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Educação_Sociedade_e_Meio_Ambiente_un2

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Educação, Sociedade e 
Meio Ambiente
1ª edição
2017
Educação Sociedade e 
Meio Ambiente
2
3
Unidade 2
Sociedade, Meio Ambiente e 
suas relações com a educação
Para iniciar seus estudos
Olá, seja bem-vindo! 
Nesta unidade estudaremos as relações entre os seres humanos e o meio 
ambiente que habitam. A unidade está dividida em três tópicos: 
•	 Sociedade e meio ambiente: considerações iniciais; 
•	 A educação na transformação da realidade socioambiental; 
•	 Consequências ambientais e processo educativo. 
Fique atento à leitura e aos ícones ao longo do e-book, eles irão auxiliá-lo 
na construção do seu conhecimento. 
Bons estudos!
Objetivos de Aprendizagem
•	 Promover	uma	reflexão	sobre	o	papel	da	educação	para	o	conhe-
cimento e transformação da realidade socioambiental;
•	 Avaliar as consequências ambientais;
•	 Refletir	ações	de	intervenções	no	processo	educativo	ambiental.
4
Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 2: Sociedade, Meio Ambiente e suas relações 
com a educação
2.1 Sociedade e Meio Ambiente: Considerações Iniciais
As transformações que o ser humano provoca no meio ambiente vem sendo preocupação de órgãos governa-
mentais e não governamentais por afetar diferentes instâncias que afetam nosso cotidiano, tais quais:
•	 Mudanças climáticas e de funcionamento do ecossistema decorrentes da crescente urbanização e polui-
ção do meio ambiente pelo ser humano;
•	 As relações econômicas, por meio da exploração de matéria-prima e todos os processos que envolvem 
essa exploração como: extração, transporte, industrialização e propriedade.
•	 As relações políticas
•	 Relações interculturais, em especial as relações de disputa territorial entre povos colonizadores, povos 
originários (também conhecidos como populações indígenas ou inuits), populações ribeirinhas e 
povos	da	floresta.	
Inuits: são vulgarmente conhecidos como “esquimós”, tratando-se dos povos originários 
das regiões árticas.
Glossário
Com os impactos que o ser humano vem causando ao meio ambiente, em especial a partir da Revolução Indus-
trial, cada vez mais nota-se a necessidade de mudanças comportamentais imediatas de pessoas físicas e jurídi-
cas em sua relação com a natureza. Nesse contexto, o debate sobre desenvolvimento, sustentabilidade e coexis-
tência vai além de questões ambientais e envolvendo interpretações multidisciplinares (MANIGLIA, 2015).
Figura 2.1 – Degradação do meio ambiente.
Na imagem observa-se a degradação do meio ambiente, o que nos alerta para a necessidade de medidas sustentáveis.
Fonte: <http://br.123rf.com/> ID: 60623062.
5
Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 2: Sociedade, Meio Ambiente e suas relações 
com a educação
Mas, o que devemos entender por meio ambiente?	Velasco	(2002,	p.	38)	afirma	que	“meio	ambiente	é	o	espaço-
-tempo histórico ocupado pelos entes no qual transcorre a vida dos seres humanos”. O autor esclarece ainda que 
esse	referido	‘espaço-tempo’	se	configura	a	partir	da	relação	entre	os	envolvidos	nesse	processo.
No	final	da	década	de	1970,	as	ciências	humanas	e	sociais	passaram	a	contribuir	no	debate	ecológico,	pois	antes	
este centrava-se apenas às questões biológica, o que excluía debates políticos e sociais sobre a temática ambiental. 
Passaram	a	ser	incorporadas	nas	discussões	ambientais	as	influências	culturais	e	ideológicas,	imposições	políticas,	
modelos	de	desenvolvimento,	conflitos	de	classe	e	relações	entre	Estado,	sociedade	e	mercado,	dando	lugar	assim	
para	uma	visão	crítica	sobre	a	interação	dos	seres	humanos	com	o	meio	ambiente	(LAYRARGUES	&	LIMA,	2014).
Para entendermos a forma pela qual o ser humano se relaciona com o meio ambiente na atualidade é preciso 
entender o principal sistema político-econômico sobre o qual ser organizam as relações sociais, políticas, eco-
nômicas e ambientais na sociedade ocidental: o capitalismo. Alguns dos pilares deste sistema, em especial do 
sistema capitalista neoliberal dominante são a exploração do ser humano pelo ser humano e sua consequente 
divisão	em	classes	sociais,	a	proteção	à	propriedade	privada	individual	e	a	influência	mínima	do	Estado	nas	dinâ-
micas	econômicas	ou	de	mercado	(BAUMAN,	2014).
