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Tema 3 - Das Pessoas Jurídicas

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Material Teórico 
Profª Marlene Lessa 
 
 
 
 
cod CivilGeralCDSG202101_ a03 
 
 
Direito Civil 
Parte Geral 
 
Pessoas Jurídicas 
 
2 
 
Das Pessoas Jurídicas 
 
 
Desde os tempos mais remotos, o homem percebeu que sozinho não podia 
cumprir e realizar grandes feitos. Então, conjugando esforços com seus iguais 
passou a: fazer grandes empreendimentos, buscar fins que ajudassem à 
comunidade e aprendeu a atuar em conjunto. Através da união houve a 
“polarização de atividades em torno do grupo reunido”. 
 
 
 
“Daí decorre a atribuição de capacidade jurídica aos entes abstratos assim 
constituídos, gerados pela vontade e necessidade do homem. Surgem, 
portanto, as pessoas jurídicas, ora como conjunto de pessoas, ora como 
destinação patrimonial, aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações” 
(VENOSA)1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Código Civil trata da questão das pessoas jurídicas do art. 40 ao 69 e 75. 
Segundo DEFINIÇÃO de Silvio Rodrigues, pessoas jurídicas são entidades a 
que a lei empresta personalidade, isto é, são seres que atuam na vida jurídica 
com personalidade diversa da dos indivíduos que as compõem, capazes de ser 
sujeitos de direitos e obrigações na ordem civil. 
 
 
 
 
1 VENOSA, Sílvio de Salvo. Op cit p. 242. 
NOÇÃO: 
Pessoas jurídicas, 
portanto, são entes 
abstratos com 
personalidade jurídica 
própria, criados pelo 
homem para consecução 
de finalidade específica. 
 
 
3 
Com o advento da Declaração de Direitos de Liberdade Econômica (Lei 
13.874/2019), as empresas ganharam um fundamento de validade importante 
para desenvolvimento de suas atividades. Diz o art. 3o. da lei: 
 
Art. 3º São direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais para o 
desenvolvimento e o crescimento econômicos do País, observado o 
disposto no parágrafo único do art. 170 da Constituição Federal: 
I - desenvolver atividade econômica de baixo risco, para a qual se valha 
exclusivamente de propriedade privada própria ou de terceiros consensuais, sem 
a necessidade de quaisquer atos públicos de liberação da atividade econômica; 
II - desenvolver atividade econômica em qualquer horário ou dia da 
semana, inclusive feriados, sem que para isso esteja sujeita a cobranças ou 
encargos adicionais, observadas: 
a) as normas de proteção ao meio ambiente, incluídas as de repressão à 
poluição sonora e à perturbação do sossego público; 
b) as restrições advindas de contrato, de regulamento condominial ou de 
outro negócio jurídico, bem como as decorrentes das normas de direito real, 
incluídas as de direito de vizinhança; e 
c) a legislação trabalhista; 
III - definir livremente, em mercados não regulados, o preço de produtos e 
de serviços como consequência de alterações da oferta e da demanda; 
IV - receber tratamento isonômico de órgãos e de entidades da 
administração pública quanto ao exercício de atos de liberação da atividade 
econômica, hipótese em que o ato de liberação estará vinculado aos mesmos 
critérios de interpretação adotados em decisões administrativas análogas 
anteriores, observado o disposto em regulamento; 
V - gozar de presunção de boa-fé nos atos praticados no exercício da 
atividade econômica, para os quais as dúvidas de interpretação do direito civil, 
empresarial, econômico e urbanístico serão resolvidas de forma a preservar a 
autonomia privada, exceto se houver expressa disposição legal em contrário; 
VI - desenvolver, executar, operar ou comercializar novas modalidades de 
produtos e de serviços quando as normas infralegais se tornarem desatualizadas 
por força de desenvolvimento tecnológico consolidado internacionalmente, nos 
termos estabelecidos em regulamento, que disciplinará os requisitos para 
aferição da situação concreta, os procedimentos, o momento e as condições dos 
efeitos; 
VII - (VETADO); 
VIII - ter a garantia de que os negócios jurídicos empresariais paritários 
serão objeto de livre estipulação das partes pactuantes, de forma a aplicar todas 
as regras de direito empresarial apenas de maneira subsidiária ao avençado, 
exceto normas de ordem pública; 
IX - ter a garantia de que, nas solicitações de atos públicos de liberação da 
atividade econômica que se sujeitam ao disposto nesta Lei, apresentados todos 
os elementos necessários à instrução do processo, o particular será cientificado 
expressa e imediatamente do prazo máximo estipulado para a análise de seu 
pedido e de que, transcorrido o prazo fixado, o silêncio da autoridade competente 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art170p
 
