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Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
Anvisa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GERÊNCIA-GERAL DE ALIMENTOS 
Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
2ª edição 
Brasília, 20 de abril de 2021 
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REQUISITOS PARA USO DE GORDURAS TRANS 
INDUSTRIAIS EM ALIMENTOS 
 
 
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GERÊNCIA-GERAL DE ALIMENTOS 
Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
ELABORAÇÃO 
 
Gerência-Geral de Alimentos (GGALI) 
Thalita Antony de Souza Lima 
Angela Karinne Fagundes de Castro 
 
Gerência de Avaliação de Riscos e Eficácia (GEARE) 
Ligia Lindner Schreiner 
Rebeca Almeida Silva 
Ana Claudia Marquim Firmo de Araujo 
Carolina Araújo Vieira 
Clediana Rios Cary 
Denise Reis Martins Homerod 
Diego Botelho Gaino 
Fátima Machado Braga 
Larissa Bertollo Gomes Porto 
Luana de Castro Oliveira 
Maria Eugênia Vieira Martins 
Marina Ferreira Goncalves 
Mario Torres Angonese 
Patricia Mandali de Figueiredo 
Viviane Mega de Andrade Zalfa 
 
Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos (GEPAR) 
Tiago Lanius Rauber 
Rodrigo Martins de Vargas 
Ana Paula Rezende Peretti 
Camila Miranda Moura 
Lorena Beatriz Tozetto 
 
Gerência de Regularização de Alimentos (GEREG) 
Patricia Ferrari Andreotti 
Andressa Gomes de Oliveira 
Adriana Moufarrege 
Juliana Araujo Costa 
Rejane Rocha Franca 
Renata Calegari Lino 
Simone Coulaud Cunha 
Stefani Faro de Novaes 
 
 
 
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GERÊNCIA-GERAL DE ALIMENTOS 
Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
 
SUMÁRIO 
I – INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 6 
II – LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................................................. 8 
III – PERGUNTAS E RESPOSTAS .......................................................................................................... 9 
Esclarecimentos sobre gorduras trans............................................................................................... 9 
1. O que são gorduras trans?......................................................................................................... 9 
2. Quais os efeitos das gorduras trans na saúde humana? ........................................................... 9 
3. Quais as principais fontes alimentares de gorduras trans? ....................................................... 9 
Esclarecimentos sobre o processo regulatório. ............................................................................... 11 
4. Por que a Anvisa decidiu restringir o uso de gorduras trans industriais nos alimentos? .......... 11 
5. Qual a norma que trata da restrição do uso de gordura trans industrial em alimentos? ........ 11 
6. Como foi conduzido o processo de elaboração da RDC nº 332/2019? ..................................... 12 
Esclarecimentos sobre o âmbito de aplicação da RDC nº 332/2019................................................ 13 
7. Quais produtos devem atender à RDC nº 332/2019? .............................................................. 13 
8. A RDC nº 332/2019 se aplica às gorduras trans de ruminantes? ............................................. 13 
9. Por que não foram adotadas medidas de restrição para as gorduras trans de ruminantes? .. 14 
Esclarecimentos sobre a proibição do CLA sintético. ....................................................................... 14 
10. O que é CLA sintético? ............................................................................................................. 14 
11. Quais restrições foram adotadas para o CLA sintético?........................................................... 14 
12. Por que o CLA sintético teve seu uso proibido em alimentos? ................................................. 15 
13. Existe possibilidade de que o CLA sintético possa ser permitido para uso em alimentos? ....... 15 
Esclarecimentos sobre as restrições de gorduras trans industriais em óleos refinados. .................. 15 
14. O que são óleos refinados? ...................................................................................................... 15 
15. Quais restrições de gorduras trans industriais foram adotadas para os óleos refinados? ....... 16 
16. Por que foi adotada uma restrição específica no teor de gorduras trans industriais para os óleos 
refinados? ....................................................................................................................................... 16 
17. O limite máximo de gorduras trans industriais definido no art. 5º da RDC nº 332/2019 também 
se aplica aos óleos fracionados? ..................................................................................................... 17 
Esclarecimentos sobre a proibição de óleos e gorduras parcialmente hidrogenados. ..................... 17 
18. O que são óleos e gorduras parcialmente hidrogenados? ....................................................... 17 
19. Quais restrições foram definidas para os óleos e gorduras parcialmente hidrogenados? ....... 17 
20. A proibição de uso de óleos e gorduras parcialmente hidrogenados se aplica aos aditivos 
alimentares e coadjuvantes de tecnologia? .................................................................................... 18 
 
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Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
21. Por que foi adotada uma restrição específica para os óleos e gorduras parcialmente 
hidrogenados?................................................................................................................................. 18 
22. Qual o limite máximo de gorduras trans industriais nos alimentos após a entrada em vigor da 
proibição de óleos e gorduras parcialmente hidrogenados? ........................................................... 18 
23. O uso de óleos e gorduras totalmente hidrogenados é permitido? ......................................... 19 
Esclarecimentos sobre os requisitos transitórios para os alimentos destinados ao consumidor final e 
aos serviços de alimentação. ........................................................................................................... 19 
24. Quais requisitos transitórios foram definidos? ........................................................................ 19 
25. O que são serviços de alimentação? ........................................................................................ 20 
26. Os requisitos transitórios se aplicam aos produtos para fins industriais? ............................... 20 
27. Os requisitos transitórios se aplicam aos aditivos alimentares e aos coadjuvantes de 
tecnologia? ...................................................................................................................................... 20 
28. Por que foram adotados requisitos transitórios? ..................................................................... 21 
29. Os alimentos destinados aos consumidores finais e aos serviços de alimentação fabricados até 
30/06/2021 e que tenham um teor de gorduras trans industriais superior a 2 gramas por 100 gramas 
de gordura total poderão ser vendidos até o final do seu prazo de validade? ................................ 21 
Esclarecimentos sobre a adequação à RDC nº 332/2019. ............................................................... 22 
30. Qual o prazo de adequação à RDC nº 332/2019? .................................................................... 22 
31. Por que não foi definido um prazo de adequação para a proibição do CLA sintético? ............ 22 
32. Por que foi adotado um prazo para adequação dos óleos refinados ao limite máximo de 
gorduras trans industrial? ............................................................................................................... 23 
33. Os óleos refinados fabricados até 30/06/2021 e que tenham um teor de gorduras trans 
industriais superior a 2gramas por 100 gramas de gordura total poderão ser vendidos até o final 
do seu prazo de validade? ............................................................................................................... 23 
34. Qual o prazo para que os fabricantes de alimentos e os serviços de alimentação utilizem na 
elaboração de seus alimentos os óleos refinados com teor de gorduras trans industriais superior a 2 
gramas por 100 gramas de gordura total? ..................................................................................... 24 
35. Por que foi adotado um prazo para a proibição dos óleos e gorduras parcialmente 
hidrogenados?................................................................................................................................. 25 
36. Os óleos e gorduras parcialmente hidrogenados produzidos até 31/12/2022 poderão ser 
vendidos até o final do seu prazo de validade? ............................................................................... 25 
37. Qual o prazo para que os fabricantes de alimentos e os serviços de alimentação utilizem na 
elaboração de seus alimentos óleos e gorduras parcialmente hidrogenadas? ............................... 26 
38. A partir da vigência das restrições de uso de gorduras trans industriais em alimentos, a 
declaração de gorduras trans na tabela nutricional ainda será obrigatória? ................................. 26 
39. As empresas devem atender algum procedimento administrativo para alterar a formulação e 
rotulagem dos seus produtos? ........................................................................................................ 26 
 
