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Aula 1-CONTABILIDADE PUBLICA

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Aula 1 – contabilidade publica.
Aspectos introdutórios e práticos da contabilidade pública
Evolução da contabilidade pública no brasil
A lei 4.320/64,- lei das finanças publicas- Castro (s/d) destaca que essa lei teve como base o tratamento de questões financeiras de forma sistêmica, contando com o registro de atos e fatos desde o momento da avaliação até o processo de fiscalização. Assim, a lei permitiu que houvesse a descentralização das operações no setor público. Também houve a criação de vários instrumentos jurídicos que serviram para a delegação de sua competência, assim como nas operações de convênio e contratos.
De acordo com o MCASP (2015), a estrutura das demonstrações contábeis já elencadas na Lei 4.320/64 foi atualizada com a Portaria STN 438/2012. Isso aconteceu para que elas estivessem de acordo com os novos padrões da Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP). Alguns outros fatos também se destacam nesse processo de evolução da normatização do setor público:
Em 1986, foi criada a Secretaria do Tesouro Nacional cujo maior objetivo foi o fortalecimento das finanças públicas no Brasil, que estaria pautada na centralização de atividades financeiras federais em um só órgão. Esse e outros fatos permitiram a modernização e a racionalização do setor público no país;
O ano de 1987 foi marcado pela criação do Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI), responsável pela interligação de diferentes unidades gestoras, o que tornou possível o acesso de múltiplos usuários nos mais diferentes órgãos públicos no Brasil;
Já o ano de 1997 teve como novidade a publicação das IPSAS (International Public Sector Accounting Standards), que são normas internacionais relativas ao setor público emitidas pela Federação Internacional de Contadores (IFAC ou International Federation os Accontants)
• A Lei Complementar 101/2000 também foi responsável por impactos na legislação relacionada ao setor público. Esses impactos estão relacionados com a responsabilidade na gestão fiscal, além de outras ações relativas ao bom uso de recursos públicos;
No ano de 2014, foi lançado o Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi). Esse instrumento foi de grande impacto na produção e análise de informações contábeis e fiscais, permitindo uma melhoria na confiabilidade e qualidade de todo conteúdo gerado;
Por fim, o ano de 2015 é marcado pela adoção do novo padrão contábil que, entre outras vantagens, trouxe uma maior facilidade na geração de informações para a tomada de decisão dos gestores públicos, permitiu a comparação entre as demonstrações das diferentes esferas públicas no Brasil, melhoria no processo de prestação de contas e implementação de um sistema de custos.
Legislação aplicada, objeto, finalidade e campo de aplicação A CASP é um dos ramos da contabilidade, e seu principal objetivo é o de gerar informações tanto do ponto de vista orçamentário quanto do financeiro e patrimonial dos entes públicos brasileiros.
Para que seja possível a geração dessas informações, é preciso mensurar, quantificar e avaliar o patrimônio público, e isso é feito através de uma técnica conhecida como escrituração contábil
De acordo com o MCASP( manual de contabilidade aplicada ao setor publico) esses aspectos podem ser mais bem entendidos:
Aspecto Orçamentário Compreende o registro e a evidenciação do orçamento público, tanto quanto à sua aprovação quanto à sua execução. Os registros de natureza orçamentária são base para a elaboração do Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) e dos Balanços Orçamentário e Financeiro, que representam os principais instrumentos para refletir esse aspecto.
Aspecto Patrimonial Compreende o registro e a evidenciação da composição patrimonial do ente público. Nesse aspecto, devem ser atendidos os princípios e as normas contábeis voltadas para o reconhecimento, mensuração e evidenciação dos ativos e passivos e de suas variações patrimoniais. O Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP) representam os principais instrumentos para refletir esse aspecto. O processo de convergência às normas internacionais de contabilidade aplicada ao setor público (CASP) visa a contribuir, primordialmente, para o desenvolvimento deste aspecto.
