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AS RELAÇÕES DE TRABALHO E A SOCIEDADE

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Maria Clara Câmara Cruz 
AS RELAÇÕES DE TRABALHO E A SOCIEDADE 
 Explicando as bases da sociedade de classes 
À princípio, pode-se observar que o trabalho, na história das sociedades 
ocidentais, sempre foi usado para classificar pessoas e, com isso, a hierarquia social 
era dada pelo meio da labuta de cada indivíduo, tendo o trabalho intelectual maior valor 
que o trabalho braçal. Posto isso, na Grécia Antiga, o trabalho braçal era coeso com a 
escravidão, assim, os romanos entendiam que aqueles indivíduos escravizados eram 
apenas objeto de trabalho, não havendo nem respeito e nem dignidade. Ademais, no 
período da Idade Moderna, logo após as Revoluções Industriais e o surgimento do 
capitalismo, o cenário social sofreu profundas transformações, principalmente ao se 
referir a visão negativa do trabalho. Desse modo, com tais mudanças, as principais 
economias do mundo ocidental passou a considerar a atividade braçal repugnante como 
uma atividade que dignifica o homem. 
 Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim 
Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim dedicaram uma boa parte de suas teorias 
à reflexão sobre o mundo do trabalho capitalista. Dessa maneira, contribuindo 
significativamente para o entendimento das relações de trabalho e a sociedade. 
 KARL MARX 
Filósofo e revolucionário alemão, criou as bases da doutrina comunista e exerceu 
grande influência em várias áreas do conhecimento, tais como Política, Sociologia, 
Economia e Direito. Por conseguinte, esse filósofo também examinou o universo do 
trabalho na caracterização e na compreensão da vida social e, para o seu 
pensamento, a divisão do trabalho é realizada no desenvolvimento das sociedades: os 
vários estágios da divisão social do trabalho estão ligados as diferentes apropriações 
dos instrumentos de produção e produtos. Dessa forma, a divisão da sociedade em 
classes é definida pela posição ocupada pelos indivíduos no processo produtivo 
(burguesia e proletariado). 
 
 
Marx identifica três elementos no processo de trabalho: 
 A força de trabalho 
 O objeto de trabalho 
 Meio de trabalho 
Para Marx o trabalho é a atividade por meio da qual o ser humano produz sua própria 
existência, não que o ser humano apenas existisse me função do trabalho, no entanto, 
é a partir dele que é produzido os meios para manter-se vivo. Logo, nas sociedades 
capitalistas o trabalho é empregado para produzir um objeto com valor de troca, como 
a mercadoria é propriedade do burguês, o lucro, também fica com ele, apresentando 
uma desvalorização ao proletariado e uma alienação. 
Mais-valia: De acordo com Marx, a mais valia é a diferença entre o valor produzido 
pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador. Ou seja, é, portanto, o principal 
mecanismo utilizado pelos donos de meio de produção para obter o lucro. 
 MAX WEBER 
Sociólogo alemão e um dos principais teóricos da sociologia, Weber propõem 
um entendimento do capitalismo que parte do âmbito cultural em vez do 
econômico. Com isso, tal sociólogo buscou relacionar os comportamentos gerados 
pela associação entre religião e economia. Ademais, esse autor buscou por meio da 
história da racionalização do trabalho a explicação para o surgimento das relações 
de trabalho capitalista, em que o trabalho se torna um valor em si mesmo, uma 
vocação. 
Logo, Weber contribui de modo a mostrar que a ascensão do capitalismo por meio 
da Revolução industrial apresentava em sua base uma ideia de trabalho vinculada 
ao ascetismo secular do protestantismo. Sendo assim, para esse sociólogo foi tal 
concepção de trabalho, que deu liberdade moral e ética aos homens – os capitalistas 
– à aquisição de bens, à obtenção do lucro, à cobrança de juros e à acumulação de 
capital. 
 ÉMILE DURKHEIM 
Filósofo, sociólogo e antropólogo francês, é considerado o Pai da Sociologia e 
apresenta uma forte argumentação no âmbito da Divisão Social do Trabalho, visto 
que acredita que a consolidação dessa Divisão é um dos fatores que possibilita a 
existência da coesão social. 
Dentro dessa perspectiva, a Divisão Social do Trabalho é o modo pelo qual se 
distribui o trabalho nas diferentes sociedades ou estruturas socioeconômicas e, 
dessa forma, vem a surgir quando grupos de produtores realizam atividades específicas 
em consequência do avanço de um certo grau de desenvolvimento das forças 
produtivas e de organização interna das comunidades. 
Nesse viés, para Émile a existência de uma sociedade só é possível a partir 
de um determinado grau de consenso entre seus membros constituintes, ou seja, 
os indivíduos. Outrossim, cabe salientar que esse consenso se assenta em diferentes 
tipos de solidariedade social. 
Solidariedade mecânica- caracteriza as sociedades pré-capitalistas, nas quais há um 
baixo (ou nenhum) grau de consciência individual, uma vez que predomina, em termos 
de coesão social, uma consciência coletiva que controla a sociedade. 
Solidariedade orgânica- caracteriza a sociedade capitalista, pois há uma ampla divisão 
de tarefas e funções, o que leva a uma grande interdependência entre os indivíduos, 
em termos econômicos e tecnológicos, mas, acima de tudo, moral. 
Segundo Durkheim, o maior problema decorrente da divisão do trabalho está 
relacionado à questão moral, isto é, à capacidade de manter os membros coesos e 
a sociedade funcionando harmonicamente. Portanto, a ampla divisão do trabalho 
produz formas mais intensas de individualismo, o que faz, por sua vez, a consciência 
coletiva perder, em parte, sua capacidade agregadora.

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