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Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
40. É permitido o uso de etiquetas complementares para atender a RDC nº 332/2019? .............. 27 
41. Como será aplicada a RDC nº 332/2019 para os produtos importados? ................................. 27 
42. Quais as penalidades para o descumprimento da RDC nº 332/2019? ..................................... 28 
43. Como será realizada a fiscalização da RDC nº 332/2019? ....................................................... 28 
 
 
 
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Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
A 2ª Edição do Documento de Perguntas e Respostas sobre Requisitos para 
uso de Gorduras Trans Industriais em Alimentos conta com 43 perguntas e 
respostas com orientações atualizadas sobre a aplicação do marco 
regulatório sobre o tema. 
Nesta edição, foram realizadas revisões das perguntas anteriores com 
atualização dos links para os documentos e normas mencionadas, além da 
inclusão das perguntas 17, 29, 33, 34, 36, 37 e 38, e subsequente atualização 
da numeração das demais perguntas. 
A pergunta 17 esclarece sobre a aplicabilidade da restrição de gorduras 
trans industriais em óleos refinados a outros óleos modificados. 
As perguntas 29, 33, 34, 36 e 37 trazem esclarecimentos adicionais sobre os 
prazos que devem ser observados pelos fabricantes de alimentos, serviços 
de alimentação e comerciantes para as diferentes restrições no uso de 
gorduras trans industriais adotadas. 
A pergunta 38 esclarece sobre a rotulagem nutricional de gorduras trans 
após a entrada em vigor das medidas de restrição do uso de gorduras trans 
industriais em alimentos. 
 
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Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
I – INTRODUÇÃO 
Este documento é um instrumento de esclarecimento, não-regulatório, de 
caráter não-vinculante, destinado unicamente a esclarecer dúvidas sobre 
a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 332, de 23/12/2019, que define 
os requisitos para uso de gorduras trans industriais em alimentos. Portanto, o 
presente documento não se destina à ampliação ou restrição de requisitos 
técnicos. 
Espera-se que as orientações possam auxiliar as empresas fabricantes de 
alimentos e os órgãos do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) na 
correta implementação e fiscalização do regulamento em questão. 
Detalhes sobre o processo regulatório de elaboração do marco regulatório 
sobre requisitos para uso de gorduras trans industriais em alimentos podem 
ser encontrados na Ficha de Planejamento Regulatório do Tema 4.11 da 
Agenda Regulatória 2017/2020. 
Para dúvidas adicionais, entre em contato com a Central de Atendimento 
da Anvisa: https://www.gov.br/anvisa/pt-br 
 
 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/regulamentacao/agenda-regulatoria/2017-2020/temas/alimentos/arquivos/tema-4-11.pdf
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/regulamentacao/agenda-regulatoria/2017-2020/temas/alimentos/arquivos/tema-4-11.pdf
https://www.gov.br/anvisa/pt-br
 
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Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
II – LISTA DE ABREVIATURAS 
Ácido linoleico conjugado (CLA) 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) 
Gerência-Geral de Alimentos (GGALI) 
Colesterol associado à lipoproteína de baixa densidade (LDLc) 
Colesterol associado à lipoproteína de alta densidade (HDLc) 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) 
Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) 
 
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III – PERGUNTAS E RESPOSTAS 
Esclarecimentos sobre gorduras trans. 
1. O que são gorduras trans? 
As gorduras trans compreendem os triglicerídeos que contêm ácidos graxos 
insaturados com, pelo menos, uma dupla ligação na configuração trans, 
conforme definido no item 2.7.4 da RDC nº 360/2003. 
Essas gorduras são naturalmente encontradas em pequenas quantidades 
nos alimentos derivados de animais ruminantes. Porém, a maior parte da 
gordura trans consumida pela população brasileira é de origem industrial, 
sendo usada nos produtos industrializados para melhorar suas propriedades 
tecnológicas e sensoriais. 
2. Quais os efeitos das gorduras trans na saúde humana? 
As gorduras trans contribuem para o desenvolvimento de várias doenças, 
com destaque para seu reconhecido papel nas doenças cardiovasculares. 
Esse tipo de gordura reduz o colesterol bom (HDLc) e aumenta o colesterol 
ruim (LDLc) e os marcadores de inflamação e de disfunção endotelial, 
aumentando a prevalência e mortalidade por doenças cardiovasculares. 
Segundo Wang et al. (2016) o consumo de gorduras trans foi responsável 
por mais de 18.000 mortes anuais no Brasil, em 2010, o que representa 11,5% 
do total de óbitos ocorridos por esta causa neste ano. 
3. Quais as principais fontes alimentares de gorduras trans? 
A maior parte da gordura trans consumida pela população brasileira é de 
origem industrial, que é produzida pela hidrogenação parcial de óleos para 
obtenção de gordura parcialmente hidrogenada, pelo tratamento térmico 
de óleos com altas temperaturas e por longos períodos e pela isomerização 
alcalina do ácido linoleico, para obtenção de ácido linoleico conjugado 
(CLA) sintético. 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/27327
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4859401/
 