Como citado anteriormente, as transformações das relações entre seres humanos e meio ambiente recebem 
forte	estímulo	a	partir	da	Revolução	Industrial.	A	Revolução	Industrial	ocorre	a	partir	do	século	XVIII	na	Europa	
e	consiste	na	mecanização	das	indústrias	e	subsequente	modificação	na	divisão	do	trabalho,	por	meio	da	qual	
o trabalho é cada vez mais dividido em etapas e o/a trabalhador/a cada vez mais alienado do processo total de 
produção de mercadorias.
A alienação consiste no distanciamento do/a trabalhador/a do entendimento e da produção das mercadorias, 
de forma que a tecnologia de produção passa a ser única do dono dos meios de produção, conhecido na teoria 
sobre	o	capitalismo	como	a	figura	do	burguês	enquanto	o/a	trabalhador/a	é	chamada	de	proletário,	que	tem	sua	
mão-de-obra	explorada	pelo	burguês	(MARX,	2004;	GIDDENS,	2005).	
A	urbanização,	o	aumento	populacional	e	a	diminuição	das	áreas	verdes	se	intensificaram	a	partir	da	Revolução	
Industrial e continuam aumentando exponencialmente pelo mundo todo.
Outro	processo	relevante	nas	transformações	de	produção	que	vão	influenciar	na	relação	do	ser	humano	com	o	
meio ambiente é a Revolução Verde. 
A	 Revolução	Verde	 consiste	 na	mecanização	 específica	 da	 produção	 agrícola	 bem	 como	 a	 disseminação	 de	
sementes	geneticamente	modificadas	e	práticas	agrícolas,	como	a	aplicação	de	agrotóxicos	em	larga	escala,	a	
partir	do	fim	dos	anos	1950	nos	Estados	Unidos	e	na	Europa	e	ao	longo	dos	anos	1960	pelo	mundo,	causando	um	
grande	impacto	no	meio	ambiente	e	na	alimentação	dos	seres	humanos	(MACHADO	&	MACHADO	FILHO,	2014).	
Ocorre neste processo o aumento da produção de monoculturas (cultivo de apenas um tipo de vegetal) em gran-
des	propriedades	(latifúndios).	Esse	tipo	de	produção	possibilita	a	produção	em	larga	escala	de	tipos	variados	de	
legumes, verduras e frutas ao longo de todo ano, que geralmente não são alimentos da época. No entanto, este 
tipo	de	produção	a	 longo	prazo	danifica	o	solo	e	o	torna	 improdutivo.	O	uso	de	agrotóxicos	também	aparece	
como um problema à saúde de acordo com pesquisas mesmo havendo um limite de seu uso na produção, esta-
belecido	pelos	governos,	e	que	os	produtores	não	devem	ultrapassar	(MACHADO	&	MACHADO	FILHO,	2014).
Dentro	da	 lógica	capitalista,	essas	modificações	são	 realizadas	pelo	bem	do	desenvolvimento	econômico.	No	
caso do Brasil por exemplo, quanto maior a produção agrícola de matéria-prima (que não se resume a alimentos), 
maior a exportação desta matéria-prima, uma das principais fontes de lucro do país. 
Uma questão que se faz presente, e que vai de encontro à sustentabilidade, é sobre como a ideologia e o funcio-
namento do sistema capitalista afetam o meio ambiente. O sistema capitalista conserva uma lógica que motiva 
o consumo, transformando a relação entre as pessoas e as coisas e aumentando a quantidade de lixo. 
6
Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 2: Sociedade, Meio Ambiente e suas relações 
com a educação
A ideologia do sistema, por meio de suas instituições, dissemina a ideia de que para construir-se 
uma ideia de si é necessário consumir. É a predominância do ter sobre o ser. 
A pessoa considerada bem-sucedida em nossa sociedade é a pessoa que consegue consumir e acumular mais 
bens.	Para	Bauman	(2014)	as	relações	humanas	estão	cada	vez	mais	intermediadas	pelas	coisas,	havendo	uma	
desumanização e insensibilização na percepção para com o meio ambiente e entre seres humanos, afetando 
inclusive sua comunicação.
O	problema	da	lógica	de	consumo	é	que	recursos	ambientais	são	finitos,	o	que	acarreta	hoje	numa	crise.	Velasco	
(2002)	levanta	problemas	relacionados	à	questão	do	consumo.	O	autor	afirma	que	as	consequências	da	produ-
ção-distribuição-consumo no sistema capitalista representam os resultados diários de devastação e poluição deterras, mares e rios.
O estímulo ao consumismo acarreta na alienação pelo uso, aumentando a quantidade de bens que são descarta-
dos.	Nesse	contexto,	a	redefinição	de	valores	merece	destaque,	com	o	objetivo	de	produzir	sem	prejudicar	o	meio	
ambiente, e também utilizar o mínimo de recursos naturais e controlar o consumo para a densidade populacional 
(MANIGLIA, 2015).
Você sabe o que é obsolescência programada? Ou para onde vão os objetos que você des-
carta? Assista ao vídeo “A história das coisas” e saiba mais sobre estes temas: https://www.
youtube.com/watch?v=MWUHurprTVA.
