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Aula 3 - Semiologia do abdome I e II

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PAPM IV – Gastro Mila Schiavini MED101 
Semiologia do abdome I e II 
❖ Posicionamento: 
• Decúbito dorsal, com região abdominal exposta (região infra mamária até a sínfise púbica) e abdome relaxado. 
• Braços estendidos ao longo do corpo. 
• Pernas estendidas. 
• Cabeceira a zero grau – permitido travesseiro baixo. 
• Se posicionar ao lado direito do paciente. 
 
❖ Divisão dos quadrantes abdominais: 
• Quatro quadrantes: 
✓ Uma linha vertical e uma horizontal que se cruzam perpendicularmente na 
cicatriz umbilical, originando os quatro quadrantes. 
✓ Não é muito usada na pratica clínica. 
 
❖ Divisão das regiões abdominais: 
Linha horizontal: liga os pontos em que a linha hemi-clavicular direita e esquerda 
cruzam o rebordo costal. 
Linha horizontal: ligas as cristas ilíacas. 
Linhas verticais: prolongamento das linhas hemi-claviculares até atingir o púbis. 
Os hipocôndrios são contidos nos últimos 5 arcos costais, correspondendo a região 
infra mamária do tórax. 
 
 
❖ Inspeção estática do abdome: 
→ Tipos de abdome: 
• Contemplar o abdome de maneira panorâmica e tangencial. 
• Atípico: levemente concavo na região epigástrica e levemente convexo nas regiões mesogástrica e hipogástrica. 
Equilíbrio entre os diâmetros anteroposterior e látero-lateral. 
• Distendido simétrico: 
✓ Globoso: cicatriz umbilical aplainada ou protuída. Diâmetro anteroposterior muito maior do que o látero-
lateral. 
✓ Batráquio: alargado nos flancos com achatamento central. Diâmetro látero-lateral maior do que o 
anteroposterior. 
✓ Obeso: cicatriz umbilical deprimida com depósito de gordura. 
✓ Avental: flacidez de pele que acaba cobrindo a genitália do paciente obeso. 
PAPM IV – Gastro Mila Schiavini MED101 
• Distendido assimétrico: área limitada/específica de abaulamento. Ex: visceromegalias. 
• Retraído, escavado ou escafóide: acentuadamente côncavo. Ex.: patologias consumptivas. 
• Distendido localizado na região hipogástrica: Ex.: cisto de ovário, globo vesical, gravidez. 
→ Alterações de pele: 
• Estrias: principalmente em flancos e hipogástrio. 
✓ Róseas-esbranquiçadas: gravidez, obesidade, edemas. 
✓ Róseas-purpúricas: síndrome de Cushing. 
• Equimoses: características de hemorragia intra-abdominal. Ex.: prenhez tubária rôta, pancreatite necro-
hemorrágica. 
✓ Sinal de Halsted: disseminadas, em várias regiões da parede abdominal. 
✓ Sinal de Cullen: equimoses predominantes nas regiões periumbilicais. 
✓ Sinal de Grey-Turner: azul purpúrea ou marrom-esverdeada nos flancos. 
• Cicatrizes: descrever sempre o tamanho, a região onde ela se encontra, suas características (se é elevada, plana, 
hipercrômica ou hipocrômica). De acordo com a cicatriz, pode-se saber qual o órgão que foi operado caso o 
paciente não saiba dizer. 
• Manchas: descrever a região onde está localizada, tamanho, coloração. 
• Hérnias: protusão de um órgão ou parte dele através de orifício natural ou adquirido. Podem ser: incisionais, 
epigástricas, umbilicais, inguinais, femurais, escrotais. Também avaliadas com a palpação superficial. 
• Pilificação: androide no homem e ginecoide na mulher. 
✓ Rarefeito e ginecoide: hipogonadismo e cirrose hepática. 
✓ Rarefeitos: desnutrição. 
• Cicatriz umbilical: 
✓ Levemente deprimida: normal. 
✓ Muito retraída: obesos. 
✓ Aplainada: ascite. 
✓ Abaulada: hérnia umbilical. 
✓ Hiperemia periumbilical: ex.: peritonite tuberculosa. 
✓ Onfalite: dermatite periumbilical com secreção: 
o Se sai fezes: persistência canal onfalomesentérico. 
o Se sai urina: persistência do úraco. 
o Se é mucopurulenta: cálculos ou cisto pilonidal no interior da cicatriz. 
✓ Sinal da Irmã Maria José: cicatriz nodular dura, aderida e ulcerada. Pode ser causado por metástase de 
neoplasia intra-abdominal. 
• Circulação colateral X circulação visível: 
✓ A colateral é saliente e faz relevo na pele. 
✓ Síndrome cava-superior: compressão ou trombose da VCS. Turgência jugular, cianose, edema de face, 
pescoço e tronco. Fluxo descendente. 
✓ Síndrome cava-inferior: compressão ou trombose da VCI. Edema MMII. Fluxo ascende do hipogástrio e 
flancos. 
✓ Porta-cava ou de hipertensão portal: superior ou inferior ao umbigo por hipertensão da veia porta e 
colaterais. Por vezes, adquire aspecto concêntrico formando cabeça de medusa. 
✓ Síndrome de Cruveilhier Baumgarten: recanalização da veia umbilical com sopro e frêmito. Pode estar 
presente em hipertensão portal ou não. 
 
