carência, os anos trabalhados como lavrador. Aposentadoria por Idade da Pessoa com Deficiência Pela Lei 8.213/1991 , as pessoas com deficiência que contribuem para o INSS têm direito à aposentadoria. A regra geral é de 180 meses de trabalho já na condição de deficiente físico e idade mínima de 55 anos para mulheres e 60 anos para homens. - -3 Figura 2 - Aposentadoria por idade da pessoa com deficiência Fonte: Pryzmat, Shutterstock, 2018 A Lei Complementar 142/2013 regulamentou o acesso das pessoas com deficiência à aposentadoria, ou seja, de qualquer pessoa que tenha limitações de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que impossibilitem o exercício pleno da cidadania e da vida social em condições de igualdade com as demais pessoas. O deficiente deverá apresentar atestado médico que comprove a sua condição no momento do pedido de aposentadoria, e passará por perícia médica no INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social. A Lei 13.146 /2015, chamada de Estatuto do Deficiente, estabelece o acesso dos deficientes ao trabalho e a obrigação legal do empregador de contratar uma cota mínima de pessoas com deficiência, de acordo com o número de funcionários total da empresa, além de fornecer-lhes recursos para bem desempenhem suas tarefas laborais. FIQUE ATENTO A pessoa com deficiência pode contribuir para previdência social como empregado celetista, empregado doméstico, segurado especial, contribuinte individual, microempresário individual, produtor rural pessoa física ou segurado facultativo (BRASIL, 2018). - -4 Aposentadoria por Tempo de Contribuição Nos termos da Lei 8.213/1991, tem direito a esta modalidade de aposentadoria o segurado que comprova 30 anos de contribuição se mulher, e 35 anos se homem, independente de idade mínima, não sendo computados tempo de gozo de auxílios-doença na carência de 180 meses, por exemplo, se o trabalhador ficou afastado por dois anos, estes anos serão descontados para fins de carência. Além da regra geral, há outras três e o segurado pode escolher a mais vantajosa: · Regra 85-95 progressiva: carência de 180 meses e soma da idade e do tempo de contribuição totalizando 85 para as mulheres e 95 para os homens, assim se a mulher possui 25 anos de contribuição e tem 60 anos de idade, a soma destes dois daria 85 e por isso já teria o direito de se aposentar. · Regra com 30/35 anos de contribuição: sem idade mínima. Exige carência de 180 meses e tempo de contribuição de 30 anos para a mulher e de 35 anos para o homem. · Regra Para Proporcional: está disponível para quem contribuía para o INSS até16/12/1998. Exige 180 meses de carência, a idade mínima de 48 anos e contribuição de 25 anos para a mulher, e 53 anos de idade e 30 anos de contribuição para o homem, e mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava para o segurado se aposentar naquela data. A Lei 8.213/1991 trazia ainda o instituto da desaposentação, que era o direito do trabalhador abrir mão da sua aposentadoria e requer uma nova, com condições melhores. Contudo, por decisão do STF, não é mais possível aplicação deste instituto. (BRASIL, 2016). Aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência A Constituição Federal de 1988, por meio do artigo 201, permite critérios diferenciados para segurados portadores de deficiência física. EXEMPLO Uma segurada com 25 anos de contribuição e que na data do requerimento da aposentadoria possuía 60 anos completos, faria jus ao benefício, considerando a soma 25 + 60 = 85, que resultaria um coeficiente de 85, atendendo as regras para aposentadoria progressiva. - -5 Não há idade mínima, a carência é de 180 meses e o tempo de contribuição varia de acordo com o grau da deficiência estabelecido por atestado médico. FIQUE ATENTO Após pedir a aposentadoria, a pessoa com deficiência é convocada para uma perícia médica do INSS, e deve apresentar documentos, tais como: atestados médicos e exames que comprovem a deficiência, bem como o grau de classificação e a data de início da condição debilitante. - -6 Figura 3 - Deficiência Fonte: Shutterstock, 2018 · Deficiência Leve: 28 anos – mulheres; 33 anos - os homens; · Deficiência Moderada: 23 anos - mulheres; 28 anos - homens; · Deficiência Grave: 20 anos – mulheres; 25 anos - homens. - -7 Por Tempo de Contribuição do Professor Pela Lei 8.213/1991 , professores da Educação Básica que comprovem contribuição de 25 anos se mulheres e de 30 anos se homens, no exercício efetivo e exclusivo do magistério, podem pedir aposentadoria por tempo de contribuição, cumprida a carência de 180 meses. Figura 4 - Aposentadoria da Classe de Professores Fonte: Shutterstock, 2018 Outra possibilidade é a regra 85/95 proporcional. Os professores devem optar pela regra que lhes for mais favorável. É necessário lembrar que esta regra não beneficia professores universitários. - -8 Hoje, o INSS concede a aposentadoria por tempo de contribuição também para diretores, psicólogos, pedagogos, entre outros profissionais do ramo, que comprovem trabalho exclusivo na Educação Básica. Aposentadoria por Invalidez Nos termos da Lei 8.213/1991 , a aposentadoria por invalidez é precedida do auxílio-doença, e é concedida após perícia médica do INSS que conclua pela grave condição de saúde do segurado, que o incapacita permanentemente para atividades laborativas. Havendo possibilidade de reabilitação, a aposentadoria por invalidez não é concedida. De acordo com o artigo 43, § 4o o segurado aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento para avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria, concedida judicial ou administrativamente. Caso estabelecido, o aposentado deve voltar a trabalhare a contribuir para o INSS, para não perder a condição de segurado. Não há reversão para aposentados com 60 anos, ou 55 anos e há 15 aposentados. O aposentado por invalidez que necessita atenção contínua pode pedir ao INSS um adicional de 25% no valor do seu benefício, inclusive do 13° salário (artigo 45, da Lei nº 8.213/1991). Aposentadoria Especial por Tempo de Contribuição Pela Lei 8.213/1991, esta modalidade é destinada aos segurados que trabalham expostos a agentes nocivos à saúde ou à integridade física durante a jornada de trabalho, em nível acima do que a lei considera normal, contínua e ininterruptamente, como patologistas, radiologistas, etc. Há carência de contribuição de 180 meses e o acesso ao benefício pode ser aos 15, 20 ou 25 anos de contribuição, conforme o grau de nocividade do agente, ou seja, o quanto afeta a saúde. É obrigatório a entrega ao INSS do Perfil Profissiográfico Previdenciário, documento histórico-laboral com informações sobre a exposição do segurado a agentes nocivos, registros ambientais e monitoração biológica. Este documento é fornecido pelos empregadores aos empregados e abrange todo o período de vigência do contrato de trabalho. SAIBA MAIS O Supremo Tribunal Federal decidiu, na ADI 3772 (Ação Direita de Inconstitucionalidade), que não só a regência de sala, mas todo o tempo destinado às atividades nas escolas, como atendimento pedagógico, preparação e correção de provas, entre outros, devem ser computados no cálculo da aposentadoria dos 85. Windows8 Sublinhado - -9 Fechamento Nesta unidade você aprendeu sobre as modalidades de aposentadoria oferecidas pela Previdência Social: por idade, por idade da pessoa com deficiência, por tempo de contribuição, por tempo de contribuição da pessoa com deficiência, por tempo de contribuição do professor, por invalidez e especial por tempo de contribuição, especificando os requisitos de cada uma das modalidades, se existe carência para contribuição e quais segurados têm direitos aos benefícios. Observamos também que várias modalidades atendem a diferentes categorias profissionais e situações laborais, sempre com o objetivo de proteção dos segurados. Referências BRASIL. Disponível em <Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. http://www.planalto.gov.br >. Acesso em 12.06.2018./ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm BRASIL. Disponível em <Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis >. 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