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Fernanda Jorge Martins – 3º Período @fernandamartins.med APG III TEMPO É VIDA Objetivos: 1. Estudar as alterações do ECG e os marcadores químicos do IAM e relaciona-los a anatomofisiologia do coração; 2. Compreender a Histopatologia (necrose) do IAM; 3. Conhecer os tipos de infarto e seus fatores de risco; 4. Entender a reperfusão sanguínea e suas repercussões; 5. Apontar a conduta farmacológica em caso de IAM; 6. Caracterizar a dor precordial. Infarto Agudo do Miocárdio O Infarto Agudo do miocárdio se dá pela obstrução total e necrose em grupos de células decorrente de uma não oxigenação sanguínea em uma certa área, decorrente, normalmente de uma angina instável, sendo que a gravidade do quadro depende da duração da isquemia, que causa a morte celular; Afetam igualmente brancos e negros; O risco aumenta concomitante com a idade; Os homens apresentam mais risco do que as mulheres; As mulheres na menopausa aumentam as chances de apresentarem IAM (redução do nível de estradiol); A conclusão da parte proximal da artéria descendente anterior esquerda é a causa de aproximadamente 40 à 50% de todos os infartos miocárdicos e normalmente provoca infarto na parede anterior do ventrículo esquerdo; Essas condições podem ser atendidas por meio de elevação de biomarcadores cardíacos (preferencialmente, troponina cardíaca (cTn) acima do 99th percentil do limite superior de referência (LSR) e pelo menos um dos seguintes: Sintomas da isquemia; Alterações eletrocardiográficas indicativas de nova isquemia (alterações significativas no ST/T ou bloqueio do ramo esquerdo); Desenvolvimento de ondas Q patológicas; Evidências nas imagens de nova lesão do miocárdio ou nova alteração da contração segmentar da parede; Evidências na angiografia ou autópsia de trombo intracoronário. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/vis%C3%A3o-geral-das-s%C3%ADndromes-coronarianas-agudas-sca#v934946_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/vis%C3%A3o-geral-das-s%C3%ADndromes-coronarianas-agudas-sca#v934946_pt Fernanda Jorge Martins – 3º Período @fernandamartins.med APG III Histopatologia A necrose é a morte celular que se dá no organismo vivo, comprometendo grande número de células, seguida de autólise e heterólise pela ação de enzimas celulares, respectivamente, próprias e de outras células; Na necrose de coagulação as células mostram citoplasma corado mais intensamente pela eosina, devido à desnaturação das proteínas estruturais e das enzimas, e o núcleo picnose, pela degradação enzimática do DNA e condensação da cromatina, cariorrexe pela fragmentação nuclear, ou cariólise pelo esmaecimento nuclear, devido à dissolução da cromatina pela ação das desoxirribonucleases e ribonucleases; Neste tipo de necrose os contornos celulares ainda são visíveis e o núcleo de picnótico tende a desaparecer pela lise nuclear; Usualmente um tecido com necrose de coagulação evolui para necrose liquefativa pela ação das enzimas lisossomais de leucócitos do processo inflamatório desencadeado pela lesão celular; Uma causa frequente de necrose de coagulação é a isquemia, ou seja, a redução parcial ou total do fluxo sanguíneo para um órgão ou região do corpo, comprometendo as funções metabólicas celulares, pela hipoxemia ou anoxia, falta de nutrientes e a não eliminação dos excretas; A isquemia pode ocorrer nas obstruções vasculares arteriais e venosas; A tumefação (degeneração hidrópica ou vacuolar) é lesão celular reversível, devido ao acúmulo de água e eletrólitos no citoplasma e nas organelas celulares, por distúrbio hidroeletrolítico, tornando-as volumosas, tumefeitas; A tumefação celular pode ser desencadeada por diferentes agentes agressores (físicos, químicos, biológicos), que levam a um aumento da concentração de sódio e redução da concentração de potássio intracelulares, com aumento da pressão osmótica intracelular, favorecendo, por seu lado, a entrada de água nas células e, consequentemente, o aumento de volume isosmótico celular, por comprometimento funcional das bombas eletrolíticas (enzimas) nas membranas celulares, responsáveis pelas concentrações diferenciadas dos eletrólitos, intra- e extracelularmente; O tecido de granulação ocorre nos processos de reparo tecidual, sendo constituído pela proliferação de capilares sanguíneos