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Abdômen agudo hemorrágico · Sangue dentro da cavidade peritoneal – repercussões locais e sistêmicas. · Exemplos. · Mulheres em idade fértil com gravidez ectópica rota. · Cistos ovarianos hemorrágicos – podem romper. · Aneurismas rotos, principalmente de aorta. · Faixa etária mais velha, com comorbidades. · Muitas vezes a hemorragia é retroperitoneal, com dor lombar. · Lesão de viscera parenquimatosa. · Lesão de vasos abdominais. · Artéria esplênica – secundário a pancreatite aguda. · Rotura de lesões hepáticas – adenoma e hemangioma. Qual a manifestação clínica mais importante do abdômen agudo hemorrágico? · Condição abdominal de início agudo, que necessita de intervenção médica e habitualmente inicia como dor abdominal. · Eventualmente, situações agudas não precisam, necessariamente, de cirurgia. · A dor normalmente é súbita, mas o sangue não irrita a cavidade abdominal de imediato. · Não é esperado imediatamente um abdômen em tábua. · O mais importante são os sintomas sistêmicos de choque hipovolêmico. · A irritação peritoneal causada pelo sangue pode não ser o que mais repercute e causa dor, mas precisamos nos preocupar com A PERDA MACIÇA DE SANGUE, que pode levar o paciente a um choque hipovolêmico. · Importante realizar um exame físico sistêmico – palidez, taquicardia, hipotensão portural, pressão de pulso, enchimento capilar. · Exame físico abdominal relativamente pobre. · SINAIS DE CHOQUE IMPORTANTE. Quadro clínico · A dor geralmente é súbita. · Principalmente em casos de gravidez ectópica com rompimento de trompa. · Escape vaginal sanguinolento. · Ligadura de trompa anterior. · DIP. · Palidez. · Sucorese fria. · Agitação · Taquicardia. · Hipotensão. · Sinais semiológicos clássicos: · Hemorragia retroperitoneal – Cullen (equimose periumbilical) /Gray Turner (equimose em região lombar). · Sinal de Kher – dor irradiada em ombro esquerdo devido a ruptura do baço. · Irritação do diafragma do lado esquerdo. · Rotura de baço em dois tempos · Aumenta a pressão subcapsular, que causa o rompimento do baço. · Dor costuma ser maior em decúbito dorsal – sangue irrita diafragma e nervo frênico. Classificação do choque · Repor a volemia. · Parar o sangramento. · É preciso saber o quanto se perdeu de sangue para realizar a reposição volêmica adequada. Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4 Perda sanguínea (% volume sanguíneo) < 15% 15 e 30% 31 e 40% > 40% Frequência de pulso Nl Nl/ aumentado (hipotensão postural) Aumentado. Aumentado PA Nl Nl Nl/diminuído Diminuído Pressão de pulso Nl Diminuído Diminuído Diminuído Frequência respiratória. Nl Nl Nl/aumentado Aumentado Diurese Nl Nl Diminuído Diminuído Glasgow Nl Nl Diminuído Diminuído Déficit base 0 a -2 mEq -2 a -6 mEq - 6 a -10 mEq - 10 mEq ou menos Reposição volêmica Apenas monitorizar. Considerar reposição volêmica. 1000ml de ringuer lactato – avaliar resposta a infusão volêmica. Reposição sanguínea com tipo específico e prova cruzada. Reposição de ringuer lactato. Reposição maciça 2 Concentrado. 1 Plasma fresco Plaqueta. Abordagem clínica · Identificar grau de choque hipovolêmico. · Vias aéreas livres, com ventilação adequada. · Reposição volêmica de acordo com o grau de choque. · Choque – troca do equilíbrio aeróbio para o anaeróbio, devido a má perfusão – acontece aumento da produção de lactado – aumento de frequência respiratória para tentar eliminar o excesso de ácido no organismo Quando devemos administrar sangue e hemoderivados no abdômen agudo hemorrágico? - Tem parâmetro hematimétrico mínimo? · Não é paciente crônico, é paciente agudo, então o que norteia a reposição volêmica é o grau de choque e não os índices hematimétricos. · Não precisa esperar laboratoriais para realizar reposição de hemoderivados. Diagnóstico · Suspeita clínica. · US – Presença de liquido livre. · Lavado peritoneal diagnostico. · Punção de fundo de saco de douglas – posterior ao colo do útero, se coloca um espéculo e punciona com a agulha. · Se paciente estável hemodinamicamente. · Tomografia. · Ultrassonografia. · Mulher em idade fértil com dor abdominal – sempre fazer exame de gravidez. Gravidez ectópica rota · 1 a 2% das gestações. · 95% das gestações ectópicas estão na trompa. · Fatores de risco: · Mulher em idade fértil. · DST – clamídia. · Infertilidade. · Laqueadura ou reconstrução tubária. · Endometriose. · DIU. · Caso – paciente com dor abdominal, sinal de grey turner e cullen, com aumento de amilase – investigar gravidez ectópica. · Quadro clinico: · Dor abdominal aguda. · Atraso menstrual. · Sangramento vaginal anormal após período de amenorreia. · Choque hipovolêmico. · Dor à mobilização uterina. · Abaulamento doloroso em fundo de saco. · Sinal de proust ao toque vaginal. · Diagnóstico · US. · Lavado peritoneal. · Culdocentese – punção de fundo de saco. · Sangue não coagulado comprova a gravidez ectópica rota. · Tratamento cirúrgico · Laparotomia ou videolaparoscopia? Aneurisma de aorta abdominal · Quadro clássico com tríade em 30% dos casos. · Dor abdominal ou lombar, hipotensão e massa pulsátil. · Aneurisma roto · Parede posterior – retroperitônio – 80% · Dor abdominal ou lombar com choque hipovolêmico. · Tratamento – endovascular ou cirurgia aberta. · Se aberta – Substituição do aneurisma pela prótese + envolve a prótese com o aneurisma para evitar contato com vísceras abdominais. 1 Caroline Zanella ATM 2022/a
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