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Ana Júlia Ornelas - MED 104 Sistema Nervoso ❖ O Sistema Nervoso é dividido em central e periférico; ❖ O Sistema Nervoso Central (SNC) é composto pelo encéfalo e medula espinhal; ❖ O Sistema Nervoso Periférico (SNP) é composto pelos gânglios (aglomerado de nervos) e nervos (cranianos e periféricos). É ele que vai transportar as informações para o sistema nervoso central; Sistema Nervoso Central ❖ Conecta-se aos receptores sensitivos, músculos e glândulas através do SNP (nervos); ❖ Ele recebe o tempo todo informações da periferia e envia respostas referente a cada uma delas; Funções Básicas do Sistema Nervoso ❖ Função Sensitiva: os nervos sensitivos captam informações do meio interno (órgãos, vísceras, articulações) e externo do corpo e as conduzem ao SNC. Os cinco sentidos humanos são muito importantes nessa função (olfato, tato, audição, visão e paladar); ❖ Função Integradora: a informação sensitiva trazida ao SNC é processada ou interpretada; ❖ Função Motora: os nervos motores conduzem a informação do SNC em direção aos músculos e às glândulas do corpo (resposta), levando as informações do SNC; Sistema Nervoso Periférico ❖ É dividido em SNP Somático e SNP Autônomo; ❖ SNP Somático: é responsável pelas ações voluntárias/conscientes, como andar, falar, pensar, movimentar um braço e etc. Pensamos aqui no músculo estriado esquelético; ❖ SNP Autônomo: é responsável pelas ações involuntárias/inconscientes, como o controle da digestão, batimentos cardíacos, movimento das vísceras e etc. É dividido ainda em, simpático e parassimpático agindo de maneira complementar. Pensamos aqui nos músculos estriado cardíaco e liso; 1 Ana Júlia Ornelas - MED 104 Medula Espinhal Raiz posterior sensitiva; os nervos aferentes carreando informações sensitivas entrando no corno posterior da medula; e nervos motores que vão carrear informações para os músculos, responsáveis pela resposta motora; Unidade Funcional do SNC - Neurônio ❖ Dendritos, corpo e axônio, com bainha de mielina envolvendo o axônio; ❖ Tipos de Neurônios: ➢ Neurônios Receptores ou Sensitivos (aferentes): recebem estímulos sensoriais e conduzem ao SNC; ➢ Neurônios Motores ou Efetuadores (eferentes): transmitem os impulsos motores que são respostas do SNC ao estímulo; ➢ Neurônios Associativos ou Interneurônios: estabelecem ligações entre os neurônios receptores e os neurônios motores; ❖ Fibras Aferentes e Eferentes: ➢ Nervos Aferentes/Sensitivos: conduzem informações da periferia para o sistema nervoso central; ➢ Nervos Eferentes/Motores: conduzem informações do sistema nervoso central para a periferia; Representação Esquemática: processamento nociceptivo (carrega informação de dor) com uma cadeia de três neurônios; Alguém pisa na patinha do cachorro: essa informação vai subir pelo primeiro neurônio que está terminando na altura da medula, ali ele faz conexão com um segundo neurônio que está subindo pelo tronco cerebral até o tálamo, e do tálamo até o córtex tem um terceiro neurônio que vai carregar essa informação de dor. Quando ela chegar no córtex, essa informação será processada e pode ter uma resposta do SNC; 2 Ana Júlia Ornelas - MED 104 Sensações Somáticas ❖ Correspondem aos mecanismos neurais responsáveis pela aquisição de informações sensoriais do que se passa em todo o corpo; ❖ Podem ser classificadas em 3 tipo fisiológicos: ➢ Sensações Mecanorreceptivas: relacionadas ao tato e posição do corpo; ➢ Sensações Termorreceptivas: relacionadas ao frio e calor; ➢ Sensação da Dor: é ativada, em geral, por dano tecidual ou estímulos químicos; Processamento de Informações - Função “Integrativa” do Sistema Nervoso ❖ Uma das mais importantes funções do sistema nervoso é a de processar a informação aferente, de modo que sejam efetuadas respostas mentais e motoras apropriadas; ❖ Mais de 99% de toda a informação sensorial é descartada pelo cérebro como irrelevante e sem importância. Ex.: objetos ocasionais em nosso campo de visão, tato do dia a dia, ruídos ao nosso redor