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A hidrogenação parcial de óleos é responsável pela maioria das gorduras 
trans industriais consumidas. Esse processo gera um ingrediente conhecido 
como gordura parcialmente hidrogenada, que pode conter até 60% de 
gorduras trans, sendo usada em vários produtos industrializados devido as 
suas vantagens tecnológicas. 
Portanto, alimentos industrializados com adição de gordura parcialmente 
hidrogenada, como biscoitos, bolos, margarinas, cremes vegetais, pratos 
congelados, massas instantâneas, chocolates, sorvetes e pipocas, são as 
principais fontes alimentares de gorduras trans. 
Uma pequena quantidade de gorduras trans industrial também é produzida 
durante o tratamento térmico de óleos. Por exemplo, os óleos submetidosa 
refinamento apresentam em torno de 2% de ácidos graxos trans industriais 
na sua composição. 
Isso significa que praticamente todos os óleos refinados possuem pequenas 
quantidades de gorduras trans industriais na sua composição. Desse modo, 
os alimentos com adição de óleos refinados ou fritos também são fontes de 
gorduras trans industriais, embora menos relevantes quando comparados 
às gorduras parcialmente hidrogenadas. 
Já o CLA sintético é produzido por meio da isomeração alcalina do ácido 
linoleico e é autorizado em alguns países como constituinte de suplementos 
alimentares ou ingredientes de outros alimentos industrializados. Porém, esse 
ingrediente nunca foi autorizado no país, o que torna seu consumo pela 
população brasileira menos relevante. 
Por fim, uma pequena parte da gordura trans consumida vem dos alimentos 
de animais ruminantes, como queijos, leites, carnes, banha, manteiga e 
iogurtes, que naturalmente contêm pequenas quantidades desses lipídios. 
 
 
 
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Esclarecimentos sobre o processo regulatório. 
4. Por que a Anvisa decidiu restringir o uso de gorduras trans industriais 
nos alimentos? 
Os dados avaliados demonstraram que a regulamentação da declaração 
obrigatória das gorduras trans na rotulagem nutricional dos alimentos e as 
ações de reformulação voluntárias da indústria reduziram a quantidade de 
gordura trans industrial nos alimentos e seu consumo pela população. 
Porém, foi verificado que o mercado nacional ainda tem muitos produtos 
com gordura parcialmente hidrogenada, que esses produtos podem ter um 
preço inferior aos equivalentes sem esta gordura. 
Foi observado também que o teor de gorduras trans industriais em alguns 
óleos refinados comercializados no país poderia ser até cinco vezes maior 
do que o esperado, indicando falhas no processo de refinamento. 
Adicionalmente, as pesquisas de consumo alimentar relevam que a nossa 
população continua consumindo uma quantidade elevada de gorduras 
trans industriais. 
Considerando o impacto negativo do consumo excessivo de gorduras trans 
na saúde cardiovascular da população brasileira e a existência de opções 
tecnológicas para a substituição dessa gordura nos alimentos e de opções 
regulatórias com melhor custo-benefício para a restrição do seu consumo, 
a Anvisa optou por adotar medidas mais rígidas para restringir o teor dessas 
gorduras nos alimentos. 
5. Qual a norma que trata da restrição do uso de gordura trans industrial 
em alimentos? 
As regras para uso de gordura trans industrial em alimentos estão definidas 
na RDC nº 332, de 23/12/2019. Essa resolução é o principal resultado do 
processo regulatório nº 25351.906891/2017-15 e foi publicada no Diário 
Oficial da União nº 249, de 26 de dezembro de 2019. 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
 
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6. Como foi conduzido o processo de elaboração da RDC nº 332/2019? 
No processo regulatório que resultou na publicação da RDC nº 332/2019, 
foram adotados várias medidas para garantir o atendimento às diretrizes da 
Anvisa para melhoria da qualidade regulatória, que visam aumentar a 
previsibilidade, transparência, fundamentação científica e participação 
social das intervenções regulatórias desenvolvidas, contribuindo para sua 
efetividade e proporcionalidade. 
Em 2015, a Anvisa recebeu demandas de setores da sociedade brasileira 
para adoção de medidas mais restritivas sobre o uso de gorduras trans em 
alimentos. 
Para obter mais subsídios sobre o tema, a Anvisa realizou, em 28/03/2016, 
uma Audiência Pública com representantes de vários setores da sociedade 
e conduziu uma consulta dirigida para coletar a opinião da sociedade 
sobre as opções para restringir o uso e consumo das gorduras trans. 
As informações obtidas por meio dessas inciativas reforçaram a relevância 
de avançar na implementação de medidas mais efetivas para reduzir o uso 
e consumo de gorduras trans industriais e subsidiaram a inclusão do tema 
na Agenda Regulatória 2017/2020. 
Em 2017, foi aberto o processo regulatório do tema e publicado o Despacho 
de Iniciativa nº 40, de 14/03/2018, sinalizando o início das ações regulatórias. 
Em 2018, a GGALI elaborou o Documento para Discussão Regulatória sobre 
Ácidos Graxos Trans, com intuito de nortear o debate do tema e realizou, 
no dia 5/12/2018, um diálogo setorial com os principais agentes afetados, 
para tratar das propostas relativas à identificação e definição do problema 
regulatório, opções de intervenção e critérios para sua avaliação. 
Entre os dias 17/12/2018 e 20/02/2019, foi conduzida uma consulta dirigida 
aos agentes afetados, com intuito de aperfeiçoar as propostas preliminares 
apresentadas e levantar os impactos das principais opções identificadas. 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
http://antigo.anvisa.gov.br/audiencias-publicas#/visualizar/310400
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/regulamentacao/agenda-regulatoria/2017-2020/temas/alimentos/arquivos/tema-4-11.pdf
http://antigo.anvisa.gov.br/propostas-regulatorias#/visualizar/374434
http://antigo.anvisa.gov.br/propostas-regulatorias#/visualizar/374434
http://antigo.anvisa.gov.br/documents/33880/5313808/Documento+de+discuss%C3%A3o+sobre+gordura+trans_vers%C3%A3o+final.pdf/e2604d4a-9434-4bc4-b511-1c76ce7396ab
http://antigo.anvisa.gov.br/documents/33880/5313808/Documento+de+discuss%C3%A3o+sobre+gordura+trans_vers%C3%A3o+final.pdf/e2604d4a-9434-4bc4-b511-1c76ce7396ab
 
