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Aula 19 - AIES 1 🧬 Aula 19 - AIES Classe MDD II Criação Materiais Propriedade Revisado Tipo 3° Semestre Inflamação: É uma resposta protetora do hospedeiro a invasores estranhos e a tecidos necróticos, porém ela mesma pode causar a lesão tecidual. Os principais componentes da inflamação são a resposta vascular e a resposta celular, sendo que ambas são ativadas por mediadores derivados de proteínas plasmáticas e de varias células. As etapas da resposta inflamatória são 5 1 Reconhecimento do agente lesivo 2 Recrutamento de leucócitos 3 Remoção do agente lesivo 4 Regulação (controle) da resposta 5 Resolução (reparo celular). O resultado da inflamação aguda é a eliminação do estímulo nocivo, seguida do declínio da reação e o reparo do tecido lesionado ou da lesão persistente, que pode resultar em uma inflamação. Jun 14, 2021 556 PM Aula 19 - AIES 2 Inflamação aguda: Caracterizada por apresentar: Alterações vasculares Recrutamento de neutrófilos Mediadores É rápida, chegando a durar minutos ou horas Possui um infiltrado celular com a presença principalmente de neutrófilos Apresenta sinais locais e sistêmicos proeminentes. Quando progressiva, a inflamação local pode virar uma inflamação crônica. Lesão: Infarto Infecções bacterianas Toxinas Trauma Resolução: Remoção dos estímulos nocivos Remoção dos mediadores e células inflamatórias agudas Substituição das células lesionadas Voltar a função normal Cura: Fibrose: perda da função e cicatrização Inflamação Crônica: Aula 19 - AIES 3 Angiogênese Infiltrado celular mononuclear Fibrose (cicatriz) Costuma ser de longa duração (semanas e meses). Possui um infiltrado celular contendo principalmente monócitos/macrófagos e linfócitos. Os sinais e sintomas são menos proeminentes, podendo ser sutis. Controle Endócrino da Inflamação: Cortisol: Produzido no cortéx da suprarrenal Tipo hormônio esteroide – lipossolúvel Produzido conforme a demanda, não é armazenado Precisa de uma proteína carreadora (albumina) para ser transportado pela corrente sanguínea Lembrando: CRH à ACTH à cortisol. O cortisol atua sob o sistema imune, fígado, músculo, tecido adiposo. O estresse aumenta a liberação desse hormônio. Inflamação Induzida por cortisol: O cortisol induz as células imunes por meio de citocinas, para que ocorra a inflamação. Ao mesmo tempo, essa inflamação induz o hipotálamo para que haja a produção de cortisol por meio de todo o processo endócrino. Mecanismos moleculares: Os mecanismos de controle da inflamação podem ser dependentes ou independentes da expressão gênica. O cortisol ao entrar na célula, se liga a um receptor intracelular, podendo este estar no citoplasma ou no núcleo. Quando este está presente no citoplasma, o Aula 19 - AIES 4 cortisol vai ter uma ação direta, atuando sob proteínas, bloqueando algumas de suas funções. Porém o cortisol pode se ligar também a receptores nucleares, atuando então sob a expressão gênica, podendo potencializar ou bloquear a ação dos genes inflamatórios. Pode bloquear o NFkB, que é um gene inflamatório. Efeitos Anti-inflamatórios do cortisol: Fase de alarme da inflamação: PAMP e DAMPs interagem com PRRs, causando a produção de mediadores inflamatórios, incluindo citocinas, prostaglandinas E2 PGE2, leucotrienos B4 LTB4 e histamina. Glicorticoides (GCs): diminuem a sinalização de PRRs, FCeRs e receptores de citocinas. Fase de mobilização da inflamação: mediadores inflamatórios induzem as moléculas de adesão e quimiocinas, levando ao recrutamento de leucócitos para o tecido, principalmente os neutrófilos. Glicorticoides (GCs): inibem a expressão de E-selectina, quimiocinas e integrinas, levando a redução do recrutamento de leucócitos. Fase de resolução da inflamação: glicorticoides (GCs) promovem a diferenciação de macrófagos M2, que fagocitam neutrófilos apoptóticos e secretam fatores anti-inflamatórios. Resolução da Inflamação: cicatrização da lesão, caracterizada pela reestruturação do epitélio, deposição do colágeno e angiogênese. Glicorticoides (GCs): inibem seus processos de cicatrização ideal, visto que esses processos dependem da redução da produção de glicorticoides. Efeitos do cortisol sobre a resposta imune adaptativa: Diminuição da ativação de linfócitos T por APCs Inibição da diferenciação de linfócitos Th1 e Th17. Indução da diferenciação de linfócitos Th2 e Treg. Aula 19 - AIES 5 Fármacos Corticoides (AIEs): Podem ser usados para tratar: Doenças alérgicas Distúrbios Vasculares (lúpus) Doenças oculares Doenças gastrointestinais Distúrbios hematológicos Inflamações sistêmicas Infecções *: porém não costuma ser indicado para isso, usado apenas em exceções. Efeitos Colaterais: A dose dos corticoides deve ser mantida o mais baixo possível, e deve-se utilizar uma administração intermitente quando possível. Deve ser feito o aumento gradativo da dose, até atingir a dose necessária para o cessamento dos problemas. Corticoides usados por curtos períodos de tempo (< 2 semanas), não é comum se observar a ocorrência de efeitos colaterais graves, mesmo com o uso de doses altas. No tratamento contínuo com corticoide, podemos ter como consequência a atrofia da suprarrenal, devido ao feedback negativo que ocorre porque o cortisol sintético inibe a produção de cortisol natural, atrofiando esta região. Portanto, nesse tipo de tratamento, devemos fazer uma diminuição da dose gradativamente. O uso desses medicamentos tem efeitos colaterais em quase todos os sistemas, como endócrino, nervoso, digestório... Síndrome de Cushing: Aula 19 - AIES 6 Doses diárias de 100mg ou mais de hidrocortisona (ou a quantidade equivalente de esteroide sintético) por mais de 2 semanas, pode levar à Síndrome de Cushing O desenvolvimento da Síndrome de Cushing ocorre a depender da dose do medicamento e da constituição genética do paciente.