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CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL

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CARTEIRA DE TRABALHO E 
PREVIDÊNCIA SOCIAL (CTPS) 
A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) é o principal documento de 
identificação profissional do trabalhador. Nela são anotadas os elementos mais 
importantes concernentes às relações de emprego passadas e presentes do 
trabalhador e as alterações relevantes havidas em seus contratos de trabalho, bem 
assim informações do interesse da Previdência Social. A importância desse documento 
para o trabalhador é bastante evidente, servindo ele como instrumento de prova em 
favor do empregado, não só no que tange à existência do contrato de trabalho, mas 
também quanto às condições estabelecidas no pacto, como valor e composição do 
salário, condições especiais, férias etc. Além disso, a CTPS é o meio de prova 
usualmente utilizado para a comprovação perante o INSS do tempo de serviço 
vinculado à Previdência Social, para fins de obtenção de aposentadoria, recebimento 
de benefícios etc. A CTPS, ainda, faz as vezes de um verdadeiro atestado de 
antecedentes do empregado, contendo diversas informações do interesse do 
empregador. As anotações dela constantes permitem a este saber quantos e quais 
foram os empregos anteriores do trabalhador, quanto tempo ficou em cada um, as 
remunerações neles percebidas, em que época costumava tirar férias etc. 
Não só para o empregado e o empregador, entretanto, são importantes 
os dados registrados nas carteiras de trabalho. Para o governo esses números 
constituem relevantes elementos estatísticos, possibilitando a ele, pelo controle de 
emissão da CTPS e de outras obrigações cumpridas pelas empresas, 
saber a mão-de-obra empregada, o percentual de trabalhadores com carteira 
assinada, os empregados em situação irregular, o percentual de adultos com carteira 
emitida que não logram empregar-se, o número de menores com 
carteira tentando obter emprego etc. Dispõe a CLT que “a Carteira de Trabalho e 
Previdência Social é obrigatória para o exercício de qualquer emprego, inclusive de 
natureza rural, ainda que de caráter temporário, e para o exercício por conta própria 
de atividade profissional remunerada” (art. 13). A CLT dispõe que a CTPS é obrigatória 
para: 
a) os empregados urbanos e rurais; 
b) aqueles que exercem atividade remunerada por conta própria, tais como 
profissionais liberais autônomos, e trabalhadores avulsos; 
c) o trabalhador rural não empregado, proprietário ou não, que trabalhe a terra 
pessoalmente ou com sua famílía; 
d) aquele que, sem trabalhar pessoalmente a terra, explora-a em regime de 
economia familiar, sem empregados, e desde que a área não ultrapasse um 
módulo rural; 
e) o atleta profissional, o treinador profissional de futebol; 
f) os empregados domésticos; e 
g) o menor aprendiz. 
Vale notar que o estagiário não necessita ter CTPS, mas sim uma Carteira Profissional 
de Estagiário, emitida pelo Ministério do Trabalho e do Emprego. 
A CTPS é o mais importante documento probatório do contrato de 
trabalho. Nenhum empregado pode ser admitido sem apresentar a carteira, e o 
empregador tem o prazo legal de 48 horas para proceder às anotações da 
data de admissão, da remuneração e das condições especiais, se houver, 
devolvendo-a em seguida ao empregado (CLT, art. 29). 
A não devolução da CTPS no prazo de 48 horas sujeita o empregador 
ao pagamento de multa (CLT, art. 53). 
Segundo jurisprudência do TST, “será devida ao empregado a indenização 
correspondente a 1 (um) dia de salário, por dia de atraso, pela retenção de 
sua carteira profissional após o prazo de 48 horas” (TST, PN n.° 98), 
A CTPS será emitida pelas Superintendências Regionais do Trabalho - 
SRT ou, mediante convênio, por órgãos da Administração Direta ou Indireta 
da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Na hipótese de 
não serem firmados os convênios com esses órgãos, poderão ser conveniados 
sindicatos para a emissão da CTPS. 
Nas localidades em que não exista posto de emissão de CTPS pode o empregado ser 
admitido sem a sua apresentação, desde que assuma o compromisso 
de regularizar a situação em 30 dias, ficando a empresa obrigada a permitir o 
comparecimento do empregado ao posto de emissão mais próximo. 