❖ Inspeção dinâmica do abdome: 
• Movimentos respiratórios: 
✓ Tóraco-abdominal: esperado. 
✓ Respiração costal: por alteração mecânica (ascite tensa) ou peritonite. 
• Pulsações em epigastro e mesogastro: 
✓ Aorta abdominal: não patológica, aneurisma, HAS. 
PAPM IV – Gastro Mila Schiavini MED101 
✓ Aumento de VD. 
✓ Pulso hepático: insuficiência tricúspide grave, às vezes, estenose tricúspide. 
• Contrações peristálticas visíveis: 
✓ Fisiológicas: magros com parede abdominal delgada. Assintomáticas, sem ruídos. Podem ser levemente 
palpáveis, sem nenhuma resistência. 
✓ Peristaltismo patológico: movimentos lentos com meteorismo. Ocorrem nas semi-oclusões e oclusões de 
vísceras ocas (ondas de Kussmaul). Associada a quadros de dor. 
 
❖ Ausculta do abdome: 
• Recomenda-se executar a ausculta antes da palpação para evitar aumento involuntário do peristaltismo. 
• Peristalse: 
✓ Auscultar os quatro quadrantes, avaliando frequência e características. 
✓ Peristalse normal: cliques ou borbulhamentos, com frequência de 5 a 34/min. 
• Borborigmos: hiperperistalse auscultada sem estetoscópio – “roncar do estõmago”. 
• Peristalse aumentada: diarreia importante, fase inicial da obstrução intestinal, hemorragia digestiva (alta ou 
baixa). 
• Peristalse diminuída/ausente: íleo adinâmico ou paralítico (hipopotassemia, pós-operatório abdominal quando 
há manipulação de alça, peritonite). 
OBS.: só se deve considerar ausente quando não auscultada por, pelo menos, 3 minutos em cada quadrante. 
• Timbre metálico, sibilantes: líquido e gases sob pressão em uma alça dilatada – fase inicial da obstrução 
intestinal. 
• Vascolejo gástrico: audível sem estetoscópio ao agitar a região epigástrica com as duas mãos separadas em 
posição vertical – estenose pilórica. 
• Sopros: 
✓ Arteriais: quando componentes sistólico e 
diastólico sugerem estenose dos vasos. 
o Região epigástrica até a cicatriz umbilical: 
sopro aórtico. 
o Regiões subcostal por onde passa a linha 
hemiclavicular e ângulos costovertebrais: 
artérias renais. 
o Periumbilical direito e esquerdo: sopro de 
artérias ilíacas. 
o Fossas ilíacas próximo ao ligamento inguinal 
artérias femurais. 
✓ Hepático (hipocôndrio direito): carcinoma de 
fígado. 
• Atritos: ruídos rascantes que variam com a respiração. Inflamação da superfície visceral de um órgão. 
✓ Tumores e abcessos hepáticos ou esplênicos. 
✓ Peri-hepatite – o parênquima interno do fígado não está inflamado, a inflamação está na cápsula do órgão – 
(Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis) – doença inflamatória pélvica por Clamydia ou Gonococo. 
✓ Pós-biópsia hepática. 
✓ Infarto esplênico. 
✓ Atrito hepático + sopro sistólico: suspeitar de carcinoma hepático. 
 
