Buscar

introducao_educacao_fisica_3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Maíra de Souza
Introdução à
Educação Física
04
Sumário
Capítulo 3 – Disciplina Introdução à Educação Física ............................................................. 06
3.1 o esporte moderno: dos jogos olímpicos da era de Coubertin aos megaeventos
e seus impactos .................................................................................................................................... 06
3.1.1 as dimensões sociais do esporte ................................................................................... 06
3.1.1.1 Esporte-educação ............................................................................................... 11
3.1.1.2 Esporte-participação ......................................................................................... 12
3.1.1.3 Esporte-performance ......................................................................................... 13
3.1.2 o olimpismo de pierre de Coubertin ........................................................................... 14
3.1.3 o legado dos megaeventos esportivos ....................................................................... 20
06
Introdução
Se alguém perguntasse a você “o que é esporte?”, o que você responderia? Você já parou 
para pensar sobre quais os esportes você já vivenciou? Será que os esportes realizados na 
antiguidade tinham os mesmo objetivos do esporte moderno? outra questão: o que você 
entende por olimpismo? Você saberia explicar quem foi pierre de Coubertin? E quais os seus 
feitos? No que se refere aos megaeventos esportivos, você consegue identificar o seu legado? 
Bem, esses são alguns pontos sobre os quais pretendemos fazer você refletir.
Perguntas como essas devem ser feitas no cotidiano tanto dos estudantes e dos profissionais 
de educação física, quanto da sociedade como um todo, pois muito se fala sobre o esporte, 
mas pouco de conhece a respeito. O que justifica, talvez, a inquietação ao se deparar com as 
perguntas realizadas anteriormente. E o mais alarmante é quando se descobre que não se faz 
ideia da resposta.
Neste capítulo você irá conhecer o conceito de esporte, analisando as varias manifestações 
esportivas realizadas desde a antiguidade até os dias atuais. também será possível perceber 
o esporte como um direito de todos pode ser entendido a partir da abrangências das suas três 
dimensões sociais. E ainda você será conduzido a reconhecer os legados dos jogos olímpicos 
desde a educação olímpica aos megaeventos, identificando os impactos socioculturais dos 
mesmos. Vamos lá?!
3.1 o esporte moderno: dos jogos olímpicos 
da era de Coubertin aos megaeventos e seus 
impactos
3.1.1 as dimensões sociais do esporte
A palavra esporte em sua origem significa regozijo, ou seja, diversão, e até hoje serve de base 
para quase todas as definições atuais. Segundo o Dicionário Aurélio (2018), esporte significa 
“divertimento, recreio; qualquer exercício corporal ao ar livre (para recreio, ou demonstrar 
agilidade, destreza ou força); e desenvolvimento físico”.
Capítulo3Disciplina Introdução À 
Educação Física
07
Introdução à Educação Física
Laureate International Universities
Betti (1991) descreve o conceito de esporte como uma ação social institucionalizada composta 
por regras, que se desenvolve com base lúdica, em forma de competição entre dois ou mais 
oponentes ou contra a natureza, cujo objetivo é determinar o vencedor ou registrar o recorde. 
os resultados alcançados pelos praticantes são resultantes das habilidades ou estratégias 
utilizadas por estes, e podem ser intrínsecas ou extrinsecamente gratificantes. No entanto, 
apesar de apresentar uma concorrência entre oponentes, composta por regras e a busca pelos 
recordes, o esporte pode ser retratado através de um desenvolvimento da parte lúdica, na 
qual esta deve ter como propósitos a descontração, diversão e a interação pessoal. para 
compreender melhor o esporte faz-se necessário analisar a sua história. Tubino (2010), reuniu 
em sua publicação alguns autores que expressam acerca da origem do esporte:
CARL DIEM (1966)
A história do esporte é 
íntima da cultura humana;
Os povos tiveram, em cada 
época, seus esportes 
representando a essência 
de cada povo.
UEBERHOST (1973)
O esporte surgiu a partir
da busca do conhecimento 
do homem sobre o próprio 
homem na sua natureza, 
sua vida pessoal
e comunitária.
VAN DALEN, MITCHEL E 
BENNET (197?)
O esporte nasceu para 
resolver problemas 
pedagógicos primitivos
EPPENSTEINER (1973)
A origem do esporte esta 
ligada às motivações da ação 
esportiva (elas vêm da 
natureza e da cultura);
O esporte é um fenômeno 
biológico e não histórico;
Em todos os momentos 
históricos, a natureza e a 
cultura coexistem ao criar um 
“instinto esportivo”, que para 
ele é a resultante da 
combinação do lúdico, do 
movimento e da luta.
percebe-se que, na antiguidade, as práticas esportivas eram muito diferentes das atuais, pois 
muitas eram de caráter utilitário, tanto para a própria sobrevivência (natação, corrida, caça 
etc.) quanto para as preparações para as guerras (marchas, caminhadas, esgrima, lutas etc.). 
Várias civilizações antigas já possuíam atividades físicas/pré-esportivas em suas culturas, no 
entanto, muitas dessas práticas desapareceram com o tempo. Enquanto outras se transformaram 
nos chamados “Esportes autótonos”, por continuarem a ser praticados ao longo do tempo sem 
receber influências de outras culturas.
os Jogos Gregos foram considerados como as primeiras manifestações esportivas. 
Caracterizavam-se como festas populares, religiosas, verdadeiras cerimônias pan-helênicas, 
cujos participantes eram as cidades gregas. Inicialmente, esses Jogos ocorriam somente nas 
cidades da Grécia Continental e, mais tarde, estenderam-se a outros povos. Segundo tubino 
(2010) os jogos gregos mais conhecidos foram:
JOGOS FÚNEBRES 
Eram em homenagem a figuras de destaque nas cidades gregas que 
haviam morrido.
JOGOS PÍTICOS 
Eram celebrados em homenagem a Apolo e foram criados em 528 
a.C., em Delfos. 
JOGOS ÍSTIMICOS
Tinham as mesmas competições dos Jogos Olímpicos e eram 
celebrados em Corinto, de dois em dois anos.
JOGOS NEMEUS 
Eram disputados em honra a Zeus de Kleonae, e foram os últimos 
Jogos a desaparecer.
08
JOGOS FÚNEBRES 
Eram em homenagem a figuras de destaque nas cidades gregas que 
haviam morrido.
JOGOS PÍTICOS 
Eram celebrados em homenagem a Apolo e foram criados em 528 
a.C., em Delfos. 
JOGOS ÍSTIMICOS
Tinham as mesmas competições dos Jogos Olímpicos e eram 
celebrados em Corinto, de dois em dois anos.
JOGOS NEMEUS 
Eram disputados em honra a Zeus de Kleonae, e foram os últimos 
Jogos a desaparecer.
a principal manifestação esportiva de toda a antiguidade foram os Jogos olímpicos, celebrados 
em olímpia a cada quatro anos, em um bosque sagrado chamado “altis”, em homenagem a 
Zeus Horquios. Na ocasião, as principais provas eram: corrida de estádio, corrida do duplo 
estádio, corrida de fundo, luta, pentatlo, corrida das quadrigas, pancrácio, corrida de cavalos 
montados, corrida com armas, corrida de bigas, pugilato e outras. No que se refere à premiação, 
os vencedores dos Jogos olímpicos da antiguidade recebiam, como preferidos dos deuses, uma 
coroa de ramo de oliveira e outras honras e recompensas como, por exemplo, ter o direito a 
primeira fila nos teatros, isenção de impostos, escravos, pensões vitalícias, etc. (TUBINO, 2006).