Nessa hipótese, o empregador é obrigado a entregar ao empregado, no 
ato de admissão, um documento em que estejam especificados a data de admissão, a 
natureza do trabalho, o salário e a forma de seu pagamento. Caso 
o empregado seja dispensado antes de obter a carteira, o empregador deverá 
fornecer-lhe um atestado no qual conste o histórico da relação empregatícia 
(CLT, art. 13, §§ 3.° e 4.°). 
As anotações que devem constar na CTPS são as seguintes: 
a) salário e sua composição; 
b) data da admissão; 
c) condições especiais, se houver; 
d) férias; 
e) períodos de suspensão e interrupção do contrato de trabalho; 
f) acidentes do trabalho; 
g) alterações no estado civil e dependentes; 
h) banco depositário do FGTS; 
i) dados referentes ao PIS; 
j) CNPJ do empregador; e 
k) número da comunicação de dispensa, para a solicitação do seguro-desemprego, na 
hipótese de rescisão sem justa causa. 
Como exemplos de condições especiais, a que se refere a lei, citamos 
a execução de atividades perigosas ou insalubres, o trabalho noturno, o 
trabalho temporário, os contratos por prazo determinado, o contrato de 
aprendizagem etc. 
As anotações relativas ao salário deverão especificar a forma de pagamento - se 
integralmente pago em dinheiro ou se há também o fornecimento 
de utilidades - bem como a estimativa de eventuais gorjetas. 
As anotações serão feitas: 
a) na admissão; 
b) na data-base, ou quando houver modificação do salário; 
c) a qualquer tempo, por solicitação do trabalhador; 
d) no caso de rescisão contratual; 
e) na hipótese de necessidade de comprovação perante a Previdência Social. 
É vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do 
empregado em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social (CLT, art. 29, 
§ 4.°, com a redação dada pela Lei n.° 10.270, de 29.08.2001). O empregador não pode 
apor à Carteira de Trabalho e Previdência Social 
nenhuma anotação que desabone a conduta do empregado, ou seja, não deve 
haver, na carteira, registros deletérios à imagem do trabalhador. Tal vedação 
impede, por exemplo, que o empregador descreva na CTPS do empregado a falta grave 
que tenha ensejado a sua dispensa por justa causa. Impede mesmo a simples menção 
ao fato de o empregado haver sido dispensado por justa causa. 
Trata-se de mais uma norma de proteção ao trabalhador. Essa regra, salutar 
e moralizante, impede que o empregador, ao dispensar o empregado, “suje” 
sua CTPS, descrevendo aspectos negativos de sua conduta. Caso não existisse 
a proibição, o empregado acabaria na condição de “refém” do empregador, 
que em face da possibilidade de efetuar anotações negativas em sua carteira, 
teria como coagi-lo a, por exemplo, abrir mão de direitos. Tais anotações, se 
possíveis, causariam prejuízos permanentes ao trabalhador, pois evidentemente 
dificultariam a obtenção de novo emprego e até mesmo a defesa do obreiro 
perante futuros contratantes, em eventuais litígios. 
As anotações na CTPS são efetuadas pelo empregador. Ao Instituto 
Nacional do Seguro Social - INSS, entretanto, compete realizar as anotações 
relativas à alteração do estado civil e aos dependentes do trabalhador para 
fins de obtenção de benefícios previdenciários, e as anotações de acidentes 
de trabalho. 
Se o empregador efetivar, dolosamente, anotação incorreta da data da 
admissão de um operário na sua CTPS, responderá pelo crime de falsidade, 
punível nos termos da legislação penal. 
Quando não houver mais espaço para anotações ou ficar imprestável 
o espaço para esse fim, o interessado deverá obter uma segunda carteira, 
conservando-se o número e a série da anterior (CLT, art. 21). 
As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não 
gerampresunção “juris et de jure” (absoluta), mas apenas “juris tantum” (relativa) 
quanto à existência da relação de emprego, de modo que podem ser elididas por prova 
em contrário (TST, Súmula n.° 12). Embora de grande valor probatório, a carteira de 
trabalho não é indispensável para a prova do contrato de trabalho, pois a verificação 
de sua existência pode ser confirmada por outros meios, inclusive testemunhas. Para 
a comprovação do contrato de trabalho poderão ser utilizados todos os meios de 
prova admitidos em direito (CLT, art. 456). As anotações da CTPS servem de prova, 
especialmente, nos seguintes casos: 
dissídio na Justiça do Trabalho entre a empresa e o empregado por motivo 
de salário, férias, ou tempo de serviço; perante a Previdência Social, para efeito de 
comprovação de filiação, 
declaração de dependentes, relação de emprego, tempo de serviço e saláriosde-
contribuição; 
♦ para cálculo de indenização por acidente do trabalho ou moléstia profissional. 
