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regime de casamento aquestos

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Casamento: Regime da Participação Final nos Aquestos 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Inicialmente, o regime da participação final nos aquestos é o regime menos 
utilizado quando as pessoas que contraem um matrimônio. Para adotar esse regime, 
os nubentes vão precisar fazer o pacto antinupcial, que resumidamente é um contrato 
feito por escritura pública. Precisarão levar esse pacto ao cartório de registros de 
pessoas naturais para fazer o casamento e após o ato, averbar esse pacto no registro 
de imóveis, do primeiro domicílio do casal e também nas matrículas dos imóveis que 
cada um dos cônjuges venham a ter antes do casamento. 
Sequencialmente, por meio desse regime, cada cônjuge vai ter o seu 
patrimônio individual e vai poder administra-lo como quiser. Esse regime de 
participação final nos aquestos é como uma mistura do regime da separação 
convencionar de bens com o regime da comunhão parcial de bens. Durante a 
constância do casamento, o regime da participação final dos aquestos rege que cada 
cônjuge, vai ter o seu patrimônio individual e vai poder administra-lo como assim 
entender, então, essa é uma semelhança com o regime da separação convencional 
de bens, a diferença é que na separação convencional de bens os cônjuges podem 
também alienar bens imóveis, sem necessidade de outorga do outro cônjuge. Mas no 
regime de participação final dos aquestos essa alienação só vai poder ocorrer se o 
outro cônjuge, autorizar. 
 Finalmente, por ser um regime muito complicado de apurar as contas, até de 
poder verificar a honestidade de um dos cônjuges para o outro, durante a constância 
do casamento, esse não é um regime muito utilizado. 
 
 
 
 
2. CONSIDERAÇÕES DOS DOUTRINADORES 
 
2.1 PABLO STOLZE GAGLIANO E RODOLFO PAMPLONA FILHO 
 
2.1.1 SOBRE O REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL DOS AQUESTOS 
 “A participação final nos aquestos como um regime híbrido — com 
características de Separação e de comunhão parcial de bens. Por esse regime, 
durante o casamento, cada cônjuge possui patrimônio próprio e administração 
exclusiva dos seus bens, cabendo-lhes, no entanto, à época da dissolução da 
sociedade conjugal, direito de meação sobre os bens aquestos onerosamente 
adquiridos pelo próprio casal. Isso explica a própria denominação do regime, uma vez 
que, a título de compensação pelos esforços envidados em conjunto, partilham-se, ao 
final, os bens adquiridos com a participação onerosa de ambos os cônjuges” 
 
2.1.2 DIFERENCIAÇÃO PARA OS REGIMES DA COMUNHÃO PARCIAL E DA 
SEPARAÇÃO DE BENS 
“Na comunhão parcial, comunicam-se, em regra geral, os bens que 
sobrevierem ao casamento, adquiridos por um ou ambos os cônjuges, a título 
oneroso. Já na participação final, a comunicabilidade refere-se apenas ao patrimônio 
adquirido onerosamente pelo próprio casal (ex.: a casa de praia adquirida pelo esforço 
econômico conjunto do marido e da esposa). Não é por outra razão, aliás, que o art. 
1.673 do CC/2002 304, dispõe que, na participação final, integram o patrimônio próprio 
os bens que cada cônjuge possuía ao casar e os por ele adquiridos, a qualquer título, 
na constância do casamento. ” 
“ Fica claro, pois, que a comunicabilidade no regime ora estudado toca apenas 
ao patrimônio adquirido em conjunto 305 pelos próprios consortes. Outra diferença 
consiste na incidência de regras próprias para cada regime, a saber: a comunhão 
parcial está disciplinada nos arts. 1.658 a 1.666 do CC/2002, enquanto a participação 
final nos aquestos é regida pelos arts. 1.672 a 1.686 do CC/2002. Por conta disso, 
não se pode fazer incidir regra de um regime em outro ou vice-versa. A título de 
exemplo, entram na comunhão parcial os bens adquiridos por fato eventual, com ou 
sem o concurso de trabalho ou despesa anterior do cônjuge (art. 1.660, II), não se 
podendo aplicar tal norma à participação final. Na esfera sucessória, a diagnose 
diferencial ganha realce. A teor do art. 1.829 do Código Civil, o cônjuge sobrevivente 
concorrerá com o descendente do autor da herança se foi casado no regime de 
participação final nos aquestos. O mesmo direito concorrencial só existirá se o regime 
foi o da comunhão parcial, se o falecido houver deixado bens particulares. Vale dizer, 
nesse caso, o legislador consagrou uma explícita delimitação ao direito da (o) viúva 
(o), não prevista para aqueles que foram casados em participação final. ” 
 
2.1.3 AS DÍVIDAS NO REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS 
 
É interessante, para melhor entendimento da matéria, destacarmos, em tópico 
autônomo, a questão das dívidas no regime matrimonial estudado. Vimos que não 
integrarão os aquestos (o patrimônio divisível), conforme o art. 1.674, os bens 
anteriores ao casamento e os que em seu lugar se substituíram, os que sobrevieram 
a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade, bem como as dívidas relativas a esses 
bens. Assim, a título exemplificativo, imaginemos que um dos cônjuges houvesse 
trazido para o casamento um imóvel exclusivamente seu (por exemplo, um 
apartamento), adquirido anos antes de convolar núpcias enquanto ainda era solteiro. 
 
