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Cefaleias primárias - Mila

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Neurologia Mila Schiavini MED101 
Cefaleias primárias 
Todo processo doloroso referido no segmento cefálico, que pode originar-se em qualquer das estruturas faciais ou 
cranianas. 
❖ Cefaleias: 
• A cefaleia é o tipo de dor que mais afeta a população, sendo a prevalência de 99% no sexo feminino e 94% no 
sexo masculino. 
• Classificação das cefaleias é dada por 3 grandes grupos: 
✓ Cefaleias primárias: 
1. Migrânea (enxaqueca). 
2. Cefaleia do tipo tensão ou tensional. 
3. Cefaleias trigemino autonômicas. 
4. Outras cefaleias primárias. 
✓ Cefaleias secundárias: 
5. Cefaleia atribuída a trauma cefálico e/ou cervical. 
6. Cefaleia atribuída a doença vascular craniana ou cervical. 
7. Cefaleia atribuída a transtorno intracraniano não vascular. 
8. Cefaleia atribuída a uma substancia ou a sua supressão. 
9. Cefaleia atribuída a infecção. 
10. Cefaleia atribuída a transtorno da homeostasia. 
11. Cefaleia ou dor facial transtorno do crânio, pescoço, alhos, ouvido, nariz, seios da face, dentes, boca ou 
outras estruturas faciais ou cranianas. 
12. Cefaleia atribuída a transtorno psiquiátrico. 
✓ Neuralgias cranianas: 
13. Neuralgias cranianas e causas centrais de dor facial. 
14. Outra cefaleia, neuralgia craniana e dor facial central ou primária. 
 
• Como saber se estou diante de um paciente com cefaleia primária ou secundária? A anamnese deve ser bem 
feita e detalhada, pois o exame neurológico pode ser normal, o que ocorre normalmente em cefaleias primárias. 
• Sinais de alerta para cefaleia secundária (RED FLAGS): 
 
❖ Cefaleias primárias: 
• Definição: cefaleias que não tem nenhum outro transtorno como causa, ou seja, por si só ela é o sintoma e a 
doença. 
• Principais: migrânea ou enxaqueca, cefaleia do tipo tensão e cefaleias trigeminoautonômicas. 
• Migrânea/enxaqueca: 
 
CASO CLÍNICO: 
Michelly, 23 anos, solteira, professora de inglês. 
QP: “dor de cabeça” 
Neurologia Mila Schiavini MED101 
HDA: paciente refere que apresenta quadro de cefaleia fronto-temporal E, desde os 15 anos. Latejante, associada a 
foto/fonofobia, náuseas (sem vômitos). Forte intensidade, frequência de 3 episódios no mês. Desencadeada por 
cheiro forte e período menstrual. 
HPP: nega HAS, DM, cardiopatias, refere asma e insônia. 
H familiar: mãe com história de enxaqueca. 
H social: nega etilismo e tabagismo. 
Ao exame: PA= 120/60 mmHg. 
 Pulso= 68 bpm. 
 FR= 16 irpm. 
 ACV/AR/ABDOME – N 
 Exame neurológico – normal. 
 
