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Exame Físico Cabeça e Pescoço + Revisão NC ok

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Semiologia Gabriela Teixeira - ATM 2024/2 
Exame Físico Cabeça e Pescoço  
 
1º) Inspeção e Palpação do Crânio, Couro Cabeludo e Ossos da face: 
➔ Verificar abaulamentos, deformidades, crepitações, pontos dolorosos. 
➔ Tracionar e analisar cabelo. 
➔ “Crânio sem abaulamentos ou deformidades, sem pontos dolorosos e crepitações. 
Couro cabeludo normal. Ossos da face sem pontos dolorosos, abaulamentos ou 
deformidades”. 
 
2º) Exame Geral da Face: 
➔ Analisar simetria. 
➔ Analisar pele e pelos. 
➔ Analisar fácies. 
➔ “Face simétrica, ausência de lesões, manchas, face atípica”. 
Obs.: Pág. 4 = Tipos de Fácies. 
 
3º) Nervo Trigêmeo (NCV):  
➔ Motor:​ Colocar a mão no masseter e no temporal. Pedir para que o paciente 
mastigue. “Força conservada dos músculos temporal e masseter”. 
➔ Sensitivo: ​Com um algodão, tocar as regiões dos 3 ramos (começar de cima para 
baixo: Oftálmico, maxilar e mandibular). Os olhos do paciente devem estar fechados. 
Passar o algodão no sentido de medial para lateral. Perguntar se ele sente a mesma 
coisa dos dois lados do rosto. 
 
4º) Nervo Facial (NCVII): 
➔ Motor: ​Solicitar que o paciente enrugue a testa, faça boca de beijo, sorria, feche os 
olhos, etc. “Nervo facial preservado”. 
 
 
 
Olhos: 
 
5º) Inspeção: 
➔ Conjuntiva (baixar pálpebra inferior e pedir para que o paciente olhe para cima), 
cílios, sobrancelhas, simetria, pupilas, etc. 
➔ “Conjuntiva corada, hidratada, cílios com implantação normal, sobrancelhas com 
simetria de pelos, olhos simétricos, pregas do epicanto normais, pupilas isocóricas, 
arredondadas e centrais”. 
 
6º) Acuidade Visual: 
➔ Tabela de Snellen ou qualquer papel impresso. 
➔ Testar os dois olhos, um de cada vez. 
➔ “Acuidade visual normal em ambos os olhos”. 
 
7º) Campimetria: 
➔ Pedir para o paciente olhar fixamente no seu olho. 
➔ Comparar seu campo visual com o do paciente. 
➔ Quantos dedos estou mostrando? 
➔ Estão parados ou mexendo? 
➔ “Campos visuais preservados”. 
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8º) Pupilas: 
➔ Reação pupilar à luz (direta e consensual). 
➔ Testa NCII e NCIII. 
➔ “Reação pupilar à luz direta e consensual normais”. 
 
 
9º) Bandeira Inglesa + Convegência: 
➔ Testa NCIII (RS, RI, RM e OI), NCIV (OS) e NCVI (RL). 
➔ Realizar, com um objeto, movimentos típicos das linhas da bandeira inglesa e pedir 
para que o paciente acompanhe os movimentos com os olhos. 
➔ “Movimentos extraoculares normais”. 
 
10º) Exame Oftalmoscópico: 
➔ Reflexo vermelho. 
➔ Vasos sanguíneos, nervo óptico, mácula e fóvea. 
➔ Atenção: Ao examinar o olho direito do paciente, segurar o oftalmoscópio com a mão 
direita e utilizar nosso olho direito para olhar. Ao examinar o olho esquerdo do 
paciente, tudo esquerdo. 
➔ “Reflexo vermelho do olho preservado, disco óptico vertical, rosado e presença de 
escavação fisiológica. Ausência de borramento da borda. Artérias e veias normais. 
Mácula e fóvea preservadas. Ausência de hemorragias e lesões”. 
 
 
 
Ouvidos: 
 
11º) Inspeção e Palpação dos ouvidos: 
➔ Palpar pavilhão e trago. 
➔ “Ausência de lesões ou pontos dolorosos”. 
 
12º) Otoscopia: 
➔ Tracionar pavilhão para cima e para trás. 
➔ Inspecionar meato acústico e tímpano. 
➔ “Meato acústico sem secreções, corpo estranho ou vermelhidão. Presença de 
cerume e pelos. Tímpano perolado, sem secreções, sem abaulamentos ou 
perfuração, presença do triângulo luminoso e do cabo do martelo”. 
 