Figura 2.2 – Consumo consciente.
A imagem ilustra um carrinho de compras representando o consumo exage-
rado, que aumenta a quantidade de lixo e prejudica o meio ambiente.
Fonte:	<http://br.123rf.com/>	ID:	44597807.
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Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 2: Sociedade, Meio Ambiente e suas relações 
com a educação
Você se considera uma pessoa consumista? Você costuma descartar o lixo de forma correta? 
Essas	reflexões	e	nossa	fiscalização	dos	órgãos	responsáveis	pelo	descarte	do	lixo	são	impor-
tantes para nossa contribuição à preservação do meio ambiente!
Ambientalistas relacionam o respeito à crise ambiental a uma crise da civilização, baseada no domínio da natu-
reza,	na	industrialização,	na	tecnificação	e	na	concentração	urbana.	Ou	seja,	tudo	que	está	relacionado	ao	estilo	
de	vida	social	moderna	e	à	cultura	de	consumo.	(RUSCHEINSKY,	2002)
A	crise	ambiental	e	de	civilização	significa	que	estão	sendo	questionados	os	pilares	da	sociedade	
resultante do processo ora indicado. Abrem-se espaços para o questionamento do conjunto das 
grandes realizações, em especial o grau de desenvolvimento tecnológico, econômico e intelec-
tual que, na sua desenvoltura, acaba em desequilíbrio. Considerado o modelo das sociedades 
ocidentais modernas, progressivamente são questionadas aquelas caracterizadas pela diferen-
ciação social, divisão do trabalho, urbanização e concentração de poder político e econômico. 
(RUSCHEINSKY,	2002,	p.	66)
Qual seria a solução para a crise ambiental? Um dos conceitos que vem sendo amplamente disseminado na ela-
boração e implementação de alternativas menos destrutivas ao meio ambiente é o conceito de sustentabilidade.
Sustentabilidade	é	um	termo	usado	para	definir	ações	e	atividades	humanas	que	visam	suprir	as	
necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Ou 
seja, a sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material 
sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se 
mantenham no futuro. Seguindo estes parâmetros, a humanidade pode garantir o desenvolvi-
mento	sustentável.	(LEITE,	2013,	p.	3)
Uma das questões discutidas em relação à sustentabilidade é a de conciliá-la ao crescimento econômico. Ou 
seja,	 como	desenvolver	 economicamente	 as	 nações	 sem	prejudicar	 o	meio	 ambiente.	 Essa	 discussão	 abarca	
setores econômicos, sociológicos e jurídicos na busca de uma solução, principalmente, para os países que estão 
em desenvolvimento. (MANIGLIA, 2015).
De	acordo	com	a	ONG	WWF	(2017),	a	definição	mais	aceita	para	desenvolvimento	sustentável	é:	
(...) o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer 
a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não 
esgota os recursos para o futuro.
Essa	definição	surgiu	na	Comissão	Mundial	sobre	Meio	Ambiente	e	Desenvolvimento,	criada	pelas	
Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento 
econômico e a conservação ambiental.
Ignacy	Sachs	(2002;	2004	apud	Maniglia,	2015)	destaca	cinco	pilares	do	desenvolvimento	sustentável.	Vejamos:	
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Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 2: Sociedade, Meio Ambiente e suas relações 
com a educação
•	 Social: a ruptura social está relacionada com diversos problemas em nosso planeta. É desejável a igual-
dade de oportunidades independentemente de cor/etnia, sexualidade e religião garantindo a justiça, 
emprego, qualidade de vida e igualdade no acesso a serviços e recursos.
•	 Ambiental: seriam os sistemas de sustentabilidade da vida como provedor de recursos e/ou como dispo-
sição de resíduos. Aqui está presente a questão ecológica, relacionada a produção de recursos renováveis 
e limitação do uso de recursos não renováveis.
•	 Territorial: trata da distribuição espacial dos recursos, populações e atividades. Trata do desenvolvi-
mento do meio rural através de investimentos públicos para atrair populações ao trabalho na zona rural. 
Já o setor urbano, estaria envolvido através da superação das desigualdades regionais e estratégias de 
desenvolvimento seguras para as áreas ambientalmente frágeis. 
•	 Econômico: busca viabilizar o desenvolvimento econômico intersetorial e equilibrado, segurança ali-
mentar,	modernização	dos	instrumentos	de	produção,	autonomia	da	pesquisa	científica	e	tecnológica	e	
inserção na economia internacional.
•	 Política: apropriação dos direitos humanos para desenvolver a capacidade estatal e implementar um 
projeto	nacional	em	parceria	com	empreendedores,	envolvendo	coesão	social.	Em	instância	internacio-
nal, é necessário a prevenção de guerra por parte das Nações Unidas, para assegurar a paz e a promoção 
da	cooperação	 internacional.	Além	disso,	destaca-se	o	controle	do	sistema	internacional	financeiro,	o	
auxílio aos parceiros mais fracos e um sistema de cooperação ao meio ambiente. 