Aspecto Fiscal Compreende a apuração e evidenciação, por meio da contabilidade, dos indicadores estabelecidos pela LRF, dentre os quais se destacam os da despesa com pessoal, das operações de crédito e da dívida consolidada, além da apuração da disponibilidade de caixa, do resultado primário e do resultado nominal, a fim de verificar-se o equilíbrio das contas públicas. O Relatório de Gestão Fiscal (RGF) e o Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) representam os principais instrumentos para evidenciar esse aspecto. Diversos atos e fatos registrados pela contabilidade poderão alcançar apenas um, dois ou todos os aspectos citados. Dessa maneira, cabe aos responsáveis pelos serviços de contabilidade em cada ente da Federação compreender os eventos e seus efeitos na evidenciação contábil, a partir do entendimento das normas e conceitos inerentes a cada aspecto, apresentados neste Manual.
Para que a escrituração contábil possa apresentar as mutações que ocorrem no patrimônio das entidades públicas é preciso que sejam observadas algumas características:
• Confiabilidade – Para que a contabilidade seja um verdadeiro instrumento de gestão, é preciso que ela seja confiável; assim, os registros e a informação que são gerados devem passar segurança aos seus usuários para que eles possam tomar suas decisões com tranquilidade;
Comparabilidade – Para permitir análises no futuro ou com outras entidades do mesmo setor, é preciso que os registros sejam feitos observando a comparabilidade, o que também permite o melhor entendimento das demonstrações geradas;
Compreensibilidade – Para que as informações contábeis sejam entendidas, é necessário que os usuários tenham certo conhecimento do tema; entretanto, mesmo que existam informações complexas, elas não deverão ser excluídas das demonstrações contábeis do setor público;
Fidedignidade – Os registros devem representar, de forma fiel, os fenômenos contábeis que lhes deram origem;
Verificabilidade – Para que a informação seja realmente útil, é necessário que os lançamentos sejam verificáveis e comprovem os fatos registrados;
Imparcialidade – No registro das transações contábeis, nunca devem ser privilegiados interesses específicos ou particulares em detrimento do patrimônio público.
E qual seria o objeto da CASP? Assim como na contabilidade geral, o objeto da CASP é o patrimônio, porém aqui aparece uma ligação íntima com o direito público interno representado pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, de acordo com normas relativas a eles a às entidades a eles ligados. Para que a CASP possa suprir as necessidades dos diferentes usuários interessados na informação contábil, foi necessária a criação de distintos grupos:
 Natureza de informação orçamentária: é responsável pelo registro, processamento e evidenciação tanto de atos quanto dos fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentária;
Natureza de informação patrimonial: ocorre o registro, o processo e a evidenciação tanto dos fatos financeiros quanto não financeiros que estejam relacionados a alguma variação no sistema público. Auxilia a subsidiar informações para a administração pública relativas aos elementos patrimoniais;
Natureza de informação compensação: responsável pelo registro de atos administrativos de gestão que poderão, no futuro, promover mudanças no patrimônio público. Exemplos dessas transações são acordos, garantias, entre outros, que ainda não produziram efeito, mas que já devem ser reconhecidos. Alguns exemplos desses fatos são os contratos de arrendamento mercantil em que o débito registra a aplicação e também o efeito do acontecimento, e o crédito é responsável pelo reconhecimento da origem e causa de tal acontecimento; outro exemplo para compreender a situação sãoas hipotecas em que é dada uma garantia imóvel pelo devedor ao seu credor que deverá ser registrada em contas de compensação.
*Você notou que, no patrimônio público, são registrados tanto os atos quanto os fatos administrativos? E percebeu que isso não ocorre no patrimônio privado?*
Explicação: 
No Brasil, a contabilidade aplicada ao setor público efetua de modo eficiente o registro dos atos e fatos relativos ao controle da execução orçamentária e financeira. No entanto, muito ainda se pode avançar no que se refere à evidenciação do patrimônio público. Esta necessidade de melhor evidenciação dos fenômenos patrimoniais e a busca por um tratamento contábil padronizado dos atos e fatos administrativos no âmbito do setor público tornou imprescindível a elaboração de um Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) com abrangência nacional. O PCASP estabelece conceitos básicos, regras para registro dos atos e fatos e estrutura contábil padronizada, de modo a atender a todos os entes da Federação e aos demais usuários da informação contábil, permitindo a geração de base de dados consistente para compilação de estatísticas e finanças públicas.