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Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
Os resultados dessas ações auxiliaram a GGALI na avaliação da efetividade 
e dos impactos das alternativas regulatórias e subsidiaram a elaboração do 
Relatório Final de Análise de Impacto Regulatório sobre Ácidos Graxos Trans 
em Alimentos e da proposta de RDC que define os requisitos para uso de 
gorduras trans industriais em alimentos. 
Essa proposta normativa foi, então, submetida à Consulta Pública nº 681, de 
31/07/2019, que forneceu 60 dias para contribuições da sociedade. Após 
consolidação das contribuições, a GGALI realizou um diálogo setorial, em 
08/11/2019, para tratar das principais sugestões recebidas e dos ajustes 
feitos na minuta, antes de sua deliberação final pela Diretoria Colegiada. 
Esclarecimentos sobre o âmbito de aplicação da RDC nº 332/2019. 
7. Quais produtos devem atender à RDC nº 332/2019? 
Essa RDC possui requisitos que devem ser observados por todos os alimentos, 
incluindo bebidas, ingredientes, aditivos alimentares e coadjuvantes de 
tecnologia, inclusive aqueles destinados exclusivamente ao processamento 
industrial e os destinados aos serviços de alimentação. 
No entanto, em virtude da diversidade de processos produtivos que podem 
resultar na formação de gorduras trans industriais, foram definidas regras 
específicas para certos tipos de situações e produtos, incluindo condições 
transitórias que são aplicáveis apenas a alguns tipos de alimentos. Portanto, 
os requisitos específicos que devem ser observados por cada tipo de 
alimento variam conforme sua fonte de gorduras trans industriais. 
8. A RDC nº 332/2019 se aplica às gorduras trans de ruminantes? 
Não. As restrições adotadas se restringem às gorduras trans industriais, que 
são definidas no art. 9º, III, da RDC nº 332/2019 como todos os triglicerídeos 
que contêm ácidos graxos insaturados com, pelo menos, uma dupla 
ligação trans, e que sejam produzidos por meio da hidrogenação parcial 
de óleos e gorduras, do tratamento térmico de óleos e gorduras, ou da 
isomerização alcalina de óleos e gorduras. 
http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/4379119/Analise+de+Impacto+Regulatorio+-+Gorduras+Trans.pdf/8d3320eb-16d7-41a9-b04b-6c49b284be78
http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/4379119/Analise+de+Impacto+Regulatorio+-+Gorduras+Trans.pdf/8d3320eb-16d7-41a9-b04b-6c49b284be78http://antigo.anvisa.gov.br/consultas-publicas#/visualizar/403109
http://antigo.anvisa.gov.br/consultas-publicas#/visualizar/403109
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
 
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Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
9. Por que não foram adotadas medidas de restrição para as gorduras 
trans de ruminantes? 
O principal motivo para não adotar restrições para as gorduras trans de 
ruminantes se deve ao fato deste tipo de gordura ocorrer naturalmente em 
pequenas quantidades nos alimentos derivados de animais ruminantes, tais 
como: queijos, leites e carnes. 
Esse tipo de gordura é produzido por meio do processo de biohidrogenação 
que ocorre no rúmen e nas glândulas mamárias destes animais. 
Além disso, como a quantidade de gorduras trans naturalmente presente 
nesses alimentos é muito baixa, seu consumo pela população brasileira fica 
abaixo dos limites máximos recomendados. 
Assim, impor restrições a esse tipo de gordura trans resultaria na proibição 
de oferta de vários alimentos de origem animal que são importantes para 
uma alimentação saudável e provocaria um imenso impacto negativo na 
economia do país. 
Todavia, a quantidade de gordura trans presente nesses alimentos continua 
sendo declarada obrigatoriamente na rotulagem nutricional dos alimentos 
embalados, permitindo a realização de escolhas alimentares conscientes e 
adequadas por parte dos consumidores. 
Esclarecimentos sobre a proibição do CLA sintético. 
10. O que é CLA sintético? 
Conforme o art. 3º, I, da RDC nº 332/2019, o CLA sintético é um ingrediente 
que compreende os isômeros geométricos e posicionais do ácido linoleico 
obtido pela isomerização alcalina de óleos e gorduras. 
11. Quais restrições foram adotadas para o CLA sintético? 
O art. 4º da RDC nº 332/2019 proíbe a produção, a importação, o uso e a 
oferta do CLA sintético para uso em alimentos e de alimentos formulados 
com estes ingredientes. 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
 
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Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
Essa proibição se aplica ao CLA sintético destinado ao uso em alimentos e 
ingredientes, independentemente da sua origem, data de produção ou 
finalidade de uso. 
12. Por que o CLA sintético teve seu uso proibido em alimentos? 
Esse ingrediente foi proibido porque é uma fonte de gorduras trans industriais 
e porque os resultados das avaliações de segurança realizadas pela Anvisa 
revelaram que esse ingrediente produz diversos efeitos adversos à saúde, 
tais como: alterações no perfil de lipídeos plasmáticos, com aumento dos 
níveis de LDLc e triglicerídeos e redução dos níveis de HDLc; alterações no 
metabolismo da glicose e insulina, com aumento da resistência à insulina 
em indivíduos com diabetes tipo 2 e obesidade; aumento de marcadores 
inflamatórios e de estresse oxidativo; e redução na quantidade de gordura 
no leite materno. 
13. Existe possibilidade de que o CLA sintético possa ser permitido para uso 
em alimentos? 
Sim. Por ser considerado um novo ingrediente, as empresas interessadas 
podem solicitar a avaliação pré-mercado de sua segurança de uso, por 
meio do protocolo da petição 4109, relativa à avaliação de segurança e 
eficácia de propriedades funcional ou de saúde de novos alimentos e 
novos Ingredientes, exceto probióticos e enzimas. 
Caso seja demonstrada a segurança nas condições de uso propostas, as 
alterações necessárias serão realizadas na RDC nº 332/2019. 
Esclarecimentos sobre as restrições de gorduras trans industriais em óleos 
refinados. 
14. O que são óleos refinados? 
O refinamento é um processo que pode ser aplicado aos óleos para torná-
los comestíveis ou melhorar sua qualidade. De acordo com o item 2.4 da 
Instrução Normativa MAPA nº 49/2006, o refino inclui as seguintes etapas de 
tratamento: degomagem, neutralização, clarificação e desodorização. 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=consultarLegislacaoFederal
 
