Buscar

AULA 1 - 08-03-2021 docx

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

___________________________________________________________________________________________________________________________________ 
FACULDADE FORTIUM - DIREITO EMPRESARIAL I I - PROFESSOR: VALDECI FERREIRA - profvaldeciferreira@gmail.com - 1º SEMESTRE 2021 
 
Introdução ao Direito Tributário e suas fontes 
Receitas do Estado, conceito de Direito Tributário e seus tributos, fontes formais e materiais de âmbito 
tributário. 
1. Introdução ao Direito Tributário 
O Estado desenvolve atividades em diversas áreas, tais como: educação, saúde, política, econômica, social, 
administrativa, financeira, segurança pública etc, que são destinadas a garantir a finalidade essencial do Estado, qual 
seja: o bem comum. 
Para exercer as referidas atividades, são necessários recursos financeiros que supram as despesas geradas 
pelo Estado. Este possui duas formas de conseguir a receita de que necessita, a saber: pela utilização de seus bens, 
como qualquer outro sujeito privado (modo originário); ou recolhendo recursos financeiros por meio de tributo (modo 
derivado). 
Como a atividade econômica, no Brasil, é de iniciativa privada, restando ao Estado atuar nessa área apenas 
em casos especiais, previstos no art. 173 da CF (quando necessário à segurança nacional ou de relevante interesse 
coletivo), a tributação passa a ser o instrumento utilizado para conseguir os recursos financeiros necessários para 
garantir sua sobrevivência. 
O Direito Tributário pode ser definido como: o ramo do direito responsável por estudar as relações jurídicas 
entre o Fisco (Estado) e os particulares (contribuintes), referente a instituição, arrecadação e fiscalização do tributo. É 
um direito autônomo, pois possui normas e princípios próprios. 
O Tributo é a prestação pecuniária que o contribuinte é obrigado a pagar ao Estado, por praticar o fato 
gerador previsto nas leis tributárias. 
2. Espécies de Tributos 
O art. 145 da CF divide tributos em impostos, taxas e contribuição de melhoria. No entanto, a doutrina 
divide tributo em impostos, taxas, contribuição de melhoria, contribuições especiais e empréstimos compulsórios, 
abaixo definidos, em suma: 
a) imposto é o tributo pago pelo contribuinte cuja destinação é para custear as despesas gerais do Estado, ou seja, 
independe de qualquer contraprestação que beneficie diretamente o contribuinte; 
mailto:profvaldeciferreira@gmail.com
 
___________________________________________________________________________________________________________________________________ 
FACULDADE FORTIUM - DIREITO EMPRESARIAL I I - PROFESSOR: VALDECI FERREIRA - profvaldeciferreira@gmail.com - 1º SEMESTRE 2021 
 
b) taxa é o tributo cuja base de cálculo deve ser diversa dos impostos, cobrado do contribuinte para custear os serviços 
públicos prestados pelo Estado, serviços esses que se referem ao exercício do poder de polícia, a utilização efetiva ou 
potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, pelo contribuinte ou postos à sua disposição; 
c) contribuição de melhoria é o tributo que decorre da valorização imobiliária provocada pela realização de obras 
públicas; 
d) as contribuições sociais gerais estão subdivididas em: 
1. contribuições de interesses das categorias profissionais ou econômicas; 
2. contribuições de intervenção no domínio econômico; 
3. contribuições sociais. 
e) empréstimo compulsório é o tributo de competência exclusiva da União, que poderá instituí-lo em duas situações: 
1. para atender as despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou de sua iminência; 
ou 2. no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. Deve ser restituído no prazo, 
na forma e espécie, previstos na lei complementar que instituiu o empréstimo. 
Convém aduzir que do ponto de vista do conceito universal de tributo, o empréstimo compulsório não é 
tributo, pois não se transfere riqueza do setor privado para o Estado, uma vez que, transcorrido o prazo estabelecido, o 
recurso arrecadado é devolvido. Sendo assim, o STF editou a súmula 418 que determina: "O empréstimo compulsório 
não é tributo, e sua arrecadação não está sujeita a exigência constitucional da prévia autorização orçamentária." 
Assim, considera-se o empréstimo compulsório como tributo apenas para efeito didático. 
3. Fontes do Direito Tributário 
Fonte, no âmbito jurídico, significa o lugar onde nasce ou são produzidas as leis. O processo legislativo, do 
qual resulta a lei, é que revela o Direito. 
As fontes tributárias são divididas em: 
- Formais: consistem nas normas jurídicas; 
- Materiais: consistem no patrimônio, na renda e nos serviços em geral utilizados como incidência tributária, como, 
por exemplo, as operações de crédito, produtos industrializados etc. 
As fontes formais tributárias subdividem-se em: 
a) primárias são aquelas que inovam o ordenamento jurídico, como, por exemplo, Constituição Federal, Emendas à 
Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias e decretos legislativos; 
mailto:profvaldeciferreira@gmail.com
 