VoCÊ SaBIa?
Figura 1 – Deuses gregos.
Fonte: http://www.turismogrecia.info/guias/gre-
cia/os-jogos-olimpicos-na-grecia-antiga
os Gregos antigos consideravam que 
eram os deuses que decidiam conced-
er a vitória para um atleta. a vitória 
era frequentemente representada 
por uma fêmea alada (com asas) car-
acterizada como Nike, que, significa 
“vitória” em Grego, como servente ou 
mensageira dos deuses, Nike voava 
para a pessoa escolhida, trazia a ele 
uma recompensa divina em forma de 
coroa ou fita.
Na História de Roma foram criados espaços especializados para a higiene corporal,como as 
termas. Também foram desenvolvidos os Jogos Públicos, configurados em grandes espetáculos 
realizados nos circos e anfiteatros, que, inclusive, deturpavam o sentido anterior ao adaptar 
os preceitos helênicos para os combates entre gladiadores, com feras e execuções. Na época 
do Império Romano os Jogos foram utilizados na “política do pão e Circo” para alienar a 
população diante das ações antipopulares do Imperador (SIGOLI; ROSE JUNIOR, 2004).
09
Introdução à Educação Física
Laureate International Universities
Na Idade Média e no Renascimento, as práticas esportivas foram escassas e, às vezes, muito 
violentas. Vamos conhecer algumas que conseguiram destaque na História do Esporte:
Consistia numa verdadeira batalha corporal, com 
duas equipes contrárias usando cavalos, espadas e 
até lanças. os vencedores recebiam prêmios e os 
perdedores, muitas vezes, morriam nas disputas.
torneio medieval.
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/fotos/2013/04/
ingleses-revivem-luta-de-cavaleiros-em-torneio-me-
dieval.html
Esporte medieval popular, de grande violência, 
com número ilimitado de jogadores, que tentavam 
conduzir uma pelota (bexiga animal com ar) até 
um ponto pré-estabelecido de cada lado. os jogos 
provocavam muitos feridos.
Soule.
Fonte: https://one360.eu/blog/achives/37150
um jogo de origem francesa, que consistia em bater 
numa bola com a palma das mãos. Era disputado em 
salas fechadas e teve o seu auge no século XVI.
Jeu de palme.
Fonte: https://www.art.com/products/p14190540-
sa-i2944053/john-millar-watt-jeu-de-paume-a-kind-
of-handball.htm
É uma modalidade iniciada no século XVI em Florença, 
a qual permanece sendo exibida no “Carnaval 
Florentino”. Muitos afirmam que esse esporte é um 
dos precursores do Futebol, por se tratar de jogo com 
27 jogadores por equipe, cujo objetivo era conduzir 
a bola com os pés ou mãos até o final da área 
adversária.
Gioco del Calcio.
Fonte: http://www.smarknews.it/press/vi-
ta-e-calcio-la-metafora-dellesistenza-racchi-
usa-in-450-grammi-e-70-cm-di-circonferen-
za/?print=print
Era uma modalidade disputada entre dois cavaleiros 
com armaduras e lanças de ferro. Teve o seu fim no 
ano de 1559.
Justa.
Fonte: https://www.taringa.net/posts/
info/19348638/Las-Justas-Medievales.html
10
O esporte moderno foi concebido na Inglaterra, a partir de 1820, pelo inglês Thomas Arnold, o 
qual codificou os jogos existentes com regras e competições, dando origem ao Associacionismo 
Inglês. Esse associacionismo tornou-se o primeiro suporte para a Ética esportiva. Recebendo 
grande estímulo em 1896 (Atenas), com a restauração dos Jogos Olímpicos por Pierre de 
Coubertin, o esporte moderno consolida os princípios da ética esportiva por meio do conceito 
de Fair Play, bem como do amadorismo (defesa da aristocracia contra a prática popular do 
esporte).
ocorreu uma contribuição importante para o movimento esportivo moderno a partir da ação 
da Associação Cristã de Moços (ACM), que introduziu nos Estados Unidos os principais esportes 
coletivos, como o basquete e o vôlei, pois até o final do século XIX compreendia apenas o 
atletismo, o futebol, o remo e timidamente a natação. percebe-se que o esporte moderno foi 
crescendo com novas modalidades, maior número de praticantes, autonomia das federações 
internacionais e já com uma intervenção permanente do Estado na maioria dos países. 
Acredita-se que o conceito de esporte, depois de classificado como moderno foi abandonando 
a perspectiva pedagógica e incorporando um sentido de rendimento.
Tubino (2010) afirma que no esporte moderno a perspectiva única sempre foi o rendimento, 
pois havia a necessidade de campeões, classificações, regras, entidades, dirigentes, árbitros 
e outros aspectos imprescindíveis. Segundo o autor, esse quadro durou até o final da década 
de 1970, quando surge a defesa do direito de todas as pessoas às práticas esportivas, a 
partir da publicação da Carta Internacional de Educação Física e Esporte (UNESCO). Neste 
momento, o rendimento esportivo era substituído gradualmente pelas práticas esportivas de 
todos, independentemente de idade, raça, estado físico e outras situações humanas.
Essa movimentação no contexto esportivo provocou uma revisão conceitual do esporte, cujo 
processo pode ser demarcado por três conjuntos de ações notáveis daquele período histórico:
 • as manifestações dos intelectuais contra as exacerbações desportivas da época;
 • Os Documentos Esportivos Filosóficos Internacionais;
 • Surgimento e desenvolvimento do movimento Esporte para todos.
Tubino (2001) apresenta os vários autores que se manifestaram contestando o esporte voltado 
unicamente para os resultados. Vamos observar os conceitos a seguir:
ANTONELLI
(1963)
FEIO (1978) E 
CAZORLA 
(1984)
CAGIGAL 
(1979, 1982)
CLAYES(1984)
SERGIO (1986)
Eram em homenagem a figuras de destaque nas cidades gregas que haviam morrido.
Observaram os aspectos que ultrapassavam a ênfase no rendimento, como o jogo.
Vincula às relações com a cultura, qualquer discussão conceitual do esporte.
Observou a existência de quatros aspectos: o ético-social, o psicopedagógico e 
o psicoprofilático.
Propôs a interpretação do fenômeno esporte em dois sentidos: o esporte-espetáculo 
e o esporte-práxis;
No esporte-práxis o fenômeno esportivo ganhou um grande alcance social ao 
aumentar a possibilidade de participação.
Só entende a razão principal do esporte quando a prática esportiva possa chegar a um 
maior número de pessoas.
11
Introdução à Educação Física
Laureate International Universities
Quanto aos Documentos Filosóficos Internacionais que influenciaram a reconceituação do 
esporte, o primeiro a iniciar esse processo de revisão foi o Manifesto Mundial do Esporte 
(1964) editado polo “Conseil Internacionale d’ Education Physique et Sport (CIEPS), da UNESCO 
e assinado pelo Premio Nobel da Paz (Sir Phillip Noel Baker). Este documento reconhece o 
esporte para além do rendimento, apresentando um esporte na escola e um esporte do tempo 
livre, aberto para todos.
Em 1978, UNESCO divulgou a Carta Internacional de Educação Física e Desporto, lançando 
a perspectiva do direito à prática esportiva, aumentando consideravelmente a significação 
conceitual deste esporte reconceituado. Já o movimento Esporte para Todos, possibilitou a 
realização de grandes campanhas de valorização das práticas esportivas, reforçando assim o 
aumento da abrangência do renovado conceito de esporte.
