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Lais Nascimento Feitosa MEDICINA Hipófise » A hipófise ou pituitária localiza-se em uma cavidade do osso esfenoide - a sella túrcica - que é um importante ponto de referência radiológico. A hipófise se liga ao hipotálamo, situado na base do cérebro, por um pedículo que é a ligação entre a hipófise e o sistema nervoso central. EMBRIOLOGIA » O sistema nervoso central surge inicialmente na extremidade cefálica no desenvolvimento do embrião. No final da 4º semana do desenvolvimento, formam-se 3 vesículas encefálicas primárias, já no início da 5º semana do desenvolvimento essas vesículas se subdividem e formam 5 vesículas encefálicas secundárias. As vesículas primárias são: prosencéfalo – dá origem ao telencéfalo e diencéfalo, mesencéfalo que prossegue como mesencéfalo e o rombencéfalo – dá origem metencéfalo e mielencéfalo. » O diencéfalo está relacionado a formação da hipófise. » Ela tem origem embriológica dupla: nervosa e ectodérmica. A porção de origem nervosa se desenvolve pelo crescimento do assoalho do diencéfalo em direção caudal e a porção ectodérmica da hipófise se desenvolve a partir de um trecho do ectoderma do teto da boca primitiva (estomodeu) que cresce em direção cranial formando a bolsa de Rathke. Uma constrição na base dessa bolsa acaba separando-a da cavidade bucal. Ao mesmo tempo, a parede anterior da bolsa de Rathke se espessa, diminuindo o tamanho da cavidade da bolsa, que se torna reduzida a uma pequena fissura. A porção originada do diencéfalo mantém continuidade com o sistema nervoso, constituindo o pedículo da glândula. ANATOMIA » Em razão de sua origem embriológica dupla, a hipófise consiste, na realidade, em duas glândulas: a neuro-hipófise e a adeno- hipófise, unidas anatomicamente e tendo funções diferentes, porém inter-relacionadas. » A neuro-hipófise, a porção de origem nervosa, consta de uma porção volumosa - a pars nervosa, do seu pedículo de fixação e da eminência mediana. » A porção originada do ectoderma - a adeno-hipófise - não tem conexão anatômica com o sistema nervoso. É subdividida em três porções: a primeira e mais volumosa é a pars distalis, a segunda é a porção cranial ou pars tuberalis que abraça o pedículo da neuro-hipófise e a terceira, denominada pars intermedia, é uma região rudimentar na espécie humana, intermediária entre a neuro-hipófise e a pars distalis, separada desta última pela fissura restante da cavidade da bolsa de Rathke. » O pedículo da neuro-hipófise junto com a pars tuberalis da adeno-hipófise formam o infundíbulo. O infundíbulo une o hipotálamo a hipófise. » A glândula é revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo, contínua com a rede de fibras reticulares que suporta as células do órgão. » Suprimento sanguíneo: A pars distalis é responsável pela secreção de hormônios que controlam outros órgãos endócrinos importantes. Para entender bem o controle da secreção de hormônios pela Lais Nascimento Feitosa MEDICINA pars distalis é necessário conhecer o suprimento sanguíneo da hipófise como um todo. Ele é feito por dois grupos de artérias originadas das artérias carótidas internas: as artérias hipofisárias superiores, direita e esquerda, irrigam a eminência mediana e o infundíbulo; as artérias hipofisárias inferiores, direita e esquerda, irrigam principalmente a neuro-hipófise. Já a adeno-hipófise, é irrigada pelas veias porta-hipofisárias. No infundíbulo as artérias hipofisárias superiores formam um plexo capilar primário , cujas células endoteliais são fenestradas. Os capilares do plexo primário se reúnem para formar vênulas e pequenos vasos que se encaminham para a pars distalis, onde se ramificam novamente, formando um extenso plexo capilar secundário. O suprimento sanguíneo da pars distalis é feito, portanto, de sangue vindo principalmente do infundíbulo através do sistema porta-hipofisário. Através desse sistema vascular vários neuro-hormônios produzidos no hipotálamo são levados diretamente do infundíbulo à pars distalis, controlando