Segundo Maniglia (2015) a atuação política é uma das principais responsáveis para a consolidação dos cinco 
pilares. Vejamos:
As políticas são fundamentais para que os pilares sustentáveis sejam viáveis. Tudo depende de 
uma vontade política na escola de suas ações, no empreendimento a ser construído, com a polí-
tica de arrecadação e ao desenvolvimento de verbas. É fundamental que haja a consciência na 
procura do desenvolvimento e o preparo para enfrentar críticas e falácias do capitalismo, diante 
da crise ambiental que não ocorre somente devido aos problemas da natureza ou do desgaste 
dos	recursos	naturais.	(MANIGLIA,	2015,	p.	59)	
Uma das críticas à ideia de sustentabilidade é de que o conceito é esvaziado e demagógico uma vez que as medi-
das	políticas	que	são	tomadas	em	nome	dele	não	visam	uma	modificação	profunda	do	sistema	de	produção,	o	
sistema capitalista, mas uma diminuição de suas consequências para com o meio ambiente.
2.2 A Educação na transformação da realidade socioambiental
A	educação	ambiental	deve	ser	configurada	como	uma	prática	transformadora	na	formação	de	cidadãos	críticos	
e	responsáveis	pelo	respeito	às	diversas	formas	de	vida.	Neste	sentido,	os	desafios	da	educação	refletem	os	desa-
fios	dos	educadores,	de	modo	que	estes	profissionais	estejam	preparados	para	discutir	soluções	para	os	proble-
mas	globais	e	locais,	influenciando	não	só	nas	práticas	dos	indivíduos	no	cotidiano,	mas	em	seu	entendimento	
de seu lugar no mundo. (TRISTÃO, 2002)
A	educação	ambiental,	é	definida	pelo	governo	brasileiro	de	acordo	com	a	Política	Nacional	de	Educação	Ambien-
tal	–	Lei	nº	9795/1999,	Artigo	1º	como:
Entendem-se	por	educação	ambiental	os	processos	por	meio	dos	quais	o	indivíduo	e	a	coletivi-
dade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas 
para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade 
de	vida	e	sua	sustentabilidade	(BRASIL,	1999)
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Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 2: Sociedade, Meio Ambiente e suas relações 
com a educação
A	educação	ambiental	é	de	grande	importância	para	a	manutenção	da	sustentabilidade.	Ela	não	deve	ser	con-
fundida	com	a	conscientização	da	preservação	ambiental.	 Esta	pode	 integrar-se	à	educação	ambiental	e	 ser	
posta em prática através de, por exemplo, campanhas publicitárias (MANIGLIA, 2015).
Educar	é	um	processo	complexo	que	envolve	meios,	sujeitos	e	objetos	que	devem	ser	preparados	
para que o sentidoeducacional – aqui educação ambiental – não se torne uma reprodução cul-
tural de valores estereotipados, baseados meramente em ações rotineiras derivadas de educação 
familiar, tais como não jogar papel nos passeios, escovar os dentes de torneira fechada, separar 
lixo	e	outras	medidas,	hoje,	adotada	nas	escolas.	Essas	práticas	são,	sem	dúvida,	atitudes	a	serem	
exigidas a partir da educação dada pelos pais, mas não podem resumir todas as práticas tidas 
como ambientais oriundas da de educação sustentável. É preciso muito mais, ensinar a educação 
sem caráter imediatista e exclusivamente material (MANIGLIA, 2015, p. 63). 
De	acordo	com	Layrargues	e	Lima	(2014),	a	educação	ambiental	é	formada	por	diversos	atores	e	instituições	sociais	
que compartilham de mesmos valores. No entanto, os autores ressalvam que os atores sociais possuem posturas 
distintas em relação a questão ambiental, relacionadas às relações sociais que a sociedade tem com o ambiente.
Baseado	na	sua	formação	reflita	como	você	pode	contribuir,	intervindo	nas	relações	sociais,	
para a preservação do meio ambiente.
Ao falarmos de transformação da realidade socioambiental, devemos levar em conta a pluralidade que está por 
trás	dessa	questão.	Weiss	&	Jackson	(2009)	afirmam	que	paralelo	às	questões	ambientais,	está	a	necessidade	de	
crescimento econômico, tendo em vista que, a pobreza, ainda se faz presente em várias partes do mundo.
Figura 2.3 – Presença da pobreza.
A imagem ilustra um “barraco” montado em uma comunidade, representando a pobreza 
que	ainda	se	faz	presente	em	várias	partes	do	mundo	e	é	um	desafio	a	ser	ganho	atra-
vés do crescimento econômico, que deve ser aliado às questões ambientais.