É possível concluir que justamente as informações de natureza de compensação possuem contas que figuram no PCASP para que os atos administrativos, não passíveis de registro na Contabilidade Geral, sejam reconhecidos e propiciem um maior controle de atividades, já que reconhecem, antecipadamente, possíveis futuras alterações no patrimônio dos entes públicos.
Regime contábil aplicado ao setor público
Um princípio que gera ainda bastante discussão dentro do setor público é o Princípio da Competência ou também Regime da Competência, como também é conhecido. De acordo com a Lei 4.320/64,
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:
 I - as receitas nele arrecadadas;
 II - as despesas nele legalmente empenhadas. 
E o que isso quer dizer? Pode-se concluir que, do ponto de vista orçamentário, o regime de caixa ainda é o utilizado para a realização das receitas e o de competência, para as despesas.
Art. 9º. O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.
Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.367/11) [...] O Princípio da Competência aplica-se integralmente ao Setor Público. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.367/11)
Assim, conforme destacam Cruvinel e Lima (2011, p.76), citando a Nota Técnica no. 376/2009/CCONT/STN, a definição constante na Lei 4.320/64 mostra o regime de caixa para receitas e de competência para as despesas do ponto de vista orçamentário:
Para fins de acompanhamento da execução orçamentária, a área pública adota o regime misto para os registros da receita e despesa orçamentária. A receita segue o regime de caixa, sendo reconhecido no momento da sua arrecadação, e a despesa, o regime da anualidade orçamentária, sendo reconhecida pelo empenho, conforme descrito no art. 35, I e II, da Lei nº. 4.320/64.
Esse regime também é conhecido como Regime Misto. A correta observância desse princípio se faz primordial para que as receitas e os ativos não estejam superestimados e para que as despesas e os passivos não sejam subestimados. Isso confere às demonstrações contábeis do setor público uma maior confiabilidade, e também objetividade na mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais.
Nesse ponto, é preciso compreender que a receita orçamentária, em relação ao momento do seu reconhecimento, possui diferentes estágios, e o estágio da ARRECADAÇÃO ainda não representa a disponibilização dos recursos financeiros ao órgão público competente, uma vez que, na referida etapa, o dinheiro ainda está em poder da instituição bancária que recebeu o tributo. Assim, somente na fase do RECOLHIMENTO essas instituições, também conhecidas como agentes arrecadadores, irão transferir os recursos para o Tesouro, ocorrendo, somente aí, o efetivo ingresso dos recursos financeiros no órgão público responsável.
Conclui-se que, durante o exercício financeiro corrente, o procedimento contábil adotado é o registro da receita no momento em que os recursos tornam-se disponíveis para os cofres do Tesouro Público de acordo com o cumprimento da etapa do recolhimento.
Entretanto, no encerramento do exercício financeiro, para que seja possível atender exatamente o que diz o artigo 35 da Lei 4.320, deverão ser apropriados os valores que foram arrecadados, mas que ainda não foram recolhidos, concluindo- -se que, do ponto de vista contábil, o que vale para o registro da receita é quanto foi arrecadado, estando esse valor recolhido ou não.
Por fim, a Lei 101/2000, que é mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, também destaca a observância tanto da questão contábil quanto da orçamentária para o correto entendimento de tal princípio. 
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: 
I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada; 
II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa.
Conforme observa Rosa (2013) em complementação aos registros de execução orçamentária, ao evidenciar os fatos que fazem parte da execução financeira e patrimonial, os fatos modificativos devem ser registrados, devidamente, nas respectivas contas de resultado, com o registro tanto de Receitas quanto de Despesas de acordo com o Princípio de Competência e também da Oportunidade.