neoformados, infiltrado de leucócitos, proliferação de fibroblastos/miofibroblastos, e a deposição de componentes da matriz extracelular, em um tecido conjuntivo edemaciado; Macroscopicamente tem tonalidade rósea e superfície finamente granulosa, podendo ser visto mais facilmente nas feridas cutâneas. Não deve ser confundido com inflamação granulomatosa. Fernanda Jorge Martins – 3º Período @fernandamartins.med APG III Tipos de Infarto Fatores de Risco Colesterol: Alimentos que possuem gordura saturada (carnes, leite integral e derivados) e baixa ingesta de alimentos ricos em fibras; Genética: O Histórico Familiar é muito influente no desenvolvimento de cardiopatias, que são desencadeantes do infarto; Hipertensão: Não percebida, na maior parte dos casos, pode gerar uma série de consequência quando descontrolada, se associada à dislipidemia e tabagismo é ainda mais perigosa; Diabetes: É um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de comorbidades cardiovasculares; Comportamento Sedentário: Correlaciona-se com o desenvolvimento de hipertensão arterial; Obesidade: Também associada à hipertensão arterial, diabetes e síndrome da resistência à insulina, contribui exponencialmente para o desenvolvimento da comorbidade. Lesão de Reperfusão A lesão de reperfusão é um termo usado para descrever as alterações, funcionais e estruturais, que se tornam aparentes durante o restabelecimento do fluxo após um período de isquemia; Em adição à reversão da isquemia, a restauração do fluxo sangüíneo pode resultar em um número de efeitos deletérios: necrose de células irreversivelmente lesadas, acentuado edema celular (cell swelling) e restauração não uniforme do fluxo para todas as porções do tecido; Esta restauração caótica do fluxo tissular é conhecida como fenômeno do não refluxo (no reflow phenomenon), que é o resultado de um círculo vicioso de disfunção endotelial vascular, redução da perfusão local, mais alterações disfuncionais, mais edema etc; Os distúrbios metabólicos durante isquemia ou hipóxia tissular são muito bem Fernanda Jorge Martins – 3º Período @fernandamartins.med APG III estabelecidos, porém evidências clínicas e experimentais demonstram que os principais eventos que levam a disfunções celular e tecidual relacionam-se com a subseqüente reperfusão; Quando o fluxo sangüíneo tissular é interrompido, uma série de processos metabólicos e enzimáticos são afetados; As reservas de ATP são rapidamente depletadas, há um acúmulo de lactato, a célula torna-se acidótica e são ativadas proteases intracelulares; Além disso, o aumento da permeabilidade capilar causa edema tissular. Porque a reversibilidade deste processo relaciona-se diretamente com a duração da isquemia, o objetivo terapêutico principal é restabelecer a reperfusão o mais rápido possível; Embora o benefício da reperfusão precoce seja inquestionável, a reintrodução do oxigênio em um meio isquêmico inicia uma corrente complexa de eventos levando a lesões tissulares adicionais e a um acúmulo intracelular de cálcio. Conduta Farmacológica 1. Morfina para aliviar a dor e melhorar os sintomas; 2. Reperfusão imediatapara salvar o miocárdio; 3. Agentes antiplaquetários; 4. Terapia anticoagulante com heparina não fracionada; 5. Nitratos para induzir vasodilatação e reverter o vasospasmo; 6. Betabloqueadores para diminuir a demanda miocárdica por oxigênio e reduzir o risco de arritmias; 7. Antiarrítimicos pra tratar arritmias; 8. Inibidores da ECA para limitar a dilatação ventricular; 9. Suplementação de oxigênio para melhorar a saturação. Fernanda Jorge Martins – 3º Período @fernandamartins.med APG III Dor Precordial A dor torácica é o principal sintoma associado ao IAM, que é descrito como uma dor súbita, sobre o esterno (osso localizado no meio do peito), constante e constritiva, que pode ou não se irradiar para várias partes do corpo, como a mandíbula, costas, pescoço e braços, especialmente a face interna do braço esquerdo, e falta de ar; Quando ocorre na pessoa idosa, o IAM nem sempre se apresenta a dor constritiva típica, em virtude da menor resposta dos neurotransmissores que acontece no período de envelhecimento, podendo assim passar despercebido. Referências Bibliográficas 1. HAMMER, G. D.; MCPHEE, S. J. Fisiopatologia da doença: uma introdução à medicina clínica. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.