4 
importará aprovação tácita para todos os efeitos, ressalvadas as hipóteses 
expressamente vedadas em lei; 
X - arquivar qualquer documento por meio de microfilme ou por meio digital, 
conforme técnica e requisitos estabelecidos em regulamento, hipótese em que se 
equiparará a documento físico para todos os efeitos legais e para a comprovação 
de qualquer ato de direito público; 
XI - não ser exigida medida ou prestação compensatória ou mitigatória 
abusiva, em sede de estudos de impacto ou outras liberações de atividade 
econômica no direito urbanístico, entendida como aquela que: 
a) (VETADO); 
b) requeira medida que já era planejada para execução antes da solicitação 
pelo particular, sem que a atividade econômica altere a demanda para execução 
da referida medida; 
c) utilize-se do particular para realizar execuções que compensem impactos 
que existiriam independentemente do empreendimento ou da atividade 
econômica solicitada; 
d) requeira a execução ou prestação de qualquer tipo para áreas ou 
situação além daquelas diretamente impactadas pela atividade econômica; ou 
e) mostre-se sem razoabilidade ou desproporcional, inclusive utilizada como 
meio de coação ou intimidação; e 
XII - não ser exigida pela administração pública direta ou indireta certidão 
sem previsão expressa em lei. 
 
 
Outra relevante contribuição para o Código Civil, decorrente da Declaração de 
Direitos de Liberdade Econômica, foi o artigo 49-A: 
 
Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, 
associados, instituidores ou administradores. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 
2019) 
Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um 
instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a 
finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, 
renda e inovação em benefício de todos. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
 
 
A Instrução Normativa No. 81, de 10 de junho de 2020, do Ministério da 
Economia dispôs sobre a desburocratização das normas que regem o Registro 
Público das empresas. Muito se pretende avançar para facilitar o ajuste da 
economia com meios de auxílio às pessoas jurídicas de direito privado. 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
 
5 
 
 
Da Classificação das Pessoas Jurídicas 
 
Segundo a classificação clássica ou da lei: 
 
O artigo 40 do Código Civil, traz a classificação das pessoas jurídicas, 
dividindo-as em: 
 
 
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público*, interno ou 
externo, e de direito privado+. 
 
 
 
O critério diferenciador mostrado neste artigo é a soma do sujeito e da relação 
jurídica envolvida. Daí a diferenciação entre as pessoas jurídicas de direito 
público e de direito privado. 
 
*DIREITO PÚBLICO é aquele que regula relações em que o Estado é parte, 
regendo a organização e atividade do Estado, considerado em si mesmo, em 
relação com outro Estado e suas relações com particulares, quando procede 
em razão de seu poder soberano e atua na tutela do bem coletivo2. As pessoas 
jurídicas de direito público, agem buscando o bem comum, da coletividade, 
considerando sua supremacia, sua prevalência sobre o interesse individual.+Já as pessoas jurídicas de DIREITO PRIVADO possuem interesses e fins dos 
indivíduos que as criaram, seguindo objetivos individuais, privados. Assim, se, 
por um lado, a capacidade para a pessoa natural é plena, a capacidade da 
pessoa jurídica é limitada à finalidade para a qual foi criada (VENOSA3). 
 
Então, esquematizando...PESSOAS JURÍDICAS... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil op. cit. p. 34. 
3 VENOSA. Sílvio de Sávio. Op cit. p. 251. 
 
6 
 
DIREITO PÚBLICO 
(finalidade pública) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autarquia é ente criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita 
próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que 
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira 
descentralizadas. É entidade que faz parte da administração indireta, como 
pode ser classificado o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o INCRA 
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), o CADE (Conselho 
Administrativo de Defesa Econômica), etc. 
 
 
São consideradas como demais entidades, mencionadas no Código Civil 
(C.C.) as associações e fundações públicas. Fundação Pública é a entidade 
dotada de personalidade jurídica, sem fins lucrativos, criada em virtude de 
autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam 
execução por outros órgãos ou entidades de direito público, com autonomia 
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção e 
funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes, sendo que 
elas adquirem personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de 
sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando 
as demais disposições do Código Civil concernentes às fundações. São 
exemplos de fundações públicas: a FUNAI (Fundação Nacional do Índio – sua 
instituição é decorrente da Lei 5.371, de 5 de dezembro de 1967), a FUNASA 
(Fundação Nacional da Saúde), Fundação Biblioteca Nacional, entre outros. O 
consórcio público é apresentado segundo duas modalidades de associação 
entre as pessoas jurídicas políticas (União, Estado, Distrito Federal, Município), 
que podem dar origem a uma pessoa jurídica de direito privado ou de direito 
 
INTERNO 
(art. 41 CC) 
 
• Municípios 
• Estados Membros 
• União 
• Distrito Federal 
• Autarquias1 e demais 
entidades públicas 
criadas por lei2 
 
 
 
EXTERNO 
 
Países e Pessoas de Direito 
Internacional Público 
 
Exemplo: de Pessoas de Direito 
Internacional Público: União 
Aduaneira (MERCOSUL – para 
alguns, União Européia etc.), 
Organização das Nações 
Unidas (ONU), Santa Sé (Igreja 
Católica como organismo 
internacional), INTERPOL, FMI, 
UNESCO, etc. 
 