e etc; ❖ Quando uma importante informação sensorial excita nossa mente, esta é imediatamente canalizada para regiões integrativas e motoras apropriadas do cérebro, para poder provocar respostas desejadas. Armazenamento da Informação - Memória ❖ Processos cognitivos cerebrais comparam as novas experiências sensoriais com as memórias armazenadas. Essas ajudam a selecionar nova informação sensorial importante e a transmiti-las às áreas: ➢ Apropriadas de armazenamento da informação para uso futuro; ➢ Ou para áreas motoras, com o intuito de provocar respostas efetoras imediatas. Níveis Funcionais do Sistema Nervoso ❖ Nível da Medula Espinhal (Medular): ➢ Movimentos de marcha; ➢ Reflexos que afastam partes do corpo de objetos que causam dor; ➢ Reflexos que enrijece as pernas para sustentar o corpo contra a gravidade; ➢ Reflexos que controlam os vasos sanguíneos locais, movimentos gastrointestinais ou excreção urinária. ❖ Nível Cerebral Inferior ou Subcortical: 3 Ana Júlia Ornelas - MED 104 ➢ Muitas, senão a maioria, das que chamamos atividades subconscientes do corpo são controladas por regiões encefálicas subcorticais, isto é, no bulbo, na ponte, no mesencéfalo, no hipotálamo, no tálamo, no cerebelo e nos gânglios da base. São elas: ➢ Pressão arterial; ➢ Equilíbrio; ➢ Sono; ➢ Salivação; ➢ Excitação; ➢ Fome. ❖ Nível Cerebral Superior ou Cortical: ➢ O córtex nunca funciona sozinho, ele é um vasto reservatório de armazenamento de informações e está sempre em associação as estruturas subcorticais do SNC; ➢ Sem o córtex cerebral, as funções dos centros subcorticais são imprecisas; ➢ Assim, cada porção do sistema nervoso executa funções específicas, no entanto, é o córtex que abre o mundo de informações armazenadas para que seja explorado pela mente; Papel das Sinapses no processamento de informações ❖ A sinapse é o ponto de contato entre um neurônio e o neurônio seguinte; ❖ As sinapses determinam as direções em que os sinais nervosos vão se distribuir pelo sistema nervoso; ❖ As sinapses executam ação seletiva, as vezes bloqueando sinais fracos, permitindo que sinais fortes passam e, em outros momentos, selecionando e amplificando sinais fracos (causa efeito excitatório grande e prolonga o sinal); Sinapses do SNC ❖ Cada impulso no SNC: ➢ Pode ser bloqueado, na sua transmissão de um neurônio para o outro; ➢ Pode ser transformado de impulso único em impulsos repetitivos; ➢ Pode ainda ser integrado a impulsos vindos de outros neurônios para gerar padrões de impulsos complexos em neurônios sucessivos; ➢ Todas essas funções podem ser classificadas como funções sinápticas dos neurônios. Sinapses ❖ Neuro-neural (neurônio-neurônio); ❖ Neuroepitelial (neurônio-célula epitelial); ❖ Neuromuscular (placa motora, neurônio-célula muscular). Tipos de Sinapses: ❖ Químicas: ➢ É a maioria das sinapses do SNC; ➢ 1º neurônio secreta por seu terminal um neurotransmissor, que vai atuar em proteínas receptoras, presentes na membrana do neurônio subsequente, e promove excitação, inibição ou modifica a sensibilidade dessa célula; 4 Ana Júlia Ornelas - MED 104 ➢ Neurotransmissores: acetilcolina, norepinefrina, histamina, ácido gama-aminobutírico (GABA), glicina, serotonina e glutamato; ➢ Quando um estímulo for capaz de atingir o limiar de excitabilidade da célula ele vai provocar a despolarização, o potencial de ação e na sinapse química haverá a liberação do neurotransmissor; ➢ Princípio da condução unidirecional: transmite em uma única direção, do neurônio que secreta o neurotransmissor chamado de neurônio pré-sináptico para o qual o neurotransmissor age, chamado de neurônio pós-sináptico; ❖ Elétricas: ➢ O citoplasma das células adjacentes estão conectados diretamente por canais de íons chamados junções comunicantes (gap junctions) que permitem o movimento livre dos íons de uma célula para outra; ➢ Podem conduzir os estímulos em ambas as direções (bidirecionais). Estão presentes no SNC, músculo cardíaco; Neurotransmissor ❖ Quando liberado na fenda sináptica,excita ou inibe o neurônio