A IMPORTÂNCIA DO USO DAS CÉLULAS TRONCO EM TERAPIAS DE REGENERAÇÃO PARA A SAÚDE PÚBLICA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS 
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
 
 
 
CAMILA SANTIAGO NATAL DA SILVA PIRES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO USO DAS CÉLULAS-TRONCO EM TERAPIAS DE 
REGENERAÇÃO PARA A SAÚDE PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOURADOS - MS 
2021 
OBJETIVO 
 Apresentar conhecimentos e pesquisas atuais sobre terapias de regeneração com células-
tronco, mostrando seus benefícios e restrições para saúde pública. 
 
INTRODUÇÃO 
 Uma vez que o funcionamento fisiológico do corpo humano ao longo dos anos perde 
progressivamente sua capacidade de funcionamento, e diversos órgãos e tecidos podem ser 
acometidos por doenças e traumas, ou pelo processo natural de envelhecimento, o tratamento 
com células-tronco pode ser uma alternativa para a cura ou reconstrução de membros. 
 As células com capacidade de se distinguir em linhagens específicas e compor diversos 
tecidos do corpo, e se auto reproduzir, atuando como células versáteis, podendo ser colocadas 
no lugar de tecidos danificados e acometidos por doenças, são denominadas células-tronco. 
 A terapia com células-tronco se baseia em reestabelecer as funcionalidades de um órgão 
ou tecido por meio de transplante de novas células para substituir as que foram acometidas 
por enfermidades ou que em função de um problema genético não funcionam adequadamente. 
Esse processo ocorre através da introdução de células indiferenciadas na circulação ou no 
local afetado, técnica essa conveniente para a população, visto que, o transplante de órgãos e 
tecidos, utilizado atualmente, não consegue suprir à demanda necessária, por motivos como a 
falta de doadores e a incapacidade de transplante de determinados órgãos. 
 Os estudos que visam avaliar a usualidade das células-tronco mostraram-se promissores, 
podendo levar a prevenção e a cura de doenças como câncer, mal de Alzheimer, problemas 
cardíacos, diabetes, e repor tecidos lesados ou destruídos. Entretanto, a utilização dessa 
terapia possui desvantagens, pois pode apresentar falhas durante a diferenciação das células-
tronco e levar ao aparecimento de processos cancerinogênicos. Por esse motivo, é necessário 
o estudo constante relacionado às células-tronco e suas potencialidades. 
 
CÉLULAS-TRONCO 
 As células-tronco são dotadas da capacidade de produzir vários tipos celulares 
extremamente especializados e um alto grau de renovamento de si mesma, por ter 
característica de indiferenciação. E acaba se estabelecendo como instrumento de reparo 
biológico (CARMO; SANTOS JR, 2016). Dessa forma, são células que podem ser replicadas 
e manipuladas para produzir tipos de células particulares que renovariam o órgão e seus 
tecidos doentes, além disso, podem ser programadas para desenvolver funções específicas, 
uma vez que se encontram em um estágio em que ainda não estão totalmente especializadas. 
 
CARACTERÍSTICAS DAS CÉLULAS-TRONCO 
 As células-tronco mostram três propriedades fundamentais: auto renovação, proliferação e 
diferenciação. 
• Na auto renovação, que ocorre por mitoses, as células-tronco geram cópias idênticas de si 
mesmas. 
• A proliferação, também por mitoses, garante um número adequado de células-tronco num 
dado local do organismo, em um determinado momento de seu desenvolvimento. 
• A diferenciação permite o surgimento de tipos celulares distintos, em termos 
morfológicos e funcionais e, por extensão, de tecidos e órgãos especializados. 
 
