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N A N D A C A R N E I R O R E C E I T A S , T É C N I C A S E H I S T Ó R I A S Com açúcar, com afeto SOBRE MIM: Um dia ainda pequena, vi pela primeira vez a minha mãe na cozinha preparando um bolo de laranja que, só de fechar os olhos, consigo sentir o cheirinho passeando pela casa. Naquele mesmo dia, observando atentamente a calda morna sendo despejada em cada furinho feito milimetricamente lado a lado, pude entender o que era a tal da delicadeza. Desde então, passei a notar que doces e tortas podem ter tantos significados quanto a dedicação com a qual são preparados. Que um pedaço de bolo quentinho é capaz de despertar sorrisos espontâneos. Que a maneira como escolhemos os ingredientes e perfumamos formas e assadeiras pode nos transportar para um tipo de felicidade que a só a boa confeitaria traz aos apaixonados pelas fartas colheradas de açúcar. De lá para cá, prometi que aquela doçura e leveza seriam responsáveis por me fazer sujar os dedos todos os dias. E assim descobri a minha paixão. Eu sempre vi algo mágico nos doces e, como a maioria das mulheres que acredita na necessidade continua de perder peso, passei a vida toda tentando lidar com o fato de que eles eram cortados de imediato de todos os meus planos alimentares. Como jornalista e apaixonada por histórias, comecei a observar que nenhuma era contada por completo sem eles por perto. Como imaginar um aniversário sem brigadeiro? Ou cantar parabéns sem aquele bolo imponente que dita a maior regra da festa, já que antes dele é proibido ir embora? Na minha família, nenhuma mágoa era completamente afogada sem um bom pedaço de chocolate e ai de quem oferecesse um chá de camomila para acalmar. Doce quente? Dá dor de barriga sim senhora! Afinal, só uma mentira inocente é capaz de colocar freio naquilo que encanta e nos faz querer sempre mais. A confeitaria seguiu me fascinando e em meio a tantos embates sobre o açúcar e a ditadura nutricional pregados aqui e ali, crescia a minha necessidade de mostrar que a relação com os doces precisava urgentemente ser revista e resgatada na essência. Da culinária tradicional nasceu o desafio de adoçar os dias de quem tem restrições alimentares, intolerâncias e alergias ao glúten e ao leite: em 2014 troquei o escritório pelas bancadas Brasil afora, ensinando em cursos e workshops as minhas descobertas. Criei a LeveMe, minha marca de confeitaria funcional, que é uma extensão de tudo em que eu mais acredito. Existe um universo riquíssimo e muitas vezes ignorado quando deixamos de optar pelo trigo e derivados do leite animal. Há uma variedade imensa de ingredientes que, quando combinados corretamente, passam a oferecer não só sabor, mas equilíbrio e saúde. A cada dia, a vontade de espalhar esse mundo infinito de possibilidades e essa alquimia tão leve e deliciosa se tornava ainda mais latente. Era preciso compartilhar. E assim eu fiz. Em cada viagem, muitos relatos se juntaram aos meus. E pude comprovar que a cozinha carrega algo muito sedutor entre as especiarias, aromas que aguçam sentidos, os sabores na colher escondida que rouba a massa crua do bolo pelo canto da batedeira, o ruído das pontas dos dedos misturando as farinhas, a disputa pela sobra da cobertura ainda quente na panela. É terreno onde todos nós falamos a mesma língua. Onde estender as mãos para uma fatia de bolo é de um simbolismo universal, não é preciso nem falar o mesmo idioma. É na cozinha que se aprende o caminho da alma. Onde se dança com as assadeiras, aposentam-se os problemas, onde nos despimos de qualquer prazo. É lugar onde cada coisa tem seu tempo. E ele é conjugado no infinito. Perde boa parte do sabor quem sabe de cór o relógio. Ao pedir conselhos aos ingredientes, é preciso aguardar pacientemente a mágica acontecer. A travessia é longa, mas deliciosa. Aqui todas as informações, assim como as receitas, vão te contar histórias. E elas poderão fazer parte das suas de forma genuína, como fazem da minha. Que dessas linhas tão cheias de aconchego disfarçado de doces saborosos possam surgir conversas ao pé do fogão, misturas mágicas, transformações e novas lembranças costuradas com afeto e um bom punhado de açúcar. Com amor, Nanda. INTRODUÇÃO: Você deve se perguntar: o que faz uma receita ser inesquecível? Não existe um ingrediente mágico, pois na cozinha tudo pode interferir: seja a escolha dos insumos, o método de cozimento, o tipo de forno, o material de forma, qualidade de ingredientes e por aí vai. Quando entendemos um a um, conseguimos não só fazer uma boa receita, mas identificar por que uma delas deu errado. Entender o processo e o que existe por trás de cada item é fundamental, e minha ideia aqui é te trazer isso. Na confeitaria funcional, driblamos alguns fatores muito enraizados (uso de trigo, manteiga, creme de leite e etc), e aqui abrimos uma gama riquíssima de ingredientes muitas vezes ignorado na tradicional. E essa é a beleza do nosso universo: temos uma capacidade muito maior de construir novos sabores e não apenas tentar deixar algo “igual ao clássico”. Abra a sua cabeça, entenda e crie. A cozinha é terreno para almas livres. FORNOS: Antes de falarmos de ingredientes, é muito importante entendermos o tal do forno, já que é dentro dele que todas as reações da nossa mistura vão acontecer – e isso ocorre em temperatura e tempo determinados. Um forno muito quente faz com que as reações aconteçam de maneira muito rápida, assim como em um forno frio as reações demoram a acontecer, ou acontecerão de maneira errada. E é aí que nasce um bolo seco, solado, sem sabor, murcho no meio, com topo rachado como um vulcão, entre tantos erros comuns que vemos em casa sem saber solucionar, porque não entendemos o que de fato acontece quando colocamos a forma na grade e fechamos a porta do forno no famoso “180 graus”. Quando misturamos açúcar, ovos, gordura, farinhas e agentes de fermentação, cada item leva determinado tempo, sob determinada temperatura, para agir. A partir de 60 graus, os ovos começam a coagular, açúcar derrete, farinhas retém umidade, fermento vai liberando gás carbônico e outros gases, até que nossa massa deixe de estar em estado “líquido” para se solidificar. Esse é um dos motivos para o famoso “use ingredientes em temperatura ambiente”. Se você usar ovos gelados, por exemplo, as reações não ocorrem no tempo certo. A temperatura baixa dos ingredientes interfere no cozimento, alterando o resultado. As massas assam das bordas para o centro. Por isso sempre espetamos um palito no meio para ver se ela está assada. Mas nem sempre entendemos aquele bolo cru no meio, torrado nas bordas, quando afunda e por aí vai. Se sua receita está equilibrada, ou seja, se você tem uma “fórmula” com quantidade de ingredientes correta, vamos aos erros mais comuns: "Meu bolo afundou”: um clássico na cozinha de todo brasileiro hahaha motivos que causam isso: Temperatura do forno: nem sempre nosso forno caseiro está regulado, ou seja, a temperatura que marca o botão é diferente da interna. Recomendo sempre que você tenha um termômetro interno ou aquelas pistolas infravermelhas para conferir. Temperaturas altas fazem com que o bolo cresça muito rápido (lembra que os gases vão saindo do seu bolo e tem um tempo certo para isso?!), fazendo com que as bolhas de ar dentro dele não sustentem, pois não deu tempo de ganhar estrutura e todos os ingredientes se solidificarem corretamente. O que acontece? Ele cresce muito e murcha no meio, muitas vezes antesmesmo de sair do forno. Muito fermento ou bicarbonato: quando excedemos a quantidade de agentes de fermentação, a estrutura do bolo não aguenta e ele cresce muito, não sustenta e cai. O mesmo pode acontecer com excesso de líquidos. Bater muito a massa: quando usamos ovos, incorporamos ar neles e isso ajuda a estrutura da nossa massa. Se ao adicionar as farinhas você seguir batendo muito essa massa, você perde parte dessa aeração e os bolos podem crescer menos ou até murchar. Abrir o forno: o tempo certo para checar se o bolo está pronto – ou quase pronto – varia de forno para forno. Por isso, o correto é abrir o seu a partir de 80% do cozimento. Você saberá isso a partir do seu segundo bolo, ou conhecendo seu forno. Abrir antes do tempo faz com que entre ar frio e diminua a temperatura interna. Se o seu bolo já não estiver estruturado o suficiente, ele toma esse golpe de ar frio e murcha. Retirar a massa antes da hora: Se o bolo não estiver totalmente assado, a massa absorve umidade, amolece e abaixa. "Meu bolo deformou e parece um 'vulcão' em cima": vão te mandar cortar o topo, mas acredite, jamais vai ter a textura de um bolo assado corretamente. O que geralmente causa isso: Temperatura: calor excessivo também faz com que seu bolo não fique reto e faça aquele aspecto “vulcão”, que as pessoas pedem para você nivelar na hora da montagem. Mas bolos retos são perfeitamente possíveis de serem feitos sem nivelamento. Com a temperatura alta as reações acontecem rapidamente e os gases tentam fugir da massa, dando esse aspecto arredondado e rachado em cima. Importante: aquele rachadinho de algumas massas é normal, isso acontece porque alguns bolos tem mais água e mais gordura e, consequentemente, são mais úmidos. Por isso, eles fazem pequenas rachaduras, diferente do “vulcão”. "Meu bolo solou": eu sei que você já transformou aquela massa solada em bolo de pote, mas você sabe por que solou? Ou melhor: o que é bolo solado? Temperatura: temperaturas baixas fazem com que as reações da