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Aleitamento Materno

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Aleitamento Materno 
 
Lactação 
Processo complementar a gestação, com grande 
impacto na saúde do lactente. 
 
 Fase de maior demanda energética do período 
reprodutivo da mulher (mais do que na 
gestação). 
 Período que a criança deve dobrar o peso de 
nascimento em 4-6 meses 
 Nos primeiros 6 meses, a produção de leite 
depende da frequência de sucção, nutrição e 
hidratação materna. 
 
 
FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO 
 
 
 
A glândula mamária é composta de 15 a 20 lóbulos 
lactíferos, e estes contem de 10 a 100 alvéolos. Os 
alvéolos são a unidade funcional da glândula 
mamária. São um composto de células glandulares e 
mioepiteliais. Nos alvéolos, onde acontece a 
lactogênese, o retículo endoplasmático sintetiza 
proteína e esterifica ácidos graxos, enquanto o 
aparelho de Golgi sintetiza lactose. 
 
Na gravidez, o tecido glandular se torna 
completamente desenvolvido para produção de 
leite, com extensão e ramificação do sistema de 
ductos e crescimento dos alvéolos. 
 
Na lactação a mama atinge sua capacidade funcional 
máxima. A aréola aumenta de tamanho e acontece 
secreção de uma substância sebácea que protege a 
mama do estresse mecânico de sucção e da invasão 
patogênica. 
 
 
 
Ação Hormonal 
 
Hormônios reprodutivos 
(agem diretamente na glândula mamária) 
Estrogênio Crescimento do ducto 
Progesterona 
Desenvolvimento alveolar 
(multiplicação das células e 
ampliação dos lóbulos) 
Lactogênio 
Placentário 
Humano (LPH) 
Prolactina 
Ocitocina 
Ejeção do leite através de 
impulsos sensoriais 
 
Hormônios metabólicos 
(agem indiretamente alterando resposta endócrina e o fluxo de 
nutrientes na glândula mamária) 
Glicocorticóides 
induz a diferenciação do RE e 
do aparelho de Golgi 
Insulina 
Regula o fluxo de nutrientes 
para a glândula mamária 
Hormônio do 
crescimento (GH) 
Crescimento do ducto 
Tireoide 
afeta a síntese de DNA nas 
células epiteliais mamárias 
 
 
Lactogênese I 
Ocorre a partir do 2º trimestre da gestação e 
representa o desenvolvimento da capacidade da 
glândula mamária em sintetizar e secretar os 
componentes do leite. É o estágio onde a mama fica 
completamente diferenciada. 
 
Os altos níveis de progesterona na gestação inibem 
o processo secretório na glândula mamária. Após a 
expulsão da placenta, há um declínio abrupto de 
progesterona e aumento da prolactina, dando início 
a Lactogênese II. 
 
Também é a fase onde se inicia a liberação do 
colostro, certa de 10 a 100ml/dia. 
 
 
 
O colostro é o primeiro leite liberado pela mama, de 
cor amarelada, e contém alto teor de proteína, 
 
imunoglobulinas, sódio e cloro, e baixo teor de 
lactose, potássio e glicose. Auxilia na eliminação do 
mecônio e atua na formação da flora intestinal. Se o 
colostro não for removido, é reabsorvido para a 
corrente sanguínea. 
 
Lactogênese II 
Inicia em 30 a 40 horas após o parto e apresenta 
grandes mudanças na produção da secreção 
mamária, com abundante produção de leite e 
mudanças na composição. A descida do leite é o que 
marca o início da lactogênese II. 
 
Na lactogênese II o leite é caracterizado como leite 
maduro e tem composição oposta ao colostro: baixo 
teor de proteína, imunoglobulinas, sódio e cloro, e 
alto teor de lactose, potássio, glicose. 
 
Esta fase é controlada pelos hormônios ocitocina e 
prolactina. 
 