Diante desse conceito renovado, desenvolvido a partir do pressuposto de direito de todas as 
pessoas, independentemente de sua condição, muitos tiveram acesso às práticas esportivas. 
logo, o esporte como um direito de todos pode ser entendido pela abrangência das suas três 
manifestações, representando as dimensões sociais do esporte: o esporte-educação, esporte-
participação e o esporte-performance.
É evidente que, nessa amplitude, aberta às práticas esportivas por todas as pessoas, o Esporte 
adaptado, o Esporte para a terceira Idade etc. também poderão ser exercidos nas dimensões 
do esporte. Nota-se que essas dimensões, explicadas pelo argumento do seu conceito, 
compreendem uma serie de situações sociais específicas, e que o aprofundamento de qualquer 
uma delas será o resultado da abordagem nas suas situações sociais intrínsecas. logo, ao 
perceber o esporte como instituição social, não se deve analisar fora de suas dimensões, pois 
essa seria uma via reducionista, a qual conduziria a uma visão e perspectiva retrógrada deste 
fenômeno.
Vamos conhecer cada manifestação esportiva que está diretamente relacionada a um ou mais 
princípios, descritos a seguir: 
3.1.1.1 Esporte-educação
Esporte-Educação (voltado para a formação da cidadania) está dividido em: Esporte 
Educacional e Esporte Escolar.
Esporte educacional
Esporte na escola
• Pode ser oferecido também para crianças e adolescentes 
fora da escola (comunidades em estado de carência, por 
exemplo);
• Deve estar referenciado nos princípios da: inclusão, 
participação, cooperação,co-educação e co-responsabilidade. 
• É praticado por jovens com algum talento para a prática 
esportiva;
• Não prescinde de formação para a cidadania, como uma 
manifestação do Esporte-Educação.;
• Está referenciado nos princípios do Desenvolvimento 
Esportivo e do Desenvolvimento do Espírito Esportivo;
• O Espírito Esportivo é mais do que “Fair-play”, pois 
compreende também a determinação em enfrentar desafios e 
outras qualidades morais importantes.
12
É no esporte-educação que se percebe o aspecto do esporte de maior conteúdo socioeducativo. 
o mesmo, entendido no processo educacional de formação das pessoas, deve ser considerado 
como um caminho essencial para o exercício pleno da cidadania no futuro individual dessas 
pessoas (TUBINO, 2001).
3.1.1.2 Esporte-participação
Esta é a dimensão social do esporte referenciada como o principio do prazer lúdico, e 
que tem como objetivo o bem-estar social dos seus participantes. também conhecido como 
Esporte popular tem relações íntimas com o lazer e o tempo livre, sendo praticado de forma 
espontânea, em espaços não comprometidos com o tempo e fora faz obrigações da vida 
diária. ou seja, oferece a oportunidade de liberdade a cada praticante, a qual se inicia na 
própria participação voluntária.
legenda: Crianças brincando na rua
Fonte: www.shutterstock.com
além das condições hedonísticas que o envolvem, o mesmo tem o seu valor social evidenciado 
na participação e nas alianças ou parcerias desenvolvidas. Essa ação fortalece os grupos 
e comunidades, tornando-os ativos e com mais possibilidades de percepção do conceito de 
obrigação social, e consequentemente mais agentes do seu próprio destino.
No que se refere às regras, estas podem ser oficiais, adaptadas ou até criadas, pois são 
estabelecidas entre os participantes. o esporte-participação, que também é conhecido como 
esporte comunitário, esporte-ócio, esporte-lazer ou esporte do tempo livre, tem como princípios: 
a participação, o prazer e a inclusão. o esporte-participação como a própria denominação 
sugere, ao promover a participação e ao obter sucesso neste seu objetivo principal, acaba por 
equilibrar o quadro de desigualdades de oportunidades esportivas encontrado na dimensão 
do esporte performance.
13
Introdução à Educação Física
Laureate International Universities
3.1.1.3 Esporte-performance
Conhecido também como esporte de competição, esporte de desempenho e esporte 
institucionalizado, é traz consigo os propósitos de novos êxitos esportivos, a vitória sobre 
adversários nos mesmos códigos, e é exercido sob regras preestabelecidas por entidades 
internacionais de cada modalidade. tem como objetivo alcançar resultados, vitórias, recordes, 
títulos esportivos, projeções na mídia e prêmios financeiros.
legenda: esportes olímpicos.
Fonte: Globo.com
Há uma tendência natural para que seja praticado pelos chamados talentos esportivo, 
impedindo, assim, de ser considerada uma manifestação comprometida com os preceitos 
democráticos. trata-se da dimensão social que oportuniza os espetáculos esportivos, onde uma 
série de possibilidades sociais positivas e negativas pode acontecer.
a ética deve ser uma referência nas competições e nos treinamentos. os dois princípios do 
esporte-performance são: a Superação e o Desenvolvimento Esportivo. Convém esclarecer que 
o esporte-performance pode ser: de rendimento ou de alto rendimento (alta competição, alto 
nível etc.). Os princípios para essas duas manifestações são comuns.
a preferencia pelo espetáculo esportivo é uma característica muito visível nessa dimensão. 
As modalidades esportivas de pouco impacto em matéria de espetáculo definham, enquanto 
aquelas que podem torna-se grandes shows para o público em geral, principalmente os 
divulgados na mídia, crescem aceleradamente.
É no esporte-performance que encontram-se as críticas pelos autores que combatem o 
capitalismo, considerando o esporte de competição e suas vinculações com negócios financeiros 
como sendo sintomas evidentes da exacerbação do capitalismo. o esporte-performance tornou-
se irremediavelmente dependente dos esquemas comerciais, onde, para alcançar o sucesso, 
faz-se necessário a presença de ídolos e também a realização de grandes espetáculos.
o avanço da tecnologia tem conseguido levar o espetáculo para fora do contexto esportivo, 
ao evidenciar detalhes de grande interesse para o público como as emoções, os bastidores e 
os fatos paralelos. No entanto, existem sintomas positivos que justificam a relevância social no 
esporte-performance. Veja a seguir:
14
Será sempre um meio de progresso nacional e de intercâmbios 
internacionais ao ser reconhecido como atividade cultural;
A organização esportiva comunitária não deixa des ser um fator 
de fortalecimento social (desde que seja legítimo);
Envolvimento de vários tipos de recursos humanos 
qualificados, provocando a existência de várias profissões de 
especialistas esportivos;
A indústria esportiva favorece o crescimento de mão-de-obra 
especializada;
É um fator de geração de turismo;
O fenômeno chamado efeito-imitação exerce grande influência 
no esporte popular.
alguns fatos novos relativos ao esporte continuam a surgir, tais como o interesse cada vez maior 
pelos esportes coletivos e os de aventura, o aparecimento dos esportes de shopping (patinação, 
boliche, kart etc.), a exacerbação dos negócios no esporte de rendimento e a proliferação de 
federações internacionais de uma mesma modalidade (tênis, boxe, surfe etc.).
Por tudo isso, pode-se afirmar que o esporte é um dos maiores fenômenos deste final de século 
20 e sem dúvida o melhor meio de convivência humana.
3.1.2 o olimpismo de pierre de Coubertin
Definir Olimpismo não é fácil e amplia, sobretudo, quando o tempo, a simplificação da semântica 
ou o puro desconhecimento, confundem o termo com os Jogos olímpicos, com olimpíada, com o 
Olimpo ou mesmo com a própria Olímpia. E isto verifica-se um pouco por todo o mundo.