sua massa ocorram mais lentamente do que é preciso. Ou seja, ao demorar para começar a ganhar estrutura, o que é mais leve decanta. O amido das farinhas costuma ir para o fundo da forma, dando aquele aspecto gelatinoso. O famoso bolo solado. É comum todo bolo que dá errado a gente apelidar de solado, mas apenas bolos com essa característica gelatinosa na base podem ser chamados assim. Meu bolo transbordou da forma: não acione o alarme de incêndio do prédio e nem perca tempo limpando o forno cheio de massa queimada, espalhada por todos os cantos. Provavelmente você não usou o tamanho da forma compatível com a sua quantidade de massa. E como descobrir ela cabe? É simples: Pegue sua forma, coloque em uma balança e encha ela de água ate o topo. Veja o peso. Aquela forma pode receber em massa entre 2/3 até 3/4 dessa quantidade. O bolo assou, quando desenformo? Se acalme e não tire o bolo do forno já virando ele no prato. Respire e tome um cafezinho para não fazer besteira. Antes de dizer quando, vou falar sobre algo importante: untar. A cena é a seguinte: você investiu uma grana naquela forma linda, toda trabalhada, fez a massa perfeita e na hora de tirar dela o bolo grudou. Não saiu nem com reza. Quem nunca sentou no chão da cozinha querendo chorar quando isso aconteceu, não sabe o que é confeitaria na veia. O fato é que sim, massas sem glúten precisam de formas untadas (algumas com trigo não). Essas especiais para bolo “bundt”, que tem muitos detalhes e que você trouxe da sua viagem para os Estados Unidos ou parcelou em 5x nas lojas daqui, ainda mais. Em t-o-d-o-s os c-a-n-t-i-n-h-o-s. Mas muita calma, porque nessa história de untar para não grudar, já vi pessoas darem "banho" nas formas. À medida que o bolo assa e cresce, ele vai criando uma aderência nas laterais da forma, o que garante seu formato e também sua estabilidade. Uma lateral muito escorregadia vai fazer com que ele tente subir e não consiga, pois não tem atrito. O que acontece? Seu bolo fica mais baixo e menos fofo. Então unte, mas sem exageros. Você pode usar spray desmoldante para formas retas ou óleo. Ghee também pode ser utilizada. Eu não costumo enfarinhar, pois as laterais das massas já são mais sequinhas, mas é permitido. Para desenformar, aguarde cerca de 10 a 15 minutos. Se o bolo for grande, cerca de 20. Não deixe esfriar por completo, principalmente se forem massas úmidas, pois a massa vai suar e grudar na sua forma. Mais a frente, quando falarmos sobre métodos de bolos, vou explicar por que nem todas as massas nasceram para formas especiais, depende da estrutura de cada uma para um resultado legal. E QUAL O TIPO DE FORNO IDEAL? Forno a gás: Seja por economia de energia ou por convenção, esse é o tipo de forno mais comum no Brasil. Como o calor parte de baixo do forno, a área inferior esquenta mais do que a de cima e a temperatura é mais difícil de ser controlada. Dificilmente você vai ter preparos homogêneos colocando formas em todas as prateleiras, a que fica na área superior certamente vai levar mais tempo para assar. É comum a gente ouvir: “coloque o bolo na grade do meio” por esse motivo. Logo, se você tem uma produção ou faz doces em maior quantidade, invista em um forno elétrico. Forno elétrico: Ele tem uma distribuição melhor de calor e resistências na parte inferior e superior da máquina, fazendo com que uma parte não receba mais calor do que a outra. Um dos tipos de fornos elétricos são os com convecção: aqueles ventiladores internos que ajudam na distribuição do calor, deixando os preparos mais uniformes. É comum a gente ouvir que fornos industriais são mais “fortes” e assam mais rápido. O que acontece é que eles tem convecção e, por isso, são mais quentes e espalham mais calor. Se o seu forno for de convecção (existem também modelos caseiros), geralmente usamos a temperatura mais baixa: por exemplo, se uso 180 graus em forno convencional, aqui cai para 160/165 graus. Forno combinado: O mais moderno e completo, é o sonho de muitos cozinheiros. Ele geralmente faz não só pães ou bolos, mas grelhados, frituras, assados, cozimentos e milhares de outras funções que, inclusive, podem ser feitas em diferentes grades sem que haja transferência de sabor. Ele combina calor e vapor, por isso o nome combinado. Forno de lastro: Famoso nas panificações e padarias, tem sistema de aquecimento de baixo para cima. Tem aquela famosa pedra que deixa pizzas e pães maravilhosos. Algumas confeitarias também usam. Eu, particularmente, não sou a maior fã do uso dele para a confeitaria, mas é uma opção. MATERIAL DE FORMAS: Existem vários tipos de formas no mercado, mas cada uma delas interfere no resultado, pois todas tem uma determinada condução de calor. É possível assar qualquer coisa em cada uma delas, desde que você entenda como funcionam e consiga regular tempo e temperatura de acordo com o material. Alumínio: Barata, dura bastante e tem uma condução de calor homogênea. Ela aquece e resfria rapidamente, fazendo com que sua massa não continue assando infinitamente após sair do forno. Para bolos, use as de fundo fixo. Para tortas que você precise desenformar com facilidade, fundo removível. Massas de bolo podem ser assadas em fundo removível, desde que não sejam muito fluídas, do contrário vão escorrer. Aquelas famosas formas da Nordic Ware, com desenhos lindos e material super pesado, também são de alumínio, com camada tripla e revestimento de teflon. Por isso cuidado na hora de lavar, para que você não tenha problemas de aderência nos bolos seguintes, após o uso. Teflon/Antiaderente: Formas escuras retêm mais calor, mas podem ser perfeitamente usadas, desde que vocêregule seu forno sabendo disso. Cuidado para algumas marcas, que avisam conduzir três vezes mais calor do que as de teflon tradicionais. Vidro: Para bolos não são boas, pois conduzem muito calor nas laterais e demora a chegar ao centro. Ou seja, não conduzem de forma homogênea, mas funcionam muito bem para preparos gelados como pavês ou tortas que não precisem estruturar no forno. Cerâmica: Formas com capacidade maior de reter calor. Cuidado para não deixar preparos queimarem, como suflês em ramequins, já que continuam assando após o forno. Silicone: O silicone é um péssimo condutor de calor. Você já se deu conta de que na cozinha muitas luvas são de silicone, assim como espátulas, pegadores e etc? Usamos esse material justamente para não nos queimarmos. Por isso, bolos assados em silicone tendem a ficar mais branquinhos e demoram mais a assar. Deixe as formas de silicone para preparos gelados como entremet ou mousses, ou, ainda, doces pequenos como cupcakes, Madeleine e etc. Formas de papel/papelão: Existem vários tipos, com diversas espessuras. As para cupcake são finas e por isso o ideal é assar os bolinhos com algo que segure o papel e evite que a massa se expanda muito. As de bolo inglês, forneáveis, costumam contar com uma camada interna que dispensa untar. Importante: como o material eh muito fino, recomendo colocar as formas diretamente na grade do forno e não em uma assadeira, pois o alumínio conduz muito calor e pode queimar o fundo do seu bolinho. Caso use assadeiras, fique atenta a temperatura do forno, baixando entre 5 e 10 graus. MÉTODOS PARA BATER BOLOS E MASSAS: Fazer doces não é só reunir ingredientes, a gente já está vendo isso. E para massas em geral a ordem dos itens adicionados interfere e muito. Sobremesas resultam de uma série de reações químicas que precisam de etapas para funcionar bem. Vou listar alguns dos mais comuns e que mais uso na minha cozinha. Método cremoso: É o famoso “bata a manteiga e o açúcar ate formar um creme claro e fofo”. Mas o que ele tem de especial? Massas amanteigadas costumam ser mais estruturadas e aguentam mais peso sem deformar. Por exemplo: bolos de casamento de vários andares, naked cake ou bolos que levam pasta americana. O método costuma ter bastante gordura, pelo menos metade da quantidade dos ovos. E ao contrario de receitas como pão de ló, por exemplo, necessita de fermento para dar leveza a massa e evitar que ela fique pesada. Primeiro então batemos manteiga e açúcar, em seguida adicionamos ovos e, por fim, as farinhas. Lembra que mais acima eu te falei sobre a temperatura dos ingredientes? Para o método cremoso é muito importante que a manteiga esteja em temperatura ambiente, mesmo que seja ghee. Essa temperatura é o famoso “ponto pomada”. Se você colocar um termômetro vai ver que ela estará entre 18 e 20 graus. E por que isso? Falaremos mais a frente sobre a diferença de gorduras e sua plasticidade, mas ao contrário do óleo, a manteiga combina água e gordura. Se aquecermos ela no microondas, por exemplo, a gordura se separa e a emulsão se dissolve, perdendo a capacidade que ela tem de incorporar ar. Mais a frente falarei também dos tipos de açúcar, mas você já deve ter notado que nas minhas receitas eu uso sempre o demerara triturado. E por que? Os cristais de açúcar são os responsáveis por fazer pequenos furos na manteiga que irão capturar o ar. O tamanho do cristal de açúcar afeta a formação do creme, ou seja, quanto menor o cristal, mais delicada será a textura do bolo, pois as bolhas formadas serão menores. Além disso, quanto menor o cristal, mais fácil é ele derreter e formar calda, dando umidade ao nosso bolo no tempo e temperatura corretos. Quando for adicionar os ovos, preocupe-se em colocar todos em um bowl e mistura- los, adicionando aos poucos na mistura feita de manteiga e açúcar. Eles ajudam a estabilizar e criam uma