2.1.4 A DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL E O REGIME DE ARTICIPAÇÃO FINAL 
NOS AQUESTOS 
O matrimônio opera a formação da denominada sociedade conjugal, 
consistente em um verdadeiro plexo de direitos e obrigações recíprocos, de 
observância necessária entre os cônjuges. Dissolvida a sociedade conjugal, certos 
efeitos desde já desaparecem, como a fidelidade recíproca, a coabitação, facultando-
se, inclusive, a imediata divisão patrimonial. O falecimento de um dos cônjuges, nessa 
linha, bem como a decretação do divórcio, têm impacto profundo, porquanto, além de 
dissolverem a sociedade conjugal, operam o próprio fim do vínculo casamentário, 
permitindo, assim, novas núpcias. Nesse contexto, voltando a nossa atenção 
especificamente para a matéria ora estudada, temos que, à luz do art. 1.683, na 
dissolução do regime de participação final, seja na antiga separação judicial, seja na 
nova disciplina do divórcio, verificar-se-á o montante dos aquestos na data em que 
cessou a convivência. Vale dizer, o termo final a ser considerado para efeito de se 
aferir o patrimônio amealhado em conjunto não é o da obtenção de sentença que haja 
dissolvido o vínculo conjugal, mas, sim, a data em que a convivência entre os cônjuges 
findou. Falida a afetividade, portanto, e ocorrida a separação de fato, mesmo que 
ainda estejam oficialmente unidos ou, como coloquialmente se diz, casados no papel” 
—, não se levará em conta o conjunto de bens adquiridos após a ruptura fática para 
efeito de meação. 
 
3.1 FLÁVIO TARTUCE 
 
3.1.1 SOBRE O REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL DOS AQUESTOS 
“Trata-se de um regime novo, não previsto na codificação anterior, de 1916, 
vindo a substituir o antigo regime dotal. A Professora Silmara Juny Chinellato, que fez 
studo aprofundado quanto ao tema, entende que esse regime é bastante complexo, 
podendo ser denominado “regime contábil, o que por si só já parece desestimular seja 
adotado” (Comentários…, 2004, p. 372). Na doutrina, ainda no que concerne ao 
regime em questão, Eduardo de Oliveira Leite comenta que: “Tudo indica, pois, como 
já demonstrado pela doutrina e jurisprudência francesas (onde o regime se revelou 
um enorme fracasso) que, além dos aspectos negativos do regime, ‘que lhe são 
inerentes’, o regime tem sido empregado de maneira muito limitada, só ‘satisfazendo 
futuros cônjuges aos quais pode-se prever a manutenção da igualdade de fortuna, em 
capitais e rendas, durante toda a união’” (Direito…,2005, p. 349). 
Quanto à sua origem, a questão é divergente, como aponta Débora Brandão, “para 
alguns, é húngara; para outros, alemã. Clóvis do Couto e Silva afirma que sua origem 
remonta ao direito franco e já podia encontrá-lo sob a denominação de conlaboratio” 
(BRANDÃO, Débora Vanessa Caús. Regime…, 2007, p. 229). Cita a mesma autora 
que o regime pode ser encontradoem Países como Suécia, Dinamarca, Finlândia, 
Noruega, Colômbia, Uruguai, França, Espanha e Costa Rica. De acordo com Silmara 
Chinellato, “é necessário observar que o legislador se inspirou no regime similar de 
outros países, mas não o adotou inteiramente, conforme anotou Miguel Reale” 
(Comentários…, 2003, v. 18, p. 361).” 
 “De início, no regime de participação final nos aquestos, cada cônjuge possui 
patrimônio próprio, cabendo-lhe, à época da dissolução do casamento e da sociedade 
conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na 
constância do casamento (art. 1.672 do CC). Desse modo, não há dúvidas de que 
durante o casamento há uma separação de bens. No caso de dissolução, não há 
propriamente uma meação, como estabelece o Código Civil, mas uma participação de 
acordo com a contribuição de cada um para a aquisição do patrimônio, a título 
oneroso.” 
 “Além dessas regras de divisão, no caso de bens adquiridos pelo trabalho 
conjunto terá cada um dos cônjuges uma quota igual no condomínio ou no crédito por 
aquele modo estabelecido, conforme o art. 1.679 da atual codificação privada. A regra 
é de divisão igualitária (concursu partes fiunti), o que comporta prova em contrário no 
sentido de que houve uma colaboração superior à metade do valor do bem, ou seja, 
superior a cinquenta por cento do condomínio formado. As coisas móveis, em face de 
terceiros, presumem-se do domínio do cônjuge devedor, salvo se o bem for de uso 
pessoal do outro (art. 1.680 do CC). Por outra via, os bens imóveis são de propriedade 
do cônjuge cujo nome constar no registro, salvo impugnação dessa titularidade, 
cabendo ao cônjuge proprietário o ônus de provar a aquisição regular dos bens de 
forma individual (art. 1.681 do CC). Aqui, o ônus de provar não é de quem alega o 
domínio, mas daquela cuja titularidade consta do registro, havendo uma inversão do 
ônus da prova, o que quebra a regra do art. 337, inc. I, do CPC/2015, correspondente 
ao art. 333, inc. I, do CPC/1973. Essa quebra da regra geral não deixa de ser injusta, 
diante da dificuldade de prova, podendo-se falar em prova diabólica. Em suma, 
recomenda-se que, durante o regime, um cônjuge solicite ao outro uma declaração, 
de que o bem imóvel foi adquirido somente por seus recursos. Mais uma vez, essa 
exigência documental pode desestabilizar o relacionamento.” 
 
REFERENCIAS 
 
1. Gagliano, Pablo Stolze. Manual de direito civil; volume único – São Paulo: Saraiva, 2017. 
 
2. TARTUCE, Flávio. DIREITO CIVIL: DIREITO DE FAMÍLIA. 12ª edição. São Paulo. Forense, 2017.

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