 
7 
público. Um exemplo apontado pela doutrina é o COPATI (Consórcio para 
Proteção Ambiental do Rio Tibagi). O consórcio público com personalidade 
jurídica de direito público não é uma associação, mas sim uma autarquia e 
chama-se associação pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PRIVADO 
(finalidade privada - art. 44 CC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs. Há ainda, neste quadro, como mencionamos as Empresas Individuais 
de Responsabilidade Limitada (Lei 12.441/2011) – Trata-se da empresa 
constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, 
devidamente integralizado, que não poderá ser inferior a 100 (cem) vezes o 
maior salário-mínimo vigente no País. Para poder ser reconhecida, a empresa 
deve ter em seu nome empresarial a expressão "EIRELI", após a firma ou a 
denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. 
Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada 
constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração 
decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, 
marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à 
atividade profissional. 
 
 
AUTARQUIAS são, por exemplo, INSS, IBAMA, CADE, USP, 
INCRA etc. entidades que devem perseguir a finalidade pública. 
Este artigo inclui os seguintes: 
 
• CONSÓRCIOS PÚBLICOS que cumprem finalidade 
pública: Ex. Consórcios para preservação de rios 
(COPATI – Rio Tibagi, PN). 
• FUNDAÇÕES PÚBLICAS. Ex. Fundação Biblioteca 
Nacional, FUNASA, FUNARTE etc. 
• AGÊNCIAS REGULADORAS. Ex. ANEEL, ANATEL, 
ANVISA, ANTT etc. 
 
 
ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS 
 
 
• Sociedades 
• Associações 
• Partidos Políticos 
• Organizações Religiosas 
• Fundações 
• Empresas Individuais 
 
 
8 
 
 
Sociedade 
 
 
 
É a união de pessoas e bens visando um fim comum. 
Podem ser as sociedades: 
 
 
 
 
 
 
 
SIMPLES para exercício de profissões, para dedicação a um fim científico, 
literário, artístico, intelectual. Tem como fim a atividade escolhida. Não são 
sociedades cujos elementos o caracterizam como empresas. Exemplo: Sociedade 
Literária Castro Alves; Sociedade de Advogados; Sociedade de Tradutores do 
Brasil, etc. Tem como caracteres: ser constituída por pessoas que levarão a 
sociedade através de sua constituição por contrato (de fins artísticos, intelectuais e 
científicos) no Registro Civil de Pessoas Jurídicas a fim de lhe constituir 
personalidade jurídica própria. 
 
SOCIEDADES EMPRESÁRIAS para exercer atividade empresarial ou comercial. 
Tem organização específica, estrutura econômica e como fim, pretendem o lucro. 
 
O Código Civil aponta, taxativamente, modalidades societárias, quais sejam: 
 
 
• Sociedade em nome coletivo (art. 1040) - Somente pessoas 
físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, 
respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas 
obrigações sociais. Portanto, quem quiser participar arcará 
perante terceiros, pela empresa, de modo ilimitado e em 
conjunto com seus sócios. Este tipo social é bastante antigo e 
remonta a Idade Média na Itália. Todos os sócios respondiam 
pela atividade desenvolvida em conjunto. 
• Sociedade em comandita simples (art. 1045) - Na sociedade 
em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: 
os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, 
obrigados somente pelo valor de sua quota. O contrato deve 
discriminar os comanditados e os comanditários. Este tipo 
social era atribuído a época das grandes navegações. Era 
firmado um contrato determinando ao capitão do navio o direito 
de gerir o capital dado pelos donos de quotas que financiavam 
a viagem. Havendo lucro, cada detentor de quota recebia, na 
proporção os lucros, considerando o que havia investido. O 
capitão era incumbido em seu nome e risco, pela atividade. No 
caso de insucesso da missão era responsável perante os 
 
9 
terceiros (tripulação, mercadorias para alimento durante a 
viagem, etc.). 
• Sociedade em comandita por ações (ainda previsto no art. 
280 da Lei 6.404/76) – de pouca utilização prática. É a mesma 
forma da sociedade anterior, porém, todos possuem a divisão 
do capital em ações. A sociedade poderá comerciar sob firma 
ou razão social, da qual só farão parte os nomes dos sócios-
diretores ou gerentes. Ficam ilimitada e solidariamente 
responsáveis, nos termos da lei, pelas obrigações sociais, os 
que, por seus nomes, figurarem na firma ou razão social. 
• Sociedade em conta de participação (art. 991 do Código 
Civil) – Na sociedade em conta de participação, a atividade 
constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio 
ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e 
exclusiva responsabilidade, participando os demais, dos 
resultados correspondentes. Obriga-se perante terceiro tão-
somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o 
sócio participante, nos termos do contrato social. A constituição 
da sociedade em conta de participação independe de qualquer 
formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito. 
Pode ser exemplificada quando investidores aceitamparticipar 
de um empreendimento, por exemplo. O dinheiro é dado para 
aqueles que vão realizá-lo. A empreiteira é a sócia ostensiva. 
Os investidores, os sócios ocultos. Depois de pronto 
empreendimento, a empreiteira entrega o resultado alcançado 
para os sócios investidores. 
• Sociedade Limitada – (art. 1052 do Código Civil). Grande 
número de empresas no Brasil tem esta estrutura social. Na 
sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita 
ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente 
pela integralização do capital social. Portanto, colocados os 
bens, valores ou créditos na empresa, os sócios ficam 
resguardados sobre a responsabilização que eventualmente 
terceiros venham a exigir. Somente em caso de fraude, má 
direção por parte dos administradores ou outros casos 
específicos, poderá a empresa ter a desconsideração da 
personalidade jurídica decretada por juiz, atingindo o 
patrimônio pessoal dos sócios (este pedido pode ser requerido 
na própria petição inicial movida pelos interessados 
diretamente contra os sócios) – art. 134, Parágrafo 2o. do 
Código de Processo Civil em vigor: 
§ 2o Dispensa-sea instauração do incidente se a desconsideração 
da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese 
em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. 
 