estrutura elástica para as bolhas de ar, para elas expandirem quando assadas. Quando colocamos os ovos rapidamente, a mistura tende a “talhar”. Sabe por que? Como existe água na clara do ovo (ela é formada majoritariamente por água e um pouco de proteínas), se for colocada de uma vez em contato com a gordura, ela separa e não consegue se unir de maneira uniforme. Lembra da época da escola, quando aprendemos que água e gordura não se misturam? Pois é. Em bolos elas até se misturam, porque as gemas tem propriedades emulsificantes (ela contém lecitina) e ajudam nesse processo, mas precisamos incorporar os ovos de forma gradativa para garantir que a união ocorra de maneira uniforme. Método espumoso: Você já provou pão de ló? Ele é o melhor exemplo desse tipo de massa, já que a umidade vem dos ovos, que contém bastante água. Algumas receitas podem levar gordura, líquidos e até fermento, mas não é regra. Geralmente são massas que crescem pela incorporação de ar quando os ovos são batidos. As massas costumam ser leves e delicadas, não suportando muito peso. São ótimas para rocamboles ou massas com caldas, porque pela aeração ela absorve bastante coberturas e recheios fluídos. No processo, primeiro batemos as claras em neve, em seguida acrescentamos as gemas e o açúcar. Também é possível bater os ovos inteiros com açúcar até dobrar de volume, mas da primeira forma garantimos mais leveza, já que a proteína da clara quanto batida infla e absorve ar. Esse ar dá a estrutura leve do bolo. Existem técnicas diversas com base no método espumoso que resultam em bolos com estruturas diferentes. Você já ouviu falar em Genoise e Bolo Chiffon? No primeiro a gente bate os ovos com o açúcar em banho-maria, pois o calor (entre 43 e 49 graus) dissolve a lecitina encontrada nas gemas, facilitando a mistura com os demais ingredientes. Geralmente são bolos mais finos em espessura, usados como base de tortas e outros preparos e tem um pouco mais de estrutura que o pão de ló. Já o bolo Chiffon também faz parte da família dos bolos esponja, mas é uma mistura entre pão de ló e bolos levedados, pois ele usa claras em neve, gordura e fermento. Cookies: Não são só os bolos que precisam de equilíbrio e ordem de preparo. Cookies, ao contrario de biscoitos, tem uma estrutura definida: crocância por fora e meio úmido. O método usado para cookies é o cremoso (começamos batendo manteiga e açúcar e depois adicionamos os ovos). Mas além do açúcar demerara, combinamos o açúcar mascavo. Além de ser úmido, ele é ácido e reage com o bicarbonato de sódio (que é alcalino, mais a frente falaremos dessa reação), produzindo dióxido de carbono e fazendo com que seus cookies não espalhem na forma, fiquem altos e fofinhos no meio. Além disso, a acidez do mascavo acelera a coagulação das proteínas do ovo, fazendo sua massa ganhar estrutura mais rapidamente e não espalhando por completo. "Ah, Nanda, mas então posso dispensar o demerara e usar só o mascavo?". O ideal é que não, pois o açúcar demerara ajuda na fermentação mecânica, criando mistura aerada com a manteiga e melhorando a estrutura da massa. Brownies: É um doce com característica particular: meio úmido e casquinha crocante. Isso se dá pela junção de açúcar + gordura. Brownie também não leva fermento, pois não queremos bolhas de ar que se assemelhem a um bolo. Por isso, cuidado com os ingredientes: se retirarmos o açúcar não teremos casquinha. Se usarmos cacau 100% ou chocolate picado acima de 70% (que tem pouca ou nenhuma gordura), não teremos um brownie, mas um bolinho. Brownie lowcarb, por exemplo, nunca será brownie, mas um bolinho menos assado e mais cru no meio. Massa “podre” para tortas: São aquelas massas para tortas, tarteletes e até quiches. A textura quebradiça da massa depende da técnica utilizada, quantidade de ovos e gordura. Elas diferem basicamente na quantidade de açúcar e ovosentre elas. Pate Brisée: é a mais neutra, podendo ser usada para doces ou salgados, pois não tem açúcar na massa e nem ovos geralmente, mas pode ter. Basicamente formada de 100% de farinhas, 85% de gordura e 25% de água ou ovos e pitada de sal. Pate Sablée: é uma massa doce que permite adicionamos farinha de amêndoas e apenas gemas ao invés dos ovos inteiros. É mais delicada que a sucrée, que tem mais estrutura para tortas grandes. Gosto da Sablée para tarteletes. Ela costuma ser formada por 100% de farinhas, 60% de gordura, 40% de açúcar e 25% de ovos. Pate Sucrée: como o nome diz, é uma massa doce. A mais doce das três e pede um recheio mais ácido. A diferença dela para a Sablée é a quantidade de açúcar e as vezes de gordura, tendo um pouco mais de estrutura. Ela é formada por 100% de farinha, 50% de gordura, 65% de açúcar e 25% de ovos. Os métodos para preparo de massas desse tipo são dois: sablage e crémage. A sablage, usada geralmente na pâte brisée, é uma mistura de farinhas com manteiga, formando uma areia molhada. Na sequencia adicionamos água ou ovo. A crémage, usada para as outras massas, batemos manteiga com açúcar até formar um creme, na sequencia colocamos ovos e incorporamos as farinhas. Pâte à Choux: Uma das massas francesas mais tradicionais, ela é usada para as famosas bombas, carolinas, profiteroles e outros doces. Uma das principais características dela é sua capacidade de crescimento sem a utilizar fermento. Ela infla apenas com a umidade dos ovos, que forma uma nuvem de vapor dentro da massa e faz com que além de duplicar de tamanho ela fique oca no interior. FARINHAS: Antes de falarmos sobre as farinhas funcionais, vamos tentar entender o papel do trigo e por que tentamos aproximar as nossas texturas dos preparos feitos com ele. Existem dois componentes do trigo que, quando associados a outros ingredientes da preparação de massas, fazem toda diferença na textura das preparações: o amido e o glúten. O glúten, que é, na verdade, uma mistura de duas proteínas presentes nele (gliadina e glutenina). Ele é composto, geralmente, por cerca de 40-70% de amido, e 7-15% de proteínas, entre outros componentes. Geralmente em bolos, que priorizamos leveza, usamos trigo com menos proteínas, e em pães, que precisamos de mais elasticidade, buscamos trigo com maior percentual de proteína. O papel do glúten basicamente é formar redes elásticas e manter os gases da fermentação dentro da massa, fazendo com que ela se expanda e permaneça fofinha e úmida. O glúten formado vai dar liga, estrutura, umidade, maciez a qualquer massa que o contenha. Quando trabalhamos no universo sem glúten, precisamos combinar ingredientes e métodos que nos façam ter esses elementos nas nossas massas. Para entendermos como combinar ingredientes, precisamos pensar neles na essência, para que possamos pegar elementos de um que complemente outro e faça sentido na receita. Você provavelmente já deve ter notado que a grande maioria de sobremesas sem glúten (e salgados também) levam farinha de arroz como base. Na verdade veremos mais a frente que temos outras farinhas desse grupo que podemos substituir, mas usarei a de arroz como exemplo para você entender o raciocínio. Você também já deve ter se dado conta de que raríssimas são as receitas que levam somente ela como ingrediente, ao contrário do trigo que é usado sozinho e faz milagres. Mas se perguntou o porquê disso? A Farinha de arroz tem entre 5-7% de proteínas e de 23 a 27% amido. Ali em cima comecei falando que o trigo pode ter até 15% de proteínas e até 70% de amido. Logo, sabendo dessa nossa “deficiência” na farinha de arroz, usamos geralmente amidos e outros grupos de farinhas com ela para garantir que as texturas tenham umidade, elasticidade e outras característica dependendo do preparo que estamos fazendo. Por isso é comum você ver farinha de arroz combinada a fécula de batata, polvilhos ou amido de milho, por exemplo. Ou em pães ela ser usada junto com uma farinha de grão de bico (leguminosa rica em proteína – que garante elasticidade) e por aí vai. Falaremos disso mais à frente. E por que o percentual de amido faz diferença? Amidos são formados por carboidratos (que se transformam em açúcar) e se tornam uma espécie de alimento para o fermento, que os usam para liberar mais gases e assim sua massa cresce e fica fofa. Lembra o que acontece quando juntamos água ou leite e amido? Forma-se um mingau, uma colinha. Isso acontece também dentro de bolos e outros preparos: o amido gelatiniza quando aquecido e faz com que as massas fiquem macias. Antes de falar de cada farinha, quero ressaltar sobre a aveia, que naturalmente não forma glúten: ela no pode ter contaminação por moagem ou plantio. Ao contrário do trigo, ela contém avenina, uma proteína que é um tanto quanto similar a gliadina + glutenina, criando estrutura e elasticidade. Porém se utilizada sozinha ela pode deixar a massa pesada porque absorve muito líquido, graças a quantidade de fibra. GRUPOS DE FARINHAS: Respeitando os grupos você pode trocar as farinhas sem que haja perda de textura nas massas. Para trocar um grupo por outro (exemplo: farinha de arroz – que é base – por amêndoas – que é gordura – é preciso ajustar o restante dos ingredientes). Farinha de arroz: é a base da grande maioria das receitas. A maioria contém cerca de 7% de proteínas e de 23 a 27% de amido, enquanto o trigo pode chegar a 70%. Por isso, para garantir leveza e maciez, colocamos amidos, féculas e polvilhos combinadas a ela para aumentar esse aporte e garantir que teremos massas fofinhas. Ela pode ser substituída por outras do mesmo "grupo". Trigo Sarraceno Farinha