Prolactina 
Promove a lactogênese atuando diretamente sobre 
as céls. glandulares. A sua produção aumenta 
gradativamente durante a gestação, atingindo 
níveis máximos no período do parto. Tem maior 
secreção à noite e suprime a ovulação. 
 
A prolactina tem seus níveis regulados pelo 
estímulo de sucção do complexo mamilo-areolar 
através da pega adequada e frequência das 
mamadas. 
 
Hiperprolactinemia – anovulação, amenorreia, 
infertilidade 
 
Ocitocina 
Promove a ejeção de leite através de impulsos 
sensoriais, realizando a contração das células 
mioepiteliais. É influenciada por fatores emocionais 
maternos: ele aumenta em situações de 
autoconfiança e diminui em momentos de 
ansiedade e insegurança. 
 
 
Falhas na lactogênese 
 Deficiência de prolactina/ocitocina 
 Procedimentos cirúrgicos na mama, afetando 
as glândulas (redução mamária) 
 Remoção pouco frequente ou ineficiente de 
leite (a mais comum) 
 
Obesidade x Lactogênese 
Nutrizes com obesidade pré-gestacional e ganho 
excessivo durante a gestação tem risco aumentado de não 
iniciar a lactação devido a um retardo na fase de 
lactogênese II ou de interromper o aleitamento materno 
mais precocemente do que nutrizes eutróficas. 
 
A lactogênese II se inicia após a redução nos níveis de 
progesterona, e o tecido adiposo da nutriz concentra esse 
hormônio, inibindo a lactogênese II. A leptina inibe a ação 
da ocitocina, e um alto percentual de gordura pode levar a 
resistência à leptina (maiores concentrações de leptina = 
inibe a ejeção do leite). 
 
A obesidade na gestação também está relacionada com 
trabalho de parto prolongado, parto cesáreo e estresse 
materno no trabalho de parto. 
 
 
VANTAGENS DO ALEITAMENTO 
 
Mãe 
 ↓ incidência de câncer de mama e útero 
 Retorno ao PPG mais precocemente 
 ↓ sangramento uterino pós-parto 
 Involução mais rápido do útero (ocitocina 
também age na contração da musculatura 
uterina) 
 Método anticoncepcional (supressão da 
ovulação pela prolactina) 
 Maior vínculo mãe-filho 
 Menor custo 
 
Filho 
 ↓ a incidência de infecções respiratórias, 
diarreias, otite, infecção do trato urinário e 
alergias 
 Leite higiênico e sem contaminação 
 Contém leucócitos e outros fatores de 
proteção (barreira imunológica) 
 Maior vínculo mãe-filho 
 Protege contra doenças crônicas 
 Contribui para a prevenção de morte infantil 
 
Contraindicações: mãe HIV+ (permanentemente), 
tuberculose ativa não tratada, positivas para vírus 
linfotrópico de células T humanas 1 ou 2, têm brucelose, 
usam drogas de abuso, tomam medicamentos 
antimetabólitos ou quimioterapêuticos, lesões de herpes 
ativas no seio, doença de Chagas; 
 crianças com galactosemia clássica. 
 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DA NUTRIZ 
 Indicadores dietéticos 
 Indicadores clínicos 
 Indicadores bioquímicos 
 Indicadores antropométricos 
 
IMC Meta Perda de peso 
< 18,5 
Baixo peso 
IMC eutrofia -- (0,1kg/mês) 
18,5 a 24,9 
Eutrofia 
Manutenção 
de peso 
0,8 kg/mês 
25 a 30 
Sobrepeso 
Perda de peso 
para IMC 
eutrófico 
0,5 a 1kg/mês 
> 30 
Obesidade 
Perda de peso 
para IMC 
eutrófico 
0,5 a 2kg/mês 
 
Perda de peso acima de 2Kg/mês para nutrizes com 
PPG normal ou acima de 3kg para nutrizes com 
sobrepeso/obesidade são desfavoráveis a saúde 
materna e ao aleitamento materno. 
 
