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Aula 12 - Intervenções Interprofissionais de educação a pessoa e grupos com diagnóstico e/ou queixas de diabetes e hipertensão na APS 1 � Aula 12 - Intervenções Interprofissionais de educação a pessoa e grupos com diagnóstico e/ou queixas de diabetes e hipertensão na APS Classe AIS III Criação Materiais Propriedade Revisado Tipo 3° Semestre Possui o objetivo de conscientizar, orientar e prevenir estas doenças → essas intervenções são feitas por nutricionistas, médicos MFC, enfermeiros, educadores físicos, técnicos de enfermagem, etc. O Diabetes Mellitus DM e a Hipertensão Arterial Sistêmica HAS são doenças frequentes, de prevalência crescente no Brasil e no mundo → são doenças que precisam de mudanças no estilo de vida → as algumas vezes a família abre mão da própria vida para cuidar da vida para cuidar do parceiro/familiar acometido pela doença. Jun 9, 2021 1205 PM Aula 12 - Intervenções Interprofissionais de educação a pessoa e grupos com diagnóstico e/ou queixas de diabetes e hipertensão na APS 2 Hoje configuram-se como importantes causas de morbimortalidade e incapacidades → feridas (ulceras), amputação, AVC, infarto → e suas complicações levam a uma mortalidade mais precoce. Acometem pessoas em plena vida produtiva, sendo responsável por um alto custo para o sistema de saúde, bem como para a sociedade, famílias e indivíduos → existe um custo financeiro e psicológico para o doente. É possível encontrar situações em que os pacientes querem ser afastados por invalidez → mesmo sem ter necessidade → 50% das pessoas que estão afastados por invalidez são pessoas validas e que poderiam estar trabalhando. Em virtude disso, a prevenção do DM e da HAS e de suas complicações deve ser considerada prioridade em saúde pública As intervenções tem como objetivo nos pacientes com DM e HAS → obtenção das metas de bom controle ao longo da vida, porém isso é um grande desafio, por tratar-se de uma condição crônica, que exige modificação do estilo de vida → deve-se considerar que a maioria dos cuidados diários necessários para o tratamento dessas doenças crônicas são realizados pelo paciente ou familiar, a educação assume importância fundamental na terapêutica, como reconhece a Organização Mundial da Saúde OMS → para que o paciente tenha uma melhor adesão ao tratamento, a educação do paciente com DM e/ou HAS, e o seu atendimento deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar que deve ter um treinamento especifico. O tratamento e o acompanhamento do portador de DM e/ou HAS devem ser feitos por equipe multiprofissional, de forma longitudinal por meio do vínculo e responsabilidade compartilhada entre os membros da equipe, com planos terapêuticos individualizados, que promovam o autocuidado apoiado, na visão de cuidado integral centrado na pessoa. PROFISSIONAIS DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA agente comunitário (ele é o que mais vê o paciente, ele descobre a situação na qual está esse doente, ele consegue passar o que tem na feira da região, as condições da casa do paciente, etc.), técnico de enfermagem, enfermeiro, médico, psicólogo, nutricionista e educador físico. Aula 12 - Intervenções Interprofissionais de educação a pessoa e grupos com diagnóstico e/ou queixas de diabetes e hipertensão na APS 3 Diabetes Mellitus DIAGNÓSTICO: Glicemia de jejum < 100mg/dL Normal). Glicemia de jejum entre 100mg/dL e 125mg/dL Pré-diabetes). Glicemia de jejum > 125mg/dL Diabetes). Glicose ao acaso ≥ 200mg/dL com sintomas de hiperglicemia → poliúria, polidipsia, polifagia, etc. Pacientes não diabéticos → a glicemia pós-prandial é até 140mg/dL. MANIFESTAÇÕES INESPECÍFICAS cansaço fácil, sensação de desanimo, sonolência, dores difusas, alterações visuais, sensações de parestesia principalmente em extremidades, etc. MANIFESTAÇÕES MAIS EXTREMAS Poliuria: urinar muitas vezes. Polidipsia: sede aumentada. Polifagia: fome aumentada. Polaciúria: volume urinário aumentado. Emagrecimento: principalmente nos casos de DM1. Pacientes com hiperplasia prostática → ele teria uma poliúria. DIABETES MELLITUS TIPO I: 5 a 10% do total de casos → seu início se dá na infância ou juventude → é uma doença autoimune que leva a deficiência na célula beta pancreática. Esse tipo de diabetes tem uma tendência maior a cetoacidose → para produzir energia → gera corpos cetônicos → que é gerado a partir da quebra de proteínas e gordura O diagnóstico é feito com base no início abrupto de quadro clinico exagerado e níveis significativamente aumentados de glicemia → normalmente o paciente recebe esse diagnóstico no PS. Aula 12 - Intervenções Interprofissionais de educação a pessoa e grupos com