Fonte:	<http://br.123rf.com/>	ID:	23486303.
10
Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 2: Sociedade, Meio Ambiente e suas relações 
com a educação
Gonçalves (2006) também reforça essa ideia, chamando atenção para a questão social. Vejamos: 
É preciso reconhecer que foi efetivamente de fora dos muros das universidades e centros de pes-
quisa que ecoou o grito contra a degradação das condições de vida. O crescente interesse pela 
questão ambiental ganhou dimensão enquanto questão social e política a partir da década de 
sessenta	sob	contornos	românticos	e	idealistas	e	a	crescente	desconfiança	em	relação	à	ciência	e	
à	técnica	(GONÇALVES,	2006,	p.	142).
Desta forma, é possível percebermos que a luta ecológica é acompanhada de contradições, sendo bastante diver-
sificadas	as	propostas	de	apropriação	de	recursos	naturais.	É	importante	salientar	que,	com	a	tecnologia	disponí-
vel hoje em dia, não há escassez na produção de alimentos ou produtos necessários à infraestrutura social básica 
necessária para viver, sendo o grande problema da atualidade a distribuição dos recursos disponíveis. 
A forma como o sistema capitalista se organiza a nível privilegia os países com desenvolvimento tecnológico e 
industrial mais avançado e invisibiliza anos de exploração que os povos colonizados sofreram, em especial as 
populações ao sul do globo, sendo estes os povos que ainda hoje sofrem com a fome, disseminação de doenças, 
falta de infraestrutura básica e falta de investimentos para a melhoria das condições de vida, sendo considerados 
subdesenvolvidos em comparação com outros países.
Então,	 é	necessário	discutir	 sobre	as	práticas	em	 relação	ao	meio	ambiente,	pois	estão	 sendo	cada	vez	mais	
devastadoras	as	consequências	a	nível	de	desequilíbrio	social	(GONÇALVES,	2006).
O maior desenvolvimento do debate sobre as questões ambientais não se consolidou apenas através de movimen-
tos ambientalistas. Questões políticas nacionais foram importantes, tendo em vista que, a redemocratização do país 
favoreceu a consolidação da educação ambiental, bem como, sua inclusão nos debates nacionais (SAITO, 2002).
Você	já	ouviu	falar	no	GreenPeace?	Esta	é	uma	organização	global	de	preservação	do	meio	
ambiente.	Ela	está	presente	em	mais	de	43	países	e	conta	com	mais	de	18	mil	voluntários.	
Acesse http://www.greenpeace.org/brasil/pt/ e saiba mais!
A defesa do meio ambiente vem sendo realizada tanto por órgãos institucionais quanto por órgãos não governa-
mentais, em especial as ONGs (Organizações Não Governamentais). 
A	 organização	 e	 a	 pressão	 populares	 influenciam	 na	 implementação	 de	 políticas	 públicas	 para	 atender	 as	
demandas	entre	o	meio	ambiente	e	atividades	 institucionais	 (RUSCHEINSKY,	2002).	As	 instituições	de	ensino,	
sejam públicas ou privadas, devem atuar na preservação do meio ambiente, por meio de práticas sustentáveis. 
Mas deve-se pensar as políticas ambientais para além das instituições de ensino, pensando em redes entre os 
diferentes órgãos que se interessam pela pesquisa e iniciativas que visem integrar seus saberes na construção de 
um processo educativo ambiental integral, ou seja, que esteja presente além dos livros, além da teoria.
Uma das leis estabelecidos pelo governo federal brasileiro que visa a implementação de uma solução sustentá-
vel	que	fomente	a	produção	dos	pequenos	agricultores	é	ligada	ao	PNAE	–	Programa	Nacional	de	Alimentação	
Escolar.	Este	programa,	“graças	ao	incentivo	da	lei,	nº	11.947/2009	(...)	determina	que	30%	dos	recursos	repas-
sados	pelo	Fundo	Nacional	da	Alimentação	Escolar	 (FNDE)	para	a	merenda	nas	escolas	brasileiras,	devem	ser	
destinados à aquisição dos produtos da agricultura familiar” (PORTAL BRASIL, 2013). 
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Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 2: Sociedade, Meio Ambiente e suas relações 
com a educação
Assim,	a	partir	de	2009,	houve	a	aliança	entre	pequenos	produtores	rurais,	governo	federal	e	escolas,	de	forma	a	
fomentar a economia nacional, incentivar a agricultura familiar (mais sustentável do que a agricultura baseada 
no latifúndio) e fornecer alimentos de qualidade superior aos estudantes. O reconhecimento do trabalho dos 
pequenos produtores agrícolas no Brasil faz parte de um processo ambiental educativo.
Vimos esforços de políticas sustentáveis para tentar remediar as consequências do descuido para com o meio 
ambiente que afeta não só os seres humanos, mas a biodiversidade, ou seja, a variedade (e a qualidade de 
vida) de outras espécies. Como é possível, no sistema em que vivemos, estabelecer um processo ambiental 
educativo na sociedade?