a função de suas células. O sangue venoso desse sistema sai por diversas veias hipofisárias. » Há no sistema hipotálamo-hipofisário pelo menos três locais em que são produzidos diferentes grupos de hormônios: Peptídios produzidos por agregados de neurônios secretores situados no hipotálamo, nos núcleos supraópticos e paraventriculares. Os hormônios produzidos nos corpos celulares desses neurônios são transportados ao longo dos seus axônios e acumulados nas terminações destes axônios, situadas na pars nervosa da neuro-hipófise. Quando estimulados, esses neurônios liberam a secreção que se difunde pelo meio extracelular e entra em capilares sanguíneos da neuro-hipófise. Esses capilares originam vênulas e veias que acabam distribuindo os hormônios pelo corpo. Peptídios produzidos por neurônios secretores dos núcleos dorsomediano, dorsoventral e infundibular do hipotálamo. Esses hormônios são levados ao longo dos axônios até suas terminações na eminência mediana, onde são armazenados. Quando liberados os hormônios entram nos capilares que formam o plexo capilar primário na eminência mediana e são transportados para a pars dista/is por vasos que comunicam o plexo capilar primário com o plexo secundário. Esses hormônios controlam a secreção de hormônios da pars distalis Proteínas e glicoproteínas produzidas por células da pars distalis. Esses hormônios entram nos vasos que formam o segundo trecho do sistema porta-hipofisário, o plexo capilar secundário. Deste plexo são transportados por veias e são distribuídos pela circulação sanguínea. » Relações anatômicas: a hipófise tem relação direta com o quiasma óptico, ele se localiza superiormente a sella túrcica, onde está a hipófise. Se houver um tumor na hipófise ele poderá comprimir o quiasma do paciente, perdendo sua visão periférica. Ao só crescer sem interferir na função do órgão é um tumor não funcional. » Os tumores da hipófise são, em sua grande maioria, benignos e aproximadamente dois terços produzem hormônios, o que resulta em sintomas clínicos. Os tumores podem produzir hormônio de crescimento, prolactina, ACTH e, menos frequentemente, hormônio tlreotrófico. Quando há produção excessiva de hormônio do crescimento na infància ou na adolescência produz-se o gigantismo, caracterizado pela grande estatura do indivíduo acometido. Quando a produção excessiva ocorre no adulto há um crescimento das extremidades (pés, mãos, mandíbula, nariz), pois as cartilagens epifisárias não existem mais. Essa condição é denominada acromegalia. A secreção deficiente de hormônio do crescimento na infância produz o nanismo hipofisário, que é uma situação em que o indivíduo apresenta baixa estatura, principalmente devido ao pequeno crescimento dos ossos longos. Essa situação pode ser corrigida pela administração de hormônio do crescimento. O diagnóstico clínico dos tumores da adeno- hipófise pode ser confirmado por meio de métodos imunocitoquímicos, após a remoção cirúrgica do tumor. Lais Nascimento Feitosa MEDICINA HISTOLOGIA » A parte mais fortemente corada é a adeno- hipófise, a parte verdadeiramente glandular, produz, sintetiza e armazena os hormônios. E a parte menos corada é a neuro-hipófise, possui fibras nervosas. » Adeno-hipófise: originada do ectoderma. Pars distalis – mais volumosa, pars tuberalis – porção cranial que abraça o infundíbulo e pars intermedia – região rudimentar. É formada por cordões e ilhas de células epiteliais cuboides ou poligonais produtoras de hormônios, os hormônios produzidos pelas células secretoras são armazenados em grânulos de secreção. Células secretoras: no corte histológico da adeno-hipófise podemos encontrar 3 tipos de células:cromófilas: acidófilas e basófilas (bem coradas) e as cromófobas (pouco coradas). Células basófilas: possuem uma cor mais roxinha (hematoxilina) e a partir delas são secretados os hormônios: FSH/LH: gonadotrofo ACTH: corticotrofo TSH: tireotrofo Células acidófilas: possuem uma cor mais para a rosinha (eosina) e secretam os hormônios: PRL: lactotropo GH: somatotrofo