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Pediatria --> 5º período – Nathália Campos Moreira - XXX Desenvolvimento Pediatria --> 5º período – Nathália Campos Moreira - XXX Desenvolvimento Neuropsicomotor · É um processo seriado e somativo em que a criança adquire habilidades cada vez mais complexas; Ex: em um primeiro estágio de desenvolvimento o bebê consegue sustentar o pescoço, em seguida é esperado que ele passe a rolar, depois engatinhar e, por fim, andar. · As crianças possuem particularidades relacionadas ao desenvolvimento, ou seja, cada avanço ocorre de maneira individual. Porém a aquisição de novas habilidades deve respeitar a faixa limítrofe que aponta para “normalidade” do desenvolvimento Variabilidade individual. Ex: algumas crianças podem começar a andar com 9 meses e outras com 1 ano e 2 meses ambas são completamente normais em seu desenvolvimento cada criança tem um ritmo próprio; · Seqüência fixa e invariável o desenvolvimento infantil acontece no sentido: 1) Céfalo-caudal (da cabeça para o pé); Isso significa que em situações normais, não há possibilidade de uma criança engatinhar sem antes sustentar o pescoço. Portanto, o desenvolvimento segue a ordem: Cabeça pescoço tronco pelve perna pé; 2) Próximo-distal a criança começa a sustentar o troco, em seguida elevar os braços de forma aleatória e mais expansiva até que passe a alcançar objetos; Após um período a criança passa a segurar os objetos com a mão em garra, é esperado que os movimentos se tornem mais finos (delicados) – PINÇA. Fatores de risco · Ausência de pré-natal/ gestação não desejada; · Intercorrências durante a gestação; · Intercorrências durante o parto e neonatais; · Baixo peso ao nascer; · Prematuridade. · Primeiro trimestre (0 -3 meses) Ao nascer, o recém nascido possui uma posição considerada posição fisiológica: braços e pernas em flexão, decúbito dorsal, cabeça lateralizada (a posição da cabeça é explicada por ele não conseguir sustentar o pescoço); · O RN olha para a pessoa que a observa quando colocado na frente dessa pessoa; · Por volta de 1 mês e meio a 2 meses o bebê começa a ter o primeiro marco do desenvolvimento motor –SUSTENTAÇÃO DO PESCOÇO o bebê colocado de bruços passa a sustentar o pescoço, ou seja, ele é capaz de levantar e sustentar a cabeça momentaneamente; · SORRISO SOCIAL é um grande marco do RN, em termos de desenvolvimento emocional esse sorriso do bebê não possui significado, é apenas um reflexo. Mas, aproximadamente aos 2 meses, o bebê começa a sorrir conscientemente em resposta as interações sociais; · A criança emite sons e vocaliza; · Nesse período, o bebê também fixa o olhar e acompanha objetos que estejam no seu campo visual essa criança não consegue ir além do seu campo visual; Reflexos Primitivos: · Reflexo de sucção, Reflexo de Moro, Reflexo tônico – cervical assimétrico, Reflexo de preensão palmar e plantar, Reflexo cutâneo-plantar e Reflexo de marcha; 1) Reflexo de busca e apreensão: Quando o bebê é estimulado com algum objeto na comissura labial, ocorre o reflexo de buscar. Assim, esse bebê vira a face para o lado que está sendo estimulado e tenta abocanhar o objeto. O reflexo de sucção é um reflexo medular, por isso não é possível avaliar o seu desenvolvimento; Ex: Na imagem o estimulo é produzido por um dedo na boca do bebê. (0 a 5 meses). 2) Reflexo tônico cervical assimétrico: a cabeça do bebê é girada para um dos lados. Os braços são os responsáveis pelo reflexo; Assim, o braço em que o RN está olhando fica estendido e o braço que está para trás permanece fletido chamamos esse reflexo também do Reflexo do Esgrimista. Esse reflexo desaparece em torno de 2-3 meses - só irá permanecer em crianças com paralisias cerebral do tipo espástica (tônus aumentado). 3) Reflexo de pressão palmar e plantar: o examinador coloca o dedo na mão do bebê e ele tenta agarrar com firmeza; da mesma forma ocorre quando o examinador coloca o dedo na planta do pé do bebê. 4) Reflexo de marcha: o examinador coloca a criança apoiada em uma superfície plana e ela faz um movimento como se estivesse caminhando; (0 a 2 meses). 5) Reflexo de retificação: o bebê é colocado de bruços e de maneira reflexa tenta se levantar elevando o tronco; A criança leva a mão como proteção reflexo que permanece. Ex: Até mesmo adultos quando vão cair colocam a mão de maneira reflexa para se proteger. 6) Reflexo de Moro: o examinador pode testar de duas maneiras (0 a 6 meses): 1º maneira O bebê é deitado na maca, o examinador puxa seu braço e solta o bebê na maca. Essa criança responde abrindo e fechando o braço, como se ela tivesse “se abraçando”; 2º maneira Pode ser utilizado um reflexo sonoro; O examinador bate palmas próximo ao ouvido do neném ou fala em tom mais alto, assim, é esperado que a criança abra e feche os braços. ATENÇÃO! O teste para Reflexo de Moro só pode ser considerado “completo” quando o bebê chora. 