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15. Quais restrições de gorduras trans industriais foram adotadas para os 
óleos refinados? 
O art. 5º da RDC nº 332/2019 estabelece que, a partir de 1º/07/2021, o teor 
de gorduras trans industriais nos óleos refinados não poderá exceder 2%, ou 
seja, 2 gramas por 100 gramas de gordura total. 
Essa proibição se aplica a todos os óleos refinados destinados ao consumo 
humano, independentemente da origem, data de produção ou finalidade 
de uso desses alimentos e ingredientes. Isso significa que esse limite deve ser 
observado nos óleos para venda direta ao consumidor ou aos serviços de 
alimentação e naqueles empregados para fins industriais na elaboração e 
produção de alimentos. 
16. Por que foi adotada uma restrição específica no teor de gorduras trans 
industriais para os óleos refinados? 
Os óleos refinados têm pequenas quantidades de gorduras trans industriais 
que são produzidas, de forma não intencional, durante a desodorização, 
um processo de destilação sob arraste de vapor ou nitrogênio, por meio de 
alta temperatura e vácuo, que é aplicado aos óleos durante seu refino para 
remover substâncias voláteis indesejáveis. 
Os dados levantados indicam que, quando o processo de desodorização 
é bem controlado, o teor de gorduras trans industriais nesses produtos fica 
abaixo de 2%. 
Contudo, foram identificadas pesquisas demonstrando que a quantidade 
de gorduras trans industriais em alguns óleos refinados comercializados no 
país poderia ser até cinco vezes maior do que esse limite, indicando falhas 
no processo de refinamento. 
Dessa forma, optou-se pela adoção de um limite máximo de gorduras trans 
industriais específico para os óleos refinados, de forma a garantir que o teor 
destes lipídios seja o menor possível. 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
 
17 
GERÊNCIA-GERAL DE ALIMENTOS 
Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
17. O limite máximo de gorduras trans industriais definido no art. 5º da RDC 
nº 332/2019 também se aplica aos óleos fracionados? 
O limite máximo de 2 gramas de gorduras trans industriais por 100 gramas 
de gordura total definido no art. 5º da RDC nº 332/2019 se aplica a qualquer 
óleo refinado. 
Assim, os óleos refinados que venham a ser usados como matéria-prima em 
processos posteriores de modificação devem cumprir com o limite máximo 
definido no art. 5º da RDC nº 332/2019. 
Porém, esse limite não se aplica aos óleos e gorduras obtidos de processos 
de modificação, como o fracionamento, hidrogenação, interesterificação 
ou outros processos físicos ou químicos seguros para produção de alimentos 
que visem modificar suas propriedades físicas e químicas originais. 
Esclarecimentos sobre a proibição de óleos e gorduras parcialmente 
hidrogenados. 
18. O que são óleos e gorduras parcialmente hidrogenados? 
O art. 3º, III, da RDC nº 332/2019 define os óleos e gorduras parcialmente 
hidrogenados como todos os óleos e gorduras que foram submetidos ao 
processo de hidrogenação e que possuem um índice de iodo superior a 4. 
O índice de iodo é um parâmetro que retrata o grau de insaturação dos 
lipídios. 
Assim, qualquer óleo submetido ao processo de hidrogenação e que tenha 
um nível de iodo superior a 4, será considerado parcialmente hidrogenado, 
independentemente do seu teor de gorduras trans. 
19. Quais restrições foram definidas para os óleos e gorduras parcialmente 
hidrogenados? 
O art. 7º da RDC nº 332/2019 estabelece que, a partir de 1º/01/2023, fica 
proibida a produção, a importação, o uso e a oferta de óleos e gorduras 
parcialmente hidrogenados para uso em alimentos e de alimentos com 
estes ingredientes. 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
 
18 
GERÊNCIA-GERAL DE ALIMENTOS 
Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
Essa proibição se aplica aos óleos e gorduras parcialmente hidrogenados 
destinados ao uso em alimentos e ingredientes para consumo humano, 
independentemente da sua origem, data de produção ou finalidade de 
uso. 
20. A proibição de uso de óleos e gorduras parcialmente hidrogenados se 
aplica aos aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia? 
Sim. A proibição em questão atinge todos os alimentos, incluindo bebidas, 
ingredientes, aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia, inclusive 
aqueles destinados exclusivamente ao processamento industrial ou serviços 
de alimentação. 
Portanto, nenhuma matéria-prima, ingrediente ou alimento empregado na 
produção de alimentos destinados ao consumo humano poderá conter 
óleos e gorduras parcialmente hidrogenados após o prazo definido. 
21. Por que foi adotada uma restrição específica para os óleos e gorduras 
parcialmente hidrogenados? 
Os óleos e gorduras parcialmente hidrogenados representam a principal 
fonte alimentar de gorduras trans industriais, sendo empregados em vários 
alimentos industrializados devido a suas propriedades tecnológicas. 
A avaliação realizada revelou que essa opção é aquela que promove a 
maior redução no consumo de gorduras trans pela população brasileira e 
a maior equidade, protegendo de forma similar os grupos com menor nível 
de educação e de renda. 
22. Qual o limite máximo de gorduras trans industriais nos alimentos após 
a entrada em vigor da proibição de óleos e gorduras parcialmente 
hidrogenados? 
Com exceção dos óleos refinados, a RDC nº 332/2019 não definiu um limite 
máximo de gorduras trans industriais para os demais alimentos após o 
banimento dos óleos e gorduras parcialmente hidrogenados porque esta 
medida eliminará a principal fonte de gorduras trans industriais encontrada 
nos alimentos. 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
 