 
 
 
10 
 
Na estrutura jurídica da sociedade limitada, a Declaração De 
Direitos Da Liberdade Econômica, instituiu a sociedade limitada 
unipessoal, a qual, no art. 1.052, parágrafos 1o. e 2o. do Código 
Civil determina a abertura da empresa por um único instituidor. O 
instrumento de constituição, deste tipo de sociedade, deve ser 
compatível com o contrato social. 
 
• Sociedade Anônima – (Lei 6.404/76) - A companhia (Cia.) ou 
sociedade anônima (S.A.) terá o capital dividido em ações, e a 
responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço 
de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Pode ser objeto da 
companhia qualquer empresa de fim lucrativo, não contrário à lei, à 
ordem pública e aos bons costumes. Qualquer que seja o objeto, a 
companhia é mercantil e se rege pelas leis e usos do comércio. O 
estatuto social define o objeto de modo preciso e completo. A 
companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades; 
ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada como 
meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos 
fiscais. 
 
 
Ainda sobre as sociedades é possível adaptá-las em outra classificação. 
 
Esta outra classificação das pessoas jurídicas é aquela que leva em conta a 
sua estrutura, dividindo-as em: 
 
 
Universitas Personarum 
 
Consiste na reunião de pessoas e se dividem em: sociedades e associações. 
 
 
ASSOCIAÇÕES 
 
São entidades sem fins lucrativos (CC Art. 53. Constituem-se as 
associações pela união de pessoas que se organizem para fins 
não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, 
direitos e obrigações recíprocos), criadas para cumprir as 
finalidades (ou interesses) de seus associados cuja ênfase pode ser: religiosa 
(organizações religiosas)4, cultural, benemérita, recreativa, científica, literária, 
esportiva, educacional, moral etc. O patrimônio da associação é formado pela 
contribuição, pela ajuda dos sócios, visando cumprir os fins almejados. Devem 
sua existência legal a inscrição de seus estatutos sociais nos órgãos 
competentes. Exemplo: APAE, Associação dos Advogados, Associação de 
Pais e Mestres, etc. 
 
4 Código Civil, art. 44 § 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o 
funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes 
reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. 
 
11 
Veja a regulamentação do CÓDIGO CIVIL: 
 
 
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: 
I - a denominação, os fins e a sede da associação; 
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos 
associados; 
III - os direitos e deveres dos associados; 
IV - as fontes de recursos para sua manutenção; 
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos 
deliberativos; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a 
dissolução. 
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas 
contas. (Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005) 
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá 
instituir categorias com vantagens especiais. 
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não 
dispuser o contrário. 
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do 
patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per 
si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao 
herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto. 
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, 
assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e 
de recurso, nos termos previstos no estatuto. (Redação dada pela Lei nº 
11.127, de 2005) 
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou 
função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos 
e pela forma previstos na lei ou no estatuto. 
Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: (Redação dada 
pela Lei nº 11.127, de 2005) 
I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 
2005) 
II – alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) 
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II 
deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente 
convocada para esse fim, cujo quórum será o estabelecido no estatuto, 
bem como os critérios de eleição dos administradores. (Redação dada 
pela Lei nº 11.127, de 2005) 
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do 
estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de 
promovê-la. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) 
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio 
líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais 
referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de 
fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por 
deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, 
de fins idênticos ou semelhantes. 
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos 
associados, podem estes, antes da destinação do remanescente 
referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo 
valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da 
associação. 
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no 
Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições 
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11127.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11127.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11127.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11127.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11127.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11127.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11127.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11127.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11127.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11127.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11127.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11127.htm#art2
 
12 
indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se 
devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. 
 
 
Universitas bonorum ou fundação 
 
É a reunião de bens destinados ao cumprimento de certas finalidades.A principal distinção entre corporações e fundações, é que: a primeira visa a 
realização de fins internos, voltados para o bem de seus membros, e por eles 
mesmos estabelecidos, ao passo que a segunda tem objetivos externos, 
estabelecidos pelo instituidor. 
 