✓ A migrânea é uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo, ocupando o sexto lugar no 
ranking da OMS. 
✓ É mais prevalente no sexo feminino. 
✓ Se apresenta de forma recorrente. 
✓ É uma doença neurológica com caráter genético. 
✓ Fisiopatogenia: 
Os pacientes com enxaqueca têm 
alguma alteração no cérebro que já é 
geneticamente determinado, ou seja, 
hiperexcitável. Esse cérebro quando é 
submetido a estímulos (internos ou 
externos), que são fatores 
deflagradores, acaba sofrendo uma 
depressão alastrante. Na depressão 
alastrante ocorre um hipofluxo seguido 
de um hiperfluxo no occipital para o 
frontal, estimulando o centro de 
migrânea (área trigeminal). As fibras 
trigeminais são estimuladas, vão até as 
paredes dos vasos e liberam os 
neuropeptídeos, principalmente o 
CGRP (peptídeo relacionado ao gene da 
calcitonina) que fazem a vasodilatação. 
A depressão alastrante é quem 
determina a aura da enxaqueca; ela 
sempre ocorre, porém, pode ser 
subclínica. Nem todos os pacientes possuem aura; ela é uma alteração transitória que acontece até uma hora 
antes da dor, mas nem todos os pacientes exteriorizam essa aura. 
✓ As fases da migrânea: 
 Pródomo: pode ocorrer até um dia antes da dor. O paciente pode ter alterações do sono (dormir demais 
ou dormir de menos), alterações do apetite, alterações do humor, etc. 
 Aura: pode ocorrer até uma hora antes da dor. O paciente pode ter alterações visuais, alterações de 
sensibilidade, etc. 
 Cefaleia: dor unilateral (podendo variar a localização), pulsátil, de moderada a forte intensidade, duração 
de 4 a 72 horas. Sintomas acompanhantes: náuseas, fotofobia, fonofobia, osmofobia. 
 Resolução: o alivio da dor é de forma gradual. 
 Pós-resolução: cansaço, sensação de “cabeça vazia”, sonolência. 
✓ Diagnóstico: é clínico, através da anamnese e do exame neurológico. 
✓ Critérios diagnósticos: 
Neurologia Mila Schiavini MED101 
 Crises repetidas de cefaleia (pelo menos 5 crises) que duram de 4 a 72 horas em pacientes com exame 
físico normal e nenhuma outra causa razoável para a cefaleia. 
 Pelo menos 2 das seguintes manifestações: 
- Dor unilateral. 
- Dor latejante. 
- Agravada por movimento. 
- Intensidade moderada a grave. 
 Pelo menos 1 das manifestações: 
- Náuseas e/ou vômitos. 
- Foto/fonofobia. 
✓ Tratamento: 
 Medidas gerais: diário da cefaleia, eliminar fatores desencadeantes. 
 Tratamento das crises: anti-inflamatórios não hormonais, vasoconstrictores (derivados da ergotamina e 
dihidroergotamina, isometepteno, triptanos) e antagonistas da dopamina (metoclopramida). 
 Triptanos: são mais específicos para o tratamento da enxaqueca. São agonistas seletivos dos receptores de 
serotonina 5HT1B/1D e atuam contraindo os vasos cranianos e/ou fazendo inibição periférica das fibras 
aferentes trigeminais. 
 Tratamento profilático: quando o paciente tiver mais de 2 crises de migrânea por mês; uso frequente de 
medicação para crise; crises esparsas, porém de grande impacto; intolerância, contraindicação ou 
ineficácia de medicamentos para crise; absenteísmo regular profissional, escolar, social. 
 
 
• Cefaleia do tipo tensão: 
 
CASO CLÍNICO: 
Suelly, 42 anos, casada, bancária. 
QP: “dor de cabeça”. 
HDA: paciente refere que apresenta quadro de cefaleia fronto-temporal bilateral, há 3 anos, após a doença da mãe. 
Tipo pressão, nega foto/fonofobia, náuseas/vômitos. Moderada intensidade, que não a impede de exercer suas 
atividades. Frequência de 3 episódios no mês. Não observou fatores desencadeantes. 
HPP: nega HAS, DM, cardiopatias, refere alergia a paracetamol. 
H familiar: mãe com história de câncer de mama. 
H social: etilismo social e nega tabagismo. 
Ao exame: PA= 135//85 mmHg 
 Pulso: 86 bpm 
 FR: 18 irpm 
Neurologia Mila Schiavini MED101 
 ACV/AR/ABDOME – N 
 Exame neurológico – normal 
 