TIPOS DE CÉLULAS-TRONCO 
 Existe dois tipos básicos de células tronco (CT): as células-tronco embrionárias e as 
células-tronco adultas (CTA), as quais podem estar presentes no cordão umbilical e na 
medula. 
 As células-tronco embrionárias são encontradas no embrião apenas quando este se 
encontra no estágio de blastocisto (4 a 5 dias após a fecundação), elas conseguem se 
transformar em qualquer tipo de célula do corpo, dependendo do estímulo que receber. A essa 
versatilidade tão grande é dado o nome de pluripotência. 
 Em uma fase posterior ao embrião de 5 dias, ele já apresenta estruturas mais complexas 
como coração e sistema nervoso em desenvolvimento, ou seja, as suas células já se 
especializaram e não podem mais ser consideradas células-troncos. 
 As células-tronco adultas são multipotentes, com capacidade de diferenciação mais 
reduzida, podendo se transformar em órgãos e tecidos. Estão presentes no indivíduo após o 
nascimento, principalmente na medula óssea e no sangue do cordão umbilical. Cada órgão do 
corpo possuí um pouco de células-tronco para poder renovar as células ao longo da vida, 
podendo se dividir para gerar uma célula nova ou outra diferenciada. 
 
AS CÉLULAS TRONCOS E COMO PODEM SER USADAS 
 As pesquisas com células-tronco são fundamentais para que haja um melhor entendimento 
do funcionamento do organismo e tecidos do corpo, de como ele se mantêm no decorrer da 
vida, e o que ocorre quando ele é acometido por uma doença. 
 A terapia celular visualiza as células-tronco como ferramenta importante no combate a 
inúmeras enfermidades, trocando células doentes por células novas e saudáveis. O intuito é 
tratar qualquer doença em que houver degeneração de tecidos do corpo. 
Alguns usos aprovados e em desenvolvimento das células-tronco: 
1. Transplante de células-tronco hematopoiéticas 
Também chamado de transplante de medula óssea, esse é o uso mais antigo das células-
tronco. Quando o transplante é feito, a ideia é justamente substituir essas células-tronco, 
para que as novas células produzidas pela medula óssea sejam saudáveis. Esse tratamento 
é usado para doenças como leucemia aguda, leucemia mieloide crônica, leucemia 
mielomonocítica crônica, linfomas, anemias graves, anemias congênitas, 
hemoglobinopatias, imunodeficiências congênitas, mieloma múltiplo, síndrome 
mielodisplásica hipocelular, imunodeficiência combinada severa, osteopetrose, 
mielofibrose primária em fase evolutiva, síndrome mielodisplásica em transformação, 
entre outras. 
2. Reconstrução óssea em fissura labiopalatina 
Cientistas do Hospital Sírio-Libanês (em São Paulo), em parceria com o Hospital Municipal 
Infantil Menino Jesus, têm conduzido uma pesquisa em que usam células-tronco do dente de 
leite para reconstrução óssea em crianças com fissura labiopalatina (conhecida popularmente 
como lábio leporino). Quando a fissura compromete o osso na região alveolar e/ou palato (céu 
da boca), normalmente é preciso fazer um enxerto com o osso do quadril, o que causa dores 
no pós-operatório. No entanto, a pesquisa usa as células-tronco para estimular a renovação do 
osso no local. Além disso, eles estimulam essas células com aplicações de laser, o que torna o 
processo ainda mais rápido. 
3. Tratamento do diabetes tipo 1 
Pesquisadores estão testando como usar as células-tronco para ajudarem o pâncreas a 
recuperar sua função de produzir insulina, habilidade perdida por pessoas com diabetes tipo 1. 
Para isso, eles estão injetando células-tronco em cápsulas que são colocadas no pâncreas e 
desempenham as funções das células-beta desse órgão sem serem atacadas pelo sistema 
imunológico. Os testes já foram realizados com sucesso em camundongos e agora está sendo 
testado em humanos. 
4. Tratamento da degeneração macular 
Estudos recentes conduzidos nos Estados Unidos têm tratado pacientes que haviam perdido a 
visão com a degeneração macular. Nele, os cientistas diferenciaram células-tronco em células 
do epitélio pigmentar da retina e as aplicaram nos pacientes, que apresentaram melhoras 
significativas, mesmo em casos mais avançados. Atualmente esse tratamento já se mostrou 
seguro e está em testes com grupos maiores de pacientes. 
5. Tratamento do câncer 
Alguns estudos no Reino Unido têm buscado formas de transformar as células-tronco em 
potenciais destruidoras de tumores de câncer. Para que isso ocorra, cientistas ativam o geneTRAIL nessas células, o que as torna semelhantes às células imunes. Essas células acabam 
sendo atraídas pelos tumores e fazem com que as células tumorais "se suicidem". Por 
enquanto essa terapia só foi estudada em ratos, mas conseguiu curar alguns deles 
completamente do câncer de pulmão. 
6. Criação de órgãos para transplante 
Muitos cientistas estudam como criar órgãos inteiros, direcionando células-tronco para se 
diferenciarem formando tecidos para órgãos específicos. Se forem usadas células do próprio 
paciente, não há risco de rejeição deste novo órgão. No entanto, o desafio dessa linha de 
pesquisa é fazer com que as células se diferenciem para os diferentes tecidos que podem 
compor um mesmo órgão, já que eles são estruturas complexas. 
OBSTÁCULOS A SEREM ENFRENTADOS PARA QUE AS CÉLULAS-TRONCOS 
POSSAM SER USADAS NO TRATAMENTO DE DOENÇAS 
 Mesmo com pesquisas e resultados promissores em relação ao tratamento com uso de 
células-tronco, suas aplicações para tratar doenças ainda estão em estágio inicial, por esse 
motivo, é necessário que haja a utilização de métodos rigorosos de testes para garantir 
segurança e eficácia a longo prazo. 
 Por seu grande poder de diferenciação e multiplicação, as células-tronco tem uma 
capacidade preocupante: a de gerar tumores. Durante a multiplicação desenfreada das células 
em laboratório, é comum ocorrerem mutações no DNA que levam à geração de tecidos 
neoplásicos, resultando em câncer, pois uma vez nos organismos as células em estado nativo 
podem se diferenciar descontroladamente formando tumores. 
 