Princípios de contabilidade no setor público:
Pode-se dizer que a CASP é o ramo da Ciência Contábil que utiliza, no seu processo de geração de informações, os Princípios Contábeis. Mas você já se questionou sobre como esses Princípios de Contabilidade se aplicam à CASP? No Brasil, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), além de ser o órgão responsável pelas normas e pela fiscalização do exercício profissional contábil, também edita normatização e resoluções que têm como objetivo disciplinar a CASP. A Resolução 750/93 apresenta os Princípios Contábeis que são:
Art. 3º São Princípios de Contabilidade:
 (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10)
I) o da ENTIDADE; 
II) II) o da CONTINUIDADE;
III) III) o da OPORTUNIDADE; 
IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; 
V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela Resolução CFC nº. 1282/10)
VI) VI) o da COMPETÊNCIA; e
VII) VII) o da PRUDÊNCIA.
Porém, no ambiente público, para a correta aplicação dos Princípios Contábeis, é preciso ter em mente a principal diferença entre o setor público e o privado, que é, justamente, a finalidade de uma organização.
Além de as instituições públicas serem destituídas de fins lucrativos, existe, também, outra questão bastante importante: as necessidades dos usuários desse tipo de informação, que são distintas daquelas ligadas à contabilidade financeira ou à geral. Dessa forma, é preciso certa adaptação para a efetiva aplicação dos Princípios Contábeis no Setor Público.
O Princípio da Entidade está ligado à separação do patrimônio da pessoa física e jurídica, mas o que acontece no setor público, em que não há essa relação? Nesse setor, a autonomia patrimonial está relacionada à evidenciação de informações relativas ao patrimônio público, ou seja, como os responsáveis por entidades públicas ou que recebem recursos públicos fazem a gestão dos seus recursos.
Assim, pode-se dizer que a autonomia patrimonial é reconhecida pela responsabilização sobre o uso de recursos públicos e a devida prestação de contas pelos agentes públicos.
A Resolução 1.111/2007 apresenta o seguinte texto:
Perspectivas do setor público:
A autonomia patrimonial tem origemna destinação social do patrimônio e a responsabilização pela obrigatoriedade da prestação de contas pelos agentes públicos.
O Princípio da Continuidade, a exemplo do que ocorre no setor privado, está ligado, nas entidades públicas, à vida útil por prazo indeterminado e a todos os entes da Administração Pública Direta, ou seja, União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Já no caso da Administração Pública Indireta até poderá haver um processo de descontinuidade, pois aqui o patrimônio deve ser avaliado pelo valor de realização, e não pelo custo.
Perspectivas do setor público 
No âmbito da entidade pública, a continuidade está vinculada ao estrito cumprimento da destinação social do seu patrimônio, ou seja, a continuidade da entidade se dá enquanto perdurar sua finalidade (RESOLUÇÃO 1.111/2007).
O princípio da Oportunidade, por sua vez, pode ser inicialmente compreendido de acordo com a Lei 4.320/64, que diz:
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros.
Pode-se compreender que esse princípio demonstra que é dever da administração pública fornecer à sociedade a informação de forma tempestiva, ou seja, a mais atualizada possível, e também de forma integral, possibilitando o entendimento do patrimônio público.
Aliado diretamente ao Princípio da Continuidade, o Princípio do Registro pelo Valor Original está disposto conforme o artigo 106 da Lei 4.320/64.
Esse princípio permite compreender que, na CASP, deverá ser observado o critério de registro pelo valor de entrada na data em que ocorrerem as transações. A observância de tal princípio deve ser rigorosa, permitindo, segundo afirma Rosa (2013), a unificação do método de avaliação, o que permite a comparabilidade dos dados contábeis e a elaboração das demonstrações contábeis.