___________________________________________________________________________________________________________________________________ 
FACULDADE FORTIUM - DIREITO EMPRESARIAL I I - PROFESSOR: VALDECI FERREIRA - profvaldeciferreira@gmail.com - 1º SEMESTRE 2021 
 
b) secundárias são aquelas que, em regra, não podem inovar a ordem jurídica, servindo apenas para viabilizar o disposto 
nas fontes primárias, como, por exemplo, decretos, regulamentos, instruções ministeriais, circulares, ordens de 
serviços, normas complementares etc. 
Ressalta-se que as normas complementares podem ser divididas da seguinte forma: 
1. os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas: portarias, circulares, ordem de serviço, instruções, 
pareceres. Servem para orientar o servidor público e o contribuinte sobre qual o posicionamento do Fisco com relação 
a determinado assunto; 
2. decisões administrativas a que a lei atribua eficácia normativa: decisões que julgaram, administrativamente, alguma 
pendência entre o Fisco e o contribuinte. Ex. pareceres normativos; 
3. práticas reiteradas das autoridades administrativas: representam uma posição sedimentada do fisco na aplicação e 
interpretação de uma lei. Estão mais relacionadas a obrigações acessórias; 
4. convênios celebrados entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Referências bibliográficas 
MACHADO, HUGO DE BRITO. Curso de Direito Tributário. 14ª edição. 1998. Editora Malheiros; 
CASSONE, VITTORIO. Direito Tributário. 15ª edição. 2003. Editora Atlas; 
SABBAG, EDUARDO. Manual de Direito Tributário. 2ª edição. 2010. Editora Saraiva. 
 
 
 
 
 
 
 
mailto:profvaldeciferreira@gmail.com
 
___________________________________________________________________________________________________________________________________ 
FACULDADE FORTIUM - DIREITO EMPRESARIAL I I - PROFESSOR: VALDECI FERREIRA - profvaldeciferreira@gmail.com - 1º SEMESTRE 2021 
 
Introdução ao Direito Financeiro 
Conceito de atividade financeira do Estado, fins da atividade financeira e Ciência das Finanças e o 
estudo da atividade financeira sob enfoque econômico. 
Conceito de atividade financeira do Estado 
Atividade financeira do Estado, para Alberto Deodato, trazido à pauta por Kiyoshi Harada, “é a procura de 
meios para satisfazer às necessidades públicas”. Por seu turno, Aliomar Baleeiro, citado na mesma obra, pontifica que 
a “atividade financeira consiste em obter, citar, gerir e despender o dinheiro indispensável às necessidades, cuja 
satisfação o Estado assumiu ou cometeu àqueloutras pessoas de direito público” (p. 04). 
Contudo, o doutrinador em questão conceitua a atividade financeira do Estado como a “atuação estatal voltada 
para obter, gerir e aplicar os recursos financeiros necessários à consecução das finalidadesdo Estado que, em última 
análise, se resumem na realização do bem comum” (p. 04). 
Fins da atividade financeira 
Como visto, o Estado precisa prover e aplicar os recursos financeiros para a realização do bem comum. Sendo 
assim, os fins da atividade financeira coincidem com as finalidades da atuação estatal quanto à satisfação das 
necessidades coletivas, que crescem cada vez mais. 
As necessidades coletivas são inúmeras e das mais variadas espécies, como, por exemplo, as construções de 
edifícios públicos, monumentos comemorativos, cemitérios, estádios, hospitais, ruas, praças, viadutos, manutenção 
dos serviços de transporte e comunicações, prestação jurisdicional, assistência social, previdência social, saúde, 
educação, cultura, dentre outros bens e serviços. 
O poder público deve escolher a necessidade coletiva, juntamente com as necessidades públicas, para inseri-
la no ordenamento jurídico, disciplinando-as a níveis constitucional e legal. 
Portanto, o que incumbe ao Estado prestar em razão de uma norma jurídica, de natureza constitucional ou 
legal, configura necessidade pública, que basicamente é àquela de interesse geral, satisfeita sob o regime de direito 
público, presidido pelo princípio da estrita legalidade, em contraposição aos interesses particulares ou coletivos, que 
são satisfeitos pelo regime de direito privado, informado pelo princípio da autonomia da vontade. 
Em última análise, o Estado irá dimensionar o volume das finanças públicas pela gama das necessidades 
públicas, ou seja, quanto maior for essa necessidade, maior será a intensidade da atividade financeira do Estado. 
mailto:profvaldeciferreira@gmail.com
 
