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NEFROPATIA HIPERTENSIVA Também chamado de Nefroesclerose Hipertensiva: termo aplicado à lesão decorrente do efeito da hipertensão arterial sistêmica sobre os rins, afetando as pequenas artérias, as arteríolas aferente e eferente e os glomérulos. É a primeira causa de rim terminal no Brasil1., seguindo pela nefropatia diabética. Assume o segundo lugar no EUA e Europa São descritos dois tipos de nefropatia hipertensiva: (1) Nefroesclerose hipertensiva benigna (2) Nefroesclerose hipertensiva maligna A entidade maligna é muito bem definida, ao passo que a benigna ainda gera muita discussão. O principal fator de risco é a raça negra. PATOLOGIA E PATOGÊNESE O diferencial histopatológico da nefroesclerose hipertensiva é o acometimento das pequenas artérias, as Interlobulares e as arteríolas aferentes (arterioloesclerose); essas são as principais estruturas renais a sofrerem com o aumento da pressão hidrostática. A redução da luz desses vasos provoca graus variados de isquemia glomerular e tubulointersticial. 1. NEFROESCLEROSE HIPERTENSIVA BENIGNA Com o aumento da PA, ao longo prazo há lesão direta das artérias e arteríolas. A lesão endotelial é um dos principais fatores implicados nesse processo. São observados, na nefroesclerose benigna, dois tipos de lesão vascular: Grupos com maior risco de nefroesclerose: HAS severa, negros, pacientes com outra nefropatia subjacente. A incidência de IRC progressiva em hipertensos é rara; a maioria dos pacientes com HAS não evoluirão com nefroesclerose, ocorrendo apenas em 1,5% após 5 anos de acompanhamento. (1) Hipertrofia da camada média É uma resposta adaptativa, visando poupar os glomérulos dos aumentos pressóricos. Se houver uma hipertrofia considerável da camada média, com uma redução exagerada do lúmen dessas pequenas artérias, isso contribuirá para o processo isquêmico dos glomérulos. (2) Arterioloesclerose hialina É a deposição de material hialino na parede das arteríolas aferentes; isso também gera uma redução progressiva do lúmen arterial, promovendo focos de isquêmica. Destarte esses 2 processos, levarão à glomeruloesclerose global e focal. A Glomeruloesclerose focal e segmentar (GESF) é uma lesão secundária a nefroesclerose hipertensiva. Dúvida: o que é o causador da disfunção renal? A GEFS ou a nefroesclerose hipertensiva. 2. NEFROESCLEROSE MALIGNA É uma entidade bem documentada. O paciente apresente uma síndrome multissistêmica, também chamada de hipertensão maligna. Como é essa síndrome? Definida como o aumento abrupto dos valores pressóricos; sendo PAD > 120-130 e PAS > 200-220 mmHg. Esses valores provocam lesão de órgão-alvo, particularmente nas retinas. Pode haver edema agudo de pulmão e encefalopatia hipertensiva. Na Macroscopia dos rins, vemos múltiplas petéquias na cápsula renal, derivadas da ruptura de pequenos vasos, Dois tipos de lesão surgem na parede das arteríolas aferentes e artérias Interlobulares: (1) Necrose fibrinóide: depósito de material eosinofílico composto por fibrina. (2) Arterioloesclerose hiperplásica: espessamento da média pela proliferação concêntrica de células musculares lisas (lesão em “bulbo de cebola”). A insuficiência renal rapidamente progressiva de instala pela acentuada isquemia glomerular difusa, levando a uma síndrome urêmica grave e necessidade de diálise. Aos glomérulos, vemos necrose isquêmica, trombose capilar e infiltração de neutrófilos. Isso leva a hematúria e proteinúria significativa, além de cilindros hemáticos. · A isquêmica glomerular estimula a liberação de renina -> aumento de angiotensina 2 -> aumento da PA. Pode ver, também, hipocalemia, em conjunto com uma alcalose metabólica. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO NEFROESCLEROSE BENIGNA O diagnóstico deve ser feito em hipertensos de longa data que apresente 2 (?) dos seguintes critérios: (1) Retinopatia grau 1 ou 2 (2) Hipertrofia ventricular esquerda (3) Sedimento urinário normal (4) Proteinúria < 1,5 g/24h (5) Leve redução do tamanho renal (6) Insuficiência renal levemente progressiva (7) Exclusão de outras causas de nefropatia crônica Principais diagnósticos diferenciais a serem excluídos: - Glomerulopatias primárias; nefropatia isquêmica por estenose bilaretal; tromboembolismo. NEFROESCLEROSE MALIGNA Quadro típico: paciente cursa com hipertensão muito grave (PAD maior que 120 mmHg), progressiva, associada com insuficiência renal, proteinúria acentuada, hematúria e retinopatia. Ao EAS vemos cilindros hemáticos e piúria. Pode haver encefalopatia hipertensiva. Diagnósticos diferenciais: - Crise renal da esclerodermia; ateroembolismo por colesterol; GNDA; SHU. TRATAMENTO Benigna: - Controle da HAS – meta < 130/80 mmHg. Maligna: - É uma emergência hipertensiva - Tratamento agressivo da PA, mas não reduzindo a PA abruptamente, reduzindo-a a 25%; em seguida, deve ser reduzida a 140/90 mmHg. - Quedas abruptas da PA podem levar isquemia de encéfalo etc. - Tratamento da fase inicial: nitroprussiato de sódio IV - Fase secundária: uso da medicamentos orais em horários regulares.
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