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Natasha Stephanie - Obstetrícia Infecções no ciclo gravídico - puerperal A maioria das infecções que ocorrem nesse período são assintomáticas. Logo, se faz necessário realizar o rastreamento. O rastreamento de rubéola e de citomegalovírus não é indicado, pois não há medicações que mudem a conduta no pré-natal. Rastreamento da sífilis Deve ser feito na primeira consulta pré-natal (idealmente, no primeiro trimestre de gestação), no início do terceiro trimestre (28a semana) e no momento do parto ou aborto, independentemente de exames anteriores. Em todos os casos de gestantes, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste reagente, treponênico ou não treponêmico, sem aguardar o resultado do segundo teste. Quando o TR treponêmico for utilizado como o primeiro teste, nos casos reagentes, já se deve iniciar o tratamento com uma dose de penicilina benzatina e uma amostra de sangue venoso deverá ser coletada e encaminhada para realização de um teste não treponêmico laboratorial e definição do diagnóstico. A penicilina benzatina é a única opção segura e eficaz para tratamento adequado das gestantes. Natasha Stephanie - Obstetrícia As parcerias sexuais de gestantes com sífilis podem estar infectadas, mesmo apresentando testes imunológicos não reagentes; portanto, devem ser tratadas presumivelmente com apenas uma dose de penicilina benzatina IM (2.400.000 UI). No caso de teste reagente para sífilis, seguir as recomendações de tratamento da sífilis adquirida no adulto, de acordo com o estágio clínico da infecção, utilizando preferencialmente penicilina benzatina. É indicação de sucesso de tratamento a ocorrência de diminuição da titulação em duas diluições dos testes não treponêmicos em três meses, ou de quatro diluições em seis meses após a conclusão do tratamento (ex.: pré-tratamento 1:64 e em três meses 1:16, ou em seis meses 1:4). Natasha Stephanie - Obstetrícia Rastreamento da hepatite B Deve ser feito HBsAg na primeira consulta do pré-natal. Se o resultado for não- reagente e não houver história de vacinação prévia, recomenda-se a vacinação. Caso a gestante apresente-se no momento do parto sem ter realizado todas as doses da vacina, deve- se proceder à testagem dessa gestante para hepatite B na maternidade. Rastreamento para Hepatite C Deve ser feito de acordo com o histórico de comportamento de risco para exposição ao hcv. Rastreamento de toxoplasmose Deve ser feito na primeira consulta de pré-natal, solicitando-se IgG e IgM. Se a paciente for susceptível (IgG e IgM negativos), deve-se repetir a cada 3 meses (idealmente mensal) e no parto. No caso de a paciete ser IgG + e IgM -, isso indica ifecção ocorrrida há mais de seis meses, ou seja, antes da gestação, não havendo necessidade de solicitar novas sorologias. Deve-se manter os cuidados gerais de preveção. Se a paciente for IgG - e IgM +, pode se tratar de uma infecção muito recente ou de resultado falso positivo. Deve-se etão iniciar, imediatamente, a espiramicina para evitar a trasmissão vertical. Em duas a três semanas, deve-se repetir a sorologia. Se o IgM persistir e o IgG positivar, realmete se trata de uma infecção e se inicia o tratamento com sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico. Se a IgM vier positiva ou negativa e a IgG negativa, suspende-se a espramicina e deve- se repetir a sorologia após 1 mês. Se a paciente for IgG e IgM positivos, deve-se iniciar espiramicina imediatamente, pois há a possibilidade da infecção ter ocorrido durante a gestação. Então, solicita-se o teste de avidez do IgG (quão mais velho for o IgG, maior a sua avidez). Dessa forma, se houver forte ou alta avidez de IgG, isso idica que a infecção é, provavelmente, anterior à gestação e, com isso, deve-se interromper o uso da espiramicina. Se houver fraca/baixa avidez de IgG, tendo- se IgM e IgG fracamente positivos, provavelmente a infecção é aguda. Frente a isso, substitui- se a espiramicina pelo esquema tríplice espiramicina/pirimetamina/ácido folínico a partir da 16a semana de gestação. Deve-se solicitar um USG fetal mensal ou bimensal para rastrear acometimetos fetais, deve-se também ecaminhar a paciente para o pré-natal de alto risco para realizar a amniocetese após a 18a semana de gestação com o objetivo de confirmar se houve infecção. Não esquecer que o teste de avidez só deve ser solicitado até a 16a semana de gestação, pois é o maior intervalo que ele detecta ocorrência de infecção. Pacientes com mais de 16 semanas devem ser tratadas considerando que se trata de uma infecção recente. Rastreamento do HIV Deve ser feito na primeira consulta pré-natal (idealmente, no primeiro trimestre de gestação), no início do terceiro trimestre (28a semana) e no momento do parto ou aborto, independentemente de exames anteriores. Também deve ser feito sempre que houver história de exposição de risco ou de violência sexual. Natasha Stephanie - Obstetrícia O s t e s t e s rápidos são o s t e s t e s de e s c o l h a , pois t ê m a l t a sensibilidade e resultado imediato, possibilitando início precoce da TARV. O anti-HIV também pode ser utilizado, mas é necessário se certificar que o resultado deste sairá em até 14 dias. Pacientes HIV+ devem ser encaminhadas ao pré-natal de alto risco. No caso da paciente apresentar complicações, como AIDS ou coinfecções associadas, ela deve ser encaminhada a serviços subespecializados. Altas cargas virais estão associadas a alto risco de transmissão vertical. Por isso, faz-se de grande importância o diagnóstico precoce para a redução desta e, assim, da transmissão vertical. Além disso, a carga viral também auxilia no seguimento da paciente e na definição da via de parto. A TARV está indicada para toda gestante infectada pelo HIV, independentemente de critérios clínicos e imunológicos, e não deverá ser suspensa após o parto, independendtemente do nível de LT-CD4+ no momento do início do tratamento. Em mulheres com CV desconhecida ou maior que 1.000 cópias/mL após 34 semanas de gestação, a cesárea eletiva a partir da 38a semana de gestação diminui o risco de TV do HIV. Para gestantes em uso de TARV e com supressão da carga viral sustentada, caso não haja indicação de cesárea por outro motivo, a via de parto vaginal é indicada. Em mulheres com CV-HIV <1.000 cópias/mL, mas DETECTÁVEL, pode ser realizado parto vaginal, se não houver contraindicação obstétrica. No entanto, o serviço deve estar ciente de que essa mulher tem indicação de receber AZT intravenoso. Recomenda-se que toda puérpera vivendo com HIV/aids seja orientada a não amamentar. Ao mesmo tempo, ela deve ser informada e orientada sobre o direito a receber fórmula láctea infantil. Inclusive, antes da alta da paciete, esta deve receber medicamento para inibir a lactação, para se evitar mastite e ingurgitamento mamário.
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