de Teff Farinha de Amaranto Farinha de Quinoa (sabor residual mais intenso) Farinha de Arroz integral (mais fibras, aumentar o liquido da receita em 10%) Amidos: a fécula de batata é o amido de eleição para a grande maioria das massas na confeitaria, pois ajuda na leveza e na maciez. Na panificação, polvilho doce é o mais utilizado, por ter mais elasticidade. Em cremes, o amido de milho atua como um espessante, deixando nossos preparos mais firmes e com textura aveludada, engrossando os preparos de forma mais rápida que féculas ou até mesmo o trigo. Quando misturado com substâncias ácidas o poder espessante dele também diminui. Nesse caso, vale a pena aumentar um pouquinho a medida. Em massas em geral ele aumenta a crocância e as cascas (como brownies e pães). Fécula de Batata (mais maciez) Amido de Milho (mais crocÂncia e casquinhas mais firmes) Polvilho Doce ou Fécula de Mandioca (mais liga, usado mais em pães e em pequenas quantidades em doces) Araruta (textura entre a fécula de batata e o polvilho doce. Maciez e liga) Farinhas de oleaginosas: são farinhas naturalmente ricas em gordura e pouquíssima estrutura. Como na maioria das massas sem glúten nós temos um limite de absorção de líquido e gorduras, ao invés de aumentarmos a manteiga ou óleo, usamos farinhas de oleaginosas para garantir um aporte de gordura "seca", sem que a massa seja prejudicada. A farinha de amêndoas tem sabor mais suave e neutro, sendo muito utilizada na confeitaria. Basta triturá-las até virarem pó, com cuidado para que o óleo não solte e passe de farinha para pasta. Por terem uma gordura boa, ajudam na textura mais leve, principalmente em bolos sem glúten. Amêndoas e Avelãs (essas duas são as mais neutras e com percentual de gordura parecidos) Nozes, Castanha do Pará e Macadamias (essas três tem mais gordura. Se a receita pedir farinha de amêndoas e você optar por substituí-la por uma dessas acima, diminua em 10 a 15% a gordura da receita) Castanha de Caju e Amendoim (oleaginosas mais sequinhas. O amendoim funciona praticamenteleguminosa. Se a receita pedir farinha de amêndoas e você optar por substituí-la por amendoim ou caju, aumentar em 10 a 15% a gordura da receita) Aveia sem glúten/ farinha de linhaça/ farinha de chia: são farinhas de fibra que, por natureza, absorvem um pouco mais os líquidos, mas também agregam bastante valor nutricional. Combinadas a outras farinhas, como as de base, ficam perfeitas em bolos, biscoitos, massas de quiches e etc. No caso da chia e da linhaça, o ideal é comprar os grãos e triturar na hora ou farinhas que sejam estabilizadas, pois elas oxidam rapidamente (cerca de 3 dias) e tem seu sabor alterado (fica mais amargo). A farinha de aveia contém avenina, uma proteína que é um tanto quanto similar ao glúten, criando tanto estrutura quanto elasticidade. Farinhas proteicas: ao retirarmos o glúten, que é a junção de duas proteínas presentes no trigo, costumamos usar como estratégia algumas farinhas proteicas para ter elasticidade agregada. Essas farinhas ajudam quando precisamos desta característica, como massas de tortas e tarteletes, além de pães. Farinha de Grão de Bico (sabor mais intenso) Farinha de Feijão Branco (sabor mais adocicado) Farinha de Painço (a que mais gosto para tarteletes) Farinha de Lentilha/ Amaranto/ Quinoa Farinhas "acessórias": são farinhas que podem ser adicionadas devido ao benefício, mas não substituem as demais citadas acima. Dependendo do percentual de fibra de cada, pode ser preciso aumentar os líquidos e/ou gordura das receitas. Farinha de Berinjela/ Farinha de Maracujá/ Farinha de Banana Verde/ Uva Farinha Zaya: é a farinha da mandioca integral, e não só o amido dela, como o polvilho. Tem estrutura e elasticidade, sendo uma farinha bem fina. Em algumas receitas ela substitui integralmente o trigo, podendo ser usada 1:1. Quando substituímos na receita, trocamos farinha de arroz + fécula de batata + polvilho doce presentes na receita e colocamos a Zaya nessa somatória. MISTURAS BÁSICAS: Todas as misturas variam de acordo com a quantidade de gordura, ovos e outros ingredientes que você usará nas receitas. Mas podemos montar nossas misturas em potes de 1kg e usar 1:1 no lugar do trigo, dependendo de qual preparo queremos. Base branca básica: 500g FARINHA DE ARROZ BRANCO 250g FÉCULA DE BATATA + 50g AMIDO DE MILHO 200g FÉCULA DE MANDIOCA Base funcional: 320G DE FARINHA DE ARROZ* 160G DE FECULA DE BATATA* 160G DE POLVILHO DOCE* (*essas 3 podem ser trocadas por zaya) 240G DE FARINHA DE AMENDOAS 120G DE FARINHA DE LINHACA DOURADA OU AVEIA Base Lowcarb: 680G DE FARINHA DE AMENDOAS 280G DE FARINHA DE ARROZ OU ZAYA OVOS/ "OVOS VEGANOS": Antes de falar sobre o papel do ovo, é importante entender uma convenção que temos ao definir uma receita: é comum falarmos em 1 ovo, 2 ovos e por aí vai. Mas ovos tem tipo e tem peso. Por exemplo: um ovo tipo jumbo pode ter até 68g, enquanto um ovo orgânico ou caipira tem entre 45 e 50g. Isso dá bastante diferença em uma receita. Se um bolo te pede 4 ovos, a diferença de peso é quase como se você estivesse colocando um ovo a mais ou a menos, alterando umidade, gordura, fermentação e etc. Os ovos na confeitaria e panificação tem um padrão de 60g. Algumas receitas, no entanto, pedem ovos de 50g. Então tenham essa medida como média 50-60g. Se precisar de 180g de ovos, por exemplo, e ao abrir três a somatória deu 160g, abra mais um, misture claras e gemas e complete a mistura até 180g Quanto as suas funções, são muitas: estruturar, umedecer, dar liga, volume (fermentar), emulsificar, além de unir os ingredientes da receita, uma vez que a gema tem lecitina, que a torna capaz de juntar água e gordura presentes em uma receita. A gema do ovo, por conta dos seus lipídios e de suas proteínas, dá cor as massas e as claras, por conterem água e capacidade de incorporar ar, adicionam leveza. Quando retiramos os ovos de uma receita, precisamos agregar as suas principais características novamente, lembrando dos valores de claras e gemas para repor. Liga: Conseguimos repor fazendo uma mistura de farinha de chia ou linhaça na agua. Para cada colher de sopa de uma delas, colocamos três de agua e esperamos formar um gel. Ele vai fazer o papel, em parte, da clara. Umidade: Dependendo do preparo, podemos usar purês como de banana ou biomassa, abobora, grão de bico, maçã e etc. Fermentação: Colocamos algum ingrediente ácido na receita, como vinagre ou limão, para que ele reaja com fermento ou bicarbonato e libere gases que irão ajudar na estrutura das massas. Leveza: Em algumas massas podemos usar merengue feito da água do cozimento de leguminosas, como grão de bico, feijão branco. Ainda no campo dos ovos, podemos usar as claras para fazer merengues e decorar tortas e bolos. Ele é basicamente a junção de 1 e meia a duas partes de açúcar (também é possível fazer com adoçantes) para uma de clara, com diferentes técnicas que resultam em estruturas e texturas diferentes. Merengue Francês: é o mais simples. Começamos batendo as claras na batedeira, quando passar a espumar, vamos adicionando o açúcar aos poucos, até formar picos mais firmes. Por ser um merengue cru, não podemos apenas cobrir tortas, mas usá- lo em doces que vão ao forno. Pode ser usado para suspiros também, basta colocá-lo em um saco de confeitar, pingar numa assadeira e levar ao forno 100 graus por mais ou menos 1 hora. Merengue Italiano: é o famoso marshmallow. Precisamos fazer uma calda com água e açúcar até atingir 116 graus (bala mole – se você jogar essa calda em um pote com água ela forma uma bolinha). Quando ela estiver por volta de 112 graus, começamos a bater as claras na batedeira para começar a estruturar. Em seguida colocamos a calda (tente evitar jogá-la no batedor, para não espalhar para as bordas) e batemos até formar picos firmes e a mistura esfriar. Merengue Suíço: o meu preferido por ser fácil e versátil. Basta juntar açúcar ou adoçante em um bowl e levar ao banho-maria até atingir entre 65 e 70 graus (se você não tem um termômetro, basta pegar a mistura entre os dedos e ver se você não sente nenhum grão é porque chegou no ponto. Ela precisa estar morna). Nessa temperatura as claras pasteurizam e estão seguras para decorarem sobremesas que não vão ao forno. É o que mais uso em torta de limão, pavês e etc. Aquafaba: Merengue vegano. Basta cozinhar 1 xícara de alguma leguminosa (depois de ter deixado ela de molho por pelo menos 8 horas) com 3 de água por aproximadamente 1 hora, ou até o grão cozinhar por completo. Separe a água do cozimento e deixe em pote hermético na geladeira de um dia para o outro para ganhar viscosidade. Bata essa água na batedeira com ½ colher de chá de cremor tártaro (mais tarde falaremos sobre ele), açúcar (para cada xícara de líquido use 1 de açúcar) e baunilha. Está pronto seu merengue vegano. Ah! E se você quiser usar como agente de leveza em massas, basta bater o líquido do cozimento com o cremor. 