Esta dificuldade concentra-se se considerarmos, por outro lado, que o próprio sentido de 
olimpismo contém em si diferentes realidades ou dimensões, nomeadamente:
DIMENSÃO 
HISTÓRICA
Estudo da História 
do Movimento 
Olímpico e dos Jogos 
Olímpicos,antigos
e modernos; 
Ligada à cultura da 
excelência na 
performance 
desportiva e 
àobservância das 
regras do jogo;
Avaliação do impacto da 
ação do Movimento 
Olímpico ou 
daorganização dos Jogos 
Olímpicos na sociedade 
ou numa determinada 
comunidade;
Avaliação do impacto da 
ação do Movimento 
Olímpico ou 
daorganização dos Jogos 
Olímpicos na sociedade 
ou numa determinada 
comunidade;
1 DIMENSÃO DESPORTIVA2
DIMENSÃO 
SOCIOLÓGICA3
DIMENSÃO 
POLÍTICA4
15
Introdução à Educação Física
Laureate International Universities
Em 2010, Jacques Rogge, então presidente do Comité Olímpico Internacional, afirmou que 
“o olimpismo é Educação de gente jovem”. Nesta perspectiva, o olimpismo já não surge 
enquanto conceito vago ou abstrato. ao realizar tal associação, o então presidente do CoI, 
procurou ir ao encontro da visão originalmente concebida por pierre de Coubertin, e que 
conseguimos igualmente identificar no ponto 1º dos Princípios Fundamentais da Carta Olímpica, 
aproximando-se de uma abordagem muito concreta: a dimensão humanista do olimpismo.
Pierre de Coubertin, cidadão francês, nasceu em Paris no dia 1 de Janeiro de 1863 e foi 
o criador e principal mentor do Movimento olímpico durante as primeiras décadas da sua 
existência, tendo sido igualmente crucial no processo de criação dos Jogos olímpicos da Era 
Moderna. De acordo com o OIC (2018), Coubertin via o esporte como parte da educação de 
qualquer jovem assim como a ciência, a literatura e as artes. Com esta visão, seu objetivo era 
oferecer educação harmoniosa para o corpo e a mente da juventude.
Na sua visão, o olimpismo é, sobretudo, uma obra pedagógica, com a potencialidade de 
poder ser assumida, por qualquer Ser Humano, enquanto filosofia de vida, onde o desporto 
representa um meio e não um fim,e assume posição enquanto dinamizador da vontade e via de 
transmissão de valores civilizacionais, resultantes de uma corrente ininterrupta de pensamento 
humano, com origem na antiga Grécia. De fato, a própria denominação olimpismo, resulta 
dessa homenagem à antiguidade, que sabemos, suscitava em Coubertin uma espécie de 
inspiração romântica, filosofia para a qual, a celebração dos Jogos Olímpicos da Era Moderna 
deveria constituir a mais visível forma de divulgação.
Neste sentido, é possível identificar quatro grandes fontes na gênese do Olimpismo, isto é, na 
construção da sua dimensão humanista:
A Grécia Antiga O Espírito 
Cavaleiresco
Os Ideais
das Luzes
O modelo 
pedagógico assente 
no desporto 
promovido pelos 
educadores 
anglo-saxões
São de fácil compreensão os laços que ligam o olimpismo à antiguidade Helénica. Coubertin 
inspirou-se no festival religioso celebrado em olímpia para denominar o seu próprio evento 
moderno. olímpia acolheu durante mais de um milénio os Jogos olímpicos, celebração 
organizada em honra de Zeus e o mais importante evento de um calendário quadrienal “os 
Jogos Pan-helénicos” (para todos os gregos) que incluía igualmente celebrações em Nemeia 
(Jogos Nemeus), Delfos (Jogos Píticos) e no Istmo de Corinto (Jogos Ístmicos). Mas a influência 
gerada pelos antigos helenos, extravasa em muito a pura associação aos Jogos olímpicos, para 
se centrar no próprio legado civilizacional e, mais concretamente, num determinado modelo de 
organização político-social: a pólis.
16
No contexto do século VIII a.C., a pólis ou Cidade, assumia-se como um agente de formação 
dos seus cidadãos, empenhada na promoção de uma aprendizagem diversificada de 
conteúdos, que preparassem o cidadão para a vida, mas igualmente na promoção de uma 
determinada conduta e modelo de caráter, sintetizado na expressão Kalos Kagathos, ou seja, 
o desenvolvimento harmonioso do indivíduo (ideal cavaleiresco de beleza física e intelectual 
e bondade espiritual), que se ligava por sua vez à ideia de Aretê, um alto ideal de virtude 
moral, característica dos heróis homéricos e concretizado numa conduta cortês e distinta. Esta 
simbiose, era produto da influência gerada pelos poemas de Homero e de Hesídono, que 
aliás constituíam a matriz educativa helénica, e um ideal de vida, cujos cidadãos deviam 
demonstrar com especial ênfase a quando da sua participação nos festivais “pan-helénicos”, 
onde, precisamente, se homenageava a divindade e se superava o antagonismo reinante entre 
as diferentes cidades, pela evidenciação das características civilizacionais comuns de todo um 
povo: entre elas, Kalos Kagathos e aretê. os antigos acreditavam que os deuses concediam a 
vitória (simbolizada pela deusa Nike que descia dos Céus ao encontro do vencedor) ao mais 
digno e valoroso dos atletas.
Com o advento do período Helenista e mais tarde a conquista romana, o papel formador da 
Pólis extinguiu-se, sendo substituída pelo emergir de novas correntes filosóficas e pela atividade 
dos sofistas (professores privados), acabando por elitizar o processo educativo.
O fim do Império Romano e a ascensão da Igreja, elitizam ainda mais esse processo, centrando-o 
na reclusão dos mosteiros. Se de fato, o surgimento das universidades, já na baixa Idade 
Média, contribuiu para a disseminação do conhecimento, a verdade é que essa circulação 
realiza-se ainda em circuito fechado.
É com o Renascimento que se assinala um momento histórico crucial. o surgimento do Movimento 
Humanista, reclamando um regresso à antiguidade clássica e o afastamento do teocentrismo, 
para colocar o Homem no centro do universo. Esta nova ideia, representa uma quebra com o 
passado: os estudiosos focam-se na compreensão do Homem e nas formas de assegurar o seu 
desenvolvimento, relegando a teologia e a metafísica para segundo plano. Este Movimento é 
potenciado pelas próprias inovações da época, como a invenção da imprensa mecânica ou a 
revolução cultural suscitada pela idade das descobertas, pela redescoberta das civilizações 
clássicas ou pelo patrocínio dos mecenas. por outro lado, melhores condições alimentares e 
progressos na medicina reduzem a mortalidade infantil e aumentam a esperança média de 
vida. As crianças passam a ter rosto e um futuro previsível, levando a crescente burguesia (nova 
classe endinheirada que emerge do povo) a olhar para a educação dos filhos como uma forma 
de promover a sua ascensão social.
assiste-se assim a um aumento do número de estabelecimentos de ensino, orientados pela 
influência dos humanistas, dedicados cada vez mais ao desenvolvimento de teorias pedagógicas 
que cumpram com o derradeiro objetivo de aperfeiçoamento do Homem. ao Renascimento 
sucede o período Iluminista, ou “Século das luzes”. Se o primeiro promoveu uma “imitação” 
da civilização clássica, o segundo olhou para esses modelos do passado enquanto bases de 
reflexão e inovação. É a época do Ideal do “Homem Esclarecido” e da consciência do eterno 
aperfeiçoamento que sempre deve presidir à existência humana. “ousar saber” era o princípio 
que guiava o Iluminismo. a experiência passa a ser a base do conhecimento: desenvolve-se o 
método científico e a subordinação da teoria à prática. Esta ênfase no esclarecimento Humano 
conduz ao natural desenvolvimento da educação e ao emergir de novos estudos sobre o tema.