 
 
FUNDAÇÃO 
 
Na fundação, um patrimônio, uma universalidade de bens estão 
afetados, e são destinados pelo fundador, para realizar certa 
finalidade. A personalização da fundação decorre da ordem 
jurídica. 
 
O termo “fundatio” é a palavra latina que designa FUNDAR. A 
fundação é constituída por testamento e escritura pública reservando bens, 
patrimônio, dinheiro, para uma finalidade lícita. Cabe ao Ministério Público 
analisar o estatuto e fiscalizar a instituição. 
 
 
Veja o que dispõe o CÓDIGO CIVIL: 
 
 
 
Art. 62.Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura 
pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o 
fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-
la. 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins 
de (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015) 
I – assistência social (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e 
artístico;(Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
III – educação;(Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
IV – saúde; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
V – segurança alimentar e nutricional; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 
2015) 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção 
do desenvolvimento sustentável; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, 
modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de 
informações e conhecimentos técnicos e científicos; (Incluído pela Lei nº 
13.151, de 2015) 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos 
humanos; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
IX – atividades religiosas; e (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13151.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13151.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13151.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13151.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13151.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13151.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13151.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13151.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13151.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13151.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13151.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13151.htm#art1
 
13 
X – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela 
destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, 
incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou 
semelhante. 
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o 
instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, 
sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome 
dela, por mandado judicial. 
 
 
 
 
 
PARTIDOS POLÍTICOS 
 
 
São associações civis assecuratórias, no interesse 
do regime democrático, da autenticidade do 
sistema representativo e defensoras dos direitos 
fundamentais definidos na Constituição Federal5. 
 
 
 
 
 
 
 
OUTRAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO 
 
 
 
 
EMPRESA PÚBLICA 
 
• Formada por CAPITAL 
EXCLUSIVO da UNIÃO; 
• Detentora de Patrimônio 
PRÓPRIO; 
• CRIADA POR LEI para 
desenvolver atividade 
necessária para suprir 
contingências ou 
conveniência 
administrativas. 
• Exemplo: Caixa Econômica 
Federal, Empresa Brasileira 
de Correios e Telégrafos. 
 
 
SOCIEDADE DE 
ECONOMIA MISTA 
 
• CRIADA por lei; 
• Explora atividade sob forma 
de SOCIEDADE ANÔNIMA; 
• Ações (maioria) da União ou 
entidade de Administração 
Indireta; 
• Exemplo: Banco do Brasil, 
Petrobrás, Eletrobrás. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13151.htm#art1
 
14 
Características 
Suas normas obedecem ao regime de direito empresarial e trabalhista. 
Estão sujeitas a certos PRINCÍPIOS de rigidez no trato com a coisa pública. 
Ex. licitações, prestações de contas etc. 
 
VEJA o que diz a CONSTITUIÇÃO FEDERAL: 
 
 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a 
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida 
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a 
relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da 
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem 
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de 
prestação de serviços, dispondo sobre: 
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela 
sociedade; 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, 
inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas 
e tributários; 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, 
observados os princípios da administração pública; 
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e 
fiscal, com a participação de acionistas minoritários; 
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos 
administradores. 
§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não 
poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. 
§ 3º - A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado 
e a sociedade. 
§ 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação 
dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário 
dos lucros. 
§ 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes 
da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a 
às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra 
a ordem econômica e financeira e contra a economia popular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 DINIZ, Maria Helena. Código civil anotado op.cit. p.94. 
 
15 
 
PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
 
Toda criação de pessoa jurídica de direito privado obedece ao: 
ATO CONSTITUTIVO e ao REGISTRO PÚBLICO. Sem esses 
dois requisitos a pessoa jurídica não tem personalidade, ou seja, 
não pode por si só, ser alvo de direitos e obrigações. 
 
Em caso de defeito na constituição da pessoa jurídica o Código 
Civil estipulou o prazo de 3 anos (contado do registro ou sua 
publicação) para desconstituir a pessoa jurídica: 
 
 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de 
direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo 
registro, precedida, quando necessário, de autorização ou 
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas 
as alterações por que passar o ato constitutivo. 
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a 
constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito 
do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua 
inscrição no registro. 
 
 
ENTES DESPERSONALIZADOS 
 
Sem registro, em regra, entidades não podem adquirir direitos e 
obrigações por si só. São entes sem personalidade. 
 
Há, todavia, os denominados de entes com personificação 
anômala. São entidades que possuem aptidão para terem deveres 
e contraírem obrigações, mas por serem grupos 
despersonalizados ou um conjunto de direito, obrigações, pessoas 
e bens são tratados com características próprias. Ex. massa falida, 
espólio, condomínio, sociedades de fato, herança jacente e 
vacante etc. 
 
 
DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA/ TEORIA DA PENETRAÇÃO 
 
Merece destaque a questão atinente à sua 
desconsideração. Com efeito vimos que a existência da 
pessoa jurídica é distinta da de seus membros. 
 