2.3 Consequências ambientais e o processo educativo
Segundo Saito (2002) a sustentabilidade não pode ser entendida apenas como ideologia, numa perspectiva única 
de	conservar	recursos	naturais.	Ela	deve	ser	compreendida	a	partir	da	ideia	de	‘consciência’	ecológica,	baseada	na	
problemática dos conceitos ambientais. A forma de pensar a relação entre o ser humano e o meio ambiente faz 
parte	de	uma	reflexão	que	deve	ser	também	profundamente	filosófica,	de	forma	que	a	transformação	da	relação	
não	seja	superficial,	mas	também	de	reflexão	sobre	a	própria	vida	e	as	outras	formas	de	vida	presentes	na	Terra.
Soluções	diferentes	são	propostas	para	os	problemas	relacionados	ao	meio	ambiente.	Weiss	e	 Jackson	(2009)	
apostam	em	providências	nos	âmbitos	internacional,	nacional	e	local,	a	fim	de	controlar	a	poluição,	bem	como	
preservar ecossistemas e recursos naturais. Já para Velasco (2002), o meio ambiente está ameaçado pelo capi-
talismo, principalmente no que se refere aos resultados da ciência e da tecnologia, então a solução partiria de 
modificações	mais	profundas	na	forma	de	produção.	À	extensão	dos	danos	já	causados	é	difícil	prever	os	impac-
tos futuros. As formas de pensar a relação com o meio ambiente estão intrinsecamente ligadas ao momento 
histórico que vivemos.
Historicamente falando sobre a política do nosso país, em especial o período do governo militar, havia limita-
ções das ações coletivas e raros debates políticos. Naquela época, as questões sociais não estavam inseridas nas 
discussões educacionais, culturais e ambientais. Soma-se ainda o fato de que o ambientalismo era visto como 
obstáculo para o pretendido desenvolvimento econômico (SAITO, 2002).
Já	na	década	de	1980,	a	mudança	no	quadropolítico	nacional	é	acompanhada	de	um	processo	de	redemocrati-
zação que trouxe benefícios para a discussão socioambiental. 
Esse	processo	tem	seu	grande	momento	com	a	promulgação	da	nova	Constituição	Federal,	em	
1988.	O	debate	em	torno	das	questões	ambientais	avança	no	cenário	nacional,	e	a	nova	Carta	
Magna guarda marcas desse fortalecimento, mencionando explicitamente a importância do 
meio ambiente para a nação. Antes mesmo da Constituição, essa tendência de valorização do 
meio ambiente já era observada, quando foram instituídas a Política Nacional do Meio Ambiente, 
por	meio	da	Lei	6.938,	de	31	de	agosto	de	1981	(SAITO,	2002,	p.	48).
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com a educação
Figura	2.4	–	A	seca	e	a	escassez	de	água.
A	imagem	apresenta	uma	foto	de	um	rio	seco,	representando	a	escassez	de	água	e	desertifi-
cação do solo como algumas das respostas às ações prejudiciais ao meio ambiente.
Fonte:	<http://br.123rf.com/>	ID:	43412452.
A	principal	transformação	que	vai	influenciar	as	relações	entre	os	governos	e	a	questão	ambiental	a	partir	dos	
anos	1990	é	a	globalização.	A	globalização	 é	um	processo	que	contou	com	a	 revolução	e	massificação	das	
tecnologias	de	comunicação,	acesso	massificado	aos	meios	de	transporte	e	integração	dos	mercados	globais,	
estreitando	a	relação	e	a	comunicação	entre	as	pessoas	de	diferentes	lugares	(BAUMAN,	2014).	A	partir	de	então,	
cada vez mais buscam-se soluções globais para os problemas ambientais.
O aumento de catástrofes naturais que vem ocorrendo nas últimas décadas tem sido relacionado aos danos cau-
sados ao meio ambiente pelos seres humanos. Alguns desses danos são grandes períodos de seca relacionados 
à mudança climática (aquecimento global), desabamentos relacionados à erosão do solo (principalmente pelo 
mau cultivo do mesmo), degelo nos polos, também relacionado ao aquecimento global, extinção de espécies de 
animais, entre outros.
Outros problemas de ordem dos direitos humanos a nível global somam-se à exploração capitalista e privatiza-
ção	da	propriedade	privada,	como	o	desrespeito	territorial	aos	povos	indígenas,	povos	das	florestas	e	ribeirinhos,	
que	acarretam	em	problemas	como	destruição	das	florestas,	poluição	de	rios	e	desertificação	dos	solos	(MANA-
GLIA, 2015).