pós-sináptico; ❖ Terminais pré-sinápticos excitatórios: ➢ Secretam um neurotransmissor que estimula o neurônio pós-sináptico; ➢ Abertura de canais catiônicos (Na+): transmissor excitatório; ➢ Ex.: glutamato e acetilcolina; ➢ Serotonina: possui efeitos excitatórios em algumas áreas e inibitórios em outras (dor). ❖ Terminais pré-sinápticos inibitórios: ➢ Secretam um neurotransmissor que inibe o neurônio pós-sináptico; ➢ Abertura de canais aniônicos (Cl-): transmissor inibitório; ou abertura de canais de K+ (que saem da célula). Ambos irão causar hiperpolarização; ➢ Ex.: GABA - ácido gama-aminobutírico e glicina; ➢ Dopamina: pode ter efeito inibitório (principalmente) e excitatório. ❖ O processo de memória requer mudanças prolongadas nos neurônios, com a duração de segundo a meses após a substância transmissora inicial já se ter dissipado; ❖ A excitação ou inibição neuronal pós-sináptica prolongada é realizada pela ativação do sistema químico de “segundos mensageiros” no neurônio pós-sináptico, sendo estes, responsáveis por provocar o efeito prolongado; ❖ Efeitos dos segundos mensageiros: abertura de canais iônicos, ativação de GMPc ou AMPc, ativação de diversas enzimas, ativação da transcrição gênica. 5 Ana Júlia Ornelas - MED 104 Características Especiais da Transmissão Sináptica ❖ Fadiga da Transmissão Sináptica: ➢ Quando as sinapses excitatórias são repetidamente estimuladas com alta frequência, o número de descargas do neurônio pós-sináptico é inicialmente muito alto, mas a frequência de disparo começa a diminuir progressivamente nos próximos milissegundos ou segundos; ➢ O mecanismo de fadiga consiste principalmente na exaustão total ou parcial dos estoques de substância transmissora nos terminais pré-sinápticos; ➢ A fadiga é característica extremamente importante da função sináptica, porque quando certas áreas do sistema nervoso são super excitadas, a fadiga faz com que percam tal excesso de excitabilidade após algum tempo; ➢ O desenvolvimento da fadiga é mecanismo protetor contra a atividade neuronal excessiva. Ex.: num estado de convulsão cerebral (crise epiléptica); ❖ Efeito da Acidose ou da Alcalose na transmissão sináptica: ➢ A maioria dos neurônios responde com alta intensidade às mudanças do pH do líquido intersticial que os circunda; ➢ A alcalose aumenta acentuadamente a excitabilidade neuronal. Exemplo, aumento do pH do sangue arterial do normal de 7,4 para 7,8 a 8,0 provoca convulsão epiléptica, devido ao aumento da excitabilidade de alguns ou de todos os neurônios cerebrais; ➢ A acidose deprime a atividade neuronal de modo drástico. A queda do pH de 7,4 para níveis inferiores a 7,0, geralmente provoca estado comatoso; ❖ Efeito da Hipóxia na transmissão sináptica: ➢ A excitabilidade neuronal é também muito dependente do suprimento adequado de oxigênio; ➢ A hipoxemia pode provocar completa ausência de excitabilidade de alguns neurônios, observado quando o fluxo sanguíneo cerebral é temporariamente interrompido, e de 3 a 7 segundos a pessoa já fica inconsciente; ❖ Efeito dos Fármacos sobre a transmissão sináptica: ➢ Diversos fármacos aumentam a excitabilidade dos neurônios, e outros, a diminuem; ➢ Cafeína, teofilina e teobromina, encontradas no café, no chá e no cacau aumentam a excitabilidade dos neurônios; ➢ A maioria dos anestésicos aumenta o limiar para excitação da membrana neuronal, e assim reduz a transmissão sináptica em muitos pontos do sistema nervoso (efeito inibitório). Tipos de Receptores Sensoriais e os Estímulos que detectam 6 Ana Júlia Ornelas - MED 104 ❖ Mecanorreceptores: detectam a compressão mecânica ou o estiramento do receptor ou dos tecidos adjacentes ao receptor; ❖ Termorreceptores: detectam alterações da temperatura, alguns receptores detectam o frio e outros o calor; ❖ Nociceptores: são receptores da dor, detectam danos físicos ou químicos que ocorrem nos tecidos; ❖ Receptores Eletromagnéticos: detectam a luz que incide na retina dos olhos (visão); ❖ Quimiorreceptores: detectam o gosto na boca, o cheiro no nariz, o nível