Em caso de abuso da personalidade jurídica (desvio da 
finalidade ou confusão patrimonial) o juiz poderá atingir o 
patrimônio pessoal dos sócios ou administradores da 
empresa ou da pessoa jurídica, se essa tenha sido 
utilizada de maneira fraudulenta, causando prejuízo a 
 
16 
terceiros. Desconsiderando a pessoa jurídica, o juiz atinge os verdadeiros 
causadores dos danos e fraudes. 
 
Mas acontece que a desconsideração não significa que a dissolução da pessoa 
jurídica irá ocorrer. Na verdade, o juiz impõe que os danos causados incidam 
sobre o patrimônio dos responsáveis pela situação, afastando a repercussão 
patrimonial da empresa ou pessoa jurídica, que ainda possui condições para 
operar. 
 
Determina o artigo 50 do Código Civil, com as alterações advindas da 
Declaração de Direitos de Liberdade Econômica que, a confusão patrimonial 
da sociedade ou desvio de sua finalidade social podem ocasionar a 
desconsideração de relações obrigacionais da empresa, atingindo sócios ou 
administradores: 
 
 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo 
desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento 
da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, 
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de 
obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de 
sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo 
abuso. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) 
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização 
da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos 
ilícitos de qualquer natureza. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato 
entre os patrimônios, caracterizada por: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do 
administrador ou vice-versa; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, 
exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e (Incluído pela Lei nº 13.874, 
de 2019) 
III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. (Incluído pela 
Lei nº 13.874, de 2019) 
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à 
extensão das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa 
jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de 
que trata o caput deste artigo não autoriza a desconsideração da personalidade 
da pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da 
finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica. (Incluído 
pela Lei nº 13.874, de 2019) 
 
 
Mesmo assim, a pessoa jurídica pode permanecer para ser liquidada (art. 51 
do CC). 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
 
17 
 
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização 
para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta 
se conclua. 
§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação 
de sua dissolução. 
§ 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que 
couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado. 
§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da 
pessoa jurídica. 
 
 
Atualmente, no Direito Brasileiro, esta regra está prevista, tanto do Código de 
Processo Civil – como foi mencionado, quanto no art. 28 e parágrafos do 
Código de Defesa do Consumidor e no Código Tributário Nacional (art. 135). 
 
Todo este aparato legislativo foi pensado com intuito de restabelecer a 
funcionalidade da pessoa jurídica no âmbito social. Realmente, se ela foi 
concebida para “realizar os interesses coletivos” (Fábio Konder Comparato), 
não se pode permitir que o abuso e/ou a má administração frustrem o escopo 
da empresa. 
 
Daí a possibilidade de colocar os sócios ou administradores como agentes 
causadores das dívidas contraídas, retirando da esfera da empresa, a 
responsabilidade pelos atos praticados, porque, comprovadamente, episódios – 
aparentemente lícitos – foram organizados para desviar valores ou subtrair de 
outro sócio benefícios que teria. 
 
 
 
DA RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS DE 
DIREITO PRIVADO 
 
As empresas respondem pelos atos danosos que causarem em decorrência 
das atividades exercidas. É a chamada responsabilidade extracontratual ou 
aquiliana – por ato omissivo (deixar de fazer algo que deveria praticar em 
virtude de lei ou norma) ou comissivo (praticar ato ou evento danoso). Também 
incide quando seu representante, mandatário, responsável praticar ato em 
nome da pessoa jurídica. 
 
As empresas também respondem pelos compromissos e obrigações 
assumidos em decorrência de negócios jurídicos firmados. Neste caso, é a 
responsabilidade contratual. Aqui são cabíveis perdas e danos em caso de 
descumprimento de cláusula ou cumprimento parcial do contrato. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
DA RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS DE 
DIREITO PÚBLICO 
 
O poder público pode causar prejuízo a alguém, o que gera a obrigação de 
reparar o dano patrimonial e/ou moral, provocado por ação ou omissão da 
administração pública. 
 
A responsabilidade civil da administração é a que impõe à Fazenda Pública a 
obrigação de compor o dano causado a terceiros, por agentes públicos, no 
desempenho de suas funções ou a pretexto de exercê-las. 
 
Sejam as pessoas, de Direito Privado ou Direito Público, se sujeitam à ordem 
jurídica. Sendo a responsabilidade da Administração Pública (ou do Estado) 
consequência do Estado de Direito, tais pessoas devem responder pelos seus 
comportamentos que venham a violar esta ordem jurídica. 
 
A atividade administrativa se subordina à lei (princípio da legalidade), não 
podendo a Administração dela se afastar sob pena de praticar ato inválido, 
devendo o responsável sujeitar-se às penas disciplinares, cíveis e criminais, e 
em alguns casos até sanção política. 
 