Células cromófobas: elas não se coram porque não possuem afinidade por nenhum corante. Elas também não produzem/secretam nenhum tipo de hormônio. » Neuro-hipófise: originada do sistema nervoso. A neurossecreção armazenada na pars nervosa consiste em dois hormônios, ambos peptídeos. A composição de aminoácidos desses dois hormônios é ligeiramente diferente, resultando em funções muito diferentes. São eles: a ocitocina e a vasopressina-arginina, também chamada hormônio antidiurético (ADH). Pituícitos: tipo específico de célula glial muito ramificada. O seu papel principal é auxiliar o armazenamento e libertação dos hormônios como o ADH e ocitocina, também auxilia na sustentação das células. Lais Nascimento Feitosa MEDICINA Corpos de Herring: neurossecreção é transportada ao longo dos axônios e se acumula nas suas extremidades, situadas na pars nervosa. Seus depósitos formam estruturas conhecidas como corpos de Herring. HORMÔNIOS NEURO-HIPÓFISE ADH » Estimula a reabsorção de água no rim (concentra a urina). » Aumenta o tônus vascular. » A osmolaridade (balanço de água no corpo), está balanceado positivamente quando entra mais água do que sai e negativamente quando sai mais água do que entra. » O sódio é o principal componente da osmolaridade plasmática. » Ao ver hipernatremia ou hiponatremia, deve- se pensar em problemas hídricos, de diluição. » Existem 2 estímulos para a produção de ADH: Osmolaridade – osmorreceptores (cérebro). Volume sanguíneo – barorreceptores (coração). » O ADH regula a diurese através da reabsorção de água nos ductos coletores. A interação entre o hormônio e os receptores da vasopressina tipo 2 (V2R), situados na membrana basal lateral dos ductos coletores corticais ativa proteínas Gs, estimulando a adenilatociclase e a produção do AMP cíclico, com ativação da proteina kinase A. Esse processo inicia a cascata de fosforilação até promover a translocação dos canais de água da aquaporina 2 (AQP2) para a membrana apical da célula e consequente aumento da permeabilidade à água. A presença desses canais permite o fluxo de água do lúmen hipotônico para o interstício hipertônico do néfron. Na ausência de ADH, os canais da aquaporina 2 sofrem endocitose e retornam às vesículas para reciclagem. Pelo menos cinco tipos de AQPs já foram identificados nos rins. O transporte transepitelial de água é assegurado no polo luminal pela AQP2 e no polo basolateral pelas AQP3 e AQP4. Diminuição da expressão da AQP2 provoca poliúria e, em situações de retenção hídrica, tais como insuficiência cardíaca e gravidez, os níveis de AQP2 estão aumentados. » Lesões do hipotálamo que destroem as células produtoras de ADH causam a doença diabetes insípido, caracterizada pela perda da capacidade renal de concentrar urina. Como resultado, um paciente pode eliminar até 20 I de urina por dia e beber grandes quantidades de líquidos. Essa doença não tem nada a ver com o diabetes caracterizado pelo aumento da taxa de glicose no plasma. ADENO-HIPÓFISE GH » O hormônio do crescimento (GH), também conhecido como somatotrofina (ST), é um hormônio proteico produzido e secretado pela glândula hipófise anterior. Este hormônio é responsável por estimular o crescimento e a multiplicação celular em humanos. » O hormônio do crescimento age no organismo como um todo, promovendo não só o crescimento longitudinal, mas o das células em geral. Ele faz isso valendo-se de um intermediário, chamado somatomedina C ou https://www.infoescola.com/sistema-endocrino/hipofise/ Lais Nascimento Feitosa MEDICINA IGF-1, produzido principalmente no fígado, mas também pelas células ósseas e musculares, por exemplo. Essa dupla GH e IGF –1 promove grande parte do anabolismo do corpo, ou seja, é fundamental para o crescimento e desenvolvimento de todos os tecidos. » Os principais controladores da secreção de GH por parte dos somatótropos são os peptídeos liberados pelos núcleos neurossecretores do hipotálamo à veia porta hipotalâmica. A grelina juntamente com o hormônio da liberação do hormônio do crescimento (GHRH) é responsável pela promoção da secreção do GH, já a somatostatina é responsável por inibi-la. » Esse equilíbrio entre os peptídeos estimuladores e inibidores pode ser afetado por diversos fatores. Dentre os fatores estimulantes encontram-se o sono, o exercício físico, a hipoglicemia, as proteínas ingeridas na dieta e o estradiol. Já dentre os fatores inibidores da liberação do GH encontram-se os carboidratos provenientes da dieta e os glicocorticóides. » Este hormônio apresenta diversas funções, sendo fundamental para o crescimento de uma pessoa, desde os primeiros anos de vida até que ocorra o fechamento das cartilagens de crescimento dos ossos (epífise), processo que ocorre entre os 15 aos 20 anos de idade. Além disso, apresenta as seguintes funções: Aumento da síntese proteica (especialmente nos músculos e ossos): ocorre porque o GH aumenta o transporte de aminoácidos através da membrana celular, aumenta a produção de RNA e aumenta os ribossomos intracelulares. Consequentemente, haverá melhores condições para que as células sintetizem mais proteínas. Aumento da utilização de gordura por parte das células para gerarem energia, além de uma maior demanda de ácidos graxos dos tecidos adiposos para que estes sejam utilizados pelas células. Reduz o consumo de glicose hepática (efeito oposto da insulina). Retenção de sódio e eletrólitos. Aumento da absorção intestinal e eliminação renal de cálcio. Prolactina » A prolactina é um hormônio hipofisário, que possui como principal função desencadear a produção de leite pelas glândulas mamárias durante a lactação. É secretada em quantidade variada devido a estímulos como a amamentação, ovulação, alimentação, acasalamento e tratamento com estrógeno. » O controle da produção da prolactina na hipófise é feito pelo eixo hipotalâmico- hipofisário e é basicamente modulada por inibição. Os neurônios túbero-infundibulares, localizados no núcleo arqueado do hipotálamo produzem o neurotransmissor dopamina, o qual é secretado na hipófise anterior e inibe a secreção e a produção da prolactina, além de inibir a proliferação dos lactotropos. » Funções: Reprodução - a prolactina impede a reprodução durante a lactação, quando seus níveis estão mais altos, por inibir a liberação do hormônio liberador de gonadotropina hipotalâmica (GnRH) e impedir a ovulação pela inibição direta da atividade da enzima aromatase ovariana. Durante a gestação, ela também influencia na progressão da gravidez. Metabolismo - produz diversos efeitos no metabolismo da glicose e dos lipídios. A prolactina aumenta a sensibilidade a insulina e as funções dos adipócitos. No entanto, em casos de hiperprolactinemia, o excesso desse hormônio auxilia no desenvolvimento de diabetes mellitus e obesidade. Osmorregulação - A prolactina causa diminuição da excreção renal de sódio e potássio e aumento da liberação de cloreto de sódio no suor. Além disso, aumenta a absorção intestinal de água e íons. » Clínica: redução da libido e galactorreia. https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/figado/ https://www.infoescola.com/hormonios/somatostatina/ https://www.infoescola.com/bioquimica/acidos-graxos/ https://www.infoescola.com/bioquimica/glicose/ https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/sodio/https://www.infoescola.com/anatomia-humana/hipotalamo/ https://www.infoescola.com/bioquimica/dopamina/ https://www.infoescola.com/bioquimica/metabolismo/ https://www.infoescola.com/bioquimica/glicose/ https://www.infoescola.com/bioquimica/lipidios/ https://www.infoescola.com/hormonios/insulina/ https://www.infoescola.com/histologia/adipocitos/ https://www.infoescola.com/doencas/diabetes-mellitus/ https://www.infoescola.com/doencas/diabetes-mellitus/ https://www.infoescola.com/doencas/obesidade/ https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/sodio/ https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/potassio/ https://www.infoescola.com/compostos-quimicos/cloreto-de-sodio/
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