diagnóstico e/ou queixas de diabetes e hipertensão na APS 4 Deficiência insulínica acentuada → lesão autoimune das células Beta pancreáticas Anticorpos: anti-GAD65 e IA2 TRATAMENTO é realizado com insulina. DIABETES MELLITUS TIPO II: 90 a 95% dos casos → é mais comum de se iniciar na idade adulta. Início geralmente é insidioso, apresenta-se com poucos ou sem sinais e sintomas típicos → diagnóstico → feito por meio de exames laboratoriais. Base genética, provavelmente mais forte que na DM I, evidenciada pelo frequente padrão familiar de ocorrência → o estilo de vida influencia muito, se Aula 12 - Intervenções Interprofissionais de educação a pessoa e grupos com diagnóstico e/ou queixas de diabetes e hipertensão na APS 5 a família toda esta com DMII, será que é culpa da genética ou dos hábitos adotados pela família? 60 a 90% dos pacientes apresentam → ganho de peso e obesidade. Nesse tipo de DM é possível observar a resistência insulina, visto que a glicose não entra nas células levando a hiperglicemi a → e sua insulina não consegue ligar ao receptor → nem todos os receptores estão “resistentes”. É possível observar que na SOP as mulheres apresentam uma certa resistência a inulina. TRATAMENTO metformina na maioria dos casos. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DEFINIÇÃO é uma condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90mmHg → medida isolada não fecha diagnóstico. ORIENTAÇÕES PARA MEDIR A PA: Explicar o procedimento ao paciente e deixá-lo em repouso de 3 a 5 minutos em ambiente calmo, deve ser instruído a não conversar durante a medição. Certificar-se de que o paciente NÃO Aula 12 - Intervenções Interprofissionais de educação a pessoa e grupos com diagnóstico e/ou queixas de diabetes e hipertensão na APS 6 Esteja com a bexiga cheia; Praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos; Ingeriu bebidas alcoólicas ou café. Posicionamento: o paciente deve estar sentado, com pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado, o braço deve estar na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e as roupas não devem garrotear o membro. Deve-se colocar o estetoscópio na região mais medial na localização aproximada da artéria braquial → o ideal é fazer a medida nos dois lados. FATORES DE RISCO: Idade → tem risco direto. Sexo e etinia → acomete mais mulheres e mais a raça negra → tem contexto histórico onde o escravo tinha menos acesso a água e a retenção de sódio deles é maior. Excesso de peso e obesidade → a falta de atenção ao comer acaba estimulando na sua saciedade. Ingestão de sal: o ideal é de 2 a 4g por dia. Ingestão de álcool → consumo crônico e elevado → 30 a 40g de álcool por dia. Sedentarismo. Fatores socioeconômicos: adultos com menor nível de escolaridade possuem mais chances de ter HAS → esses pacientes tratam menos e possuem pouca informação. Genética → pode influenciar, mas no Brasil é algo difícil de se afirmar por conta da miscigenação. O serviço deve ser organizado para ter um bom funcionamento. Orientações que devem ser passadas ao paciente Aula 12 - Intervenções Interprofissionais de educação a pessoa e grupos com diagnóstico e/ou queixas de diabetes e hipertensão na APS 7 É fundamental a orientaçãoadequada do hábito alimentar, o qual pode aumentar ou diminuir as propensões a doenças crônicas e respectivos agravos: excesso de peso, dislipidemia, mau controle glicêmico, padrão alimentar com consumo excessivo de alimentos gordurosos (levando a alteração lipídica) e doces e pouca ingestão de frutas e hortaliças. Os elementos a serem combatidos para garantir o cuidado e qualidade de vida de pessoas com doenças crônicas são: o açúcar, as gorduras saturadas e trans (lembrar de aterosclerose → ela “entope” tudo), além do sódio. Deve-se acostumar o paciente aos poucos → e sempre adaptar essa dieta a realidade dele. É importante considerar os danos causados por alimentos ultraprocessados (industrializados) que precisam ter seu consumo desestimulado. Os alimentos devem ser consumidos in natura, ou com o mínimo de processamento. As refeições devem acontecer em horários semelhantes todos os dias, em ambientes apropriados e, preferencialmente, com companhia e não com celular. É necessário, também, estimular atividades físicas e práticas corporais. O sedentarismo traz impacto na prevalência de doenças e agravos não transmissíveis e no estado geral de saúde da população mundial → qualquer atividade para movimentar o corpo faz a diferença. Profissionais de Saúde da Família AGENTE COMUNITÁRIO realiza a identificação dos fatores de risco na população adscrita da UBS → ele deve realizar o reforço das orientações sobre a Modificação do Estilo de Vida MEV e cuidado