19 
GERÊNCIA-GERAL DE ALIMENTOS 
Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
Nesse contexto, a única fonte de gorduras trans industriais que poderá ser 
encontrada nos alimentos são os óleos refinados usados na sua produção 
ou formulação, cujo conteúdo máximo de gorduras trans industriais não 
poderá ultrapassar 2%, conforme art. 5º da RDC nº 332/2019. 
Desse modo, para os alimentos elaborados sem uso de óleos refinados, não 
podem ser encontradas gorduras trans industriais, após a entrada em vigor 
da proibição de óleos e gorduras parcialmente hidrogenados. 
Para aqueles que tenham a adição de óleos refinados, o teor de gorduras 
trans industrial será proporcional à quantidade de óleos refinados usados no 
produto, considerando que estes óleos não podem ultrapassar o limite 
máximo de 2% de gorduras trans industriais. 
Vale destacar, ainda, que nas duas situações descritas acima, os alimentos 
podem ter ainda gorduras trans naturais, caso sejam derivados de animais 
ruminantes ou caso tenham a adição destes como ingredientes. 
23. O uso de óleos e gorduras totalmente hidrogenados é permitido? 
Sim. A RDC nº 332/2019 não restringiu o uso de óleos e gorduras totalmente 
hidrogenados, pois esse tipo de ingrediente não é fonte de gorduras trans 
industriais. 
Desse modo, os óleos e gorduras que tenham sido submetidos ao processo 
de hidrogenação e que apresentem um índice de iodo abaixo de 4 podem 
continuar sendo utilizados nos alimentos. 
Esclarecimentos sobre os requisitos transitórios para os alimentos destinados 
ao consumidor final e aos serviços de alimentação. 
24. Quais requisitos transitórios foram definidos? 
O art. 6º da RDC nº 332/2019 definiu que, entre 1º/07/2021 e 1º/01/2023, a 
quantidade de gorduras trans industriais não pode exceder 2 gramas por 
100 gramas de gordura total nos alimentos destinados ao consumidor final 
e nos alimentos destinados aos serviços de alimentação. 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
 
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Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
25. O que são serviços de alimentação? 
De acordo com o art. 3º da RDC nº 332/2019, os serviços de alimentação 
incluem todos os estabelecimentos institucionais ou comerciais onde o 
alimento é manipulado, preparado, armazenado, distribuído ou exposto à 
venda, podendo ou não ser consumido no local. 
Trata-se de um conceito amplo que contempla os mais variados tipos de 
restaurantes, lanchonetes, bares, padarias, food trucks e similares, além de 
unidades de alimentação e nutrição de serviços de saúde, creches, asilos, 
escolas e unidades prisionais, entre outros. 
26. Os requisitos transitórios se aplicam aos produtos para fins industriais? 
O limite máximo transitório de 2 gramas de gorduras trans industriais por 100 
gramas de gordura total não se aplica aos produtos que sejam destinados 
exclusivamente para fins industriais, com exceção dos óleos refinados, cujo 
limite máximo de gorduras trans industriais encontra-se definido no art. 5º da 
RDC nº 332/2019. 
No entanto, caso os produtos destinados exclusivamente para fins industriais 
contenham gorduras trans industriais em sua composição, os fabricantes e 
fornecedores devem informar o teor total de gorduras trans industriais em 
gramas por 100 gramas do produto e por 100 gramas de gordura total do 
produto, além da eventual presença de óleos e gorduras parcialmente 
hidrogenados. 
Essas informações devem ser fornecidas nos rótulos, nos documentos que 
acompanham os produtos ou por outros meios acordados entre as partes. 
27. Os requisitos transitórios se aplicam aos aditivos alimentares e aos 
coadjuvantes de tecnologia? 
Depende. Caso as formulações de aditivos alimentares e coadjuvantes de 
tecnologia sejam ofertadas para o consumidor final ou para os serviços de 
alimentação, o limite máximo de gorduras trans industrial de 2 gramas por 
100 gramas de gordura total deve ser cumprido. 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
 
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Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
Nos casos em que as formulações de aditivos alimentares e coadjuvantes 
de tecnologia sejam utilizadas exclusivamente para fins industriais, os limites 
máximos não se aplicam. 
Entretanto, nesse caso, devem ser atendidos os requisitos de transmissão de 
informações sobre o teor de gorduras trans industriais e a presença de óleos 
e gorduras parcialmente hidrogenados, conforme explicado acima. 
28. Por que foram adotados requisitos transitórios? 
O limite máximo transitório de gorduras trans industriais foi uma alternativa 
adotada para proteger a saúde da população e permitir que os fabricantes 
de alimentos se adequem de forma gradual às mudanças necessárias para 
o banimento dos óleos e gorduras parcialmente hidrogenadas. 
Nesse caso, os produtos destinados exclusivamente para fins industriais, com 
exceção dos óleos refinados, foram excetuados do atendimento ao limite 
máximo transitório, para permitir que os fornecedores de óleos e gorduras e 
os fabricantes de alimentos tenham tempo hábil para avaliar as melhores 
alternativas para substituir os óleos e gorduras parcialmente hidrogenados. 
Tal alternativa também mantém um elevado nível de proteção à saúde do 
consumidor, pois os produtos que alcançam os consumidores finais ou os 
serviços de alimentação deverão atender os limites máximos transitórios 
definidos. 
29. Os alimentos destinados aos consumidores finais e aos serviços de 
alimentação fabricados até 30/06/2021 e que tenham um teor de gorduras 
trans industriais superior a 2 gramas por 100 gramas de gordura total 
poderão ser vendidos atéo final do seu prazo de validade? 
Não. O art. 6º da RDC nº 332/2019 definiu que, entre 1º/07/2021 e 1º/01/2023, 
a quantidade de gorduras trans industriais não pode exceder 2 gramas por 
100 gramas de gordura total nos alimentos destinados ao consumidor final 
e nos alimentos destinados aos serviços de alimentação. 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
 
22 
GERÊNCIA-GERAL DE ALIMENTOS 
Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
Dessa forma, os fabricantes e comerciantes devem adequar seus processos 
produtivos e comerciais, a fim de garantir que os alimentos ofertados ao 
consumidor final e aos serviços de alimentação não superem o limite 
máximo definido a partir de 1º/07/2021, independentemente da sua data 
de fabricação. 
Esclarecimentos sobre a adequação à RDC nº 332/2019. 
30. Qual o prazo de adequação à RDC nº 332/2019? 
A RDC nº 332/2019 entrou em vigor na data de sua publicação e definiu 
prazos de adequação específicos para as diferentes restrições adotadas, 
considerando as particularidades das diferentes fontes de gorduras trans 
industriais e os impactos dessas restrições nos fabricantes de alimentos e no 
SNVS. 
No caso da proibição de uso do CLA sintético em alimentos, não há prazo 
de adequação, sendo a medida de cumprimento imediato. 
Para adequação dos óleos refinados ao limite máximo de gorduras trans 
industriais foi adotado um prazo de aproximadamente 18 meses. 
Já para o banimento dos óleos e gorduras parcialmente hidrogenados foi 
adotado um prazo de cerca de 36 meses, que será precedido por um limite 
máximo temporário de gorduras trans industriais nos alimentos. 
Esse limite máximo temporário terá um prazo de adequação de 18 meses e 
não se aplica aos produtos destinados exclusivamente para fins industriais, 
desde que sejam atendidos requisitos de fornecimento de informações. 
31. Por que não foi definido um prazo de adequação para a proibição do 
CLA sintético? 
Não foi adotado um prazo de adequação para a proibição do CLA 
sintético porque este ingrediente nunca foi autorizado para uso em 
alimentos e ingredientes no país. 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
 
