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Controle de qualidade e metrologia INTRODUÇÃOMETROLOGIA Estimativas BIBLIOGRAFIA UTILIZADA NO SEMESTRE 1. Metrologia e Incertezas de Medição: Conceitos e Aplicações – Alexandre Mendes e Pedro Paulo. Editora LTC; 2. Práticas de Metrologia – Bruna Madeira Araújo e Renato Batista da Cruz. Estimativas da Incerteza Padrão Segundo a definição do Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM, 2012), temos: “Incerteza de medição expressa na forma de um desvio-padrão”; Devemos expressar todas as componentes de incerteza (ui), dos tipos A e B, correspondentes a um desvio- padrão. Para isso, precisamos avaliar qual é a distribuição de probabilidade aplicada à incerteza que está sendo avaliada: distribuição normal, distribuição retangular ou uniforme, distribuição triangular etc. Estimativas da Incerteza Padrão Combinada • De acordo com o VIM (2012), temos a seguinte definição: “Incerteza-padrão obtida ao se utilizarem incertezas-padrão individuais associadas às grandezas de entrada num modelo de medição”; • A incerteza-padrão combinada (𝑢!) pode, resumidamente, ser determinada pela equação: • Em que 𝑢" é a incerteza do tipo A e 𝑢# são as incertezas do tipo B. Estimativa dos grau de liberdade efetivo • Quando são realizadas mais de 30 medições de um mesmo mensurando, sabemos, por meio da estatística, que esses resultados se aproximam muito de uma distribuição normal. Se um número menor de medições for utilizado, devemos aproximar esta distribuição a uma distribuição normal aplicando o fator de correção da distribuição t-Student; • No entanto, a fim de estabelecer esse fator de correção, é necessário determinar o número de graus de liberdade efetivos da distribuição; • Quando várias fontes de incertezas são consideradas para estimar a incerteza-padrão combinada (𝑢!), o número de graus de liberdade efetivos resultante da incerteza combinada tem que ser estimado a partir de informações de cada fonte de incerteza; • Logo recomenda-se a utilização da equação de Welch-Satterthwaite para estimar o número de graus de liberdade efetivos: • 𝑢" = 𝐼𝑛𝑐𝑒𝑟𝑡𝑒𝑧𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 1 • 𝑣" = número de grau de liberdade para fonte 1 • A equação pode ser rearrumada e apresentada como: Importante • O grau de liberdade associado à incerteza da repetibilidade (tipo A) é igual a n − 1, com n sendo o número de medições; • Na avaliação do grau de liberdade da incerteza- padrão do tipo B a partir de uma distribuição de probabilidade a priori, por exemplo uma distribuição uniforme ou triangular, fica implicitamente suposto que o valor da incerteza, resultante de tal avaliação, é conhecido exatamente; • Isto implica que o grau de liberdade associado a essa incerteza será infinito; Estimativa do Fator de Abrangência • O fator de abrangência k deve sempre ser declarado de forma que a incerteza-padrão da grandeza medida possa ser recuperada para uso no cálculo da incerteza-padrão combinada de outros resultados de medição que, eventualmente, dependam desta grandeza; • Este fator k será obtido a partir da determinação do número de graus de liberdade efetivos (𝑣$%) e utilizando a distribuição t-Student, na qual o valor do t será o fator de abrangência k; • Usualmente adota-se o valor de k = 2 para calcular grandeza expandida com 95,45 % de confiança; Incerteza Expandida • Embora a incerteza combinada 𝑢! 𝑦 possa ser universalmente usada para expressar a incerteza de um resultado de medição (devido a necessidade de algumas indústrias e aplicações comerciais, bem como requisitos em áreas de saúde e segurança) é frequentemente necessário apresentar uma medida de incerteza que defina um intervalo sobre o resultado de medição; • Neste caso, a incerteza compreende uma fração da distribuição dos valores, que podem ser razoavelmente atribuídos para um mensurando, denominada de Incerteza Expandida U; • Este requisito foi reconhecido pelo Working Group e Recomendações do CIPM, INC (1981). • A incerteza expandida U é obtida pela multiplicação da incerteza padrão combinada 𝑢! 𝑦 por um fator k; • 𝑈 = 𝑢! ∗ 𝑘 Regra de ouro • Se a incerteza do Tipo A for menor que metade da incerteza combinada, vamos utilizar o fator k = 2. Caso contrário, devemos utilizar a distribuição t-Student para obtermos o valor de k que nos garante um intervalo com 95% confiança; • A norma ISO GUM recomenda a utilização da equação de Welch- Satterwaite para calcular o grau de liberdade, baseado nos graus de liberdade de cada fonte de incerteza; Valor de k em função do 𝑣()) Apresentação do Resultado de Medição • O valor numérico da incerteza expandida deve ser apresentado com no máximo dois algarismos significativos. O valor numérico do resultado da medição, em sua forma final, deve ser arredondado para o último algarismo significativo do valor da incerteza expandida, atribuída ao resultado da medição. Periodicidade de Calibração dimensionais Exemplo • Com um multímetro digital, realizamos cinco medições de tensão elétrica em um circuito. Os resultados encontrados foram: • Considere que a incerteza do multímetro obtida no certificado de calibração é de 0,02 V, para uma probabilidade de abrangência de 95,45 % e k = 2,23, com tendência instrumental de +0,02 V. • Determine: A incerteza do Tipo A: • A incerteza do Tipo B: • A incerteza combinada: • A incerteza expandida: • O resultado da incerteza expandida metrologicamente correto: • O valor da tensão corrigida: Por que isso é importante? • Muitas pessoas pensam que apenas os laboratórios de metrologia precisam saber como funciona o cálculo de incerteza de medição, mas na verdade é muito importante que todas as pessoas que lidam com gestão da qualidade ou de equipamentos de medição saibam pelo menos o básico sobre esse assunto; • Isso ajuda bastante no momento de interpretar os resultados dos certificados de calibração, podendo ter consciência da real situação dos seus instrumentos de medição e dos serviços que seus fornecedores estão lhe ofertando. Você reconhecerá se uma calibração foi feita de forma coerente ou não. FIM
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