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ENEM – FILOSOFIA TEORIA DO CONHECIMENTO – Verdade: Concepções Hebraica e Pragmatista A concepção hebraica da Verdade explica bastante as transformações culturais do ocidente a partir da Era Cristã. Para que uma Verdade, chamada de emunah, fosse válida, ela deveria ser confiável. E, para ser confiável, ela deveria ser divina, ou seja, revelada por Deus. Mas não é só isso. Diz a professora Marilena Chauí que “agora são as pessoas e Deus quem são verdadeiros. Um Deus verdadeiro ou um amigo verdadeiro são aqueles que cumprem o que prometem, são fiéis à palavra ou a um pacto feito; não traem a confiança. A verdade se relaciona com a presença de alguém (Deus ou humano) e com a espera de que aquilo que foi prometido ou pactuado vai cumprir-se ou acontecer”. Nietzsche (bueno, tu já deve ter percebido o quanto gosto desse filósofo – é só ver a minha pasta Acadêmicos neste perfil e entenderá – e aqui ele vai nos ajudar a entender o mundo antigo novamente), em uma de suas denúncias contra o cristianismo, afirmou que o homem é um animal que faz promessas. Sim, porque o homem passa a agir sob um ethos então que não é mais aquele dos gregos heroicos e dos romanos destemidos, mas cristão, e que consiste em não mais viver conforme um mundo terreno em constante transformação e sim com um olhar, uma promessa, de um mundo melhor sem injustiças e sem sofrimento. E esta concepção de Verdade está no centro. Ela passa a ser “fundada na esperança e na confiança em uma promessa, e refere-se ao futuro, ao que será ou virá. Sua forma mais elevada é a revelação divina, e sua expressão mais perfeita é a profecia”, ensina a professora Marilena. Assim, a nossa concepção de verdade é uma mescla destas três primeiras concepções fundadoras da cultura ocidental: a percepção grega das coisas reais (alethéia), a predominância da linguagem que relata fatos passados para os latinos (veritas), e a expectativa de coisas futuras dos hebreus (emunah). Sobre o pragmatismo, o termo pragmatismo deriva do grego pragma, que diz respeito ao que faz, propriamente a ação praticada. Diz a professora Marilena que “para essa teoria, um conhecimento é verdadeiro por seus resultados e suas explicações práticas, e se verifica pela experimentação e pela experiência. A marca do verdadeiro é a verificabilidade dos resultados e a eficácia de sua aplicação”. Uma concepção totalmente prática da Verdade.
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