com os pés (no caso de diabéticos) → esse reforço acontece pois na UBS não temos 1h para dar essa orientação → cadastro de pacientes. TÉCNICO DE ENFERMAGEM: identificação dos fatores de risco, verificação de pressão arterial e glicemia capilar, ele também realiza o reforço das Aula 12 - Intervenções Interprofissionais de educação a pessoa e grupos com diagnóstico e/ou queixas de diabetes e hipertensão na APS 8 orientações de mudança de estilo de vida, faz o cadastro de pacientes (registro de todos os pacientes hipertensos e diabéticos da área) e realiza a coleta de dados antropométricos: peso, altura e circunferência abdominal → ajuda a orientar sobre o risco cardiovascular → a medida é feita na cicatriz umbilical → em mulheres até 88cm e em homens até 102cm. ENFERMEIRO ele realiza uma consulta com ênfase em → identificação dos fatores de risco, solicitação de exames na consulta do paciente já diagnosticado, renovação de receitas de anti-hipertensivos (pode ser prescrito por até 6 meses) e antidiabéticos orais (até 1 mês) padronizados para os pacientes que estão dentro das metas terapêuticas pactuadas, prescrição de insumos conforme Protocolo de Insulinoterapia, anamnese e exame físico completos, orientação sobre a MEV, autocuidado, tratamento, metas terapêuticas, além de manejo de insumos e cuidados com os pés para os pacientes com DM. MÉDICO ele realiza uma consulta com ênfase em → identificação dos fatores de risco, solicitação de exames, estratificação de risco (seus fatores de risco e como tratar), anamnese e exame físico completos, diagnóstico, tratamento medicamentoso, orientação sobre a MEV, em relação ao tratamento, e a validação e orientação em relação ao cuidado com os pés → em pacientes diabéticos. FLUOXETINA → é utilizado para compulsão alimentar (paciente obeso), ele diminui o metabolismo → deve ser reavaliado após 6 meses. SERTRALINA → ela diminui o peso, mas seu uso principal é no tratamento de ansiedade. PSICÓLOGO ele é um profissional especializado em analisar o comportamento do ser humano, com o objetivo de ajudá-lo a enfrentar problemas emocionais → a sua atuação na atenção primária pode ser desenvolvida em conjunto com a equipe multidisciplinar de várias maneiras como: conhecer o contexto onde as pessoas vivem, bem como as situações socioeconômicas para planejar um plano de ação; elaboração de projetos que possam acolher essas pessoas de forma humanizada nas ESF; visitas a domicílio como objetivo de identificar as demandas psicológicas e fazer a escuta terapêutica, como também assistência à saúde mental que irá englobar todos os tipos de terapia: com grupos psicoterápicos, acompanhamento Aula 12 - Intervenções Interprofissionais de educação a pessoa e grupos com diagnóstico e/ou queixas de diabetes e hipertensão na APS 9 psicológico, atendimento individual, casal, família, grupos de prevenção e promoção da saúde. Sempre fazer o que dá para fazer na realidade do paciente. NUTRICIONISTA deve atuar em consonância com os demais profissionais das equipes de Saúde da Família e com a área/setor responsável pela gestão das ações de alimentação e nutrição no município, visando qualificar a atenção à saúde e melhorar a sua resolubilidade. Deve ainda atuar de forma efetiva sobre os determinantes dos agravos e dos distúrbios alimentares e nutricionais que acometem a população local, contribuindo, assim, para a segurança alimentar e nutricional da população atendida. Também deve diretamente junto a indivíduos, famílias e comunidade, participar de ações de educação continuada de profissionais de saúde, e articular estratégias de ação com as equipes de seu território de atuação, em prol da promoção da alimentação saudável. A ação do nutricionista na atenção primária à saúde deve-se pautar pelo compromisso e pelo conhecimento técnico da realidade epidemiológica e das estratégias e das ferramentas de ação em saúde coletiva. EDUCADOR FÍSICO é capaz de desenvolver ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, ele que irá desenvolver atividades objetivas que darão suporte ao processo como um todo → por este motivo ele é tão importante e necessário, ocupando uma das vagas do grupo, ou seja, é um dos profissionais que age em conjunto dentro do projeto → é o profissional que tem a capacidade de desenvolver atividades que proporcionem melhora no indivíduo como um todo, e quando essa iniciativa é pública, torna-se mais acessível aos indivíduos, uma vez que a maior parte da população não possui recursos para o acesso de práticas de atividades físicas oferecidas pelo setor privado. SEMPRE FOCAR NA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
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