✓ Modalidade mais frequente de cefaleia primária. 
✓ Prevalência anual varia de 30 a 80%. 
✓ Predominante no sexo feminino. 
✓ Início entre os 20-40 anos. 
✓ Distúrbio primário da modulação da dor no SNC isoladamente. 
✓ Mecanismo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
✓ Critérios diagnósticos: 
 Crises repetidas de cefaleia que duram de 30 minutos a 7 dias em paciente com exame físico normal e 
nenhuma outra causa razoável para cefaleia. 
 Pelo menos 2 das seguintes manifestações: 
- Dor bilateral 
- Em aperto ou pressão 
- Não agravada por movimento 
- Intensidade leve a moderada 
 Pelo menos 1 das manifestações: 
- Sem náuseas e/ou vômitos 
- Foto ou fonofobia (apenas uma delas) 
✓ Classificação internacional das cefaleias: 
 2.1 – Cefaleia do tipo tensão episódica pouco frequente. 
- Ocorre menos de 12 dias ao ano. 
 2.2 – Cefaleia do tipo tensão episódica frequente. 
- Ocorre mais de 12 dias e menos que 180 dias por ano. 
 2.3 – Cefaleia do tipo tensão crônica. 
- Ocorre mais de 180 diasao ano. 
- Mais de 15 dias ao mês por 3 meses, pelo menos. 
✓ Diagnóstico: clínico. 
✓ Tratamento: 
 Analgésicos comuns. 
 Anti-inflamatórios não hormonais. 
 Antidepressivos tricíclicos. 
 Auxílio psicológico/psiquiátrico 
 Atividade física. 
 Mudança de hábitos de vida. 
Neurologia Mila Schiavini MED101 
✓ Cefaleia do tipo tensional episódica: 
 Orientação quanto a baixa gravidade. 
 Orientação de medidas educativas. 
 Orientar consulta na UBS. 
 Analgésicos/AINH: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Cefaleia em salvas: 
 
CASO CLÍNICO: 
Carlos, 38 anos, casado, advogado. 
QP: “dor de cabeça”. 
HDA: paciente refere que apresenta quadro de cefaleia retro ocular e frontal D, há 1 ano. Tipo pontada, muito 
intensa. Nega foto/fonofobia, náuseas/vômitos. Frequência de 3 episódios no mês, não observou fatores 
desencadeantes. Refere que o olho D fica vermelho e lacrimeja. 
HPP: refere HAS leve, nega DM, cardiopatias, nega alergias a medicamentos. 
H familiar: mãe HAS e pai DM. 
H social: etilismo social e nega tabagismo. 
Ao exame: PA= 140/100 mmHg 
 Pulso: 98 bpm 
 FR: 19 irpm 
 ACV/AR/ABDOME – N 
 Exame neurológico – normal 
 
✓ Cluster, cefaleia histamínica ou cefaleia de Horton. 
Neurologia Mila Schiavini MED101 
✓ Rara (0,1 % da população). 
✓ Intensa (lancinante). 
✓ Unilateral. 
✓ De curta duração (15 a 180 min). 
✓ Congestão conjuntival. 
✓ Lacrimejamento. 
✓ Congestão nasal. 
✓ Localização: retro orbitária. 
✓ Frequência: 1 episódio a cada 2 dias até 8 episódios por dia. 
✓ Tendência a aparecer no mesmo horário (ritmicidade circadiana) e na mesma época do ano (sazonalidade). 
✓ Fisiopatogenia: 
 Hiperfunção parassimpática (lacrimejamento/hiperemia conjuntival e rinorreia/obstrução nasal). 
 Hipofunção simpática (miose, ptose). 
 Hipotálamo – origem central para a dor e para os fenômenos autonômicos. É o centro gerador da dor. 
✓ Diagnóstico: clínico. 
✓ Tratamento: 
 Administrar oxigênio a 100% em máscara, com fluxo de 10 a 12 L/min por 20 minutos – em momentos de 
crise. A tendencia é que a dor melhore, isso é uma prova terapêutica para confirmar a cefaleia em salvas. 
 Sumatriptano 6mg subcutâneo ou intranasal. 
 Orientação. 
 Encaminhamento ao neurologista. 
 Tratamento preventivo: verapamil, lítio, divalproato de sódio, topiramato, gabapentina. 
✓ Outras cefaleias autonômicas do trigêmeo: 
 Hemicraniana paroxística. 
 SUNCT. 
• Outras cefaleias primárias: 
✓ Da tosse, esforço físico, atividade sexual, trovoada, persistente e diária de início súbito.

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