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APX1 Espaços Sociais de Formação Humana 2020 2

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD
Avaliação Presencial X (AP1) – 2020.2
DATA LIMITE DE ENTREGA – 26/09 ATÉ ÀS 18h
Disciplina: Espaços Sociais de Formação Humana
Coordenadora: Jaqueline Luzia da Silva
1- Machado (2008) associa a prática da Pedagogia Social à busca pela construção de uma sociedade includente, humana, ética e justa, política e socialmente. Diante desta perspectiva, como se define o Educador Social e como este necessita atuar nos diversos espaços sociais de formação humana? (3,0)
Resposta: Machado (2008) faz um resgate histórico acerca do conceito e da prática da Pedagogia Social. Segundo ele, não há um consenso concernente a nomenclatura utilizada pelo profissional da Pedagogia Social, sendo Educador Social a forma mais difundida. Como exemplo, é possível citar que em países como Alemanha, Portugal, Espanha e Dinamarca, o Educador Social é visto como uma figura polivalente que atua na recuperação de indivíduos e auxílio sócio-cultural; na Holanda, Suíça, Bélgica e França, o profissional é um Educador Especializado com formação específica para atendimento voltado à recuperação e prevenção; nos países da América Latina, em alguns países apesar de a profissão ser regulamentada, ainda é pouco conhecida.
	A Pedagogia Social define-se como teoria e como prática de intervenção educativa. Ela está relacionada com a educação não formal e sócio comunitária. Com isso, definimos o Educador Social através de seus campos de ação, que podem ser o social (em concordância com seu campo de trabalho) e o interventivo, que ainda precisa de demarcação teórica devido a ideologias, filosofia e visão antropológica, segundo o próprio Machado (2008). Desta forma, o Educador Social possui a Pedagogia Social como referência para seu trabalho e atua no campo das intervenções socioeducativas. Dentre essas intervenções podemos citar a atenção a grupos marginalizados como presidiários e minorias étnicas, promoção da condição social da mulher, na educação de adultos, na animação sociocultural. A Pedagogia Social, então surge com o objetivo de impulsionar a renovação social através da educação, reduzindo conflitos políticos. Ela aborda os aspectos sociais da educação e associa-se à Educação Popular.
	No entanto, algumas medidas são necessárias em qualquer espaço de trabalho, como o olhar atento aos problemas sociais presentes no mundo contemporâneo. O Educador Social necessita ter um olhar atento aos problemas sociais do mundo a sua volta para que consiga atuar nos diversos espaços de formação humana de acordo com as demandas sociais do lugar que atua e da sociedade, buscando auxiliar de forma educativa, pessoas e grupos com realidades sociais desfavorecidas, não de maneira assistencialista, mas pensando na socialização dos indivíduos. Assim, o atendimento às necessidades sociais das pessoas será sempre um caminho para Educação pautada na construção da cidadania, permeada pela igualdade, liberdade e democracia.
2 - Moura e Zuchetti (2006) nos trazem a concepção da Pedagogia Social, comparando com as práticas de educação não escolar presentes no Brasil. Esta aproximação nos ajuda a problematizar a educação como um processo mais amplo, que ocorre em diferentes tempos e espaços, e não somente na escola. Com base neste texto, aponte e problematize as possíveis convergências e/ou divergências existentes entre os pressupostos teórico-filosóficos e metodológicos da Pedagogia Social e das práticas de educação não escolar, construídas e consolidadas no Brasil. (3,5)
Resposta: O texto proposto pela disciplina pontua que a Educação é um processo amplo, que abrange não somente o contexto institucional escolar e suas perspectivas acadêmicas, científicas e metodológicas, como também os demais cenários da vida cotidiana, a exemplo do seio familiar e mais espaços onde os indivíduos se correlacionam ao longo de sua vida. Nesse contexto, a Pedagogia Social aborda processos educativos que acontecem em espaços não formais, ou seja, fora dos das escolas. Assim, a Educação não escolar, ocorre no campo social buscando a emancipação humana.
	De acordo com as experiências mencionadas pelas autoras em Portugal e na Espanha, por causa do grande crescimento das populações desempregadas ou com subempregos, houve também o crescimento de ações assistenciais e práticas caritativas, o que nem sempre garante os direitos sociais dos indivíduos. Dessa maneira, de forma geral, as atividades de educação social na Europa se apresentam através de ações socioeducativas centradas nas pessoas que vivem em condições de vulnerabilidade social como presidiários, mulheres, jovens e crianças em situação de risco. Contudo, as experiências adquiridas propiciaram a construção de pressupostos teóricos metodológicos que definiram a profissionalização da Pedagogia social, voltados para setores como a educação para o consumo, a educação de adultos, a educação especial, entre outros. Mesmo sendo uma profissão nova, ela se diferencia dos trabalhadores sociais e de assistentes sociais em relação às suas práticas e especificidades, visto que devem oferecer respostas educativas a desafios sociais, econômicos e culturais. Dessa maneira, a Pedagogia Social na Europa é vista como uma ciência prática, onde valores como justiça, igualdade, fraternidade e os princípios da sociedade democrática a orientam e lhes dão suporte.