A teoria da Responsabilidade Civil da Administração evoluiu da 
irresponsabilidade para responsabilidade com culpa. Depois, para 
responsabilidade sem culpa, conforme segue: 
 
Evolução das teorias: 
 
• Irresponsabilidade 
Origem do direito Público: negava-se a responsabilidade (“O Rei 
não pode errar”). 
Os representantes do rei também eram abrangidos por tal princípio, 
porém não de forma absoluta. Na França o funcionário poderia ser 
responsabilizado quando o ato lesivo pudesse ser direto e 
relacionado a um comportamento seu. Mas gozavam, os 
funcionários, de uma “garantia administrativa” (qualquer ação 
contra eles dependia de prévia autorização do conselho do Estado 
Francês). 
 
• Responsabilidade CivilistaVeio como influência do Liberalismo. O Estado ficou assemelhado 
ao indivíduo, para que pudesse ser responsabilizado pelos atos 
culposos. Não é necessária a identificação da culpa individual para 
caracterizar a responsabilidade do Estado 
 
• Teoria da Culpa Administrativa – responsabilidade subjetiva 
do Estado. Para Celso A. Bandeira de Melo: “responsabilidade 
subjetiva é a obrigação que incumbe a alguém em razão de um 
procedimento contrário ao Direito – culposo ou doloso – 
consistente em causar um dano a outrem ou deixar de impedi-lo 
quando obrigado a isto”. 
 
19 
O prof. Hely Lopes Meirelles complementa: “Esta teoria representa 
o estágio de transição entre a doutrina subjetiva da culpa civil e a 
tese objetiva do risco administrativo”. 
 
• Teoria do Risco Administrativo – Responsabilidade Objetiva 
do Estado. Para Hely Lopes Meirelles a teoria do risco 
administrativo faz surgir a obrigação de indenizar o dano, quando 
há ato lesivo e injusto causado à vítima, pela Administração 
Pública. Esta teoria se baseia no risco que a atividade pública gera 
para os administrados e na possibilidade de acarretar danos a 
terceiros, impondo-lhes um ônus não suportado por todos. 
 
• Teoria do Risco Integral 
É a modalidade radical da doutrina do risco administrativo, 
abandonada na prática, por conduzir ao abuso e à iniquidade 
social. Por essa maneira extremada, a Administração ficaria 
obrigada a indenizar todo e qualquer dano suportado por terceiros, 
ainda que resultante de culpa ou dolo da vítima. 
 
Essa teoria chegou a constar do texto constitucional – que foi 
alterado – dizia o então artigo 21, XXIII, letra “d” (alínea hoje 
modificada): “d) a responsabilidade civil por danos nucleares 
independe da existência de culpa” 
 
• Responsabilidade Civil da Administração Pública no Direito 
Brasileiro 
Está prevista no artigo 37, § 6º, Constituição Federal de 1988, foi 
adotada a Teoria da Responsabilidade Objetiva – risco 
administrativo. 
 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito 
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos 
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a 
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável 
nos casos de dolo ou culpa. 
 
Verifica-se a adoção da Teoria da Responsabilidade Objetiva – 
do risco administrativo, no que concerne à responsabilidade civil 
da Administração Pública. 
 
Alguns aspectos devem ser observados ao se analisar a teoria do 
risco administrativo: 
 
➔ Os sujeitos que comprometem o Estado 
Acarretam a responsabilidade da Administração Pública os 
danos causados no próprio exercício da atividade pública 
do agente, como também aqueles que só puderam ser 
produzidos graças ao agente público prevalecer-se dessa 
condição. O que interessa é saber se sua qualidade de 
agente público foi determinante para a conduta lesiva. 
 
 
20 
Na medida em que a Administração defere a realização de 
atividade administrativa a seus servidores, ela responde 
pelos danos que eles, nesta condição, causam a terceiros. 
 
➔ Conduta lesiva que enseja responsabilidade 
a) Comportamento comissivo (“facere”). Exemplo: 
espancar preso e causar lesões definitivas. 
b) Comportamento omissivo (“non facere”). O Estado 
deveria agir, por imposição legal, não o fez ou agiu 
deficientemente, abaixo do padrão normal de 
eficiência. 
c) O legislador constituinte só cobriu o risco 
administrativo da atuação ou inação dos servidores 
públicos; não responsabilizou objetivamente a 
administração por atos predatórios de terceiros, nem 
por fenômenos naturais. 
 
➔ A reparação do dano 
O dano deve ter características: 
a) O dano deve corresponder à lesão a um direito 
da vítima - além de lesão econômica, deve ser 
jurídica. 
b) O dano certo e real - não futuro. 
 
 
Portanto, a pessoa jurídica de direito público é obrigada a indenizar os 
prejuízos (patrimoniais e morais) causados a terceiro: Pessoas jurídicas de 
direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos, 
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a 
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de 
culpa e dolo (conforme art. 37, § 6º da Constituição Federal). Também o diz o 
art. 43 do CC: 
 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente 
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem 
danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores 
do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
 
 
Portanto: 
 
A Responsabilidade civil do Estado, na forma OBJETIVA (teoria do risco 
administrativo) faz surgir a obrigação de indenizar o dano, pelo ato lesivo e 
injusto causado à vítima, pela Administração. O Estado deve ressarcir o dano 
causado por agente à terceiros, na execução de sua função pública. 
 