*Os fatos contábeis ou ainda fatos administrativos são aqueles que causam algum tipo de alteração no patrimônio das entidades, sejam eles públicos ou privados. Eles podem ser quantitativos ou qualitativos. Podem ser classificados em três grupos: fatos permutativos, modificativos e mistos. Os fatos permutativos, conforme o próprio nome indica, são aqueles em que ocorre apenas uma permuta entre os elementos patrimoniais. Essas trocas podem ocorrer dentro de um determinado grupo contábil ou entre diferentes grupos, como, por exemplo, a compra de um imóvel à vista. No caso dos fatos modificativos, há, necessariamente, a utilização de uma conta de resultado ,que são as receitas e despesas. O reconhecimento da despesa de salário configura-se como um fato modificativo. Já os fatos mistos envolverão duas ou mais contas patrimoniais e também uma conta de resultado; o pagamento de multas ou a obtenção de descontos são exemplos de fatos mistos.*
O Princípio da Prudência, dentro do contexto público, deverá ser observado para que os ativos e as receitas tenham seus valores registrados corretamente, o que irá impedir que seus valores sejam superestimados. No caso das despesas e dos passivos, a correta aplicação da Prudência garante que esses valores não sejam subestimados.
Cabe ressaltar que o Princípio da Atualização Monetária, que antes fazia parte da Resolução 750/93, foi revogado pelo artigo 4º da Resolução 1.282/10, e essa revogação também foi aceita pela CASP de acordo com a Resolução 1.367/2011.
Patrimônio público e variações patrimoniais
O Estado é responsável por suprir as principais necessidades da sociedade e pode ser entendido conforme a Constituição Federal de 1988: Art. 18. 
A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição
De acordo com Castro (2011), a Administração pública pode ser entendida de duas formas distintas:
• Ponto de vista organizacional – deverá ser escrita com letras maiúsculas (Administração Pública) e representa os diferentes órgãos que são responsáveis pelas funções administrativas; 
• Ponto de vista funcional – escrita com letras minúsculas (administração pública), está ligada à execução da atividade pública de forma efetiva. São as atividades concretas que o Estado realiza.
A primeira definição de Administração Pública é dividida em dois grupos: a Administração Pública Direta e a Indireta. A Administração Pública Direta é aquela formada pelos três poderes, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, além dos órgãos por eles controlados; a seguir, um quadro que pode ajudar na compreensão desse grupo: 
Aqui é possível perceber todos os órgãos de acordo com a influência de cada tipo de poder, assim como algumas funções essenciais à justiça e que também são consideradas como integrantes da Administração Pública Direta.
A Administração Indireta, por sua vez, é aquela que possui entes que, de alguma forma, estão vinculados a um Ministério. Nesse contexto, entram as autarquias, empresas e sociedades de economia mista, fundações e empresas públicas. Mas como estão configuradas cada uma destas entidades?
Castro (2011) define as empresas públicas como aquelas que possuem capital integralmente público e que são dedicadas a atividades econômicas, embora com personalidade jurídica de direito privado. Entre as empresas públicas mais conhecidas, estão: Casa da Moeda, Caixa Econômica Federal e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
As autarquias, por sua vez, são entidades que possuem personalidade jurídica, patrimônio e também receita próprios, e que desempenham função na administração pública, mas com a gestão financeira e administrativa descentralizada. Podem ser citados o Banco Central do Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil, entre outras entidade.
As sociedades de economia mista são pessoas públicas do direito privado que possuem tanto participação do poder público quanto do privado em sua administração. Essas entidades são representadas pelo Banco do Brasil e pela Petrobras, entre outras; elas, de acordo com Castro (2011), têm como principal função o desenvolvimento de atividades econômicas ou ainda serviços de interesse coletivo.
Também existem as fundações públicas que não possuem atividades típicas do Estado, mas desempenham outras que são de interesse comum da sociedade, executando suas funções na área da saúde, educação, cultura e também pesquisa. Um exemplo bastante conhecido é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mensuração de ativos e passivos
Para que haja a evidenciação dos elementos tanto do Ativo quanto do Passivo, os elementos patrimoniais deverão ser avaliados de acordo com normas e critérios estabelecidos no Brasil. De acordo com o artigo 106 da Lei 4.320/64, observa-se que
Art. 106. A avaliação dos elementos patrimoniais obedecerá às normas seguintes: I - os débitos e créditos, bem como os títulos de renda, pelo seu valor nominal, feita a conversão, quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do balanço;
 II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou de construção; 
III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio ponderado das compras. 