13º) Acuidade Auditiva: 
➔ Barulho do relógio ou esfregar de dedos. 
➔ Ir afastando o barulho do ouvido e pedir para o paciente avisar quando parar de 
ouvir. Comparar os dois lados. 
➔ “Acuidade auditiva normal e simétrica”. 
 
14º) Testes com Diapasão: 
➔ Webber:​ Lateralização. Com o diapasão no vértice da cabeça, perguntar se o 
paciente escuta a vibração dos dois lados (distribuição igual). Se um dos condutos 
auditivos estiver ocluído, irá lateralizar para o lado ocluído (predomina condução 
neurossensorial). 
➔ Rinne:​ Condução aérea X Condução óssea. Diapasão no processo mastóide, retirar 
quando o paciente parar de sentir a vibração. Após, aproximar do ouvido e perguntar 
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se escuta a vibração. 
- Rinne Positivo:​ Continua escutando (normal). 
- Rinne Negativo:​ Não continua escutando. 
 
 
 
Nariz: 
 
15º) Inspeção Externa: 
➔ Septo, vestíbulo nasal. 
➔ “Ausência de lesões, manchas, desvio de septo”. 
 
16º) Inspeção Interna: 
➔ Inclinar a cabeça do paciente para trás. 
➔ Analisar septo, cornetos e mucosa. 
➔ “Ausência de lesões, presença de pelos, mucosa úmida, rosada e de superfície lisa. 
Ausência de secreções e ausência de edema de cornetos”. 
 
17º) Nervo Olfatório: 
➔ Testa o NCI. 
➔ Testar o olfato do paciente, uma narina de cada vez. Pedir para descrever cheiros 
característicos. Ex.: café e canela. 
➔ “Olfato preservado, nervo olfatório íntegro”. 
 
 
 
Boca: 
 
18º) Lábios, Dentes, Gengivas, Bochechas, Língua, Assoalho da boca, Óstio das glândulas 
salivares, Amígdalas, Base da língua e Faringe: 
➔ Coloração, presença de lesões, textura, fenda labial, edema, mucosas. 
➔ “Mucosa róseo avermelhada, brilhante e úmida, língua róseo avermelhada, úmida, 
discretamente rugosa, proeminências papilares. Presença dos óstios das glândulas 
salivares (orifícios de stenon). Amígdalas normais, normocoradas e sem secreção. 
Ausência de lesões ou massas no palato”. 
 
19º) Língua e assoalho da boca: 
➔ Peça para que o paciente coloque a língua para fora da boca, verifique a simetria 
(NCXII - Hipoglosso). 
➔ “Língua sem desvio na linha média. Nervo hipoglosso íntegro”. 
 
20º) Faringe:  
➔ Sem pôr a língua para fora, peça para o paciente dizer “ah”. Comprima com um 
abaixador de língua (não no terço posterior). 
➔ Elevação do palato mole (NCIX e NCX). 
➔ No sinal da cortina, há desvio para o lado normal. 
➔ “Presença de elevação do palato mole, ausência do sinal da cortina, nervos 
glossofaríngeo e vago íntegros”. 
 
 
 
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Pescoço: 
 
21º) Inspeção: 
➔ Analisar presença de massas, cicatrizes e linfonodos aparentes. 
➔ “Ausência de massas, cicatrizes, linfonodos aumentados e manchas”. 
 
22º) Linfonodos: 
➔ Palpar linfonodos: Pré-auriculares; Auriculares Posteriores; Occipitais; Tonsilares; 
Submandibulares; Submentonianos; Cervicais Superficiais; Cervicais Posteriores; 
Cadeia Cervical Profunda; Supraclaviculares. 
➔ “Linfonodos móveis, com temperatura de pele normal, superfície lisa, indolores, 
elásticos, arredondados e com bordas regulares”. 
 
23º) Traqueia: 
➔ Inspecione em busca de desvios. 
➔ Coloque um dedo entre traqueia e ECM, deve ser simétrico nos dois lados. 
 
24º) Tireoide: 
➔ Se posicionar posteriormente ao paciente. 
➔ Paciente deve flexionar levemente o pescoço para frente. 
➔ Posicione os dedos das duas mãos no pescoço, abaixo da cartilagem cricóide (como 
se fosse esganá-lo). 
➔ Peça ao paciente que engula. Palpe o istmo que se eleva sob suas polpas digitais. 
➔ Desloque a traquéia para a direita com os dedos da mão esquerda, e com os dedos 
da mão direita palpe o lobo direito. Palpe o lobo esquerdo da mesma forma. 
➔ “Localizada abaixo da cartilagem tireóide, entre os ECM e anteriormente à traquéia”. 
➔ “Ausência de frêmito e sopro, indolor, temperatura da pele normal, ausência de 
nódulos, superfície lisa, móvel, elástica e com volume normal”. 
 
