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Terapia Cognitivo Comportamental no tratamento da obesidade [Salvo automaticamente]

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Terapia Cognitivo Comportamental no tratamento da obesidade
Uma visão da Psicologia
Juliana Albuquerque Távora Teixeira 
Psicóloga / Terapeuta Cognitivo-Comportamental – CRP:11/06671
E-mail: juwteixeira@hotmail.com 
Obesidade
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde - 2019), a obesidade é um problema de saúde pública e de origem multifatorial e que acarreta o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.
Podendo ter como consequências: diabetes tipo 2, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, problemas de locomoção, além de prejuízos sociais, psicológicos e laborais.
Falar sobre cuidados com obesidade vai muito além de falar de padrões estéticos e de beleza. 
Necessita de acompanhamento multidisciplinar, por ser causa de diversos tipos de sofrimentos. 
É consequência de uma cadeia de comportamentos, pensamentos e sentimentos. 
Fatores de atenção
Industrialização e urbanização das ultimas décadas;
Facilidade e disponibilidade de alimentos calóricos;
Dietas focadas na alimentação;
 Dieta personalizada;
Questões culturais e ambientais;
Questões físicas;
Questões psicológicas.
A mudança de hábitos alimentares é parte importante no tratamento da obesidade, mas também pode ser apontada como o fator mais difícil de adesão por parte dos pacientes (Pontieri & Bachion, 2010).
Podemos afirmar que o fator principal para que os indivíduos com obesidade possam ter resultados consideráveis a longo prazo está relacionado a mudança do estilo de vida, até mesmo nos casos em que há o estabelecimento de interferências farmacêuticas e cirúrgicas para o alcance da diminuição de peso (LV et al., 2017).
Importância do Profissional da Psicologia no Tratamento da Obesidade
Fatores emocionais podem interferir nos processos biológicos e também no comportamento alimentar;
Sentimentos, pensamentos e comportamentos estão relacionados com a comida;
Muitos obstáculos tem início na mente;
Autoconhecimento;
Autoimagem;
Autoestima.
Desafios da prática clínica da Psicologia 
Distorções cognitivas;
Autoestima;
Comer emocional;
Habilidades sociais.
Terapia Cognitivo Comportamental
Foi postulada por Aron Beck; 
Tríade cognitiva: visão que tenho de mim, do mundo e do futuro. Essas formas de percepção interferem em como me sinto;
É uma abordagem de psicoterapia que é semiestruturada, orientada por metas e objetivos, voltada a resolução de problemas no presente, com participação ativa do paciente; 
Tem como princípio base a ideia de que não são os fatos em si que nos geram os sentimentos e comportamentos, mas sim a forma como interpretamos a situação;
3ª Onda da TCC.
Relação entre comportamento e Pensamento
						Crença Central
					 Crença Intermediária
Situação 			Pensamento Automático		 Emoção
Comportamento
Relação entre comportamento e Pensamento
						Eu sou incompetente.
		 Se não consigo fazer a dieta, não sou capaz de emagrecer.
Fazer Dieta 			É muito difícil, não consigo		 Tristeza
Comportamento: Abandono do processo.
Reações Físicas: Vazio no estômago.
Judith Beck
Armadilhas 
Armadilhas Emocionais – Justificamos o manejo emocional na comida;
Armadilhas do Estresse – Quando estiver mais tranquilo, penso na dieta;
Armadilhas Familiares – Pensamento de injustiça ao ver a família comer algo que não faz parte da sua dieta, acaba cedendo;
Armadilhas da Insistência Alheia – Dificuldade de dizer não;
Armadilhas de Viagem – Vou aproveitar pois não sei quando voltarei aqui;
Armadilhas Festivas – Aproveitar o momento, festa não acontece todo dia;
Armadilhas Psicológicas – Ligadas a vontade e a disposição;
Armadilhas de Sair da Linha – Já que não fiz hoje, deixa para amanhã. 
Tratamento da Obesidade pela TCC
Verificar percepção do paciente sobre a obesidade, muitas vezes o paciente tem outras queixas que interferem no tratamento;
Testada em hipóteses a partir da conceitualização do caso;
Compreender crenças e padrões de funcionamento;
Estimular o paciente a pensar nas consequências; 
Psicoeducar;
Tratamento com a TCC
Alinhar expectativas com Realidade;
Trabalhar aceitação e processos de mudanças;
 Quando modificamos os pensamentos disfuncionais reduzimos sintomas;
Usamos ferramentas para desenvolver habilidades e autonomia do paciente.
Estratégias
Criar lista de vantagens para ler diariamente – Cartão de Enfrentamento;
Mindfull Eating – Relacionamento com a comida;
Reconhecer processo de mudança - Elogiar-se quando é assertivo nos comportamentos;
Comer Planejado e Fazer Acompanhamento – Parâmetro de resultado;
Treino de resistência – Fortalecer capacidade de autocontrole – Comer não é automático;
Administrar – Diferença entre fome e desejo de comer.
Ferramenta Para Definir Objetivos
Ferramenta SMART:
	S	M	A	R	T
	Específico	Mensurável	Alcançável	Relevante	Tempo
Ferramenta de Automonitoração
Diário Alimentar:
	SITUAÇÃO	ESTADODE HUMOR	ALIMENTO/ QUANTIDADE	PENSAMENTO AUTOMÁTICO	COMPULSÃO
	O que aconteceu? Com quem você estava? Onde? Quando?
O que estava fazendo?	Descreva em uma palavra a emoção que sentiu e avalie qual intensidade 
(0 – 100%).	O que você comeu?
Qual quantidade comeu?
Quantas porções?	O que passou pela sua cabeça antes de começar a se sentir assim?
	Sentiu que teve descontrole na alimentação?
Qual intensidade (0-100%)?
Referências
Beck, J. S. (2009). Pense magro: A dieta definitiva de Beck. Treine seu cérebro a pensar como uma pessoa magra. Porto Alegre: Artmed.
Beck, J.S. (2016). Armadilhas da dieta: Treine seu cérebro para emagrecer e nunca mais volte a engordar. São Paulo: wmfmartinsfontes.
DUARTE, Andreia Neves; QUEIROZ, Elizabeth. Programa Cognitivo-Comportamental de Educação Nutricional para Mulheres com Excesso de Peso. Revista Psicologia e Saúde, [S.L.], p. 95-108, 8 dez. 2020. Universidade Catolica Dom Bosco. http://dx.doi.org/10.20435/pssa.vi.1058.
LV, Nan et al. Behavioral lifestyle interventions for moderate and severe obesity: A systematic review. Elsevier, [s. l.], v. 100, p. 180-193, 2017.
Pontieri, F. P., & Bachion, M. M. (2010). Crenças de pacientes diabéticos acerca da terapia nutricional e sua influência na adesão ao tratamento. Ciência & Saúde Coletiva,15(1),151-169.

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