Ao longo dos anos, diversas medidas políticas e tratados com objetivo de diminuir os impactos ambientais nega-
tivos causados pela ação humana vêm sido assinados pelos representantes das nações do mundo visando tomar 
medidas	consideradas	sustentáveis.	Um	exemplo	é	o	“Acordo	de	Paris”,	assinado	em	2015	por	171	países	no	
âmbito da “Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima” (sendo o Brasil um destes países) 
estabelecendo	medidas	que	devem	influenciar	diretamente	na	redução	da	emissão	de	dióxido	de	carbono	esta-
belecendo como meta para a redução proposta o ano de 2020. 
As medidas presentes no Artigo 2º do tratado envolvem o engajamento contra o aquecimento climático e dimi-
nuição de gases que provocam o efeito estufa : 
(a)	Assegurar	que	o	aumento	da	temperatura	média	global	fique	abaixo	de	2°C	acima	dos	níveis	
pré-industriais	e	prosseguir	os	esforços	para	limitar	o	aumento	da	temperatura	a	até	1,5°C	acima	
dos	níveis	pré-industriais,	reconhecendo	que	isto	vai	reduzir	significativamente	os	riscos	e	impac-
tos das alterações climáticas;
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com a educação
(b) Aumentar a capacidade de adaptação aos impactos adversos das alterações climáticas e pro-
mover a resiliência do clima e o baixo desenvolvimento de emissões de gases do efeito estufa, de 
maneira que não ameace a produção de alimentos;
(c)	Criar	fluxos	financeiros	consistentes	na	direção	de	promover	baixas	emissões	de	gases	de	efeito	
estufa e o desenvolvimento resistente ao clima (UNFCCC, 2015).
O efeito estufa consiste na absorção de parte da radiação infravermelha por gases presentes 
na	atmosfera,	chamados	de	gases	estufa.	Este	fenômeno	aumenta	a	sensação	de	calor.
Uma das crises envolvendo esta política ambiental engajada pela Organização das Nações Unidas (ONU) foi a saída, 
no	ano	de	2017,	dos	Estados	Unidos	deste	acordo	sob	governo	do	presidente	Donald	Trump.	Os	Estados	Unidos	são	
hoje uma das principais potências econômicas do mundo e é apontado como um dos líderes na emissão de dióxido 
de carbono. Sua saída do acordo acarretaria em danos ambientais cada vez mais imprevisíveis e irreparáveis.
O	dia	5	de	junho	é	o	Dia	Mundial	do	Meio	Ambiente.	Esta	data	foi	estabelecida	pela	Organi-
zação	das	Nações	Unidas	(ONU)	em	1972.
Quando relacionamos educação e meio ambiente, devemos pensar em uma prática transformadora. De acordo 
com Saito (2002), deve haver uma articulação entre o conhecimento e a ação, de modo que a construção do 
conhecimento	seja	permeada	pela	reflexão	e	compreensão	transformadora	da	realidade,	pensando	em	caráter	
coletivo e não apenas individual na relação com o meio ambiente.
Cabe	reconhecer	como	basilar	da	reflexão	que	a	ação	pedagógica	possui,	entre	os	seus	intuitos,	
o desvelamento da realidade complexa e obscurecida na qual vigem múltiplas relações sociais. 
Além disso, a construção do saber, a coerência de pensamento e o diálogo com um conjunto de 
outras interpretações do mesmo fenômeno social exigem um olhar voltado para os atores que 
constroem	as	relações	sociais	(RUSCHEINSKY,	2002,	p.	62).
Sendo assim, o processo educacional sustentável deve ser acessível a todas as idades, deixando sempre claro, 
a importância do respeito ao meio ambiente, baseado na economia, reciclagem, compartilhamento, solidarie-
dade, paz e respeito às diferenças das outras pessoas. (MANAGLIA, 2015)
Nessa discussão, é importante salientar: a questão ambiental é interdisciplinar. Mas o que seria isso? Na questão 
ambiental	estão	envolvidos:	conhecimento	técnico-científico,	normas	e	valores	e	questões	estético-culturais.	Tudo	
está	em	torno	de	uma	complexidade,	dada	a	partir	da	relação	da	sociedade	com	a	natureza.		(GONÇALVES,	2006)	
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com a educação
Tristão (2002) reforça essa ideia. A autora fala sobre a inserção do meio ambiente, ética, pluralidade cultural, 
saúde e saúde sexual como temas transversais na educação. Considerando esse contexto, a educação ambiental 
possui	uma	dimensão	ética	tanto	quanto	a	pluralidade	cultural.	Desta	forma,	Tristão	(2002,	p.	172)	afirma	que	“a	
pluralidade cultural é balizadora dos fundamentos da educação ambiental, aliás, emerge de uma necessidade 
dessa demanda de diversidade biológica, cultural e social”.
Aluno, fique atento! O Fórum desafio está relacionado a esta temática!