25º) Nervo Acessório (NCXI): 
➔ Se posicionar posteriormente ao paciente e pedir para que ele levante os ombros, ao 
mesmo tempo que você os traciona para baixo. Observar força. 
➔ Se posicionar anteriormente ao paciente e pedir para que ele bata palmas acima dacabeça. 
 
 
 
 
Tipos de Fácies: 
 
- Atípica: ​Normal. 
 
- Hipocrática:​ Olhos fundos, parados, inexpressivos. Nariz afilado e lábios 
delgados, com presença de “batimento” das asas do nariz. Rosto quase sempre 
coberto de suor. ​Típica de doença grave e estados agônicos, como por exemplo, 
ascaquexias. 
 
- Renal:​ Caracterizada por edema palpebral predominante, principalmente na parte 
da manhã. ​Observada particularmente na síndrome nefrótica e na glomerulonefrite 
difusa aguda 
 
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- Leonina:​ Pele espessada, sendo sede de grande número de lepromas de 
tamanhos variados, em maior número na fronte. Os supercílios caem, o nariz se 
espessa e se alarga. Os lábios tornam-se mais grossos e proeminentes. Há 
deformidade da bochecha e do mento pelo aparecimento de nódulos. Barba escassa 
ou inexistente. Aspecto de cara de leão. ​Típico de paciente acometidos do Mal de 
Hansen (Hanseníase). 
 
- Adenoidiana:​ Elementos fundamentais: Nariz pequeno e afilado e boca sempre 
entreaberta. Presente nas crianças com​ hipertrofia das adenóides​, que dificultam a 
respiração nasal. 
 
- Parkinsoniana: ​Cabeça inclinada para frente e imóvel, olhar fixo, supercílios 
elevado, fronte enrugada (espanto) e fisionomia impassível. 
 
- Basedowina:​ Exoftalmia (olhos salientes; protrusão do globo ocular para fora da 
órbita). Rosto magro, com expressão fisionômica de vivacidade e às vezes aspecto 
de espanto e ansiedade. Presença de bócio. ​Típica do hipertireoidismo. 
 
- Mixedematosa:​ Rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca, espessada, 
com aumento dos sulcos. Edema periorbital, com supercílios escassos e cabelos 
secos e sem brilho. Fisionomia de desânimo e apatia. Está presente principalmente 
no ​Hipotireoidismo. 
 
- Cushingnoide (Lua Cheia): ​Arredondamento do rosto, caracterizando edema, 
com bochechas avermelhadas e surgimento de acne. ​Observado no paciente com 
uso prolongado de corticoides (Cushing iatrogênico) e também nos casos da 
Síndrome de Cushing (hipertrofia do córtex dassuprarrenais). 
 
- Mongoloide:​ Fenda palpebral. Há ainda a prega cutânea (epicanto) que torna os 
olhos oblíquos, bem distantes um do outro. Rosto redondo e boca quase sempre 
entreaberta. Fisionomia de pouca inteligência. ​Ex: Síndrome de Down. 
 
- Depressiva:​ Cabisbaixo, olhos com pouco brilho e fixos em um ponto distante. 
Sulco nasolabial acentuado e o canto da boca rebaixado. ​Visível na síndrome da 
depressão, endógena ou reacional. 
 
- Pseudobulbar: ​Caraterizada por crises de choro ou riso, involuntárias, mas 
conscientes, dando um aspecto espasmódico à fácies. ​Aparece geralmente na 
paralisia pseudobulbar. 
 
- Paralisia Facial:​ Assimetria da face, com impossibilidade de fechar as pálpebras 
do lado afetado, repuxamento da boca para o lado e apagamento do sulco 
nasolabial. 
 
- Miastênica (de Hutchinson): ​Caracterizada por ptose palpebral bilateral, que 
obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça. Ocorre na ​miastenia gravis e 
outras miopatias. 
 
- Etílica: ​Olhos avermelhados, ruborização da face e sorriso indefinido. 
 
- Esclerodérmica: ​Denominada também fácies de múmia, pela quase completa 
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imobilidade facial. Pele apergaminhada, endurecida e aderente aos planos 
profundos, com repuxamento dos lábios, redução do diâmetro da boca (microstomia) 
afinamento do nariz e imobilização das pálpebras.​ Fácies típica da esclerodermia. 
 