7) Reflexo cutâneo – plantar: É ideal que o teste para esse reflexo seja feito na parte mais distal do pé, mais próximo ao calcanhar do bebê; Esse reflexo pode ser observado até os 18 meses. Nesse reflexo é mais comum que ocorra a extensão, mas o bebê fletir – não tem significado patológico (esse reflexo é semelhante ao Sinal de Babinski); · Segundo trimestre ( 3 a 6 meses) · Nessa fase, é esperado que o bebê consiga elevar a mão para alcançar objetos pequenos que estejam próximos a ele; · O bebê “descobre a mão” ele consegue unir as mãos na linha media e brincar com elas; · A criança inicia o processo de se reconhecer como indivíduo Ex: Ele se olha no espelho, olha para as mãos; · Esse trimestre é iniciado com a criança sustentando tronco. Ao final desse trimestre, em torno dos 5/6 meses, é esperado que a criança consiga ficar sentada com apoio; · O bebê começa a rolar sobre o próprio corpo; É importante orientar os pais sobre a possibilidade de quedas orientar a família sobre o perigo dos acidentes; · Início do lalismo (lalação): o bebê emite sons repetitivos produzidos por ele mesmo; Ex: “la la la la la”, “té té té”. · Terceiro trimestre (6-9 meses) · Nessa fase do desenvolvimento, quando o bebê puxa para sentar consegue manter a cabeça firme e ajudar com o corpo; · O bebê já consegue segurar e transferir os objetos de uma das mãos para outra geralmente, com a mão em garra; · É esperado que o bebê vire a cabeça em direção a uma voz ou som; · O bebê passa a sentar-se sem apoio · É esperado que nessa fase o bebê comece a engatinhar. Rola >Rasteja> Engatinha (por volta dos 7 meses); · ANGÚSTIA DA SEPARAÇÃO: O bebê passa a compreender que ele e a mãe são pessoas distintas – Então ele passa a “estranhar pessoas” porque a figura materna é sinal de segurança Ex: Quando a mãe “sai de cena” e o bebê chora desejando a mãe. · Quarto trimestre (9-12 meses) · Essa fase tem como marco a capacidade do bebê realizar movimentos de PINÇA. Ou seja, ele passa a pegar os objetos com o polegar e o indicador. Essa é a ultima coisa que teremos no desenvolvimento primário a habilidade de pegar objetos pequenos entre os dedos; · O bebê anda inicialmente com apoio e em seguida começa a andar sem apoio por volta dos 12 meses; · O desenvolvimento distal chega nessa fase. Então o bebê aprende a usar esse desenvolvimento motor para comunicação não verbal Ele faz gestos de não, sim, adeus, bate palmas; · A criança repete sons de fala. É esperado que ela fale pelo menos uma palavra com significado simbólico; Ex: Quando alguém aponta para a sua mãe e pergunta quem é, o bebê fala: “mama”. Mas, quando alguém aponta para outra pessoa ou para alguma outra coisa o bebê não responde ou ele chama essa outra coisa de forma diferente. · Anos seguintes · Primeiro ano: crescimento, maturação, aquisição de competência; · Segundo ano: surgimento do pensamento simbólico, organização do comportamento; · Pré – escolares (3 a 6 anos): instalação da linguagem, alargamento social, exploração da separação emocional, função simbólica: linguagem e cognição; · Escolares (6-10 anos): progressiva separaçãodos pais, busca de aceitação por professores. Instrumentos para avaliação: · Caderneta da saúde da criança · Escala de Denver: triagem · Teste psicológicos · ( Exame diagnóstico )Rendimento escolar · Teste de QI, outros específicos · Exame neurológico evolutivo · Manual do AIDPI; CLAP Escala de Denver · Na parte horizontal da Escala de Denver está localizada a idade em meses e na parte vertical estão organizadas as quatro esferas do desenvolvimento infantil: motor fino, motor grosso, linguagem e pessoal/social; · Como utilizar a Escala de Denver? Ex: Para avaliar um bebê com 6 meses, é necessário realizar uma linha horizontal na parte onde se encontra a idade da criança no teste e, assim, “selecionar” os testes que serão feitos para avaliar o seu desenvolvimento; Nós temos uma linha inicial que corresponde ao percentil 25 e a linha final que corresponde ao percentil 90, qualquer criança entre esses percentil é considerada normal para o ato testado; · Percentil 25 significa que nessa idade 25% das crianças já estão realizando o ato testado. Se a criança tiver antes do percentil 25 aquele marco significa que ela está precoce naquele marco; · Percentil 90 significa que nessa idade 90% das crianças já estão realizando o ato testado. Se a criança tiver após o percentil 90 aquele marco significa que ela teve um atraso naquele marco; · A parte listrada da escala significa que essa criança deve ser acompanhada mais de perto, funciona como uma espécie de sinal de alerta para o desenvolvimento daquela habilidade. · ATENÇÃO! Não é possível sabe a quantidade de marcos para a criança ser considerada com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; Caderneta da saúde da criança: · É possível solicitar que a família faça o acompanhamento do desenvolvimento da criança em casa. Para isso, é necessário que eles respondam a tabela de desenvolvimento presente na Caderneta de Vacinação da Criança; Desse modo, é possível avaliar o desenvolvimento dessa criança observado em casa e pelo examinador durante a consulta. Link:https://www.slideshare.net/Marcusrenato/desenvolvimento-infantil-caderneta-do-ministrio-da-sade-sbp
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