3 colheres de sopa dessa aquafaba batida substitui 1 clara não usada em bolos veganos e pode ser incorporada. Bicarbonato/ Fermento/ Cremor Tártaro Eu sei que muitas vezes você não sabe quando usar um ou outro. Mas entendendo o que cada um é, fica mais fácil. O bicarbonato de sódio é um ingrediente alcalino que, quando entra em contato com o calor, libera dióxido de carbono, o CO2, que vai fazer suas massas crescerem. Acontece que o bicarbonato de sódio também produz carbonato de sódio, um gás que deixa os alimentos com gostinho meio metalizado. Então para isso ser anulado, ele sempre é usado JUNTO com algum ingrediente ácido como limão, iogurte, até cacau em pó 100% resolve o problema. O bicarbonato puro é só uma base, sem combiná-lo a um ingrediente ácido você não terá tantono crescimento quanto o fermento em pó. O fermento em pó nada mais é do que a mistura do bicarbonato de sódio com amido e uma parte ácida (geralmente cremor tártaro ou fosfato monocálcico). Quando usamos ele em uma massa ela sofre duas etapas de reação: a primeira de forma mais rápida, pela mistura dos ingredientes, e a segunda a partir de 50/60°C. É por isso que ele é usado para preparações mais demoradas. Em uma mistura que tenha líquidos, como por exemplo massa de bolos, o ingrediente básico e o ácido se ligam e criam bolhas que fazem a massa crescer. O fermento químico começa a agir (e produzir gás carbônico) assim que um líquido é adicionado aos ingredientes da massa. Por isso que adicionamos ele por último e já seguimos para o forno. Cremor tártaro é um ácido que tem várias funções. Ele é naturalmente encontrado no sedimento de barris de vinhos depois que ele foi fermentado. Muitas vezes fermentos de bolo que compramos levam cremor como ácido, mas ele pode ser comprado puro também. Ele estabiliza e retém umidade das claras (você já comeu aquele pavê de avó que o merengue fica boiando depois de alguns dias? Pois é, o cremor quando usado nas claras ajuda a reter a umidade). Além disso ele também aumenta o volume das claras e as deixam mais toleráveis ao calor. GORDURAS: Lembra que eu disse que as duas proteínas do trigo se formam em presença de umidade? Então, as farinhas em geral tendem a roubar a umidade para si. Isso acontece também no nosso universo sem glúten. O que ajuda na compensação disso são as gorduras, que envolvem as proteínas do ovo, as féculas e outras farinhas, equilibrando a capacidade que elas têm de de absorver água e dar sustentação. A gordura faz com que as farinhas não roubem toda a umidade pra si e seque a massa. Mas são todas iguais? Não. A manteiga, por exemplo, tem cerca de 80% de gordura, 5% de proteína do leite e 15% de água. No Brasil algumas têm mais água que isso. Óleos e azeites são 100% gordura, o que costuma dar mais umidade a massa, mas eles diferem na estrutura e densidade. De todas as propriedades das gorduras, a plasticidade e o ponto de fusão são os mais importantes de serem entendidos na confeitaria. A plasticidade diz respeito à maleabilidade da gordura. Pense na gordura como uma massa de modelar. Exemplos de gorduras plásticas são a manteiga, margarina, banha, etc. Os óleos são totalmente líquidos, não tendo essa característica. A manteiga de cacau, num outro extremo, é 100% sólida, e também não pode ser considerada plástica. E qual a importância disso? Apenas as gorduras plásticas podem ser batidas e incorporarem ar, num processo que te contei lá em cima, chamado método cremoso. Ou seja: gorduras plásticas tem a capacidade de incorporar ar, deixando a massa mais fofa e aerada. Além disso, temos que considerar outro ponto: massas que precisam de refrigeração, ou seja, aquela torta ou bolo com frutas que serão mantidos em geladeira, têm sua textura alterada quando feitos com manteiga. Isso porque ela é uma gordura que se solidifica em temperaturas baixas. Óleos vegetais não sofrem essa diferença, exceto o de coco, mas que não endurece tanto quanto a manteiga. Então se seu bolo for para refrigeração, faça a massa com óleo, de preferência. Sobre a ghee/manteiga clarificada: Ela é uma manteiga livre de lactose (não sem caseína) e é feita a partir do aquecimento da manteiga e da retirada das impurezas. Colocamos os blocos de manteiga sem sal na panela ou em banho-maria e vemos ela separar em 3 partes: a lactose desce, o meio é a manteiga clarificada e em cima forma-se uma espécie de espuma branca, que também descartamos. Ela é o que resta da “filtragem” e tem menos água que os tabletes convencionais, afinal ela evaporou durante o preparo, tendo cerca de 97% de gordura (se parece com o óleo, porém com densidade). No que isso interfere? Ao retirarmos os sólidos da manteiga, ela se torna mais fluída e menos estável para cremes como buttercream e também dão um pouco menos estrutura aos bolos (você pode reparar que é uma gordura que derrete bem mais fácil e que não queima na panela, como a tradicional. Chamamos isso de ponto de fumaça mais alto). O lado bom é que ela doura pães e bolos de maneira mais uniforme. ESPESSANTES/EMULSIFICANTES: Eu particularmente não uso espessantes nos meus bolos, prefiro regular umidade e elasticidade equilibrando os ingredientes. Mas para você entender cada um, lá vai: As gomas fazem parte do “papel” do glúten nas preparações, são utilizadas para adicionar volume, estrutura e dar viscosidade. Elas também ajudam a estabilizar e emulsionar, evitando que as massas percam umidade ou fiquem esfareladas. A Goma Guar é obtida das sementes de uma planta da Índia e ajuda na umidade. Cuidado para não confundir goma guar com ágar-ágar, uma gelatina vegetal e não um espessante. A Goma Xantana é obtida naturalmente pela fermentação de uma bactéria e dá mais elasticidade, dissolvendo facilmente em água quente ou fria. O CMC tem uma grande capacidade de absorver água e dar elasticidade, mas principalmente cola. Psyllium é uma fibra mais utilizada em pães (menos em bolos) para dar ainda mais maciez e agregar valor nutricional. Essas gomas podem ser adicionadas em pequenas quantidades, principalmente em pães (geralmente entre 0,5% e 1% do peso total das farinhas). AÇÚCARES E ADOÇANTES: Na confeitaria funcional, é muito comum as pessoas quererem reduzir a quantidade de açúcar nas receitas ou até mesmo trocar por adoçantes. Isso é possível, desde que você entenda o papel dele ou, ainda, como reestruturar a sua fórmula ao diminuir a gramatura dele. Lembre-se que uma receita tem um equilíbrio de ingredientes e, ao mudar, você precisa compensar o que foi retirado. Vamos entender o que o açúcar faz nas nossas massas, porque ele não existe apenas para adoçar. Para começar você precisa saber que açúcar é um ingrediente líquido. Ele vai derreter, formando uma “calda” e dando umidade à massa. Ele mexe com cor, estrutura, umidade e muitos outros fatores. Lembra lá no começo quando eu te disse que o ar é um dos fatores mais importantes para o bolo e por isso te expliquei temperatura de forno, fermentação e etc? Pois bem, misturamos a nossa massa e colocamos ela no forno. O ar começa a expandir para dar estrutura a massa, cria bolhas, o açúcar derrete e começa a fazer a calda e também parte da umidade da massa começa a evaporar. Quando colocamos muito açúcar, essa “calda” em excesso impede que a massa estruture e seu bolo cresce muito pouco. Por outro lado, se usarmos pouco açúcar, a formação da cadeia da massa será afetada e seu preparo provavelmente vai ficar mais duro e seco. Quando combinamos as nossas farinhas, a gelatinização do amido e a formação de tramas com os demais ingredientes está diretamente ligada a quantidade de açúcar presente na receita. Quando colocamos pouco, o amido presente nas farinhas “endurece” mais rápido, sua massa fica firme antes do tempo e expande menos. O açúcar retarda também, por exemplo, a coagulação das claras dos ovos, dando mais tempo para a sua massa crescer e ficar fofa. Provavelmente na época da escola você ouviu falar em reação de Maillard. Ela ajuda a dar cor e sabor ao bolo quando juntamos açúcar + proteína + aminoácidos (sabe aquele cheirinho de bolo assado que invade a cozinha? Pois é!). A segunda reação que temos é a caramelização, que acontece pela quebra dos açúcares complexos em simples e isso está diretamente ligado a temperatura do forno (160 a 180°). Sabe quando falamos de validade de produtos? Então, ela também aumenta devido ao açúcar. Na verdade, devido a sua ligação com a água. Quando usamos açúcar nas massas ele aumenta a pressão osmótica delas, ouseja, diminui a quantidade de água disponível nos alimentos. E isso faz com que microrganismos tenham menos capacidade de crescer na sua receita e deteriorar seu produto. Antes de eu te contar as diferenças entre os tipos de açúcar e também te explicar como usamos adoçantes, vamos falar de um detalhe importante: a granulação deles. Usamos muito açúcar demerara, mas vocês já devem ter notado que eu sempre uso ele triturado. E sabe por que? Quando o grão é muito grande, eles nem sempre derretem de maneira homogênea, podendo parar no fundo da forma ou cristalizando em cima, resultando em uma caramelização desregulada. Até mesmo quando usamos o método cremoso, que consiste em bater manteiga e açúcar, nem sempre todos eles se dissolvem. Por isso é importante que grãos de açúcar, independente do tipo, ou até mesmo de adoçantes, sejam finos. TIPOS DE AÇÚCARES E ADOÇANTES: Quanto mais escuro é o açúcar, mais vitaminas e sais minerais ele tem, e mais perto do estado bruto ele está. A cor branca significa que o açúcar recebeu aditivos químicos no último processo da fabricação, o refinamento. Quando se trata de confeitaria, o açúcar demerara é o mais usado pela sua semelhança estrutural com os refinados. Ele é um açúcar que passa por um refinamento leve e não recebe nenhum aditivo químico. Por isso, seus grãos são em tom “bege” e têm valores nutricionais altos. Esse açúcar e garante que o bolo cresça e tenha estrutura. O açúcar mascavo é mais bruto e tem um sabor mais intenso de cana, também tem mais umidade e acidez. Ele é ótimo para caramelizar alguns ingredientes e pode ser combinado ao demerara