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Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) CURSO DE NUTRIÇÃO Nutrição Comunitária e Social DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA (DHAA) 1. Trata do direito a uma alimentação de qualidade, diversificada, nutricionalmente adequada, sem agrotóxicos ou contaminantes e isentos de organismos geneticamente modificados - OGM. DHAA 2. Trata do direito de acesso à informação cientificamente comprovada e respaldada sobre alimentação saudável e alimentos seguros e adequados. 3. Inclui a regulamentação da propaganda e publicidade que promovem o consumo de alimentos não saudáveis ou que “vendem” características que inexistem ou são inverídicas, especialmente para crianças e jovens. DHAA 4. Respeita os hábitos culturais que, em especial no Brasil, são formados com a contribuição da diversidade cultural (regional, racial, étnica) característica da origem de formação do nosso povo. 5. Incorpora o direito da população de ter acesso aos recursos produtivos, de produzir, de maneira adequada e soberana, o seu próprio alimento e/ou de ter recursos (financeiros, físicos e materiais) para alimentar-se de forma adequada e com dignidade. DHAA • Promoção da reforma agrária, • Promoção da agricultura familiar • Políticas de abastecimento • Incentivo à práticas agroecológicas, • Vigilância sanitária dos alimentos • Abastecimento de água e Saneamento básico • Alimentação escolar • Atendimento pré-natal de qualidade, • Viabilidade do aleitamento materno exclusivo • Não discriminação de povos, etnia e gênero. DHAA “O direito à alimentação adequada se realiza quando todo homem, mulher e criança, sozinho ou em comunidade com outros, tem acesso físico e econômico, ininterruptamente, a uma alimentação adequada ou aos meios necessários para sua obtenção”. Início de 2001 temática do combate à fome foi colocada na agenda política pela sociedade civil espaço na agenda nacional a partir de uma proposta de política de SAN Em 2003 objetivo prioritário segurança alimentar e nutricional, e o combate à fome DHAA HISTÓRICO • Instituído pela Lei Orgânica de Segurança Alimentar – LOSAN, Lei no 11.346, 15 de setembro de 2006) é um sistema em construção, que tem como objetivo promover o direito humano à alimentação adequada em todo o território nacional. • Trata-se de um sistema público, de gestão intersetorial e participativa, que possibilita a articulação entre os três níveis de governo para a implementação das políticas de segurança alimentar e nutricional. Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) Segurança Alimentar e Nutricional - As políticas públicas garantem o acesso regular e permanente a alimentos (inclusive a água) de qualidade e em quantidade suficiente para uma vida saudável. - Essas políticas estão voltadas a todos os cidadãos, particularmente a população em situação de vulnerabilidade social e os povos e comunidades tradicionais Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006 – Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada. Decreto 6.272, de 23 de novembro de 2007 Dispõe sobre as competências, a composição e o funcionamento do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Decreto 6.273, de 23 de novembro de 2007 Cria, no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan). MARCO LEGAL Emenda Constitucional n° 64, de 4 de fevereiro de 2010 Altera o art. 6º da Constituição Federal, para introduzir a alimentação como direito social. Decreto n° 7.272, de 25 de agosto de 2010 Regulamenta a Lei n° 11.346, de 15 de setembro de 2006, que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) com vistas a assegurar o direito humano à alimentação adequada, institui a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN), estabelece os parâmetros para a elaboração do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. MARCO LEGAL I. Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CNSAN): - Realizada de 04 em 04 anos - Determina as diretrizes da política e do plano nacional de SAN II. Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA): - Órgão consultivo, vinculado à Presidência da República - Aponta diretrizes e prioridades da Política de SAN. COMPONENTES DO SISAN III. Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN): - Elaborar a Política e o Plano e coordenar sua execução IV. Órgãos e entidades de segurança alimentar e nutricional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios. V. Instituições privadas, com ou sem fins lucrativos, que manifestem interesse na adesão e que respeitem os critérios, princípios e diretrizes do SISAN. COMPONENTES DO SISAN Institui Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional para promover direito à alimentação adequada (DHAA) Reafirma obrigações do Estado de respeitar, proteger, promover e prover o DHAA – instituindo a necessidade de instrumentos de monitoramento e exigibilidade da realização deste direito. Reafirma princípios: DHAA, soberania alimentar, participação social e intersetorialidade da SAN. Estabelece a Segurança Alimentar e Nutricional enquanto política pública. LEI DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL – LOSAN – LEI 11.346/2006 “Consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis.”Art. 3º da Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006 SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (SAN) O QUE É? Segurança Alimentar e Nutricional - A alimentação adequada é direito fundamental do ser humano e, segundo a Lei Orgânica de Segurança Alimentar – LOSAN) cabe ao poder público assegurá-lo. - Com esta Lei o poder público passou a ter como dever tomar conhecimento da situação de vulnerabilidade da população brasileira e a adoção de avaliação sistemática de políticas e ações que promovam a alimentação suficiente e saudável como um direito humano fundamental. Segurança Alimentar e Nutricional - Para garantir a segurança alimentar e nutricional, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) adota políticas de ampliação do acesso aos alimentos, combinando programas e ações de apoio à agricultura tradicional e familiar de base agroecológica e cooperativa, além da implantação de uma ampla Rede de Segurança Alimentar e Nutricional. SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL A Segurança Alimentar e Nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras da saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis. (Art. 3º) Brasil – Lei 11.346 de 2006 Lei Orgânica da Segurança Alimentar e Nutricional Uma conquista do povo brasileiro Estratégia brasileira para a garantia do direito de todos à alimentação adequada . BRASIL. Decreto 6.273 de 23 de novembro de 2007 Emenda Constitucional nº 64/2010 – Direito à alimentação – o Brasil passa a considerar a alimentação como um direito fundamental no Artigo 6º da Constituição Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,na forma desta Constituição. Princípios: • Intersetorialidade. • Ações conjuntas entre Estados e sociedade. • Equidade, superando as desigualda econômicas, sociais, de gênero e ét • Articulação entre orçamento e gestão. • Abrangência e articulação entre ações estruturantes e medidas emergenciais. Brasil. Decreto 7.272, 2010 Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional Intersetorialidade Participação social CONFERÊNCIAS DE SAN CAISAN CONSEA PLANO DE SAN .................. .. ................................ ... II PLANO NACIONAL DE SAN – 8 DIRETRIZES 9 DESAFIOS DESAFIO 1 - Promover o acesso universal à alimentação adequada e saudável, com prioridade para as famílias e pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional Temas: Transferência de Renda; Alimentação escolar; Distribuição de alimentos. Desafio 2 - Combater a insegurança alimentar e nutricional e promover a inclusão produtiva rural em grupos populacionais específicos, com ênfase em Povos e Comunidades Tradicionais e outros grupos sociais vulneráveis no meio rural Temas: Insegurança alimentar e nutricional; Inclusão produtiva rural; Acesso à terra e gestão territorial; Biodiversidade; Saúde indígena; Extrativistas e ribeirinhos; Acesso a políticas públicas. Desafio 3 - Promover a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis, a estruturação da agricultura familiar e o fortalecimento de sistemas de produção de base agroecológica Temas: Fortalecimento da agricultura familiar; Reforma agrária; Transição agroecológica; Mulheres; Juventude; Sementes; Mudanças climáticas. Desafio 4 - Promover o abastecimento e o acesso regular e permanente da população brasileira à alimentação adequada e saudável Temas: Compras públicas; Abastecimento; Legislação sanitária; Economia solidaria; Perdas e desperdícios de alimentos; Equipamentos públicos de SAN; Agricultura urbana. Desafio 5 – Promover e proteger a Alimentação Adequada e Saudável da População Brasileira, com estratégias de educação alimentar e nutricional e medidas regulatórias Temas: Promoção da alimentação saudável; Promoção da alimentação saudável no ambiente escolar; Ações regulatórias; Controle dos riscos relacionados ao consumo de alimentos e a exposição ao uso de agrotóxicos. Desafio 6 - Controlar e Prevenir os Agravos decorrentes da má alimentação Temas: Desnutrição; excesso de peso e obesidade; doenças e agravos relacionados à má nutrição. Desafio 7 - Ampliar a disponibilidade hídrica e o acesso à agua para a população, em especial a população pobre no meio rural Temas: Água para consumo humano; Água para a produção de alimentos; Recursos hídricos; Saneamento básico rural Desafio 8 - Consolidar a implementação do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), aperfeiçoando a gestão federativa, a intersetorialidade e a participação social Temas: Intersetorialidade nas ações federativas; Participação social; Gestão e financiamento do Sistema; Formação, pesquisa e extensão em SAN e DHAA; Exigibilidade e monitoramento do DHAA Desafio 9 - Apoio às iniciativas de promoção da soberania, segurança alimentar e nutricional, do direito humano à alimentação adequada e de sistemas alimentares democráticos, saudáveis e sustentáveis em âmbito internacional, por meio do diálogo e da cooperação internacional Temas: Governança global; Cooperação internacional; Participação da sociedade civil Caminhos perigosos! A extinção do Consea no início de 2019 desorganizou a nível nacional a coordenação das políticas voltadas para o combate à fome no momento em que a taxa da população em extrema pobreza chegou ao maior patamar desde 2012. Desde 2015, 4,5 milhões de pessoas ingressaram na faixa de extrema pobreza. Para refletir! Questões
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