___________________________________________________________________________________________________________________________________ 
FACULDADE FORTIUM - DIREITO EMPRESARIAL I I - PROFESSOR: VALDECI FERREIRA - profvaldeciferreira@gmail.com - 1º SEMESTRE 2021 
 
Atualmente, pode-se dizer que a atividade financeira estatal é vinculada à satisfação de três necessidades 
públicas básicas, inseridas na ordem jurídico-constitucional, conforme os dizeres de Kiyoshi Harada: “a prestação de 
serviços públicos, o exercício regular do poder de polícia e a intervenção no domínio econômico” (p. 05). 
- Serviços públicos 
Os serviços públicos estão inseridos no texto constitucional em vários dispositivos (artigo 21, incisos X, XI, 
XII, XV, XXII, XXIII), expressando, ora o sentido de organização de recursos materiais e pessoais necessários à 
atuação estatal, e ora para significar unidades para obtenção de meios financeiros e técnicos par ao desempenho das 
atribuições do poder público. 
A Magna Carta, ainda, proclama no “caput” do artigo 175: “Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, 
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”. 
O número de serviços públicos e a sua variedade depende da maior ou menor intervenção do Estado em um 
ou outro campo, em conformidade com as tradições e as instituições públicas em vigor. 
Destaca-se que, sob o ponto de vista jurídico, nem tudo que é feito pelo Estado configura serviço público, ou 
seja, é assim considerado àquele prestado sob o regime de direito público, o regime administrativo, informados pelos 
princípios da supremacia e da indisponibilidade do interesse público. 
Conforme salienta Celso Antonio Bandeira de Mello, “serviço público significa prestação de utilidade ou 
comodidade material fruível diretamente pelos administrados, prestado pelo Estado ou por quem faça suas vezes, sob 
regime de direito público”(p. 06). 
- Poder de polícia 
O poder de polícia é definido no Código Tributário Nacional nos seguintes termos: “Considera-se poder de 
polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a 
prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos 
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou 
autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou 
coletivos” (artigo 78). 
O parágrafo único do mesmo dispositivo preceitua: “Considera-se regular o exercício do poder de polícia 
quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, 
tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder”. 
mailto:profvaldeciferreira@gmail.com
 
___________________________________________________________________________________________________________________________________ 
FACULDADE FORTIUM - DIREITO EMPRESARIAL I I - PROFESSOR: VALDECI FERREIRA - profvaldeciferreira@gmail.com - 1º SEMESTRE 2021 
 
Verifica-se que o CTN restringe, involuntariamente, o alcance e o conteúdo desse poder estatal. O pode de 
polícia nada mais é do que o poder de regulamentação em que o restado está investido. É discricionário, mas tem por 
limite a lei. 
Em suma, ele pode ser definido como uma atividade inerente do poder público, tendo como objetivo, no 
interesse geral, intervir na propriedade e na liberdade dos individuais, sendo-lhes impostos comportamentos comissivos 
ou omissivos. 
Em vários dispositivos constitucionais o poder de polícia é citado, como, por exemplo, nos artigos 45, inciso 
II, 170, 174, 182, 192, 193 etc. 
O poder de polícia, espécie do poder da Administração Pública, funda-se no princípio da prevalência do 
interesse público sobre o privado, objetivando a manutenção da ordem pública, atuando preventivamente pra evitar 
possíveis infrações legais. Essa polícia abarca a polícia sanitária, marítima, aérea e de fronteiras, a polícia de 
comunicações etc. Por sua vez, a polícia judiciária objetiva a investigação de crimes e contravenções penais, agindo 
repressivamente, e o seu exercício é privativo dos órgãos auxiliares da Justiça. 
- Intervenção no domínio econômico 
A Constituição Federal preceitua no inciso IV, do artigo 1º: “A República Federativa do Brasil, formada pela 
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e 
tem como fundamentos: (...) IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa”. 
O princípio da livre iniciativa é reafirmado no capítulo referente aos princípios da atividade econômica 
enumerados nos incisos I a IX do artigo 170. Nesse diapasão, o dispositivo prescreve no parágrafo único: “É assegurado 
a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo 
nos casos previstos em lei”. 
Contudo, o princípio não é absoluto, sofrendo interferência estatal através de três instrumentos básicos: o poder 
normativo, o poder de polícia e a assunção direta da atividade econômica. 
O estado intervém na atividade econômica através de seu poder normativo, elaborando leis para combater o 
abuso do poder econômico, de proteção ao consumidor, leis tributárias de natureza extrafiscal conferindo-lhes caráter 
ordinatório. 
O Estado, por meio do poder de polícia, estimula ou não determinada atividade econômica, ou seja, por meio 
de mecanismo administrativo, o poder público fomenta a atividade econômica. 
mailto:profvaldeciferreira@gmail.com
 