em alguns bolos para que o sabor não fique tão característico e para que também não perca estrutura (quanto utilizado sozinho, principalmente em alguns bolos, a massa tende a crescer um pouquinho menos, porque a umidade dele pode pesar as massas, desde que você não reestruture os demais ingredientes levando essa característica dele na substituição). O açúcar de coco tem o menor índice glicêmico dos três, porÉm age de forma bastante diferente em bolos. As massas costumam perder mais estrutura e ficam um pouco mais baixas. Pode ser usado sozinho, mas recomenda-se combiná-lo ao demerara em bolos e massas que vão ao forno, ou ainda aumentar quantidade de ovos ou agentes de fermentação. Em preparações geladas, como mousses, sorvetes, pudins e etc, ou até mesmo em cookies, cupcakes e doces que não precisam de tanta estrutura, o açúcar de coco pode ser utilizado sozinho. Mel, melado, agave e similares: são ótimos substitutos, mas precisamos levar alguns fatores em consideração. São mais doces que o açúcar, então usamos em uma quantidade menor (reduzimos cerca de 20% da quantidade). O mel contém água (cerca de 25%), portanto também devemos reduzir a quantidade de líquidos da receita ao usarmos ele no lugar do açúcar. Receitas com mel “queimam” mais facilmente, então reduzimos o forno entre 5 e 10° em preparos com ele. Os adoçantes culinários tendem a ressecar mais as massas e dar menos estrutura a elas, pois eles não tem a mesma capacidade química dos açúcares. Por isso, geralmente aumentamos um pouco a quantidade de ovos ou gordura da receita para equilibrá-la (em torno de 20 a 30%, dependendo dos demais ingredientes utilizados). Existem adoçantes naturais (xilitol, eritritol, taumatina, estevia, etc) e artificiais (sucralose, aspartame, sacarina). Apesar do valor alto, optar pelos naturais garante mais benefícios e qualidade no produto final. Nos meus preparos, costumo utilizar misturas de adoçantes que contenham Taumatina, proporção 1:1, por ser um dos únicos que carameliza, forma "calda" e garante a umidade aos bolos. Não uso xilitol puro. Eritritol muito menos. CHOCOLATES/ CACAU EM PÓ: O cacau tem grãos de polpa branca que são fermentados, torrados, descascados e moídos para produzir os nibs de cacau, que é composto basicamente de sólidos de cacau e manteiga de cacau. A partir desse nibs é feita uma pasta (massa ou licor de cacau), que é pressionada para remover sua manteiga de cacau, usada na fabricação do chocolate. Os sólidos de cacau que permanecem são triturados em pequenas partículas e transformados em cacau em pó. Quando queremos um sabor intenso de chocolate ele geralmente é utilizado, pois o cacau tem a maior quantidade de sólidos que qualquer outra variação do chocolate. Embora o cacau em pó seja 100%, existe uma quantidade de manteiga de cacau entre as marcas, entre 10 a 25%. Quanto menos gordura, mais amido o cacau em pó vai ter. E no que isso interfere? Amidos absorvem em umidade. Você já deve ter notado que adicionar cacau em receitas, como bolos brancos, sem reestruturar as receitas, podem fazer com que elas fiquem ressecadas, certo? Por isso que quando temos uma receita base e precisamos adicionar cacau, ou aumentamos a gordura ou, o que é mais comum, retiramos parte da farinha de base para a entrada dele. Existem receitas que estruturam basicamente sem farinhas, apenas com o cacau e bastante gordura, tamanha a sua capacidade de estruturar algumas massas. Muita gente me pergunta a diferença entre os tipos de cacau. Para começar você precisa saber que sendo cacau, ele é 100%. Qualquer coisa menor do que isso (70% ou 50%) é considerado chocolate em pó, geralmente com açúcar adicionado. Menos que isso e com mais ingredientes na lista é achocolatado. Dito isso, temos dois tipos: o cacau natural e o cacau alcalino. O cacau natural é ácido e tem a cor mais clara. O cacau alcalino é bem preto porque passa por uma solução de potássio que neutraliza o ácido dele. Os dois podem ser usados para tudo? Bem, em massas de bolo e outras em geral há algumas indicações: o cacau natural (que é ácido, lembram?) geralmente é usado combinado ao bicarbonato de sódio (que é alcalino) porque se complementam e fazem uma reação química dentro das massas. Já o cacau alcalino é usado junto com o fermento em pó, porque este já tem ácido na mistura e não "precisa" da acidez do cacau natural. Para quem nunca leu o rótulo de fermentos em geral, ele nada mais é do que a mistura do bicarbonato de sódio com algum amido e uma parte ácida. Ou seja, já tem os paranauê ali dentro, pode se jogar no cacau alcalino sem medo. Então fiquem atentos sempre! "Ah, não tenho cacau alcalino, posso usar o natural?". Até pode. Mas se a receita pede cacau natural e você coloca o alcalino sem que tenha outro ácido presente nela, pode prejudicar o resultado final. Por exemplo: nosso amado red velvet feito com beterraba. Para que ele fique vermelho, é preciso que a receita tenha ácidos, entre eles o cacau natural e não o alcalino, que deixa seu bolo marrom. BAUNILHAS: Estamos acostumadas a ler uma receita e sempre ter "1 colher de chá ou sopa de baunilha". Mas acredite, elas não são todas iguais, o que faz nossa convenção ter algumas brechas. Para começar, esqueça essência de baunilha. Ali tem tudo, menos baunilha de verdade. Isso porque o que dá o aroma à especiaria é uma substância química chamada vanilina, ausente nas essências industrializadas. Temos algumas variações com usos diversos: Fava de baunilha: o sabor da baunilha está nos grãos e em parte menor na vagem. Para extrair seu sabor, é preciso estar em infusão. Ou seja, use em cremes, brigadeiros, recheios e coberturas que deixem ela em contato por um tempo. Besteira usar as sementes em massas de bolo, por exemplo, pois irá extrair muito pouco do seu sabor e tem custo alto. Em cremes que vão ao fogo tem sabor potencializado, pois ao contrário do extrato, que contém álcool, não evapora e fica concentrado. Extrato de baunilha: é produzido a partir dos grãos da baunilha em álcool. No Brasil é exigido um mínimo de 12% de baunilha para ser considerado extrato. Paraevitar que evapore e perca parte do seu sabor, usamos em preparos que tem calor moderado e para saborizar massas em geral. Podemos produzi-lo em casa, deixando as favas imersas em rum ou vodka, ou até mesmo as usadas, pois ainda ficam algumas sementes nelas. Baunilha em pasta: é preparada com a fava e os grãos da baunilha moída, extrato de baunilha e base de xarope de açúcar ou agave. Algumas brasileiras são espessadas com glucose de milho (fuja dessas) e as gringas usam goma xantana. Deixa aquele aspecto lindo com os pontinhos da baunilha, porém não evapora em altas temperaturas e é mais concertada (usamos em menor quantidade). Baunilha em pó: preparada a partir da fava seca e moída sem os grãos. Pode ser adicionada em massas como macaron, biscoitos e preparos submetidos a longo tempo de cozimento. Porém, tem sabor menos pronunciado, pois é geralmente usada apenas a casca da baunilha. GELATINAS/ PECTINA/ ÁGAR-ÁGAR: O Ágar-ágar é uma gelatina extraída de algas e substitui a gelatina convencional, que é base animal. Quase totalmente composto de fibras alimentares (94,8%), é livre de corantes e aditivos químicos. É insolúvel em água fria, porém expande e absorve uma quantidade de água de cerca de 20 vezes o seu próprio peso. Para cada litro de água = 10g de ágar-ágar em pó. Ele sempre deve ser esquentado com alguma quantidade de líquido até adquirir uma aparente viscosidade (cerca de 3 minutos, pois toda a mistura deve atingir 90° a 100°). Sua solidificação é muito mais rápida que gelatinas, cerca de 20 minutos. Prefira os de coloração branca e uniforme. Os de coloração acinzentada tem gosto forte e costumam ser menos concentrados. A Pectina é um dos principais componentes da parede celular das plantas e de frutas. É um potente geleificante muito usada em geleias, cremes e massas. Tem geleificação rápid e mantém as partículas bem distribuídas nas massas, evitando a criação de grumos. A Pectina caseira pode ser preparada com a parte branca da laranja, maracujá, maçã e de outras frutas, triturada e fervida com água na presença de acido cítrico ou suco de limão. Também achamos em pó, em casas de confeitaria. A melhor forma de dissolver a gelatina – não importa se ela é em folha ou em pó – é em água gelada, pois se você usar água quente, os grânulos externos da gelatina incharão muito rápido, impedindo que a água penetre no centro. No caso da gelatina em folha é ainda pior, pois ela se dissolverá e você perderá boa parte ou quase todo o conteúdo da gelatina na água. Nunca ferva a gelatina ou as sobremesas feitas com ela, pois ela permanece com os seus poderes de gelatinização só até 60°, depois disso ela perde a sua eficácia. A gelatina mantém suas propriedades da melhor forma quando aquecida até 35°. Doces e sobremesas feitos com gelatina devem descansar por pelo menos 8h na geladeira, mas o ideal seria por 24h, pois depois disso ela não irá endurecer mais. Eu sempre prefiro usar folha de gelatina do que gelatina em pó, pois para mim a gelatina em folha deixa a sobremesa mais firme, não deixa gosto residual e não tem possibilidade de algum grânulo não se dissolver bem. Gelatina em folha é melhor se amolecida em uma grande quantidade de água fria. Em seguida o excesso deve ser espremido e drenado fora. Deixe de molho até que as folhas amoleçam, isso leva aproximadamente 5 minutos, dependendo da quantidade. Não deixe a gelatina na água por muito mais tempo