 
 
Importante: 
 
Neste tipo de responsabilização NÃO HÁ NECESSIDADE DA PROVA DA 
INTENÇÃO DE LESAR, BASTA PROVA DE DANO, o NEXO ENTRE O ATO 
LESIVO e o DANO. 
 
21 
Ex. ambulância de hospital público, a caminho de prestar socorro a vítima de 
acidente, passa na fase vermelha do sinal e danifica um veículo de particular. 
A responsabilidade é objetiva por parte do Estado/Administração. Entretanto, 
em caso de ação de regresso contra o agente do Estado, ou em caso de o 
lesado ingressar com ação contra o funcionário, a responsabilidade passará a 
ser subjetiva. 
 
Se o lesado escolher, por exemplo, acionar o motorista da ambulância e não o 
Estado ele terá que provar a intenção (dolo) ou a negligência, imperícia ou 
imprudência (culpa) do profissional envolvido. 
 
 
AÇÃO REGRESSIVA 
 
 
A pessoa jurídica, para se ressarcir dos prejuízos causados por seus agentes, 
terá direito ao regresso, ou seja, descontará os prejuízos do funcionário público 
ou será indenizado por ele. Neste caso, cabe à pessoa jurídica provar que 
houve dolo ou culpa do agente causador do dano para que ele venha a 
ressarci-la (Estado). Não restando comprovada não haverá indenização. 
 
Trata, o caso em tela, de responsabilidade por fato de outrem. 
Nas lições de Alvino Lima: 
 
“A responsabilidade civil pelo fato de outrem se verifica todas as vezes em que 
alguém responde pelas consequências jurídicas de um ato material de outrem, 
ocasionando ilegalmente um dano a terceiro. Em matéria de responsabilidade 
pelo fato de outrem, a reparação do dano cabe a uma pessoa que é 
materialmente estranha à sua realização”6. 
Venosa ainda afirma que o responsável pela reparação está ligado ao 
causador do dano por um liame jurídico, em situação de subordinação ou 
submissão, em caráter permanente ou eventual. 
 
 
 
PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE 
 
A pessoa jurídica também está protegida em relação ao seu nome, marca, 
honra objetiva, imagem, dano moral, quebra de sigilo, direito à boa reputação: 
 
 
 
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção 
dos direitos da personalidade. (CC). 
 
 
 
 
 
6 LIMA, Alvino apud VENOSA, Silvio de Salvo. Op. Cit. p. 265. 
 
22 
 
DOMICÍLIO 
 
 
Da pessoa jurídica de direito público é a sede de seu respectivo governo: 
 
 
CC - Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: 
I - da União, o Distrito Federal; 
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; 
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; 
 
 
Da pessoa jurídica de direito privado é o lugar onde funcione a sua sede, 
diretoria ou administração ou onde esteja determinado em seu ato constitutivo: 
 
 
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as 
respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem 
domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. 
§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em 
lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para 
os atos nele praticados. 
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, 
haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocanteàs 
obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar 
do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. 
 
 
 
FIM DAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO 
 
As pessoas jurídicas podem ser extintas das seguintes formas: 
 
a) dissolução (artigo 1.033 do Código Civil): 
 
 
Art. 1033 - Dissolve-se a sociedade quando ocorrer: 
I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição 
de sócio, não entrar em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo 
indeterminado; 
II - o consenso unânime dos sócios; 
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo 
indeterminado; 
IV - a falta de pluralidade dos sócios, não reconstituída no prazo de cento e 
oitenta dias; 
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar. 
 
 Parágrafo Único - Não se aplica o disposto no item IV caso o sócio 
remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da 
sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas 
 
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Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário individual 
ou para empresa individual de responsabilidade limitada...(observada a lei no 
que for atinente). 
. 
 
b) determinação legal - o juiz dissolve com base na Constituição Federal, 
artigo 5º, XIX: “as associações só poderão ser compulsoriamente 
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-
se, no primeiro caso, o trânsito em julgado”. Dizem, ainda, o art. 1.034 e 
seguintes do Código Civil que: 
 
 
Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a 
requerimento de qualquer dos sócios, quando: 
I - anulada a sua constituição; 
II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexequibilidade. 
Art. 1.035. O contrato pode prever outras causas de dissolução, a 
serem verificadas judicialmente quando contestadas. 
Art. 1.036. Ocorrida a dissolução, cumpre aos administradores 
providenciar imediatamente a investidura do liquidante, e restringir a 
gestão própria aos negócios inadiáveis, vedadas novas operações, 
pelas quais responderão solidária e ilimitadamente. 
Parágrafo único. Dissolvida de pleno direito a sociedade, pode o sócio 
requerer, desde logo, a liquidação judicial. 
 
 
 
c) por ato do governo - cassação de autorização de funcionamento (atos 
opostos aos fins da pessoa jurídica ou contrários ao interesse público).

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