Todavia, a prática revela que, apesar de todo o dinamismo filosófico, a pedagogia educativa 
é ainda tributária de uma herança medieval, acentuadamente teórica e assustadora. No Reino 
unido, alguns colégios instauram uma nova dinâmica, fazendo acompanhar o ensino das ciências 
com a introdução do desporto, um novo conceito que, mais do que promover o exercício físico, 
17
Introdução à Educação Física
Laureate International Universities
dotava a sua prática de regras cujos objetivos pretendiam, não só promover o bem-estar, mas 
igualmente a ética e um conjunto de valores pessoais e sociais capazes de afastar os jovens do 
vício ou de atividades degradantes do caráter.
Em pleno período revolucionário de 1971 na França, o Marquês de Condorcet, dirigiu-se à 
assembleia Nacional, num discurso em prol da educação pública e universal que contemple o 
desenvolvimento harmonioso das faculdades físicas, intelectuais e morais de todos os cidadãos. 
todavia, os primeiros 70 anos do século XIX na França, são uma época de forte convulsão 
social e política, onde se sucedem os regimes e as ideologias. Depois da queda do II Império, 
em 1870, a França que reemerge das cinzas é uma nação ferida, em busca de uma identidade 
forte, capaz de reerguer o seu prestígio aos olhos dos cidadãos. a III República volta-se para 
os ideais da Revolução Francesa, que pretende recuperar e difundir, sobretudo através da 
educação pública, laica e universal. Coubertin colabora com o Governo, realizando diversas 
viagens à Inglaterra e aos Eua sob os auspícios do Ministério da Instrução pública, onde 
encontra um sistema capaz de “Rebronzer la France”. o grande rosto desta causa Republicana 
é, aliás, o estadista Jules Simon apoia pierre de Coubertin na formação do “Comité pour la 
Propagation des Exercises Physiques”, também conhecido por Comité Jules Simon e que, em 
1890, dará origem à Union des Sociétés Françaises de Sports Athlétiques (USFSA), cujo símbolo 
consistia em dois anéis entrelaçados e cujo lema do seu primeiro campeonato atlético foi “Citius, 
Altius, Fortius”, de acordo com proposta efetuada pelo seu presidente honorário, Henri Didon, e 
que em 1924, seria adotado como lema Olímpico.
Mas Coubertin objetivava mais do que apenas aportar contributos ao aperfeiçoamento do 
sistema educativo francês. para o jovem que considerava a evolução pedagógica ainda muito 
longe dos progressos científicos e tecnológicos do seu tempo, a solução preconizada para o 
aperfeiçoamento do Homem e da Humanidade, envolvia a popularização e democratização do 
desporto à escala global, conceito que percebia como uma poderosa correia de transmissão de 
aprendizagenséticas e dinamizadora de uma cultura de vontade relativo ao desenvolvimento 
integral, pessoal e social, tendo em vista a paz duradoura entre os povos e as nações do mundo.
Era necessário reformar a sociedade pela educação das massas. Se em suma, no rescaldo 
desta evolução histórica, podemos afirmar o Olimpismo, na sua dimensão humanista, como uma 
filosofia de vida baseada em ideais humanistas e universalistas, onde o desporto é encarado 
como facilitador dos objetivos de aperfeiçoamento pessoal e social e da paz, tão ou mais 
importante é o movimento evolutivo que lhe é inerente. Esta é, acentuadamente, uma filosofia 
de origem Europeia mas que, simultaneamente, contém em si aspirações universais, através da 
preposição de um conjunto de valores e ideias transversais às mais diferentes culturas.
um dos pontos mais importantes para o jovem pierre era a busca da paz. Em seus primeiros 
escritos, ele considera os atletas participantes de encontros esportivos internacionais como 
‘embaixadores da paz’. após a fundação do CoI, Coubertin passou a associar uma missão 
ética com suas ideias de paz, que veio a se tornar central para o Movimento olímpico e que 
poderia levar à educação política (MÜLLER, 2009, p.346).
De fato a evolução do olimpismo corresponde à evolução da própria humanidade. Hoje 
representam preocupação do Movimento olímpico temas tão diversos como a proteção do 
ambiente e a sustentabilidade dos recursos, a integração da mulher, ou o combate à pobreza 
e à exclusão social. Tudo isto são reflexos da dimensão humanista do Olimpismo e esta constitui, 
sem dúvida, uma forma pertinente de o Movimento olímpico reforçar a sua importância junto 
do cidadão comum. Nesta medida é fundamental ter em linha de conta:
18
A DIMENSÃO HUMANISTA DO OLIMPISMO
Reivindica um lugar de destaque, jamais podendo ser tratada como 
um paliativo, face à ambição de obter resultados enquanto um fim 
(e não um meio), no qual o desporto de competição se transformou.
OS COMITÉS OLÍMPICOS E PARALÍMPICOS 
São subcidiados na medida dos resultados obtidos nas grandes 
competições Internacionais. 
Esse paradigma tem de ser revisto, porquanto os governos devem 
reconhecer o papel fundamental destas instituições enquanto 
promotoras da filosofia do Olimpismo, nomeadamente através das 
Academias Olímpicas.
AÇÃO HUMANISTA DOS MOVIMENTOS OLÍMPICO E PARALÍMPICO
Deve ser reforçada através da educação, estabelecendo uma 
parceria efetiva com o Estado, na promoção social do Ideal Olímpico 
num todo, e não apenas associado à prática desportiva.
A ACADEMIA OLÍMPICA INTERNACIONAL
Deve assumir-se enquanto entidade verdadeiramente universal e 
representar uma voz própria e ativa na definição daquilo que é a 
linha condutora da educação a nível internacional;
Deve articular com as Academias Nacionais formas de ação e 
pressão junto das entidades governamentais nacionais. 
pierre de Coubertin sempre criticou líderes mundiais dos esportes por serem muito técnicos e 
não defenderem o espírito olímpico já que ele sempre esteve interessado na atitude moral e 
responsável do atleta para a qual a ‘Educação olímpica’ poderia em muito contribuir. Durante 
sua vida, Coubertin sempre desejou a criação de um Centre d’Études Olympiques (Centro 
de Estudos Olímpicos) para estudos e aprofundamento. Esse projeto acabou se concretizando 
em Berlin entre 1938 e 1944 sob o controle de Carl Diem, usando fundos providos pelo 
Reich (MÜLLER, 2009, p.351). Ainda dentro do sonho de Educação Olímpica de Coubertin, a 
Academia Olímpica Internacional (International Olympic Academy – IOA) foi fundada em 1961 
em olímpia, na Grécia como o maior centro de Educação olímpica, um compromisso com as 
aspirações de Coubertin e um legado para muitas gerações (MIRAGAYA, 2008).
19
Introdução à Educação Física
Laureate International Universities
NÃo DEIXE DE CoNHECER...
Se você ficou quer entender mais sobre a Educação Olímpica, acesse o Programa de Educação 
olímpica. Nele você encontrará uma série de recursos didáticos acessíveis criados pelo CoI. 
