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Patogênese das Doenças Periodontais Quando o assunto é a patogênese periodontal a patogênese da gengivite e da periodontite são temas que se destacam nesse assunto. Muitas vezes ocorrem equívocos quando ocorrem discussões sobre a relação desses temas. É válido afirma que toda periodontite um dia já foi gengivite, porém nem toda gengivite evolui para uma periodontite. Patogênese da Gengivite: Existe uma grande relação entre o desenvolvimento da gengivite e a presença da placa dentária, muitos estudos de anos atrás afirmavam que esse seria o fator determinante para a o surgimento da gengivite, porém estudos mais recentes afirmam que existem outros fatores que contribuem para o aparecimento dessa patogênese como a suscetibilidade do indivíduo. De acordo com pesquisadores à medida que ocorria o acumulo do biofilme na margem gengival ocorria um processo inflamatório que acarretava na gengivite, tornando o desenvolvimento da placa diretamente proporcional a gengivite. A gengivite é um processo inflamatório que se inicia pela presença de biofilme dentário, tornando-o o fator etiológico primário da gengivite. Devido a presença dessa placa ocorre uma resposta imune por parte do organismo que pode ser maléfica ou insuficiente para conter a contaminação, essa resposta quando potencializada pode acarretar na perda de tecido conjuntivo se tornando maléfica ou pode ser insuficiente acarretando na progressão da contaminação para os tecidos subgengivais, levando a uma possível perda óssea. O desenvolvimento da gengivite e da periodontite é compreendido pela divisão dos estágios patogênicos. Segundo Page e Schroeder essa divisória é feita da seguinte forma: Lesão Inicial Estabelecida Gengivite Periodontia Lesão Precoce Avançada • Na Lesão Inicial: ❖ Se inicia após o segundo e quarto dia de acúmulo de placa. ❖ Nessa fase o diagnóstico se torna mais complicado do que nos demais devido os sinais serem apenas subclínicos mediante a isso muitos pacientes acabam não indo ao consultório por acreditarem que não seja nada demais. ❖ É observado o aumento do número de neutrófilos e do fluido crevicular gengival (observado a partir do quarto dia micro e macroscopicamente). ❖ É observado processo inflamatório inicial acometendo margem gengival, e ocorrência de deformação, sangramento excessivo, perda de tecido conjuntivo branda (subclínico). ❖ O controle nessa fase ainda é possível através de profilaxias, instruções de higiene oral, raspagem supra gengival. ❖ Os estreptococos são os colonizadores iniciais da película adquirida. Eles são responsáveis pela a produção de enzimas e metabólitos finais que acabam aumentando a permeabilidade do epitélio juncional que acarreta na maior penetração bacteriana, levando ao aumento do efluxo de fluido crevicular e logo a formação do edema. A coloração da gengiva acaba se alterando do rosa para uma tonalidade mais avermelhada (caracterizando o maior sangramento). ❖ Quando os estreptococos realizam a colonização na película adquirida ele acabam ativando o sistema complemento através do ácido lipoteicoico e da ativação dos peptidoglicanos. O resultado acarreta em metabólitos produzidos pelos estreptococos que geram exacerbação do processo inflamatório. → Via alternativa: • Existe a presença de Mastócitos, responsáveis pela liberação de citocinas como TNF alfa que leva a migração e aderência de neutrófilos para os tecidos gengivais. • A via alternativa é de extrema importância para as respostas vasculares. • As substâncias bacterianas são as responsáveis pela migração dos neutrófilos para sulco gengival. → Neutrófilos Polimorfonucleares ❖ Não realizam fagocitose. ❖ Liberam conteúdo lisossômico. Quando essas enzimas voltam para os tecidos ocorre a destruição tecidual local. ❖ São os responsáveis pelas armadilhas extracelulares que que predem e destroem os patógenos microbianos, logo podem estar ligados a destruição tecidual grave. • As NET podem ser formadas por: 1. Lipopolissacarídeos 2. Interleucina 8 3. Proteína M produzida pelos estreptococos 4. Fator de necrose tumoral → Mastócitos e Eosinófilos ❖ Os mastócitos criam armadilhas extracelulares que contribuem para destruição tecidual localizada. ❖ Os eosinófilos e os mastócitos criam uma barreira primária para impedir que as bactérias penetrem mais profundamente nos tecidos subgengivais, limitando a ação dos subprodutos das NETs. • Lesão Precoce: ✓ Se inicia durante o quarto e sétimo dia de acúmulo de placa ✓ Existe a presença de neutrófilos, porém a concentração de linfócitos e macrófagos é maior. ✓ As alterações vasculares nessa fase são mais acentuadas ✓ O aumento da permeabilidade sulcular e juncional acarreta em uma piora da resposta inflamatória ✓ Lesão clinicamente evidente de margem gengival com edema, placa mais aderida (entre o 12º - 21º dia). ✓ O antígeno nessa fase se liga a uma bactéria que vai em direção ao interior do sulco gengival que acaba sendo aceito pelas células de Langherans e levado para os linfonodos regionais que alcançam o equilíbrio com o biofilme da placa. ✓ Se o sistema imune não controlar essa contaminação ela pode evoluir para a periodontite. ✓ A gengivite crônica ocorre quando existe a persistência do biofilme da placa, logo a reação imunológica persiste ao invés de desaparecer. ✓ O tratamento é pela higiene oral adequada, o paciente deve frequentar o dentista com mais frequência. ✓ Quando ocorre a remoção da placa os tecidos gengivais se regeneram, contribuindo para a ausência de danos permanentes e da arquitetura tecidual. ✓ É nessa fase que geralmente os pacientes procuram um profissional já que é algo mais perceptível clinicamente. Patogênese da Periodontite: ▪ Quando ocorre o equilíbrio entre os micro-organismos da doença e as susceptibilidades do hospedeiro, ocorre a manutenção da saúde e diminuição do desenvolvimento da doença. ▪ Grande presença de plasmócitos e linfócitos B. ▪ Numerosas formações de bolsas periodontais. • Lesão Estabelecida: ✓ Essa é considerada a fase de transição entre gengivite e periodontite. ✓ Migração dos neutrófilos polimorfonucleares do epitélio de revestimento da bolsa periodontal para a bolsa periodontal. ✓ Aumento da permeabilidade e ulceração do epitélio da bolsa, acarretando em maior infiltração bacteriana e muitas citocinas inflamatórias. ✓ Ocorre um aumento no número de plasmócitos e de linfócitos B (grandes responsáveis pela destruição tecidual) ✓ Alguns estudos avaliaram a prevalência entre a população jovem e idosa. Os jovens tiveram maiores índices para gengivite (maiores índices de linfócitos e macrófagos), enquanto idosos (mais plasmócitos) para uma periodontite mais avançada, logo maior inflamação. Além da presença da placa outros fatores devem ser observados como: → Fatores microbiológicos (se existe placa e quais bactérias estão presentes). → Potencial de reparo. → Fatores modificadores (resposta vascular, celular, destruição e reparo tecidual). → Fatores predisponente (presença de cálculo que dificulta a higiene, anatomia dentária, gengival, forma da coroa). • Lesão Avançada ✓ Semelhante a Lesão Estabelecida. ✓ Perda de inserção observada clinicamente e histologicamente. ✓ Perda de osso alveolar aparente. ✓ Perda de fibras colágenas. ✓ Os mecanismos de destruição tecidual demonstram que as células de defesa não estão conseguindo combater as bactérias.
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