Havendo recusa ou falta de anotação pelo empregador, cabe ao interessado, 
diretamente ou por meio de seu sindicato, instaurar reclamação trabalhista 
perante a Superintendência Regional do Trabalho — SRT, órgão administrativo 
do Ministério do Trabalho e do Emprego. 
Apresentada a reclamação, a SRT notificará o empregador para que, 
em dia e hora previamente designados, preste esclarecimentos ou efetue as 
devidas anotações na CTPS do empregado. Não comparecendo, o reclamado 
será considerado revel confesso. Comparecendo o empregador e efetivando 
as devidas anotações, a reclamação trabalhista será tida por satisfeita. 
No entanto, se as alegações feitas pelo empregador referirem-se à nãoexistência da 
relação de emprego, ou for impossível verificar a questão no 
âmbito administrativo, o processo será encaminhado à Justiça do Trabalho 
para distribuição a um dos Juizes do Trabalho, órgão de primeira instância 
da Justiça do Trabalho, que proferirá sentença da qual a anotação da CTPS 
dependerá (CLT, art. 39). Nesse caso, o processo deixa de ser administrativo 
e passa para a esfera judicial (a íntegra de todo esse procedimento está no 
art. 36 e seguintes da CLT, os quais, a depender das exigências do edital do 
concurso público, entendemos devam ser objeto de acurada leitura). 
O processo administrativo na SRT, porém, não é condição necessária 
para o ingresso do obreiro com reclamação perante a Justiça do Trabalho por 
falta de anotação da CTPS. O princípio constitucional da inafastabilidade 
de jurisdição, consagrado no art. 5.°, XXXV, da Carta Política, assegura ao 
trabalhador o acesso direto à Justiça do Trabalho. 
O prazo prescricional para a propositura de ação para reclamar contra anotação da 
Carteira de Trabalho e Previdência Social dependerá da natureza da pretensão do 
trabalhador, conforme explicitado a seguir. Se a pretensão do trabalhador diz respeito 
a anotações meramente formais da CTPS (anotação de período de vigência do contrato 
de trabalho, de dispensa, de férias, de salário etc.), sem repercussão no pagamento de 
verbas trabalhistas, a ação é imprescritível, por ser de natureza meramente 
declaratória. Nessa hipótese, o trabalhador poderá ajuizar a ação a qualquer tempo, 
independentemente da extinção do contrato de trabalho. Entretanto, no tocante ao 
pagamento das verbas trabalhistas, decorrentes de eventuais anotações na CTPS, 
deverá ser observado o prazo prescricional previsto no art. 7.°, XXIX, da Constituição 
Federal. Em síntese: não há que se falar em prescrição do direito de ação para 
reclamar contra anotação da Carteira Profissional, ou omissão desta, podendo a 
demanda ser ajuizada a qualquer tempo, exceto se a pretensão for reaver créditos 
resultantes das relações de trabalho, hipótese em que deverá ser observado o prazo 
prescricional previsto no art. 7.°, XXIX, da Constituição da República. Portanto, caso a 
ação trabalhista cumule as duas pretensões — anotação da CTPS e o conseqüente 
pagamento das verbas trabalhistas daí decorrentes o direito à anotação propriamente 
dita será reconhecido em relação a todo o período do contrato de trabalho, podendo a 
ação ser ajuizada a qualquer tempo. Entretanto, o direito ao pagamento das verbas 
trabalhistas decorrentes dessa anotação somente será reconhecido em relação aos 
últimos cinco anos, observado, ainda, o prazo de dois anos a contar da extinção do 
contrato de trabalho, nos termos do art. 7.°, XXIX, da Constituição da República. Em 
matéria previdenciária, isto é, para fins de prova perante a Previdência Social, a 
prescrição do direito de ajuizar ação relativa à anotação da CTPS segue as regras 
estabelecidas nas leis previdenciárias (CLT, art. 11, § 1°)-

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