CONCLUSÃO 
 Atualmente os investimentos em pesquisas com células-tronco têm se mostrado promissor 
e aumentado gradativamente com os avanços científicos comprovados e aplicados em seres 
humanos, auxiliando no tratamento de diversas doenças. Todavia, ainda existem limitações há 
serem superadas, como o controle da indiferenciação e a resposta imune negativa do receptor. 
Ainda assim, mostra-se um campo promissor para a medicina, representando uma ótima 
alternativa de tratamentos para ser aplicada até mesmo em doenças consideradas críticas, o 
que se consolidará a partir de mais pesquisas e procedimentos a serem adotados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
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Revista Interdisciplinar de Ciência Aplicada, Caxias do Sul, v. 2, n. 3, p. 16-25, 2017. 
 
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[REVISÃO]. SaBios-Revista de Saúde e Biologia, [S.l.], v. 11, n. 2, p. 84-94, mar. 2017. 
ISSN 1980-0002. 
 
CARMO, D.D.D.; SANTOS Jr., A. R. Aplicação Clínica de Células-Tronco Adultas. 
Centro de Ciências Naturais e Humanas, Universidade Federal do ABC, Santo André, SP, 
Brasil, v. 2, p. 23-27. 
 
ZORZANELLI, Rafaela Teixeira et al. Pesquisa com células-tronco no Brasil: A Produção 
de um Novo Campo Científico. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 
24, n. 1, p. 129-144, jan. 2017 
 
SILVA, C. N. et al. O Tecido Da Polpa Dentaria Como Fonte De Células-Tronco. Revista 
Saúde em Foco. Teresina, n. 11, p. 295-308, 2019 
 
FIGUEIREDO, Juliana Vieira. Degeneração macular relacionada à idade: o potencial 
terapêutico das células-tronco. Revista Médica de Minas Gerais, v. 30, n. Supl 2, p. S11-
S14, 2020. 
 
LIPAY, B. E. Terapia Celular. In: MARTIN, Priscila; MORAES, Jane; HAN, Sang. Biologia 
Molecular - Métodos e Interpretação. Grupo GEN, 2015. 978-85-277-2768-6. Disponível 
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2768-6/. 
	AS CÉLULAS TRONCOS E COMO PODEM SER USADAS
	As pesquisas com células-tronco são fundamentais para que haja um melhor entendimento do funcionamento do organismo e tecidos do corpo, de como ele se mantêm no decorrer da vida, e o que ocorre quando ele é acometido por uma doença.
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	1. Transplante de células-tronco hematopoiéticas
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