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EFEITO DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS: Eixo Hipotálamo Hipófise Tireoide: O hormônio TSH liberado pela Pituitária estimula a glândula da tireoide Hiperfunção da tireoide gera feedback negativo, reduz os valores de TSH. Hipofunção da tireoide não faz feedback negativo- valor de TSH no limite superior ou aumentado. OBS: A monitoração do paciente, já diagnosticado, ocorre através dos dois hormônios produzidos pela tireoide. T3 Além de sua produção pela tireoide, também pode ser produzido através da transformação do T4 quando este entra nos tecidos. Ao entrar nos tecidos, o T4 perde um iodo e transforma-se em T3. Por este motivo, não podemos fazer a mensuração sérica individual de T3 com finalidade diagnóstica (não tem apenas relação com a tireoide). Este hormônio fica nos tecidos do animal. T4 Hormônio produzido exclusivamente pela tireoide, sem interferências de outros tecidos. Por refletir diretamente com o funcionamento da tireoide, deve de ser a ferramenta essencial no diagnóstico. Este hormônio fica na circulação do animal .Sendo assim, o diagnóstico das doenças da tireoide devem sempre remeter à mensuração sérica de: TSH (quando suprimido-hiperfunção da glândula e quando aumentado- hipofunção ) T4 (excesso ou supressão) Disfunções da tireoide, na maioria das vezes, são primárias, alteração da própria glândula. TAXA METABÓLICA BASAL: Mínimo que aquele tecido precisa para funcionar, hormônios tireoidianos proporcionam: Energia; Oxigenação; Teromoregulação. Aumento da Taxa Metabólica (HIPERTIREOIDISMO) Aumento da necessidade energética o ↑ Apetite; o ↑ Transito gastrointestinal e da absorção. Aumento do oxigênio o ↑ Débito cardíaco; o ↑ Respiração o ↑ Eritropoietina Aumento da produção de calor (efeito calorigênico) o ↑ Vasodilatação da pele Diminuição da Taxa Metabólica (HIPOTIREOIDISMO) Diminuição: Energia Oxigenação Termoregulação Metabolismo (HIPERTIREOIDISMO) Proteínas: o ↑ síntese hepática Lipídios: o ↑ síntese hepática-↑ captação (↓colesterol) Carboidratos: o ↑ síntese de glicogênio hepático ↑ necessidade de vitaminas (vitamina D é a mais importante) Diminuição (HIPOTIREOIDISMO) Diminuição destes fatores. OBS: em doenças endócrinas sempre devemos medir colesterol e triglicerídeos. Tireoide esta relacionada à captação de colesterol pelos tecidos. Hormônio da tireoide faz com que o colesterol entre na célula. Se não houver o hormônio da tireoide o colesterol e os triglicerídeos não entram nos tecidos. (triagem da doença- nível sérico de colesterol- paciente deve estar em jejum, sem interferência da dieta). INTRODUÇÃO Estado em que a glândula da tireoide está com sua função aumentada. Produção excessiva de hormônios tireoidianos. Doença relacionada principalmente à espécie felina, sendo muito rara em cães. Felinos de idade avançada OBS: Felino idoso tem grandes chances de ter DRC- sinais clínicos comuns com hipertireoidismo, por isso, devemos fazer o diagnóstico diferencial. As duas levam a condição corporal ruim, poliúria, polidipsia, desidratação, perda de peso, caquexia. Doença geralmente primária relacionada à glândula- tireoide hiperestimulada, que leva a um quadro de hiperplasia e consequente maior produção hormonal (maior quantidade de tecido funcional). Paciente em estado hipermetabólico CAUSAS Mecanismo autônomo primário sem causa definida Hiperplasia adenomatosa multinodular Adenoma de tireoide Carcinomas de tireoide (raros-1 a 2 %) OBS: Cães com hipertireoidismo geralmente estão relacionado com carcinoma da tireoide. O risco do animal desenvolver a hiperplasia podem estar relacionados: Alimentos enlatados (ração úmida)- componentes da lata- bociogênicos Areia que se utiliza na caixinha higiênica do paciente- bociogênico Alteração genética- gene da mitose descontrolada levando a uma multiplicação celular tireoidiana Alteração da proteína G nas células tireoidianas Geralmente a hiperplasia é bilateral (75% dos casos), mas também pode ocorrer unilateralmente. A hiperplasia glandular é muito significativa, sendo que a glândula pode expandir até o mediastino (tecido tireoidiano no mediastino cranial do paciente). SINAIS CLÍNICOS ↑ tireoide à palpação (90% dos casos)- hiperplasia/neoplasia. A hiperplasia pode ser palpada no exame físico na região cervical do animal. Deslizar caudal no meio dos ramos mandibulares (glândula é móvel) Comportamento Hiperatividade, agressividade, intolerância ao calor e ao estresse. Gastrointestinal Polifagia, perda de peso, Vômitos- aumento do peristaltismo gástrico ↑ volume das fezes, diarreia- peristaltismo intestinal aumentado. Animal come bastante, mas seu estado corporal é ruim. Musculoesquelético Perda de massa muscular - catabolismo proteico- sarcopenia. Cardiovascular Tenta gerar aumento de oxigênio para o corpo. Taquicardia, sopro, taquipnéia