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Apendicite - fisiopatologia, quadro clínico, conduta, complicações

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Laís Kemelly – M15 DOR ABDOMINAL 
P4 Fechamento 
 
Introdução 
Apendicite é a inflamação do apêndice 
vermiforme. O apêndice é um “divertículo” do 
ceco. O que diferencia a apendicite da diverticulite 
é a relação de camadas. 
• Diverticulite → protuberância de um 
subconjunto de camadas 
• Apendicite → o apêndice é uma extensão 
do TGI, logo possui todas as camadas 
(mucosa, submucosa, muscular, serosa) e 
todas são acometidas 
 
Fisiopatologia 
Aparentemente, a causa primária de apendicite é a 
obstrução do apêndice. Isso pode acontecer por 
diversos mecanismos: 
• Fecalite (acúmulo de fezes endurecidas) 
• Cálculos 
• Hiperplasia linfoide 
• Processos infecciosos 
• Tumores 
A obstrução gera um aumento da pressão luminal e 
intramural, resultando em: 
• Trombose 
• Oclusão dos pequenos vasos da parede do 
apêndice 
• Estase do fluxo linfático 
 
 
Depois de obstruído, o lúmen se preenche com 
muco, o que gera a ingurgitação e distensão do 
apêndice, ativação das vias viscerais aferentes e a 
dor difusa. Isso piora a trombose, a oclusão e a 
estase do fluxo linfático. Conforme o processo 
progride, vai levando à isquemia e necrose. 
Obstrução → preenchimento com muco → 
distensão → vias dolorosas aferentes → 
oclusão/trombose/estase → necrose e isquemia 
Ainda no interior do apêndice obstruído, ocorre 
crescimento bacteriano. A predominância inicial é 
de aeróbios, mas a população fica mista conforme 
a doença evolui. Os patógenos mais comuns são: 
• Escherichia coli → gram – 
• Peptostreptococcus → gram + 
• Bacteroides fragilis → gram – 
• Pseudomonas species → gram – 
Esse crescimento promove uma reação 
neutrofílica, gerando exsudato. O influxo de 
neutrófilos causa uma reação fibropurulenta que 
irrita o peritônio parietal, ativando vias somáticas e 
gerando a dor localizada. 
Obstrução → preenchimento com muco → 
crescimento bacteriano → reação fibropurulenta 
→ vias somáticas → dor localizada 
Existe a apendicite não complicada e a complicada 
ou perfurada, que é quando esse conteúdo de 
bactérias extravasa para o peritônio. Nisso, temos a 
seguinte lógica em relação à fecalite e cálculos. 
Para causar a apendicite, a fecalite é mais comum 
que os cálculos. Mas para complicar a apendicite, 
perfurar, os cálculos são mais comuns. 
 
 
 
 
 
Laís Kemelly – M15 DOR ABDOMINAL 
P4 Fechamento 
Quadro Clínico 
Sintomas 
• Dor abdominal periumbilical (início), 
evoluindo para fossa ilíaca direita 
• Náuseas e vômitos seguindo o início da dor 
Sinais 
• Rovsing positivo 
• Blumberg positivo 
• Sinal do psoas positivo → indica 
localização retrocecal do apêndice 
• Sinal do obturador positivo → indica 
localização pélvica do apêndice 
Laboratório 
• Leucocitose 
• Hiperbilirrubinemia (BT > 1) → marcador 
de perfuração com 70% de sensibilidade e 
80% de especificidade 
Exames de imagem 
• RX 
o Apendicolite (depósito de fezes 
calcificadas do apêndice) 
o Apagamento da sombra do psoas 
o Deformidade da borda cecal (?) 
 
• USG 
o Diâmetro > 6mm 
 
 
 
• TC 
o Diâmetro > 6mm com oclusão do 
lúmen 
o Espessamento da parede do 
apêndice > 2mm 
o Gordura periapendicular 
o Realce da parede do apêndice 
o Apendicolite 
 
Diagnóstico = anamnese + exame físico + exame 
de imagem 
A realização de exames de imagem reduz em 10% 
a quantidade de apendicectomias negativas. (quando 
abre o paciente mas não tem apendicite de verdade) 
Manejo 
Objetivo: diagnóstico precoce e intervenção 
operatória o quanto antes. 
Tratamento padrão-ouro: apendicectomia. 
Antibioticoterapia 
Alguns pacientes podem responder à 
antibioticoterapia sem intervenção cirúrgica 
(amoxicilina + clavulanato 8 – 15 dias), mas há 
risco de reicidiva em formas mais complicadas, 
com necessidade de intervenção cirúrgica em até 
um ano. O tratamento não operatório não 
apresentou maiores benefícios do que o operatório. 
Intervenção cirúrgica 
Laparoscopia: menos complicações 
intraoperatórias, pós operatórias e gerais, redução 
no tempo de hospitalização, redução da 
necessidade de uma segunda cirurgia. 
Preparo pré-operatório 
• Hidratação com fluidos IV 
• Correção de anormalidades em eletrólitos 
Laís Kemelly – M15 DOR ABDOMINAL 
P4 Fechamento 
• Antibioticoterapia pré-operatória 
O ideal é que passe o menor tempo possível entre a 
decisão de operar e o início da cirurgia de fato. 
O objetivo da ATB é prevenir infecção da ferida e 
abcesso intrabdominal durante o procedimento. A 
profilaxia deve ser feita em 60min antes da 
incisão inicial. 
Se não perfurada, as opções são: 
• Cefoxitina 
• Ampicilina/sulbactam 
• Cefazolin + metronidazol 
• Clindamicina + 
ciprofloxacino/levofloxacino/gentamicina/
azitromicina (se alérgico à 
penicilina/cefalosportina) no caso vc dá clinda 
+ uma das outras opções, n é pra bombardear o 
paciente com ATB não 
Não necessita de ATB pós operatória. 
Se perfurada, opções: 
• Betalactamico ou inibidor de beta 
lactamase 
• Cefalosporina de 3º geração + metronidazol 
O ideal é escalonar conforme a cultura e continuar 
a terapia enquanto houverem indícios 
clínicos/laboratoriais de infecção. 
Complicações 
Infecção 
Mais comum em pacientes com apendicite 
perfurada. A conduta é manter a ATB de amplo 
espectro. 
Pileflebite 
Trombose séptica da veia porta e seus ramos. É 
rara, mas podemos considerar quando o paciente 
tem febre + alteração nos marcadores de função 
hepática.

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