Disponível em: <https://www.olympic.org/olympic-values-and-education-program>
a Educação olímpica de pierre de Coubertin se multiplicou num legado internacional que foi 
muito além dos países e suas culturas, abrangendo a humanidade, envolvendo todos os tipos 
de pessoas e suas instituições. o legado de Coubertin pode ser observado na Carta do CoI, 
em vigor desde 2007. Essa Carta faz várias referências ao conteúdo e à forma de Educação 
olímpica tais como:
A combinação de esporte com 
cultura e educação como pedra 
fundamental do Olimpismo na 
introdução do documento.
O COI tem compromisso com a ética 
esportiva e em particular com o fair play e 
para isso dá apoio à IOA e outras instituições 
dedicadas à "Educação Olímpica".
O objetivo do Movimento Olímpico é 
contribuir para a construção de um mundo 
melhor e repleto de paz, especialmente 
através da educação pelo esporte.
A carta do COI obriga os Comitês Olímpicos 
Nacionais a promover o Olimpismo em 
todas as áreas de educação e, por exemplo, 
adotar iniciativas independentes para 
‘Educação Olímpica’ através das Academias 
Olímpicas Nacionais.
Esporte
+
cultura
+
educação
Movimentos
Olímpicos
Carta do
COI
COI
NÃo DEIXE DE CoNHECER...
No final de 1918, Coubertin publicou 21 “Cartas Olímpicas” no jornal de Lausanne, “La Ga-
zette”, com o objetivo de ocasionar a simpatia dos leitores no apoio à causa do olimpismo e 
ao trabalho realizado em lausanne pelo Movimento olímpico, tal como o Instituto olímpico. Se 
você ficou interessado sugere-se a leitura atualizada pela última vez em 2011, a qual apre-
senta um conjunto de regras adotado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para a orga-
nização dos Jogos e para o comando do Movimento Olímpico. Escrita oficialmente em francês 
e inglês, a Carta é traduzida para alemão, espanhol, russo e árabe, para as reuniões do CoI. 
Disponível em: <http://www.fadu.pt/files/protocolos-contratos/PNED_publica_CartaOlimpica.
pdf>
20
3.1.3 o legado dos megaeventos esportivos
Quando pensamos em megaeventos esportivos e consequente investimento público para tal, 
surgem vários argumentos acerca da sua realização. Isso acontece porque eles se constituem 
em um meio para a promoção do desenvolvimento econômico, social e político das nações e/ou 
cidades sede (SPAAJI, 2012). E, além disso, configuram-se como oportunidades ímpares para o 
desenvolvimento do esporte nestas localidades (COALTER, 2004).
No entanto, alguns autores contestam se de fato “existe esse desenvolvimento?”, e “para 
quem?”. Coackley e Souza (2015) fazem uma reflexão em seu estudo ao apontar que os países 
que sediaram megaeventos esportivos como os Jogos olímpicos, os paralímpicos e a Copa do 
Mundo, receberam propostas de elites políticas e corporações que, embora tenham prometido 
grandes ganhos econômicos e sociais para os países, criaram infraestruturas para os eventos 
pouco sustentáveis e de retorno insatisfatório para a população como um todo.
Acredita-se que vários fatores dificultam a promoção de legados positivos para a população 
em geral e para as cidades e países sede. Veja alguns deles:
EXIGÊNCIAS DAS INSTITUIÇÕES ORGANIZADORAS
O Comitê Olímpico Internacional (COI) e Federação Internacional de 
Futebol Associado (FIFA), impõem rígidas condições para que os 
países sede possam realizar os eventos;
Exigem infraestrutura de transporte público e a construção das 
instalações esportivas dentro de determinados parâmetros, mesmo 
que estes não estejam alinhados c om as necessidades e demandas 
da população local que potencialmente poderia também utilizar 
estas estruturas construídas;
O objetivo principal das mesmas é o de fazer com que o evento 
aconteça, otimizando ao máximo a sua participação no capital 
social, político e econômico gerado pelos eventos. 
ESTABELECIMENTO DOS PRAZOS
São relativamente curtos frente à infraestrutura que os mesmos 
demandam;
O processo de planejamento tende a ser feito de cima parabaixo, a 
favor de determinados interesses, com muito pouca - ou nenhuma - 
participação da população que será diretamenteafetada;
A agenda de “desenvolvimento” tende a se centrar na construção 
de infraestrutura para a expansão e trâmite do capital;
Metas de desenvolvimento tais como inclusão social e participação 
popular nas tomadas de decisões, são rapidamente esquecidas no 
processo de planejamento e dotação orçamentária.
INVESTIMENTOS PÚBLICOS
Detalhes da contabilidade normalmente ficam dispersos devido à 
participação de diversos órgãos públicos e privados, cada um com 
sua própria agenda e orçamento;
Vários fatores dificultam contabilizar gastos e lucros como, por 
exemplo, verbas para cobrir situações de emergência e não 
previstas; contas não declaradas como despesas; verbas contratos 
sem licitação.
INSTITUIÇÕES ORGANIZADORAS E COORPORAÇÕES VINCULADAS
Detêm total posse dos lucros produzidos com a sua marca, o que difi 
culta que agentes locais possam ter lucros com os eventos;
A contrapartida financeira para os países sede tende a não ser 
substantiva frente aos investimentos feitos para que os eventos 
aconteçam.
21
Introdução à Educação Física
Laureate International Universities
EXIGÊNCIAS DAS INSTITUIÇÕES ORGANIZADORAS
O Comitê Olímpico Internacional (COI) e Federação Internacional de 
Futebol Associado (FIFA), impõem rígidas condições para que os 
países sede possam realizar os eventos;
Exigem infraestrutura de transporte público e a construção das 
instalações esportivas dentro de determinados parâmetros, mesmo 
que estes não estejam alinhados c om as necessidades e demandas 
da população local que potencialmente poderia também utilizar 
estas estruturas construídas;
O objetivo principal das mesmas é o de fazer com que o evento 
aconteça, otimizando ao máximo a sua participação no capital 
social, político e econômico gerado pelos eventos. 
ESTABELECIMENTO DOS PRAZOS
São relativamente curtos frente à infraestrutura que os mesmos 
demandam;
O processo de planejamento tende a ser feito de cima para baixo, a 
favor de determinados interesses, com muito pouca - ou nenhuma - 
participação da população que será diretamenteafetada;
A agenda de “desenvolvimento” tende a se centrar na construção 
de infraestrutura para a expansão e trâmite do capital;
Metas de desenvolvimento tais como inclusão social e participação 
popular nas tomadas de decisões, são rapidamente esquecidas no 
processo de planejamento e dotação orçamentária.
INVESTIMENTOS PÚBLICOS
Detalhes da contabilidade normalmente ficam dispersos devido à 
participação de diversos órgãos públicos e privados, cada um com 
sua própria agenda e orçamento;
Vários fatores dificultam contabilizar gastos e lucros como, por 
exemplo, verbas para cobrir situações de emergência e não 
previstas; contas não declaradas como despesas; verbas contratos 
sem licitação.
INSTITUIÇÕES ORGANIZADORAS E COORPORAÇÕES VINCULADAS
Detêm total posse dos lucros produzidos com a sua marca, o que difi 
culta que agentes locais possam ter lucros com os eventos;
A contrapartida financeira para os países sede tende a não ser 
substantiva frente aos investimentos feitos para que os eventos 
aconteçam.