do que isso, pois ela pode começar a se quebrar e você não será capaz de utilizá-la nas quantidades corretas se elas se desintegrarem. Após esse momento, elas devem ser drenadas, aquecidas a até 35° e imediatamente adicionadas ao líquido que será utilizado na preparação. Produtos ácidos, como o vinagre, sumo de frutas e vinhos com um pH abaixo de 4, acabam por fazer com que o poder da gelatina seja mais fraco, mas isso pode ser revertido utilizando 1/3 a mais de gelatina na receita original. Substituições: *12 g de gelatina em pó sem sabor ou 5 folhas de gelatina = 4 g de agar-agar em pó *1 folha de gelatina = 1 colher de chá de gelatina em pó = 1/3 colher (chá) de agar- agar em pó. R E C E I T A S F U N C I O N A I S Nanda P. Carneiro Brownie foi a primeira receita sem glúten e sem lactose que deu certo em 2013, quando comecei a me aventurar no mundo da gastronomia funcional. Sem entender ainda de ingredientes e sem nunca ter feito uma aula de culinária na vida, vocês devem imaginar quantos bolos e sobremesas eu joguei no lixo. Eu não desisti, porque sempre tive pra mim que criar uma receita é como se apaixonar: é preciso sentir os ingredientes. O envolver das farinhas nas mãos, o deslizar da manteiga, as conversas com as panelas, os conselhos pedidos aos temperos perfumados. Entre erros e acertos, eu acreditava no amor aos detalhes, no estudo horas a fio, na espera antes da mágica final: fato que aproxima todos nós cozinheiros. É preciso saber apreciar as madrugadas. Aguardar o sorriso de quem recebe um pouco de tudo isso: um pedaço nosso. Os dias foram passando e eu segui me apaixonando pelo trabalho artesanal, que não carrega nada de pequeno em sua essência. É grandioso, transborda carinho e todos os sonhos de quem está por trás dele. Se hoje eu pudesse doar um tiquinho de tudo que provei nesses últimos anos, seria muito mais do que sobremesas espetaculares que conheci. Tenham certeza de que empacotamos sabores que abraçam o coração. Ingredientes: 3 ovos (150g) 150g de chocolate 70% ou 60% 100g de óleo de girassol ou de coco ou manteiga ghee 170g de açúcar demerara triturado (se usar chocolate 70%, use 190g) 80g de farinha de arroz Preparo: Leve o chocolate e o óleo para derreter em banho-maria. Enquanto isso bata levemente os ovos com o demerara. Coloque o chocolate nessa mistura e misture mais. Adicione a farinha de arroz e despeje a massa em uma forma untada de 23cm de diâmetro. Asse em forno pre-aquecido a 180 graus por 15 a 20 minutos. Doce de leite sem lactose: Ingredientes: 1L leite zero lactose 100g de açúcar demerara ou xilitol Preparo: Leve ao fogo até reduzir e encorpar. O processo leva mais ou menos 1h20 em fogo médio. Você não precisa mexer desde o começo, mas na meia hora final sim. Depois de pronto, processe em mixer até esfriar para uma textura homogênea. Importante: não espere ele chegar em ponto firme na panela, ele encorpa depois de frio. Quando chegar em uma cor mais escura e com viscosidade, já é o ponto correto. Armazene em pote hermético na geladeira por até 45 dias. Se aberto, consumir em até cinco/sete dias, aproximadamente. Um dia me disseram que seria loucura trabalhar com confeitaria. Que teriam muitos julgamentos no caminho. Que eu não tinha dom. E não julgo, se vocês vissem meus primeiros cupcakes (atropelados) que postei quando comecei o Instagram, apostariam que ninguém encomendaria. Mas eu e tantos cozinheiros podemos afirmar aonde podemos chegar com dedicação. Eu nunca fiz cursos, não sou formada em gastronomia, mas se tem uma coisa que sempre carreguei comigo é a tal da fé. Eu acreditava em mim, nos meus projetos que nessa época pareciam tão distantes, mas que pra mim era só questão de tempo para realizar cada um. Pois é, o tempo passou. Quase sete anos. E se eu tivesse acreditado nas apostas que não existia futuro pra mim, eu ainda estaria frustrada dentro de um escritório. Se eu tivesse aceitado tantos conselhos de pessoas que se diziam experientes, eu não teria a LeveMe. Não daria cursos em todo Brasil. Não teria meu canal de aulas online com alunos da Malásia, Japão, Espanha, Austrália, Portugal e tantos outros países. Não teria criado cardápios e produtos paramais de 15 marcas. Não estaria no corpo docente da 1ª Escola de Saúde Integrada do Brasil e de Portugal, ou a frente das turmas de pós-graduação de Nutrição aplicada a Gastronomia, que hoje é referência no Rio de Janeiro. Nas redes sociais, costumo falar sobre o tempo. Sobre como desperdiçamos nossas horas vivendo o sonho dos outros. Somos educados a abandonar o nosso potencial criativo e as nossas paixões ainda muito cedo. A matar implacavelmente o nosso talento nato, porque aquilo em que éramos muito bons quando novos foi estigmatizado. É preciso seguir um modelo. Ganhar dinheiro. Ser concursado ou ter carteira de trabalho assinada, fundo de garantia e uma estabilidade ilusória. Eu fui a frente, porque decidi parar de olhar em volta tentando me encaixar. Só deu certo, porque pulsa em cada pedacinho de mim a vontade de espalhar que é, SIM, possível. Quando ainda ouço: "Fazer bolos não é um trabalho", ironicamente concordo. Não é mesmo. Não esse, que mata os nossos dias. E me sinto privilegiada por não ter um ofício, mas um dom que me faz mais feliz a cada segundo. Meu conselho? Acreditem, sejam corajosos, dedicados e persistentes. A sua felicidade não pode ficar esperando. Carolinas/Eclair de Baunilha e Café: Ingredientes (rendem 25-30 carolinas): 200 ml de água 70g de manteiga ghee ou óleo de coco/girassol 1/2 colher de café de sal 1 colher de chá de açúcar demerara ou xilitol 20g de farinha de grão de bico (ou de arroz) 10g de farinha de amêndoas 50g de amido de milho ou fécula de batata 40g de farinha de arroz 150g de ovo (aproximadamente 3, mas sempre pese) Preparo: Misture todas as farinhas. Reserve. Leve a água, o sal, o açúcar e a ghee para ferver. Quando ferver retire a panela do fogo e junte as farinhas. Mexa bem. Volte a pena ao fogo para retirar a umidade da massa. Quando começar a grudar no fundo, retire e despeje a massa na batedeira. Bata por mais ou menos 2 minutos para esfriar. Adicione os ovos, um a um, ate que tudo se incorpore. A massa fica ligeiramente pesada. Coloque em um saco de confeitar com bico redondo e modele em um tabuleiro com papel manteiga untado ou papel dover. Leve ao forno 180 graus por 10 minutos. Abaixe para 170 e asse por mais 15 a 20 minutos. Quando estiverem douradas, retire do forno e faca furos embaixo. Volte ao forno a 100 graus por 5 minutos apenas para retirar a umidade. Recheio: 100ml de leite de amêndoas ou zero lactose 300ml de café (se quiser fazer de baunilha coloque leite aqui) 120g de gemas 60g de amido de milho 150g de demerara ou xilitol 1 colher de chá de baunilha Preparo: Leve o leite de amêndoas, o café, a baunilha e o açúcar ou xilitol ao fogo ate que quase levante fervura. Misture as gemas e o amido. Faca a temperagem das gemas, adicionando o liquido quente concha a concha. Volte para o fogo at Cobertura: 40g de água + 35g de cacau em pó 100% 70g de creme de arroz ou creme de leite sem lactose 100g de açúcar demerara ou xilitol + 4g de gelatina em folha Preparo: Coloque a gelatina para hidratar na água gelada e depois descarte a água e aqueça para ela derreter. Leve ao fogo numa panela a água, o açúcar, o creme de arroz e o cacau em pó até ferver. Adicione a gelatina hidratada e mexa ate que tudo se incorpore. Processe com um mixer para que fique liso. Bolinhos de Chuva: Preparo: Leve ao fogo a água, a ghee ou o oleo, o açúcar ou xilitol e a baunilha ate ferver (importante ferver!!!). Misture as farinhas e despeje na panela. Desligue o fogo e misture bem. Passe a massa para a batedeira para esfriar e adicione o ovo e depois o fermento. Faca as bolinhas e frite (óleo a 150 graus). Passe na canela com açúcar ou xilitol e sirva em seguida. Obs: Se quiser você pode rechear com cubinhos de goiabada, fica uma delícia! Ingredientes: 1 ovo (60g) 150ml de água 1/2 xícara de farinha de arroz 1/4 xícara de farinha de amêndoas 1/4 xícara de amido de milho 2 colheres de sopa de manteiga ghee ou óleo 3 colheres de sopa de açúcar demerara/xilitol 1 colher de sopa de extrato de baunilha 1 colher de chá de fermento Se tem coisa que não entendo é a frase "doce do bem". Na minha cabeça, não existe doce artesanal que não seja maravilhoso, que não dê alegria instantânea. Digo isso, porque doce é recompensa, é o sabor que fica conosco no fim da festa, é o amassadinho escondido no fundo da bolsa para o café da manhã do dia seguinte. É ele que consola as maiores dores de cotovelo, aquela demissão injusta, o pé na bunda certeiro, as melhores comemorações. A gente precisa comer comida de verdade, fazer boas escolhas, mas doce não é fome. É aconchego. Na minha família, ninguém cura mágoas ou se acalma com um chá. Aprendi a enxugar as lágrimas pegando o cantinho do guardanapo que vinha no bolo da vovó. Daí a minha dúvida sobre o que era mais eficiente: o lenço improvisado ou a caldinha de laranja da "sabida" Dona Glória. Tenho pena das crianças que possam não ter essas memórias afetivas, fruto de um radicalismo sem sentido e muitas vezes disfarçado de consciência alimentar. Dos futuros adultos que não sabem dançar com as panelas e vivem numa constante restrição. Como eu disse na introdução: é na cozinha que se aprende o caminho da alma. Então deixe a sua ser feliz. Doce é abraço. Tá tudo bem. Bolo de Amêndoas e Doce de Leite: Ingredientes: 350g de ovos (6 unidades) 200g de açúcar demerara