❖ Percussão do abdome: 
• O timpanismo é variável: mais evidente no epigástrio, hipocôndrio esquerdo, região subcostal esquerda e 
flancos. 
• O gás produz um som timpânico, se houver uma víscera ou líquido, o som será maciço. 
• Normal: pouco timpanismo central e maior timpanismo lateralmente. 
PAPM IV – Gastro Mila Schiavini MED101 
• Limite superior do fígado: quinto a sexto espaço intercostal direito.Transição do som timpânico para o som sub-
maciço ou maciço. 
• Hipocôndrio direito normalmente maciço: fígado. 
• Timpanismo nessa região: 
✓ Enfisema pulmonar. 
✓ Sinal de Jobert (pneumoperitônio) – ao percutir a loja hepática há timpanismo ao invés de macicez. 
✓ Sinal de Chilaidit: interposição do cólon entre o fígado e a parede abdominal (cirrose com retração hepática). 
Há timpanismo ao invés de macicez causado pela retração do fígado. 
✓ Sinal de Torres Homem: dor à percussão da loja hepática – suspeita de abcesso hepático. 
• Ascite: 
✓ Adequar a manobra a suspeita da quantidade de ascite. 
✓ Macicez suprapúbica (ortostatismo): percute-se a partir da região umbilical em direção ao púbis (timpanismo 
x macicez). 
o Necessário esvaziamento prévio da bexiga. 
o Sensibilidade entre 0,5 a 1 litro. 
✓ Macicez móvel de decúbito (ascite livre): em decúbito dorsal, delimita-se timpanismo x macicez, percutindo-
se da região umbilical em direção à direita, esquerda e região inferior do abdome. 
o Em decúbito lateral direito, percute-se do flanco esquerdo em direção ao flanco direito. A região maciça 
torna-se timpânica e vice-versa. 
o Necessário pelo menos 1 a 1,5 litros. 
✓ Semi-círculos de Skoda: diferencia líquido livre na cavidade (ascite) de líquido septado (ex.: bexiga com urina, 
cisto ovariano). 
o De 1 a 1,5 litros. 
o Em decúbito dorsal, percute-se todo o abdome, a partir de linhas convergentes para o mesmo ponto para 
delimitar os limites entre timpanismo e macicez. 
o Se concavidade voltada para cima: líquido livre. 
o Se concavidade voltada para baixo: derrame septado ou bexigoma. 
✓ Teste da onda líquida ou sinal de piparote: 
o Assistente ou paciente coloca a região cubital da mão na linha média, comprimindo com firmeza. Percutir 
na região lateral do flanco com pequenos petelecos e manter a outra mão espalmada na região lateral do 
flanco oposto para ver se sente uma onda líquida. 
o Necessário mais de 3 litros. 
• Espaço de Traube: 
✓ É um espaço que deverá estar timpânico. Quando o baço cresce por algum problema, o som pode ficar 
maciço. 
✓ Delimitação: linha ligando a fúrcula esternal à 10ª costela. Ligo o rebordo costal esquerdo a 10ª costela. 
Traça-se um arco da base do apêndice xifóide, tangenciando a linha anteriormente traçada (10ª costela). O 
limite inferior é o rebordo costal. 
✓ Macicez lateral: 
o Esplenomegalia. 
o Grande refeição. 
o Ascite. 
o Derrame pleural. 
✓ Macicez medial: 
o Hepatomegalia de lobo esquerdo. 
o Dilatação do ventrículo direito. 
o Derrame pericárdico. 
 
❖ Palpação do abdome: 
• Mãos aquecidas para não gerar contração reflexa da musculatura. 
• Deixar a avaliação da região dolorosa para o final. 
PAPM IV – Gastro Mila Schiavini MED101 
• Afundar a mão no máximo 1 cm. 
• Palpar todas as 9 regiões. 
• Palpação superficial: 
✓ Avaliar a tensão: resistência que a parede oferece. Pesquisa simétrica em todas as regiões. 
o Aumentada por causas mecânicas: ascite, meteorismo, tumor, hepatomegalia, útero gravídico. 
o Aumentada por reflexo peritônio-parieto-motor: inflamação do peritônio parietal com contratura de 
defesa da musculatura. O extremo se dá na úlcera perfurada (abdome em tábua). 
• Palpação parietal: mão espalmada sobre o abdome, com o cotovelo ao mesmo nível da parede, palpação suave, 
com movimentos rotatórios, não bruscos, por todo abdome, no máximo deprime 1 cm. 
• Tumorações: próprias da parede (lipomas, formações das bainhas musculares) ou formações no interior da 
cavidade abdominal. 
• Manobra de Smith-Bates: paciente deve elevar os membros inferiores estendidos, gerando com isso a contração 
dos músculos da parede abdominal. A mão deve ficar na massa. 
✓ Tumorações da parede ou dores da parede se tornam mais evidentes. 
✓ Tumores da cavidade abdominal ou dores intra-abdominais deixam de ser palpáveis e se tornam menos 
evidentes. 
• Sinal de Carnett: variante que consiste em pedir para o paciente elevar o tronco contra a mão do examinador 
que faz resistência ao movimento. A mão deve ficar na massa. 
• Manobra de Valsalva: expiração forçada, fechando a boca e apertando o nariz. Serve para a mesma finalidade. A 
mão deve ficar na massa. 
• Continuidade: a perda da continuidade pode permitir a saída do conteúdo abdominal. Podemos aumentar a 
sensibilidade do exame através de Valsalva e ortostatismo. 
• Hérnias: protusão de um órgão ou parte dele através de orifício natural ou adquirido. Podem ser classificadas 
em: incisionais, epigástricas, umbilicais, inguinais e femurais. Quando houver duvidas se é ou não hérnia, usar 
Valsalva. 
• Diástase do reto abdominal: quando os músculos reto abdominais se distanciam por fragilidade da fáscia. 
Acontece em gestações, obesidade e pneumopatias crônicas.

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