Diante disso, observa-se que os países sede, normalmente, não conseguem cumprir suas 
promessas de desenvolvimento em prol do bem comum. Revelando, assim, que o legado da 
realização de megaeventos esportivos tende a ser negativo para grande parte da população 
que financia boa parte destes eventos através de impostos. Na verdade, o que ocorre é uma 
concentração de recursos públicos em áreas estratégicas para a realização do evento em 
detrimento de investimentos em outras áreas fundamentais para a promoção do desenvolvimento 
humano, tais como saúde e educação. acredita-se que a realização de megaeventos esportivos 
promove “desenvolvimento” sim, mas desenvolvimento dentro de uma determinada perspectiva 
e centrado em alguns setores da sociedade.
Segundo o Ministério do Esporte (2008), vale ressaltar que a possibilidade da realização e 
organização de um Megaevento Esportivo, decorrente da elaboração e de um planejamento 
consistente e responsável, poderá gerar também “possíveis legados”, que são apresentados em 
cinco categorias a seguir:
Legados do Evento em Si Legados da Candidatura do Evento
Construções esportivas: 
estádios, arenas e outros 
equipamentos;
Construções de infra-estrutura 
da cidade, como obras de 
transporte(metrô e etc.), 
alojamento de atletas;
Compras de equipamentos 
esportivos, de segurança, 
telecomunicações,
informática, etc.;
Ocupações de empregos 
temporários e/ou 
permanentes.
Aprendizado do processo de 
candidatura como, projetos, o 
processo em si e a organização prévia 
do evento;
Planejamento urbanístico da 
cidade-candidata que poderá ser 
utilizado pelo Poder Público, 
independente da realização do evento.
Legados da Imagem do País
Projeção da imagem do país;
Projeção da imagem da 
cidade-sede dentro e fora do 
país, considerada como cultura 
urbana;
Projeção de oportunidades 
econômicas e de serviços que o 
país poderá oferecer;
Nacionalismo e confiança 
cívica, bem como o orgulho 
regional e nacional.
Legados da Governança
Planejamento participativo;
Cooperação de diferentes órgãos administrativos;
Parceria público- privada;
Lderança do poder público local.
Legados de Conhecimento
Treinamento e capacitação do pessoal envolvido 
na gestão do megaevento; 
Ecos do voluntário que sugere a transmissão dos 
conhecimentos adquiridos por eles para sua 
comunidade, podendo se estender até na família 
e comunidade; 
Construção de estruturas adequadas, visando o 
aproveitamento futuro pela população.
22
Legados do Evento em Si Legados da Candidatura do Evento
Construções esportivas: 
estádios, arenas e outros 
equipamentos;
Construções de infra-estrutura 
da cidade, como obras de 
transporte(metrô e etc.), 
alojamento de atletas;
Compras de equipamentos 
esportivos, de segurança, 
telecomunicações,
informática, etc.;
Ocupações de empregos 
temporários e/ou 
permanentes.
Aprendizado do processo de 
candidatura como, projetos, o 
processo em si e a organização prévia 
do evento;
Planejamento urbanístico da 
cidade-candidata que poderá ser 
utilizado pelo Poder Público, 
independente da realização do evento.
Legados da Imagem do País
Projeção da imagem do país;
Projeção da imagem da 
cidade-sede dentro e fora do 
país, considerada como cultura 
urbana;
Projeção de oportunidades 
econômicas e de serviços que o 
país poderá oferecer;
Nacionalismo e confiança 
cívica, bem como o orgulho 
regional e nacional.
Legados da Governança
Planejamento participativo;
Cooperação de diferentes órgãos administrativos;
Parceria público- privada;
Lderança do poder público local.
Legados de Conhecimento
Treinamento e capacitação do pessoal envolvido 
na gestão do megaevento; 
Ecos do voluntário que sugere a transmissão dos 
conhecimentos adquiridos por eles para sua 
comunidade, podendo se estender até na família 
e comunidade; 
Construção de estruturas adequadas, visando o 
aproveitamento futuro pela população.
Evidências como essas nos conduz a uma reflexão acerca da importância de pensar sobre o 
projeto de sociedade que buscamos. uma sociedade soberana e democrática, voltada para 
a emancipação dos trabalhadores e para a garantia de condições dignas de vida e dos 
direitos fundamentais a todos os cidadãos, no sentido de alcançar a contínua satisfação das 
necessidades humanas. Neste sentido, a geração de legados pressupõe uma ação determinada, 
proativa, acima de tudo referenciada na perspectiva do desenvolvimento humano, da justiça e 
da inclusão social desta e de futuras gerações.
Logo, se faz necessário de identificar possibilidades transformadoras, identificar também como 
maximizar eventuais legados e otimizar os benefícios da realização dos grandes eventos com 
buscando garantir os direitos fundamentais dos cidadãos e superar os limites e vulnerabilidades 
existentes na cidade,estado ou país que os realizam.
Desde o final do século XIX, momento em que Pierre Coubertin estabeleceu os modernos Jogos 
Olímpicos, os mesmos têm refletido a promoção e representação de valores sociais e políticos 
de seu tempo, frequentemente refletindo os prevalentes ou contestados valores das nações 
participantes e, ocasionalmente, dando oportunidade para protestos vindos de baixo. para 
Coubertin, as Olimpíadas significavam a celebração da ciência, razão, progresso e busca da 
perfeição, uma perspectiva universal que procurava se elevar acima dos particulares interesses 
das nações. Mais frequentemente, no século XX, as olimpíadas proporcionavam um palco 
internacional para a expressão dos competitivos interesses ideológicos das nações dominantes.
m 1936, as Olimpíadas de Berlim simbolizaram o embate entre o fascismo e a democracia. 
Entre 1948 e 1972, os Jogos tiveram lugar com a Guerra Fria como pano de fundo. Neste 
sentido, o legado político e social focalizou-se sobre o próprio evento e o efeito econômico 
foi menos específico quanto aos Jogos, e mais simbólico quanto à alegada superioridade de 
um particular sistema socioeconômico. A Olimpíada significou apenas um pequeno peão num 
grande jogo político.
Figura 4 – olimpíadas de Berlim.
Fonte: https://incentivandoesportesblog.wordpress.com/2017/05/28/o-que-esporte-politica-
e-historia-tem-em-comum-tudo-olimpiadas-de-berlim-um-case-de-sucesso-para-a-alemanha-
nazista
23
Introdução à Educação Física
Laureate International Universities
Já na década de 60 e 70, houve um problema particular em encontrar ansiosos anfitriões, 
considerando que o custo de escala dos Jogos eram considerados proibitivos. Receber as 
olimpíadas não era percebido como uma opção atraente, principalmente quando esses fatores 
foram combinados com problemas políticos de segurança. o número de cidades candidatas 
cresceu acentuadamente a partir da metade dos anos 80, com americanos e europeus 
dominando o processo, refletindo o crescimento e importância atribuídos às Olimpíadas como 
um megaevento global. para se ter uma ideia o número de cidades candidatas passou de 20 
cidades, no ano de 1992, para 50 cidades em 2008.
o renascimento do interesse em sediar as olimpíadas apresenta muitas dimensões, pois a 
realização de um evento de larga escala é uma ótima estratégia de regeneração, abrangendo 
novas formas de financiamento, aceleração de desenvolvimento e renovação urbana, enquanto 
combina elementos de mudança política e engenharia social com o objetivo de reduzir as tensões 
internas no âmago das cidades e seu potencial latente de inquietação social (MINISTÉRIO DO 
ESPORTE, 2008).
um dos aspectos positivos dos megaeventos esportivos é que eles podem ser propícios para o 
envolvimento da população em atividades físicas, ao criarem espaços e equipamentos dessa 
ordem. Eles podem também proporcionar um aumento de interesse pelo esporte e conhecimento 
sobre o mesmo (UK SPORT, 2011). No entanto, por si só os megaeventos não podem promover 
mudanças sustentáveis no comportamento dos indivíduos no que se refere à adoção de 
comportamentos positivos relacionados à saúde. ou seja, o “efeito inspiração” não dura a 
longo prazo.