	Já no Brasil, ao longo das últimas décadas, observou-se que a Educação social tem se apresentado através de uma crescente gestão de projetos realizados por Organizações Não Governamentais. Essas organizações, em sua maioria, possuem cunho apenas assistencialista, com ações pontuais e de baixo custo, voltadas para grupos com vulnerabilidade social, onde não se busca a transformação social de seus participantes ou mesmo o desenvolvimento de conscientização de direitos e deveres, mas somente sua inclusão social, ou seja, não há a preocupação com o desenvolvimento da consciência crítica das pessoas assistidas.
	Concomitantemente a isso, as autoras pontuam que, diferentemente do cenário europeu, as práticas observadas nesses projetos não possuem análises dos processos educativos que trabalham e geralmente são conduzidas cada vez mais por pessoas sem formação – como voluntários e estagiários – colaborando para a desqualificação das ações de formação oferecidas que refletem muito mais as políticas assistencialistas do que aquelas voltadas para a construção da cidadania. Assim, a Educação não escolar no Brasil necessita de mais discussões e aprofundamento teórico nas discussões acerca de suas práticas e sobre a sociedade em que vivemos.
3 - Santana, Doninelli, Frosi e Koller (2004) apresentam uma pesquisa sobre instituições de atendimento a crianças e adolescentes em situação de rua. A pesquisa aponta contradições entre os documentos das instituições e a realidade das mesmas. Muitos são os desafios apresentados por este trabalho para as(os) pedagogas(os) e outros profissionais que o realizam. A partir da leitura do texto, discuta o papel das instituições de atendimento a crianças e adolescentes em situação de rua e a atuação da(o) pedagoga(o) nestes espaços.(3,5)
Resposta: As autoras apresentaram um estudo de algumas instituições de atendimento a crianças e adolescentes em situação de rua na cidade de Porto Alegre. Elas observaram que existem grandes discrepâncias encontradas entre os documentos oficiais e a realidade vividas nas instituições, o que os leva se tornarem ultrapassados.
	Dessa maneira, pontuam que as instituições para crianças foram criadas essencialmente para a retirada delas das ruas e livrar a sociedade do problema social que representam, funcionando como um depósito de crianças abandonadas e de menores infratores com uma visão meramente assistencialista. Contudo, com a implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em 1990, algumas mudanças começaram a ser sentidas. Na cidadecitada no documento, as instituições têm procurado se adequar a proposta de uma educação integral, unindo esforços com o governo e a sociedade civil, de forma suprir as necessidades que esses jovens e crianças possuem, tentando minimizar os processos de exclusão a que foram submetidos. Para isso, buscam prover não só essas necessidades básicas, como também promover a cidadania.
	Entretanto, ainda que os documentos oficiais das instituições apontem para a construção da Educação e desenvolvimento integral das crianças e jovens assistidos, as lacunas existentes e observadas pelas pesquisadoras demonstram que esse objetivo não consegue ser atingido. E essa é uma realidade observada em diversos lugares do país, seja por causas financeiras (falta de verbas suficientes), por causa da dificuldade de manter profissionais qualificados que consigam dar prosseguimento aos programas estabelecidos (existe alta rotatividade de funcionários e coordenadores nas instituições), de políticas públicas ineficientes que não abarcam a totalidade das necessidades das instituições e da população assistida ou mesmo pela falta de frequência regular dos jovens e crianças nessas instituições, que possuem grande dificuldade de se adaptarem às rotinas existentes, o que faz da rua a maior concorrente das instituições pela atenção dessa população.
	 Sendo assim, em vista do exposto, é possível pontuar que o pedagogo possui grandes desafios no trabalho nesses espaços. Dentre suas atribuições, está a de fomentar a discussão de políticas públicas que promovam suprir as necessidades dessas instituições atendidas e que auxiliem o trabalho dos profissionais envolvidos. Também precisa formular estratégias que otimizem o trabalho com a equipe pedagógica e os outros funcionários, auxiliar no desenvolvimento de suas competências e habilidades, assim como elaborar propostas de ensino e aprendizagem que consigam atrair os jovens e crianças para esses espaços não escolares. Essa população precisa se sentir acolhida para ter o desejo de retornar e participar das atividades propostas, possibilitando a continuidade do trabalho de reinserção social e a construção da cidadania, a qual todos têm direito.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
	MACHADO, Evelcy Monteiro. A pedagogia social: diálogos e fronteiras com a educação não formal e educação sócio comunitária. Cidade_seminformação, 2008.
	MOURA, Eliana e ZUCHETTI, Dinora Tereza. Explorando outros cenários: educação não escolar e pedagogia social. Educação Unisinos, vol. 10 (3): 228-236, set./dez, 2006.
	SANTANA, Juliana Prates; DONINELLI, Thaís Mesquita; FROSI, Raquel Valiente; KOLLER, Sílvia Helena. Instituições de atendimento a crianças e adolescentes de rua. Psicologia & Sociedade; 16 (2): 59-70; maio/ago. 2004.

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