23 
GERÊNCIA-GERAL DE ALIMENTOS 
Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
O CLA sintético é considerado um novo ingrediente, conforme Resolução 
nº 16/1999. Portanto, requer avaliação pré-mercado de segurança antes 
de sua aplicação em alimentos e ingredientes comercializados no mercado 
nacional. 
Desde 2003, a GGALI já avaliou a segurança de diversas preparações 
comerciais de CLA sintético em decorrência de pedidos protocolados por 
empresas interessadas. 
Em todos os casos, a conclusão foi de que os produtos não seriam seguros 
para consumo humano por produzirem diversos efeitos adversos à saúde. 
32. Por que foi adotado um prazo para adequação dos óleos refinados ao 
limite máximo de gorduras trans industrial? 
As contribuições recebidas durante o processo regulatório demonstraram 
que, embora a maior parte dos óleos refinados já cumpra o limite máximo, 
os fabricantes necessitariam realizar ajustes no seu processo produtivo para 
garantir que a totalidade dos óleos refinados estivessem em conformidade 
com esse parâmetro. 
Também foi identificado que a adoção dessa medida traria impactos para 
o SNVS, que precisaria ajustar as ações de fiscalização e de monitoramento 
dos óleos refinados produzidos, importados e comercializados no país. 
Assim, foi concedido um prazo de adequação de cerca de 18 meses para 
permitir os ajustes necessários. 
33. Os óleos refinados fabricados até 30/06/2021 e que tenham um teor de 
gorduras trans industriais superior a 2 gramas por 100 gramas de gordura 
total poderão ser vendidos até o final do seu prazo de validade? 
Não. O art. 5º da RDC nº 332/2019 estabelece que, a partir de 1º/07/2021, o 
teor de gorduras trans industriais nos óleos refinados não poderá exceder 
2%, ou seja, 2 gramas por 100 gramas de gordura total. 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/26327
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/26327
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
 
24 
GERÊNCIA-GERAL DE ALIMENTOS 
Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
Essa proibição se aplica a todos os óleos refinados destinados ao consumo 
humano, independentemente da origem, data de produção ou finalidade 
de uso desses produtos. Isso significa que esse limite deve ser observado nos 
óleos para venda direta ao consumidor ou aos serviços de alimentação e 
naqueles para fins industriais. 
Portanto, os fabricantes de óleos refinados e os comerciantes de alimentos 
devem adequar seus processos produtivos e comerciais, a fim de garantir 
que os óleos refinados ofertados aos consumidores finais, aos serviços de 
alimentação e aos fabricantes de alimentos não superem o limite máximo 
estabelecido a partir de 1º/07/2021, independentemente da sua data de 
fabricação. 
34. Qual o prazo para que os fabricantes de alimentos e os serviços de 
alimentação utilizem na elaboração de seus alimentos os óleos refinados 
com teor de gorduras trans industriais superior a 2 gramas por 100 gramas 
de gordura total? 
O art. 5º da RDC nº 332/2019 estabelece que, a partir de 1º/07/2021, o teor 
de gorduras trans industriais nos óleos refinados não poderá exceder 2%, ou 
seja, 2 gramas por 100 gramas de gordura total. 
Essa proibição se aplica a todos os óleos refinados destinados ao consumo 
humano, independentemente da origem, data de produção ou finalidade 
de uso desses produtos. Isso significa que esse limite deve ser observado nos 
óleos para venda direta ao consumidor ou aos serviços de alimentação e 
naqueles para fins industriais. 
Portanto, os fabricantes de alimentos e os serviços de alimentação devem 
adequar seus processos produtivos e comerciais, a fim de garantir que os 
óleos refinados usados em seus alimentos não ultrapassem o limite máximo 
definido, considerando a data limite definida no art. 5º da RDC nº 332/2019. 
 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
 
25 
GERÊNCIA-GERAL DE ALIMENTOS 
Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
Isso significa que os alimentos produzidos com óleos refinados que superem 
o limite de 2 gramas de gorduras trans industriais por 100 gramas de gordura 
total não podem ser ofertados a partir de 1º/07/2021, independentemente 
de sua data de fabricação. 
35. Por que foi adotado um prazo para a proibição dos óleos e gorduras 
parcialmente hidrogenados? 
A avaliação realizada revelou que essa medida, embora traga os maiores 
benefícios à saúde pública, provoca os maiores impactos nos fabricantes 
de alimentos, exigindo modificações extensas na formulação e rotulagem 
de alguns alimentos. 
Também foi identificado que a adoção dessa medida traria impactos para 
o SNVS, que precisaria ajustar as ações de fiscalização e de monitoramento 
dos óleos e gorduras produzidos, importados, comercializados e utilizados 
na produção de alimentos no país. 
Assim, foi concedido um prazo de adequação de cerca de 36 meses para 
permitir os ajustes necessários. 
36. Os óleos e gorduras parcialmente hidrogenados produzidos até 
31/12/2022 poderão ser vendidos até o final do seu prazo de validade? 
Não. O art. 7º da RDC nº 332/2019 estabelece que, a partir de 1º/01/2023, 
fica proibida a produção, a importação, o uso e a oferta de óleos e 
gorduras parcialmente hidrogenados para uso em alimentos e de alimentos 
com estes ingredientes. 
Essa proibição se aplica aos óleos e gorduras parcialmente hidrogenados 
destinados ao uso em alimentos e ingredientes para consumo humano, 
independentemente da sua origem, data de produção ou finalidade de 
uso. 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
 