de oxigênio no sangue arterial, a osmolalidade dos líquidos corpóreos, a concentração de dióxido de carbono e outros fatores que compõem a química do corpo. Sensibilidade Diferencial dos Receptores ❖ Como dois tipos de receptores sensoriais detectam tipos diferentes de estímulos ? ➢ Por sensibilidades diferenciadas. Cada tipo de receptor é muito sensível a tipo de estímulo para o qual ele é especializado e praticamente insensível a outros tipos de estímulos sensoriais. Essa especificidade das fibras nervosas para transmitir apenas uma modalidade sensorial é chamada princípio das vias rotuladas; ❖ Modalidade de Sensação: cada um dos tipos de sensibilidade (dor, tato, visão, som e assim por diante) é chamado modalidade sensorial; Definição de Dor ❖ É uma experiência sensorial e emocional desagradável associada, ou semelhante aquela associada, a um dano real ou potencial ao tecido; ❖ Dor é um sinal de alarme; ❖ É um mecanismo essencial de defesa; ❖ A falta de sensibilidade dolorosa ou ausência de dor é um fator limitante de sobrevivência; ❖ Dor como mecanismo protetor: ➢ Mesmo atividades simples, como o ato de sentar durante longos períodos sobre os ísquios, podem causar destruição tecidual pela falta de fluxo sanguíneo para a pele comprimida pelo peso do corpo. Ex.: pacientes diabéticos comatosos, tetraplégicos e etc; ❖ Os nociceptores são neurônios sensoriais que são encontrados em qualquer área do corpo humano, os quais enviam sinais causando a percepção da dor em resposta à um estímulo que possui potencial de dano; ❖ Hiperalgesia: aumento da sensibilidade dos receptores de dor (estão com o limiar diminuído). Ex.: pele queimada de sol - a histamina e as prostaglandinas provocam maior sensibilização das terminações dolorosas. No caso de alodinia, ocorre uma hiperalgesia; ❖ Extratos dos tecidos lesionados podem causar dor intensa, quando são injetados sob a pele normal; ❖ Pesquisadores sugeriram que a bradicinina poderia ser a principal responsável pela indução da dor após dano tecidual (ela diminui o limiar de excitabilidade da dor). ❖ Três tipos de estímulos que excitam os receptores para dor: ➢ Mecânicos: a partir de uma determinada pressão que vai sentir dor; 7 Ana Júlia Ornelas - MED 104 ➢ Térmicos: só nos extremos que causam dor, muito frio e muito quente; ➢ Químicos; As terminações nervosas das fibras nociceptivas A delta e C são capazes de traduzir um estímulo agressivo de natureza térmica, química ou mecânica, um estímulo elétrico que será transmitido até o sistema nervoso central e interpretado no córtex cerebral como dor. A delta: dor rápida. Fibras C: dor lenta. ❖ Substâncias que podem estimular o nociceptor: ➢ Algumas das substâncias que excitam o nociceptor são: bradicinina, histamina, íons potássio, ácidos, acetilcolina e enzimas proteolíticas; ➢ As prostaglandinas e a substância P aumentam a sensibilidade das terminações nervosas, mas não excitam diretamente essas terminações; ❖ Isquemia Tecidual como causa de dor: uma das causas sugeridas para a dor durante a isquemia é o acúmulo de grande quantidade de ácido lático nos tecidos; ❖ Dor referida: frequentemente, a pessoa sente dor em uma parte do corpo que fica distante do tecido causador da dor. Exemplos: ➢ Dor Epigástrica ou Periumbilical na Apendicite: quando a inflamação atinge o peritônio a dor passa a ser localizada na FID e não mais referida; ➢ Dor no ombro em indivíduos com lesão diafragmática; ➢ Dor na face interna do braço em paciente com IAM; ❖ Dor visceral: seguida de dor parietal na apendicite aguda; ➢ Causas de dor visceral: isquemia (ex. angina mesentérica, nas paredes do intestino. Sentem dor após a refeição), estímulos químicos, espasmo de víscera oca (estimulação mecânica das terminações nervosas e redução do fluxo sanguíneo local), distensão excessiva de víscera oca e no trabalho de parto normal também; ❖ A dor sempre é uma experiência pessoal influenciada em vários graus porfatores biológicos, psicológicos e sociais. 8
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