todavia, vale ressaltar que os atletas podem servir como “modelos esportivos” para ajudar 
as pessoas a se motivarem e se manterem motivadas para a prática. para que esse “efeito” 
seja consolidado, faz-se necessário que os países sede bem como suas organizações esportivas 
realizem um planejamento incluindo incentivos à prática de atividade física, bem como a oferta 
de estruturas e programas esportivos
o que se tem observado nos últimos anos é que os países sede tendem a investir no 
desenvolvimento do esporte de alto rendimento. porém, estes investimentos, acabam por se 
concentrar em determinadas modalidades em detrimento de outras, dependendo diretamente 
do potencial do ganho medalhas. Esta estratégia de se investir em modalidades que podem 
“render” medalhas pode ter um impacto negativo no desenvolvimento de modalidades que 
poderiam estar inspirando e, ao mesmo tempo, possibilitando um maior engajamento por parte 
da população nas mesmas (COACKLEY; SOUZA, 2015).
24
a construção de legados positivos necessita de planejamento minucioso. o ideal é que este fosse 
realizado pensando de fato na população, e não nos interesses das instituições promotoras, 
que for sua vez, tendem a se beneficiar de forma majoritária, bem como a seus aliados que 
possuem acesso a informações privilegiadas e capital suficiente para desenvolver projetos que 
conseguem gerar lucro dentro do curto prazo estabelecido para a preparação e realização 
dos eventos.
os megaeventos esportivos estão profundamente enraizados em nossa sociedade e vão 
continuar acontecendo, independentemente desses fatos. Eles são atrativos, possuem um grande 
poder de mobilização, possuem também potenciais que podem ser devidamente explorados 
em prol do bem comum. para isto, no entanto, é necessário que a decisão para se sediar estes 
eventos, esteja alinhada com as metas de desenvolvimento de longo prazo das cidades e países 
sede.
No caso do esporte, os megaeventos esportivos poderiam se estabelecer enquanto uma 
oportunidade de se propagar uma cultura esportiva mais forte no país não somente no sentido de 
promoção dos níveis de atividade física e esportiva da população e aprimoramento do nível de 
desempenho dos atletas de alto-rendimento, mas também de se potencializar o conhecimento e 
entendimento, por parte da população em geral, acerca das diferentes modalidades esportivas 
e complexidades envolvidas no fenômeno esportivo (fatores sociais, psicológicos, culturais, etc.).
VoCÊ SaBIa...
a realização de megaeventos é uma oportunidade para acelerar investimentos em infraestru-
tura e serviços, além de impulsionar o turismo e gerar empregos para a população. No entan-
to, é notória a necessidade de um bom planejamento.
Se você realizou a leitura do e-book e também tem acompanhado a realização dos me-
gaeventos nos últimos anos, é necessário realizar uma reflexão. Assim, sugere-se que você 
assista à entrevista com o antigo ministro do Esporte, aldo Rebelo, falando sobre os vári-
os benefícios que os grandes eventos esportivos trariam para o Brasil em 2014. Disponível 
em:<https://www.youtube.com/watch?v=hZqFrnmbp_k>
25
Introdução à Educação Física
Laureate International Universities
Síntese
Concluímos esse capítulo que tivemos a oportunidade de analisar as dimensões sociais do 
esporte. além disso, foi possível reconhecer os legados dos jogos olímpicos desde a educação 
olímpica aos megaeventos, identificando os impactos socioculturais dos mesmos.
Sendo assim, você teve a oportunidade de:
 • Entender a transição conceitual assumida pelo esporte ao longo dos anos, identificando-o 
enquanto um fenômeno social e o melhor meio de convivência humana;
 • Conhecer a contextualização do esporte moderno, desde os Jogos olímpicos da era de 
Coubertin até a estruturação dos megaeventos;
 • Identificar os impactos positivos e negativos causados pela realização dos megaeventos, 
analisando as metas de desenvolvimento.
26
ARAÚJO, A. C. [et.al]. Megaeventos esportivos e seus legados [recurso eletrônico] : reflexões 
sobre Copa do Mundo 2014 a partir da Mídia-Educação. Natal, RN: EDUFRN, 2016. 96 p. : 
PDF ; 1,4 Mb. – (Coleção megaeventos esportivos). ISBN 978-85-425-0643-3. Disponível em: 
<http://repositorio.ufrn.br>
COAKLEY, J.; SOUZA, D. L. Legados de megaeventos esportivos. Rev. Bras. Educ Fís. Esporte. v. 
29 n.4 p.675-86 São Paulo, Out-Dez. 2015
CoaltER, F. Stuck in the blocks? a sustainable sporting legacy? In: Vigor a, Mean M, tims C, 
organizers. after the Goldrush: a sustainable olympics for london. london: IppR and DEMoS; 
2004. p.93-108.
INTERNATIONAL OLYMPIC COMMITTEE. Disponível em: <https://www.olympic.org/the-ioc/
promote-olympism>. Acesso em 20 mai. 2018.
MINISTÉRIO DO ESPORTE. Legados de Megaeventos Esportivos. Brasília: 2008.
MÜLLER, N.; TODT,N. S. (Orgs.). Pierre de Coubertin (1863-1937) – Olimpismo: seleção de 
textos. lausanne, porto alegre: Comitê Internacional pierre de Coubertin, EdipuCRS, 2015.
MÜLLER, N. Olympic Education. In: REN, H.; DACOSTA, L.; MIRAGAYA, A.; JING, N. (eds). 
Olympic Studies Reader Volume I. Beijing: Beijing Sport University Press, 2009, p.345.
MIRAGAYA, A. Youth Olympic Games and Brazilian Initiatives: The dissemination of Olympic 
Values. Texto apresentado na 8th International Session for Educators and Officials of Higher 
Institutes of Physical Education. Olímpia: International Olympic Academy, julho de 2008. Dis-
ponível em: <http://www.sportsinbrazil.com.br/artigos_papers/youth_olympic_games.pdf>
RUBIO, K. O legado educativo dos megaeventos esportivos. Motrivivência. Ano XXI, Nº 
32/33, P. 71-88 Jun-Dez./2009.
tuBINo, M. Dimensões sociais do esporte. Coleção Questões da Nossa Época. v. 11. 2ª ed. 
revista. São paulo: Cortez, 2001.
ReferênciasBibliográficas
27
Introdução à Educação Física
Laureate International Universities
tuBINo, M. o que é esporte? Coleção primeiros passos. v. 276. São paulo: Editora Brasiliense, 
2006.
tuBINo, M. Estudos brasileiros sobre o esporte: ênfase no esporte-educação. Maringá: 
Eduem, 2010. 163 p. ISBN: 978-85-7628-177-1 Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/
bitstream/handle/123456789/130/livro%20tubino.pdf?sequence=5>
SIGolI, M. a.; RoSE JuNIoR, D. a história do uso político do esporte. Revista Brasileira de 
Ciência e Movimento. Brasília v. 12 n. 2 p. 111-119 junho 2004.
SpaaJI, R. Building social and cultural capital among young people in disadvantaged commu-
nities: lessons from a Brazilian sport-based intervention program. Sport Educ. Soc. v. 17 p.77-
95. 2012.
uK Sport. the inspirational effect of major sporting events. london: uK Sport; 2011.

Outros materiais