26 
GERÊNCIA-GERAL DE ALIMENTOS 
Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
37. Qual o prazopara que os fabricantes de alimentos e os serviços de 
alimentação utilizem na elaboração de seus alimentos óleos e gorduras 
parcialmente hidrogenadas? 
O art. 7º da RDC nº 332/2019 estabelece que, a partir de 1º/01/2023, fica 
proibida a produção, a importação, o uso e a oferta de óleos e gorduras 
parcialmente hidrogenados para uso em alimentos e de alimentos com 
estes ingredientes. 
Essa proibição se aplica aos óleos e gorduras parcialmente hidrogenados 
destinados ao uso em alimentos e ingredientes para consumo humano, 
independentemente da sua origem, data de produção ou finalidade de 
uso. 
Dessa maneira, os fabricantes de alimentos, os serviços de alimentação e 
os comerciantes devem adequar seus processos produtivos e comerciais, 
de forma a garantir que os alimentos ofertados ao consumo humano não 
tenham óleos e gorduras parcialmente hidrogenados a partir de 1º/01/2023, 
independentemente de sua data de fabricação. 
38. A partir da vigência das restrições de uso de gorduras trans industriais 
em alimentos, a declaração de gorduras trans na tabela nutricional ainda 
será obrigatória? 
Sim. As medidas adotadas para restrição do uso de gorduras trans industriais 
não alteraram as regras relativas à rotulagem nutricional destes lipídios. 
Portanto, a declaração da quantidade total de gorduras trans presentes na 
porção do alimento, incluindo a quantidade remanescente de gorduras 
trans industriais em alguns alimentos e a quantidade de gorduras trans de 
ruminantes, continua sendo compulsória, conforme RDC nº 360/2003. 
39. As empresas devem atender algum procedimento administrativo para 
alterar a formulação e rotulagem dos seus produtos? 
As restrições no uso de gorduras trans industriais exigirão modificações na 
formulação e rotulagem de diversos produtos. O item 7.4.1 da Resolução nº 
23/2000, que trata dos procedimentos básicos para registro e dispensa da 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/27327
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/26496
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/26496
 
27 
GERÊNCIA-GERAL DE ALIMENTOS 
Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
obrigatoriedade de registro de alimentos, define que a adequação dos 
produtos em função de alterações na legislação é responsabilidade das 
empresas e que, nestes casos, não é necessário protocolar nenhuma 
petição específica. 
40. É permitido o uso de etiquetas complementares para atender a RDC nº 
332/2019? 
As restrições no uso de gorduras trans industriais exigirão modificações na 
rotulagem de diversos produtos, especialmente na lista de ingredientes e 
tabela nutricional. Nesse sentido, a definição de rotulagem estabelecida na 
RDC nº 259/2002 contempla toda inscrição, legenda, imagem ou matéria 
descritiva escrita, impressa, estampada, gravada, litografada ou colada 
sobre a embalagem do alimento. 
Isso significa que o conteúdo de etiquetas complementares coladas sobre 
a embalagem do produto é considerado rotulagem para fins do disposto 
na legislação sanitária. 
Portanto, o uso de etiquetas complementares para atender ao disposto na 
RDC nº 332/2019 é possível desde que sua colocação: (a) seja realizada nos 
estabelecimentos habilitados pelas autoridades competentes; (b) não 
prejudique o atendimento de requisitos de rotulagem definidos em outros 
regulamentos; (c) não traga erro ao consumidor com base no disposto no 
art. 21 do Decreto-Lei nº 986/69 e no item 3.1 da RDC nº 259/2002; e (d) não 
prejudique a visibilidade ou legibilidade de outras informações de 
declaração obrigatória segundo a legislação sanitária vigente. 
41. Como será aplicada a RDC nº 332/2019 para os produtos importados? 
O tratamento fornecido aos produtos importados deve ser similar aquele 
dispensado aos produtos nacionais. Durante o prazo de adequação será 
avaliada a necessidade de procedimentos adicionais para fiscalização dos 
requisitos estabelecidos na RDC nº 332/2019. 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/26993
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del0986.htm
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/26993
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
 
28 
GERÊNCIA-GERAL DE ALIMENTOS 
Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
42. Quais as penalidades para o descumprimento da RDC nº 332/2019? 
O descumprimento das disposições contidas na RDC nº 332/2019 constitui 
infração sanitária, conforme disposto na Lei nº 6.437/1977, sem prejuízo das 
responsabilidades civil, administrativa e penal cabíveis. 
As penalidades previstas para fabricantes que transgridam normas legais e 
regulamentares destinadas à proteção da saúde estão previstas no art. 10, 
XXIX, da Lei nº 6.437/1977 e incluem advertência, apreensão, inutilização e 
interdição do produto, suspensão de venda e fabricação do produto, 
cancelamento do registro do produto, interdição parcial ou total do 
estabelecimento, cancelamento do alvará do estabelecimento, proibição 
de propaganda e multa. 
43. Como será realizada a fiscalização da RDC nº 332/2019? 
De maneira geral, as ações de fiscalização serão executadas pelos entes 
das esferas federais, estaduais e municipais do SNVS, da mesma forma que 
as demais ações de fiscalização na área de alimentos. 
Para fiscalização dos limites máximos de gorduras trans em óleos refinados 
e dos limites máximos transitórios de gorduras trans nos alimentos destinados 
aos consumidores finais e serviços de alimentação, podem ser empregadas 
análises fiscais com base nas informações veiculadas na rotulagem dos 
alimentos e nos resultados de análises quantitativas do teor de gorduras 
trans nos alimentos. Nesse caso, é possível usar a infraestrutura já existente 
para fiscalização do teor de ácidos graxos trans declarado na tabela 
nutricional. 
A fiscalização da proibição de óleos e gorduras parcialmente hidrogenados 
pode exigir a adoção de medidas adicionais, como programas específicos 
de inspeções e auditorias nos importadores, fabricantes e fornecedores de 
óleos e gorduras para alimentos. 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6437.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6437.htm
 
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GERÊNCIA-GERAL DE ALIMENTOS 
Gerência de Padrões e Regulação de Alimentos 
Durante os prazos de adequação à norma, a Anvisa definirá junto aos entes 
do SNVS as estratégias para fiscalização da RDC nº 332/2019. 
 
http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/412267

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