ou xilitol 170g de farinha de amêndoas 70g de Zaya ou farinha de arroz 1 colher de chá de fermento 1 colher de sopa de extrato de baunilha Preparo: Bata os ovos com o açúcar ou xilitol e a baunilha até dobrar de volume. Incorpore as farinhas e o fermento. Coloque em forma de 25cm untada e leve ao forno 170 graus por 30-35 minutos. Cubra com doce de leite sem lactose. Cheesecake de Chocolate Branco Lowcarb: Ingredientes base (para uma torta de 15cm): 110g de castanha de caju triturada 30g de manteiga ghee derretida Preparo: Misture os dois e forre o fundo da forma removível. Leve para gelar. Creme: 400g de cream cheese sem lactose 120g de iogurte grego sem lactose 120g de creme de leite fresco sem lactose 150g de chocolate branco sem leite e sem açúcar derretido 1 colher de sopa de extrato de baunilha 2 colheres de sopa de xilitol (se quiser mais doce, coloque mais) 3 folhas e 1/2 de gelatina incolor Preparo: Hidrate a gelatina em água gelada. Aqueça para derreter. Bata tudo na batedeira e despeje na forma já com a base. Leve para gelar. Cobertura: 350g de frutas vermelhas 1/2 xícara de xilitol ou demerara (se quiser mais doce, coloque mais 1/4) Suco de 1 limão 1/2 colher de chá de pectina Preparo: Numa panela, misture as frutas inteiras com o xilitol, a pectina e suco de limão. Leve ao fogo baixo e deixe cozinhar por cerca de 20 minutos até formar uma calda grossa - as frutas vão cozinhar no próprio líquido e desmanchar. Depois, leve para gelar. Torta Mousse com Praliné e Marshmallow de Laranja: Base brownie: 3 ovos (150g) 150g de chocolate 70% ou 60% 100g de óleo de girassol ou de coco ou manteiga ghee 150g de açúcar demerara triturado (se usar chocolate 70%, use 180g) 80g de farinha de arroz Preparo: Leve o chocolate e o óleo para derreter em banho-maria. Enquanto isso bata levemente os ovos com o demerara. Coloque o chocolate nessa mistura e misture mais. Adicione a farinha de arroz e despeje a massa em uma forma untada de 23cm de diâmetro. Asse em forno pre-aquecido a 180 grauspor 15 a 20 minutos. Mousse: 6 gemas 7 claras 300g de chocolate 70% 120g de manteiga ghee ou óleo vegetal Preparo: Derreta o chocolate em banho-maria com a ghee. Reserve. Bata as gemas até formar um creme homogêneo. Coloque o chocolate derretido com a ghee e bata mais. Bata as claras em neve e depois incorpore 1/3 para amolecer a mistura de chocolate e ovos. Coloque o restante devagar. Adicione o praline e misture levemente. Despeje em cima do brownie leve para gelar por pelo menos 2 horas. Praliné de Castanhas: 220g de demerara 100g de castanhas de caju trituradas Preparo: Derreta o açúcar. Adicione castanhas e espalhe em tapete de silicone. Pique tudo. Cobertura Marshmallow: 100g de claras 1 xícara de demerara 1/2 xícara de água Raspas de 1/2 laranja bahia 1 colher de sopa de cremor tártaro se precisar Preparo: Ferva o açúcar com a água até formar uma calda em ponto de bala mole - aproximadamente 8 minutos (116°), ou quando as bolhas de fervura começarem a estourar mais devagar e a calda estiver mais grossa. Com a batedeira em velocidade alta e as claras em neve, vá adicionando a calda quente devagar. Bata até que a mistura esteja fria. Por ultimo, coloque as raspas de laranja e decore a torta. Bolo Formigueiro com Calda de Cacau: Ingredientes da massa: 4 ovos (240g) 1 xícara e 1/2 de demerara 180g manteiga ghee em temperatura ambiente 3/4 xícara de Farinha de arroz 1/3 xícara de Fécula de batata 1/3 xícara de fécula de mandioca ou polvilho doce 1/3 de xícara de farinha de linhaça dourada 1/3 de xícara de Farinha de amêndoas 1/4 de xícara de coco ralado úmido 130g de granulado sem leite 150 a 200ml de Leite de amêndoas ou zero lactose 1 colher de sopa de fermento em pó 1 colher de sopa de extrato de baunilha Preparo: Misture os secos. Reserve. Bata a manteiga, os ovos, a baunilha e o adoçante ate formar um creme fofo e esbranquiçado. Adicione os secos e intercale com o leite de amêndoas. Passe o granulado na farinha de arroz para que ele não vá para o fundo da forma. Incorpore delicadamente a massa. Coloque o fermento e despeje na forma de 28cm de diâmetro. Leve ao forno 160 graus por 40 a 45 minutos. Ingredientes para a cobertura: 1 xícara de cacau 100% 1 xícara de açúcar demerara 1 xícara de leite de amêndoas 1 colher de sopaoleo de coco Preparo: Leve tudo ao fogo ate engrossar levemente. Cubra o bolo. Sabe aquela famosa frase: “Faça o que ama e não terá que trabalhar um só dia na vida”? Pois é, infelizmente glamourizaram o empreendedorismo. Fazer o que ama não significa que você vai trabalhar menos ou não trabalhar nunca mais. Muito pelo contrário. Ser dona do seu próprio negócio muitas vezes te faz ir além do que o corpo e a mente suportam. É comum não se dar conta de que horas você começa ou termina a labuta. Horário comercial, o que ele come? Você se pega deitada respondendo emails. Você janta olhando as encomendas no whatsapp (inclusive, reveja isso ok?). A ansiedade e o frio na barriga serão seus companheiros fieis. Você vai amar e odiar muita gente, incluindo alguns seguidores e seus próprios clientes. Não se engane, o bolo que você fez 45 vezes, vai dar errado na 46ª sem o menor motivo. E talvez na 47ª, quando você já refez tudo pensando que seu lucro foi por água abaixo, mas que alguém precisa sorrir nos parabéns. O apocalipse se instaura na cozinha de todo mundo um dia. Vai ficar tudo bem. Você vai falhar várias vezes. Vai questionar se está no caminho certo. Vai chutar o balde e buscá-lo logo em seguida. Resiliência vai virar a primeira palavra do seu dicionário. Você vai cozinhar, vai responder mensagens, fazer entregas, comprar embalagens e ser 500 em uma. Um dia vão dizer que foi sorte. Você vai começar a beber café, passar pelo energético e terminar na Vodka. Só não troque a cozinha por abrir uma filial do A.A no seu play. Vão te dizer que o seu produto é caro. Nesses casos, mande o boleto da sua terapia. Se ainda não fizer, fica aqui meu conselho: comece para ontem. Talvez você queira desistir e ao mesmo tempo fazer tudo de novo. Sim, é sacrificante, mas ser autor do próprio destino é um privilegio. Trabalhar 200 horas para si ainda me parece melhor do que uma hora para realizar um sonho que nem sempre é seu. Es-COLHER. Toda escolha traz uma colheita. O que você quer receber de volta? Torta de Dois Limões e Merengue: Ingredientes da massa: 2 ovos (100g) 100g de farinha de arroz 100g de farinha de grão de bico ou painço 60g de farinha de amêndoas 70g de amido de milho 60g de açúcar demerara ou xilitol 70g de manteiga ghee Preparo: Corte a manteiga ghee em cubos e coloque nas farinhas ate formar uma farofa. Misture ovos e adocante. Junte os dois ate formar uma massa. Abra nas forminhas de 8cm (rendem 12) ou em uma forma de 25cm de diametro e fundo removivel. Creme de limão: 7 gemas 350ml de água 250g de demerara ou xilitol 65ml de suco de limão siciliano 60ml de suco de limão taiti 45g de amido de milho Raspas dos limões usados 30g de manteiga ghee gelada 160g de manteiga ghee gelada Merengue Suico: 90g de claras 120g de açúcar demerara ou xilitol Preparo: Coloque tudo na panela, exceto a ghee, e misture ate engrossar. Quando isso acontecer, adicione as 30g e mexa até emulsificar. Leve para gelar com plástico filme em contato. Bata as 160g de ghee gelada até formar um creme branco e fofo. Adicione o creme de frutas ja gelado. Preencha as forminhas e leve para gelar. 1 colher de chá de cremor tártaro (se usar adoçante usar 1 de sopa) Preparo: Leve as claras e o açúcar/adoçante para derreter em banho-maria. Na batedeira, adicione o cremor e bata até formar um merengue firme. Cubra as tortas. Brigadeiro Vegano: Ingredientes: 1 litro leite de amêndoas ou castanhas 150g de açúcar demerara 70g de chocolate 70% ou 54% 30g de cacau em pó 100% 1 colher de chá de extrato de baunilha 1 colher de chá de pectina Preparo: Leve ao fogo o leite, açúcar, baunilha, cacau em pó e pectina até reduzir e encorpar (mais ou menos 45-50 minutos). Coloque o chocolate picado e mexa até desgrudar do fundo da panela. Obs: Para os brigadeiros de enrolar, inclua na receita 1 colher de sopa de amido de milho, que deverá ser introduzida depois desses 45 minutos iniciais. Aumente também o chocolate picado para 120g. Cozinhe até que a textura se assemelhe a um brigadeiro tradicional. Leve para esfriar e enrole as bolinhas. Cookies de Castanhas e Brigadeiro: Ingredientes massa: 1 ovo (60g) 1 xícara de pasta de amêndoas ou castanhas 1/4 xícara de açúcar demerara 1/4 de xícara de açúcar mascavo 70g de farinha Zaya, de arroz ou de aveia 1 colher de chá de extrato de baunilha 1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio 100g de chocolate 70% picado (opcional) Recheio: Uma receita de brigadeiro vegano (opcional, você pode dobrar a quantidade de chocolate picado). Preparo: Com um fouet, misture o ovo com o açúcar e a baunilha. Adicione a pasta de amêndoas e em seguida a farinha, bicarbonato e o chocolate picado. Faça bolinhas de 30g e recheie com 15g. Leve ao forno 180 graus por 15 minutos ou até as bordas ficarem douradas e o centro ainda maleável. Cookies endurecem depois de frios. Pudim de coco: Ingredientes: 150ml de leite integral sem lactose 200ml de leite de coco 3 ovos grandes (180g) 400g de leite condensado caseiro sem lactose* 150g de cream cheese sem lactose 1 colher (sopa) de amido de milho Modo de fazer: Misture tudo com mixer ou fouet, coloque nas forminhas untadas e leve ao forno 160
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