Desta forma, compreende-se que a complexidade da questão ambiental está inserida historicamente na socie-
dade. “A visão expressa a propósito do meio ambiente é de que em tudo se manifestam as respectivas conexões, 
e	ao	mesmo	tempo,	tudo	se	transforma	na	história.”	(RUSCHEINSKY,	2002,	p.	62)
Figura 2.5 – Grupo de pessoas recolhendo lixo.
A questão ambiental está relacionada com a relação da sociedade com a natureza. Na imagem, é possível ver um 
grupo	de	pessoas	recolhendo	lixo.	Essa	é	uma	das	práticas	que	contribuem	para	a	conservação	do	meio	ambiente.
Fonte:	<http://br.123rf.com/>	ID:	62354044.
De acordo com Saito (2002), a exploração desenfreada do meio ambiente não pode ser combatida apenas na 
intocabilidade ou proibição do uso do meio ambiente. Deve ser trabalhada a partir da inclusão social e econô-
mica, buscando qualidade de vida para todos, ou seja, a problemática ambiental deve ser trabalhada a partir de 
sua complexidade. “Meio ambiente e sociedade encontram-se intimamente interligados.” (SAITO, 2002, p. 51)
Aluno, fique atento! O Fórum desafio está relacionado a esta temática!
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com a educação
Nesse contexto,o processo educativo - materializado aqui como a educação ambiental - deve estar presente de 
forma multidimensional em todas as disciplinas, na reestruturação de currículos e na formação de professores, 
a	fim	de	assegurar	a	reivindicação	de	direitos	políticos,	ambientais	e	sociais	que	contribuam	para	a	prática	da	
sustentabilidade (MANIGLIA, 2015).
A partir do uso da sustentabilidade como princípio maior, não há que se falar somente em edu-
cação sustentável apenas usando a questão ambiental, a visão holística deve ser tratada encade-
ando a discussão sobre as diferentes vertentes que englobam a destruição da natureza, a irres-
ponsabilidade	humana,	a	pobreza,	e	respeito	às	diversidades	(MANIGLIA,	2015,	p.	64).
Consideremos	também	a	importância	de	refletir	sobre	os	desafios	do	educador	na	inserção	da	educação	ambien-
tal.	Esse	processo	se	consolida	como	um	compromisso	ético	e	político,	que	lidam	com	a	racionalidade	econômica	
e tecnológica, e ambas devem estar articuladas com a racionalidade ambiental (TRISTÃO, 2002).
O processo pedagógico está inserido numa ética ambiental. Há a necessidade de um processo educativo de 
larga abrangência, que trabalhe a consciência social, para efetivar a compreensão entre natureza e humaniza-
ção. Sendo assim, do ponto de vista ético, é importante a construção do diálogo entre a natureza e a ação do ser 
humano	(RUSCHEINSKY,	2002).
A	prefeitura	da	cidade	de	Recife,	PE,	tem	o	projeto	“Desafio	EcoRecife”,	no	qual	premia	jogos	
digitais focados no meio ambiente. Os jogos são interativos e os jogadores fazem atividades 
que preservem o ambiente da cidade. É uma iniciativa onde a educação ambiental está pre-
sente.	Confira	no	link	os	jogos	vencedores	em	2016	e	veja	como	os	jogos	são	legais:	https://
www.youtube.com/watch?v=BbZrYl0Q7oo.	
Assim	 finalizamos	 esta	 unidade	 de	 estudo.	 Aproveite	 para	 estudar	 o	material	 complementar	 para	 reforçar	 e	
ampliar ainda mais seu conhecimento sobre o tema.
16
Considerações finais
Finalizamos nosso estudo sobre a relação da educação com a sociedade e 
o meio ambiente. Vamos relembrar os principais pontos estudados.
•	 A questão do meio ambiente é uma das causas que tem exigido 
mudanças comportamentais de pessoas físicas e jurídicas, tendo 
em vista que a manipulação do meio ambiente pelo homem vem 
trazendo consequências negativas traduzidas pela natureza em 
catástrofes ambientais.
•	 O debate ecológico não se restringe apenas à questão biológica. 
É marcado pela interdisciplinaridade, de modo que as ciências 
humanas também se fazem presentes e necessárias.
•	 Uma das questões relacionadas à sustentabilidade, é o estilo de 
vida moderno e a cultura de consumo, onde as pessoas são cada 
vez mais incentivadas a consumir sem realmente ter necessidade, 
ocasionando uma maior quantidade de lixo que nem sempre é 
descartado da forma correta.
•	 Nesse contexto, está envolvida também, a questão do sistema 
capitalista e da apropriação privada, que vão de encontro ao 
debate ecológico.
•	 Considerando esse panorama, a educação ambiental se faz 
necessária,	 se	 configurando	como	uma	prática	 transformadora,	
ou seja, estimulando o respeito ao meio ambiente através de uma 
reflexão	multidisciplinar.
•	 A educação colabora com a transformação da realidade socio-
ambiental na medida em que avança nas discussões sociais, cul-
turais e econômicas.
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