§ 1° Os valores em espécie, assim como os débitos e créditos, quando em moeda estrangeira, deverão figurar ao lado das correspondentes importâncias em moeda nacional. § 2º As variações resultantes da conversão dos débitos, créditos e valores em espécie serão levadas à conta patrimonial. § 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis
Dentro do setor público, no ano de 2008, foi emitida pelo CFC a Resolução 1.137, que foi responsável pela aprovação da NBC. T 16.10, que trata, especificamente, da avaliação e mensuração de ativos e passivos.
De acordo com a referida norma, a avaliação patrimonial é responsável pela atribuição de valor monetário a itens do ativo e do passivo decorrentes de julgamentode consenso entre as partes e que possam traduzir, de forma razoável a evidenciação de atos e fatos administrativos. A mensuração será a constatação dos valores monetários de ativos e passivos que sejam decorrentes de procedimentos técnicos suportados por análises qualitativas e quantitativas (RES. 1.137/2008).
Para que um item seja reconhecido como integrante do patrimônio, ele depende, fundamentalmente, da probabilidade de proporcionar algum benefício econômico futuro que flua para ou da entidade, e cujo valor possa ser mensurado com confiabilidade (ROSA, 2013). Assim, para que o item seja reconhecido, o processo inicial envolverá a seleção de uma base de mensuração que pode ser escolhida entre as seguintes:
Custo histórico (que é o mais comum e pode ser adotado com outras bases); • Custo corrente ou valor de reposição; 
• Valor realizável (valor de realização ou liquidação) e;
 • Valor presente.
PLANO DE CONTAS APLICADAS AO SETOR PUBLICO (PCASP)
Um plano de contas, em um sentido amplo, é uma estrutura que serve para o registro, que é feito através da escrituração, de atos e fatos que ocorrem no patrimônio de uma determinada entidade. Essa estrutura é formada por contas anteriormente definidas que irão permitir o registro e a obtenção das demonstrações – e, na sequência, de relatórios que serão elaborados de acordo com as características capítulo 1 • 26 de cada entidade e conforme as necessidades dos usuários da informação contábil. Mas e no setor público?
A observância do PCASP abrange todas as entidades públicas, excluindo as ESTATAIS INDEPENDENTES que têm a sua utilização facultativa. De acordo com Kohama(2013), o PCASP deverá ser adotado por todos os entes da Federação, além de seus fundos, órgãos e autarquias, assim como as fundações e as estatais dependentes.
A estrutura do plano de contas pode ser mais bem compreendida de acordo
com o esquema a seguir. Ela é bastante similar ao observado no setor privado:
Os grupos 3 e 4 são responsáveis pelo registro das contas de resultado e, juntamente
com os grupos 1 e 2, servem para o registro da chamada Contabilidade
Patrimonial.
As próximas contas relacionadas apresentam o controle orçamentário:
O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais.
A Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público (NBC TSP), foi a primeira norma contábil da área pública a ser convergida internacionalmente, tendo como um dos principais pontos a definição da sociedade como usuária principal da informação contábil
Lei nº 4.320/1964.
¿Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:
I ¿ as receitas nele arrecadadas;
II ¿ as despesas nele legalmente empenhadas¿.
Dessa forma, somente as receitas arrecadas no ano pertencem ao exercício financeiro
Pois apenas as autarquias e fundações de direito público estão obrigadas ao registro e adoção das Normas de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. As Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista têm objetivos econômicos, ou seja, apuram lucros. Sendo assim, estão subordinadas às normas da contabilidade do setor privado.
Submetem-se às Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público: os governos nacionais, estaduais, distritais e municipais e seus respectivos poderes, incluindo os Tribunais de Contas, Defensorias e Ministério Público. Ainda, incluem-se órgãos, secretarias, departamentos, agências, autarquias, fundações instituídas e mantidas pelo poder público, fundos, consórcios públicos e outras repartições públicas congêneres da administração direta e indireta, abrangendo as empresas estatais dependentes, como por exemplo, a Embrapa.

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