___________________________________________________________________________________________________________________________________ 
FACULDADE FORTIUM - DIREITO EMPRESARIAL I I - PROFESSOR: VALDECI FERREIRA - profvaldeciferreira@gmail.com - 1º SEMESTRE 2021 
 
Além do mais, cumpre ao Estado a intervenção direta na economia, isto é, explorar a atividade econômica em 
caráter excepcional. A Carta Política de 1988 permite que a atividade econômica seja explorada pelo Estado quando 
necessária a imperativos da segurança nacional oua relevante interesse coletivo. Nesse sentido, disciplina o artigo 
173, parágrafos 1º e 2º, in verbis: 
“Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade 
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança 
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia 
mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou 
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: 
I- sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; 
II- a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos 
e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; 
III- licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os 
princípios da administração pública; 
IV- a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a 
participação de acionistas minoritários; 
V- os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. 
§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar 
de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado”. 
No atinente à proibição contida no parágrafo 2º, o autor em tela assinalou: “Apenas as estatais voltadas 
exclusivamente para a exploração de atividade econômica, isto é, aquelas que perseguem o lucro é que não podem 
gozar de privilégio fiscal. As demais empresas estatais, que existem para a prestação de serviços públicos ou que 
proporcionam maior soma de utilidade coletiva como aquelas constituídas para a execução de atividades previstas 
nos artigos 21, incisos X, XI, XII, letrasa a f, e 25, § 2º da CF, não estão abrangidas pela proibição contida no § 2º 
do art. 173 da Carta Magna, que visa assegurar o princípio da livre concorrência, inaplicável em relação às empresas 
prestadoras de serviços públicos concedidos” (p. 10). 
O poder de intervir na economia é conferido à União, aos Estados-membros e aos Municípios, consoante se 
depreende do artigo 174 da Constituição Federal: “o agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado 
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor 
público e indicativo para o setor privado”. 
Nota-se que a palavra “Estado” engloba a ordenação jurídica soberana, o que abarca as entidades componentes 
da Federação Brasileira. Portanto, os Estados-membros e os Municípios poderão intervir fiscalizando, incentivando e 
planejando a economia no âmbito de suas respectivas atribuições. 
mailto:profvaldeciferreira@gmail.com
 
___________________________________________________________________________________________________________________________________ 
FACULDADE FORTIUM - DIREITO EMPRESARIAL I I - PROFESSOR: VALDECI FERREIRA - profvaldeciferreira@gmail.com - 1º SEMESTRE 2021 
 
A intervenção econômica deve pauta-se por uma ordem econômica justa, baseada na valorização do trabalho e na livre 
iniciativa, proporcionando, sempre que possível, uma existência digna a todos. 
Ciência das Finanças e o estudo da atividade financeira sob enfoque econômico 
O conceito de Ciência das Finanças não é pacífico na doutrina. Kiyoshi Harada traz à baila algumas definições 
de doutrinadores para contribuir com um maior esclarecimento da questão (p. 15). 
Para Geraldo Ataliba, “a Ciência das Finanças é um conjunto enciclopédico de conhecimentos e meditações 
sociológicos, políticos, econômicos, administrativos, psicológicos etc., que servem de instrumentação política para o 
legislador”. 
Já Aliomar Balleiro, a define como “disciplina que, pela investigação dos fatos, procura explicar os fenômenos 
ligados à obtenção e dispêndio de dinheiro necessário ao funcionamento dos serviços a cargo do Estado, ou de outras 
pessoas de direito público, assim como os efeitos outros resultantes dessa atividade governamental”. 
Alberto Deonato, por sua vez, adota definição mais simples, para ele a Ciência das Finanças “é a ciência que 
estuda as leis que regulam a despesa, a receita, o orçamento e o crédito público”. 
Trata-se, pois, de uma ciência especulativa, e não normativa, cujo objeto é o estudo da atividade financeira do 
Estado sob o ponto de vista teórico. Nas palavras de Kiyoshi Harada, “é uma ciência informativa, pertencente ao ramo 
da Ciência Política, destinada a auxiliar o agente político na tomada de decisões sobre as questões mais variadas, 
abarcando inclusive o campo legislativo” (p. 15). 
Por fim, ressalta-se que o seu objeto é “o estudo teórico da atividade financeira do Estado, que se desdobra em receita, 
despesa, orçamento, e crédito público, visando municiar os agentes públicos de elementos necessários à formulação de política 
financeira do Estado” (p. 15). 
Referência bibliográfica 
HARADA, Kiyoshi. Direito financeiro e tributário. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
mailto:profvaldeciferreira@gmail.com

Outros materiais