Sobrecarga de pressão sobre as válvulas, e a regurgitação, podem gerar sopro. Excesso de estimulo de ejeção- pode levar a cardiopatia hipertrófica (aumenta a chance de ocorrer trombos). OBS: hormônios da tireoide aumentam as secreções das catecolaminas- lesão renal e lesão cardíaca. Renal Aumento da taxa metabólica= aumento da TFG- maior quantidade de urina produzida. Poliúria e polidipsia Dermatológico Condição de pele e pelo ruim. Lambe e coça algumas áreas por estresse. Excesso de metabolismo da pele- alta renovação celular= disqueratose- descamação excessiva Pele oleosa por ativação das glândulas sebáceas. Alopecia, disqueratose Hipertireoidismo apático Pode ocorrer em 15% dos casos- “o contrário do paciente que esperamos”: Anorexia, letargia e fraqueza. TRIAGEM Hemograma Eritrocitose- maior demanda de oxigênio e aumento da eritropoetina Leucograma de estresse- animal estressado. Perfil bioquímico ⇑ ALT, AST, FA (taxa metabólica aumentada- incremento moderado das enzimas hepáticas- síntese proteica, glicose, lipídios- sobrecarga hepática) PU pode mascarar a azotemia (⇑ creatinina e uréia por conta do catabolismo proteico)- sem sinais clínicos. Se DRC concomitante- animal com poliúria e polidipsia e com pouco fluxo de sangue até os rins (baixa inestão de água e polidipsia) - pode levar a crise aguda da doença renal e assim gerar uma azotemia sintomática por oliúria. Urinálise Densidade urinária variável, pode haver proteinúria e o desenvolvimento de LRA- (hipertensão sobrecarrega os néfrons)- progreção para azotemia (oligúia) Urocultura – pode haver ITU associada (diurese, remoção de camadas de proteção, exposição das vias urinárias) RX de tórax e Ecocardiograma Cardiomiopatia hipertrófica- coração tem que suportar mais pressão, precisa aumentar sua força + coração sensibilizado pelas catecolaminas- aumenta de tamanho. PAS – hipertensão Sempre devemos controlar todas as alterações que podem piorar o caso! DIAGNÓSTICO DEFINITIVO US cervical Avaliar a glândula tireoide (hiperplásia- todo tecido aumentado/ neoplásia- formações teciduais) a imagem é sugestiva Citologia guiada pelo ultrassom se a imagem não definir. Mensuração de T4 sérico: T4 total é conclusivo em 90% dos casos T4 total (normal ou no limite superior) - casos inconclusivos- solicito medição de T4 por diálise para fechar o diagnóstico- OBS: não solicito de imediato a diálise, pois é mais cara. o ⇑ T4 livre por diálise deve ser associado ao hipertireoidismo Valores de referencia de T4 sérica em média: TRATAMENTO Queremos diminuir o excesso hormonal produzido. Como na maioria das vezes nãoé neoplasia, tentaremos controlar o tecido: Complicações devem ser tratadas antes e ou em conjunto Terapia do hipertireoidismo: Metimazol Bloqueia os hormônios da tireoide e reverte a condição de excesso de metabolismo do paciente- bloqueia diminuindo a incorporação do iodo na formação do T4 Começa por dose baixa BID e passa a avaliar o paciente a cada 15 dias (mensurando o T4 total) e de acordo com o valor de referencia manejaremos a dose. Metimazol - 2,5mg/gato, VO, BID- inicio do tratamento Reavaliar em 15 dias (> 2 mcg/dL - ↑ dose e < 1 mcg/dL - ↓ dose) Ajustar 2,5mg/gato a cada duas semanas → máximo 10mg/gato- nunca ultrapassar esse valor- causará necrose tecidual Efeitos colaterais - primeiros 3 meses Poucos gatos desenvolvem efeitos colaterais- GI- vômito/diarreia/ anorexia. Uso contínuo pode induzir o ⇑ da tireóide Sobrecarga da glândula se uso prolongado, pois só ira produzir T3 e não mais o T4 (T4 ajudaria a formar T3 não deixando a atividade apenas para a glândula) Gatos com DRC deve iniciar o tratamento com 1,25mg/gato/SID- diminuir dose e frequência pois o animal irá excretar menos a medicação Tireoidectomia Tratamento definitivo OBS: Certas vezes, por descuido, ocorre a retirada conjunta da paratireoide levando a um desequilíbrio de cálcio e fósforo-terei de repor os dois hormônios (PTH e T4) OBS: Pode-se reimplantar a paratireoide após a retirada, ela revasculariza e volta a sua função Se for um paciente de risco com outros problemas concomitantes não faço a cirurgia. Em cães é comum de realizar por conta das neoplasias malignas não infiltrativas. . Radioiodoterapia Danifica a paratireoide- baixa mortalidade, e grande sucesso na tireoide- pouca disponibilidade na veterinária. A urina e as fezes do paciente serão radioativas- ter um local para manter esse animal isolado durante o tratamento. Hipotireoidismo pós-tratamento Passaremos a usar a levotiroxina (T4 sintético). O prognóstico do hipertireoidismo depende das suas complicações associadas. Após o tratamento se faz a monitoração contínua do paciente- como estão às funções hepáticas/renais/cardíacas pelo resto da vida. O tratamento é para o resto da vida (doença crônica progressiva).
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