- Acromegálica: ​Saliência das arcadas supra-orbitárias, proeminência das maçãs 
do rosto e maior desenvolvimento da mandíbula. Aumento do nariz, lábios e orelhas. 
Visto na acromegalia, consequente à hiperfunção hipofisária do adulto. 
 
 
Revisão dos Pares Cranianos:  
 
NCI: Olfatório​.  
● Formado a partir dos neurônios olfativos (1ª ordem) da mucosa/epitélio olfatório. 
● Atravessam a lâmina cribiforme e fazem sinapse com os neurônios de 2ª ordem, 
formando o Bulbo Olfatório; 
● Hiposnia ou Aposnia​ (depende da quantidade de fibras lesionadas). Passível 
de regeneração; 
● Hiperosmia​. Ex.: Gravidez (proteger o feto de possíveis alimentos tóxicos). 
 
NCII: Óptico. 
● Quiasma óptico: ​Cruzamento de neurônios da​ retina medial​; 
● Retina Medial: ​Capta​ campo visual lateral ​(cruza a nível do quiasma óptico); 
● Retina Lateral:​ Capta ​campo visual medial ​(permanece lateralizada); 
● Antes do quiasma: ​Nervo Óptico​. Depois do quiasma: ​Tracto Óptico​; 
● Lesões: 
- No quiasma: Hemianopsia bitemporal (perda dos CVL de ambos os lados); 
- No nervo óptico: Perda da visão do olho respectivo ao nervo; 
- No tracto óptico: Perda do CVM do respectivo olho e CVL do outro. 
 
NCIII: Óculomotor. 
● Inerva os músculos extraoculares:​ Reto superior, Reto inferior, Reto medial e 
Oblíquo inferior​; 
● Inerva o músculo intraocular​ Músculo constritor da pupila​. 
● Midríase: Dilatação da pupila; 
● Mióse: Contração da pupila; 
● Reflexo Consensual:​ Resposta dos músculos intraoculares iguais em ambos os 
olhos; 
● Obs.: Também inerva o ​Músculo elevador da pálpebra superior (MEPS)​. Assim, 
em situações estressantes, a pálpebra pode ficar tremendo; 
● Obs.: OS = Abaixa o olho. OI = Levanta o olho. 
● Lesões: 
- Mantém a pupila dilatada devido a não estimulação do músculo constritor 
da pupila; 
- Pálpebra caída; 
- Danos nas movimentações oculares (relacionar com o músculo em 
questão). 
 
NCIV: Troclear.  
● Estimula o ​Músculo oblíquo superior​. 
 
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NCV: Trigêmeo.  
● Possui ​3 ramificações: Nervo oftálmico (1), Nervo maxilar (2) e Nervo 
mandibular (3)​; 
● Inervação da máscara facial (pele)​; 
● Inervação dos músculos da mastigação: Temporal, masséter​, pterigóide 
medial e pterigoide lateral; 
● Inervação do Músculo tensor do tímpano (atenuação do som)​; 
● Inervação sensorial dos 2/3 anteriores da língua​; 
● Lesões: 
- Falta de sensibilidade facial; 
- Dificuldade de mastigação; 
- Hiperacusia (pode evoluir para surdez). 
 
NCVI: Abducente.  
● Estimula o ​Músculo Reto lateral​; 
● Lesões: 
- Estrabismo convergente​. 
 
NCVII: Facial.  
● Inerva músculos da expressão facial; 
● Inerva glândulas lacrimal, sublingual e submandibular; 
● Gustação nos 2/3 anteriores da língua; 
● Lesões: 
- Paralisia de Bell: Um lado do rosto fica paralisado, é transitória; 
- Dano na gustação. 
 
NCVIII: Vestibulococlear ​. 
● Nervo duplo: Vestibular + Coclear; 
● Informação associada ao ​equilíbrio e à audição​; 
● Influencia os nervos 3, 4, 6 (oculares) e 11 (pescoço). 
 
NCIX: Glossofaríngeo.  
● Reflexo do vômito ausente; 
● Sensibilidade geral e gustativa 1/3 posterior da língua. 
 
NCX: Vago.  
● Inervação de​ músculos da faringe e laringe​; 
● Inervação do ​palatoglosso​; 
● Inervação de​ músculos vocais​. 
 
NCXI: Acessório.  
● Estimula os músculos​ Trapézio e Esternocleidomastóideo​. 
 
NCXII: Hipoglosso.  
● Estimula​ músculos da língua​, com exceção do palatoglosso (vago). 
 
 
 
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