A extensão da mobilização das reservas de gordura 
depende do ganho de peso durante a gestação e do 
estado nutricional pré-gestacional. O retorno ao 
PPG é afetado por edema, peso pré e pós-gravídico, 
paridade, idade materna, tabagismo e alcoolismo. 
 
 
REQUERIMENTOS NUTRICIONAIS 
 
Energia 
A energia deve ser suficiente para atender à 
demanda necessária para a produção do leite, bem 
como garantir a manutenção da saúde da mulher da 
criança, preservando o peso e a composição 
corporal da nutriz. 
 
Equação + adicional p/ lactação – energia para perda 
de peso (opcional) 
 
FAO/OMS (2001) = +675 Kcal (até 6 meses) 
 +460 Kcal (após 6 meses) 
 
DRIS (2004) = +500 Kcal (até 6 meses) 
 +400 Kcal (após 6 meses) 
 
!! Gestantes adolescentes devem conter o adicional 
energético de adolescente. 
 
Proteínas 
FAO/OMS (2007) = 10-15% do VET ou 1/1g/dia + 
adicional 
+19g/dia (1º semestre) 
+12,5g/dia (2º semestre) 
+11g/dia (após 1 ano) 
DRIS (2004) = 1,3g/kg ou 0,8-1g/kg + 25g/dia 
 
Lipídeos 
15 a 35% do VET. 
 
Carboidratos 
55 a 75% do VET. 
 
Açúcar simples: 25% do VET (síntese de lactose). 
Fibras = 29g/dia (a ingestão deve ser acima da AI 
(mulheres), no entanto, não muito acima para não 
comprometer a biodisponibilidade de alguns 
minerais (Fe, Ca, Zn)). 
 
Água 
2 a 3 L/dia. 
 
Micronutrientes 
Cálcio1,3g para mães adolescentes e 1g para mães acima 
de 19 anos. 
 
Pode haver aumento na necessidade de mulheres 
que amamentam mais de uma criança, porém não 
há estudos que comprovem a suplementação. 
 
Vitamina B1 (Tiamina) 
1,4mg/dia. 
Vitamina B2 (Riboflavina) 
1,6mg/dia. 
Vitamina B6 (Piridoxina) 
2mg/dia. 
Vitamina D 
15 mcg/dia. 
Vitamina A 
1,2g para mães adolescentes e 1,3g para maiores 
de 19 anos. 
 
O programa Nacional de Suplementação de Vitamina A 
(2005) realiza a suplementação de cápsula única de 
200.000 UI de Vitamina A para puérperas no pós-parto 
imediato afim de garantir níveis adequados de vitamina 
no leite materno até os 6 meses de idade do recém-
nascido. A criança também recebe suplementação de 6 
em 6 meses. 
 
O consumo de macronutrientes não interfere em 
sua concentração do leite humano, mas a deficiência 
de alguns micronutrientes pode afetar seu teor no 
leite com subsequente depleção nutricional do 
lactente. 
 
Micronutrientes influencios pela dieta materna = 
vitaminas A, B1, B2, B6 e B12; iodo e selênio 
 
Micronutrientes retirados dos estoques maternos = 
vitamina D, ácido fólico, cobre, ferro e cálcio. 
 
 
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS 
 Orientar quanto a seleção e preparação dos 
alimentos 
 Suplementação medicamentosa somente na 
impossibilidade de adequação dietética 
 Enfatizar o consumo de alimentos-fonte de 
nutrientes essenciais 
 Fracionar o volume ajustado à tolerância 
 Desencorajar dietas hipocalóricas 
 Estimular a atividade física 
 Recomendar a ingestão de líquidos (2 a 3 
litros/dia) 
 Desencorajar o uso de bebidas contendo 
cafeína (2 xícaras/dia) 
 Desencorajar o uso de bebidas alcoólicas.

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