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Artigo Odivania DOM ALBERTO

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11
DOM ALBERTO
PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL
ODIVÂNIA ABRANTES PEGO FARIAS
	
O PSICOPEDAGOGO E AS INTERVENÇÕES NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
MALACACHETA
	2019
O PSICOPEDAGOGO E AS INTERVENÇÕES NAS DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM
Autor[footnoteRef:2], Odivânia Abrantes Pego Farias [2: odivania.diu@hotmail.com] 
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
RESUMO - O processo de ensino de todo indivíduo pressupõe uma base que vem acompanhada de todos os estímulos e experiências vividas, assim, o ser humano aprende desde que nasce e continua por toda a sua vida. Um ambiente conturbado na infância pode levar a criança a apresentar comportamentos indesejados, um problema de saúde pode ocasionar um atraso no desenvolvimento cognitivo, entre outros. Na escola, esses estímulos podem trazer o surgimento de reações que muitas vezes podem comprometer o aprendizado do aluno, alguns tem dificuldade na leitura, outros na escrita, e assim por diante. Neste contexto o profissional de psicopedagogia surge, para atuar juntamente ao cenário escolar, buscando identificar, analisar e acompanhar estes indivíduos, e juntamente com a família e escola, trazer um novo olhar e concepção acerca das dificuldades e maneira de atuação dos envolvidos no processo de aprendizagem daquele indivíduo. O trabalho busca então discutir a atuação deste profissional, tendo como metodologia o estudo qualitativo exploratório bibliográfico, tendo sido desenvolvido por meio de levantamento de referências teóricas publicadas em meios físicos e eletrônicos acerca do tema.
PALAVRAS-CHAVE: Psicopedagogia. Dificuldades. Aprendizagem.
INTRODUÇÃO
O processo de aprendizagem pressupõe uma gama de fatores que influenciam o indivíduo deste a sua concepção. Assim, todos os estímulos e situações podem levar ao desencadeamento de reações positivas ou negativas no contexto da aprendizagem do indivíduo na escola.
Essas reações, quando negativas, se apresentam como dificuldades de aprendizagem como problemas com leitura, escrita, problemas cognitivos e outros, e podem comprometer o processo de ensino deste indivíduo. Aí entra a figura do psicopedagogo, como o profissional que irá atuar na identificação destes problemas e buscar meios para saná-los, atuando ainda em conjunto com as famílias e os outros agentes escolares.
As dificuldades no processo de ensino e aprendizagem podem levar a um péssimo rendimento escolar do aluno, ao seu desinteresse e muitas vezes à desistência pela desmotivação, neste sentido, o trabalho traz como problemática a seguinte questão: Qual a importância do psicopedagogo e da sua intervenção nas dificuldades de aprendizagem?
Partindo dessa pergunta, pode-se inferir que o psicopedagogo é o ente capaz de redirecionar o aluno a partir de uma nova concepção do ensino, trazendo a este a vontade de aprender, além de aproximar a família ao contexto escolar, de forma a desenvolver um trabalho em conjunto para a melhora daquele indivíduo. 
O objetivo deste trabalho é analisar a atuação do psicopedagogo no processo de ensino, e a relevância da sua intervenção nas dificuldades de aprendizagem.
O tema escolhido se mostra relevante uma vez que é a realidade de indivíduos estigmatizados pelo mal comportamento e desempenho na escola, quando na verdade tais ocorrências se dão por fatores que estes não podem compreender e controlar.
O trabalho foi desenvolvido a partir do método qualitativo exploratório bibliográfico, por meio de levantamento de referências teóricas publicadas em meios físicos e eletrônicos acerca do tema.
DESENVOLVIMENTO
2.1 O PROCESSO DE APRENDIZAGEM
O processo de aprendizagem envolve muito mais que apenas aprender a ler e escrever, estando relacionado também ao desenvolvimento da consciência crítica do indivíduo(FRAGO, 1989)
Neste sentido, esse processo envolve o desenvolvimento da consciência crítica acerca do mundo ao seu redor, desenvolvida a partir dos estímulos vividos pelos alunos. Neste contexto, não é possível conceber que o ambiente escolar seja o único responsável pelo processo de aprendizagem do indivíduo, uma vez que esta começa nos anos iniciais e se desenvolvido ao longo dos anos desde as primeiras experiências da criança. 
Partindo desse pressuposto, percebe-se que o desenvolvimento do indivíduo se dá a partir da junção de diversos fatores, incluindo família, escola e sociedade, o que traz a realidade de que não deve cabe apenas a esta última a responsabilidade pela identificação e resolução dos problemas inerentes à determinado indivíduo.
Conforme assevera Libaneo (2000 pág. 9):
Não dizemos mais que a escola é a mola das transformações sociais. Não é, sozinha. As tarefas de construção de uma democracia econômica e política pertencem a várias esferas de atuação da sociedade, e a escola é apenas uma delas. Mas a escola tem um papel insubstituível quando se trata de preparação das novas gerações para enfrentamento das exigências postas pela sociedade moderna ou pós-industrial, como dizem outros. Por sua vez, o fortalecimento das lutas sociais, a conquista da cidadania, dependem de ampliar, cada vez mais, o número de pessoas que possam participar das decisões primordiais que dizem respeito aos seus interesses. A escola tem, pois, o compromisso de reduzir a distância entre a ciência cada vez mais complexa e a cultura de base produzida no cotidiano, e a provida pela escolarização. Junto a isso tem, também, o compromisso de ajudar os alunos a tornarem-se sujeitos pensantes, capazes de construir elementos categorias de compreensão e apropriação crítica da realidade.
Neste contexto, a inclusão da família é primordial na busca pelo melhor desenvolvimento do ensino/aprendizagem do aluno. A participação dos pais e familiares aqui não é uma mera questão de presença, mas de reflexos, a preocupação, o cuidado e o carinho, atrelados a um trabalho conjunto, de modo que instituição e família trabalhem as dificuldades e potencialidades do aluno em conjunto, influenciando em todas as fazes do seu desenvolvimento, com mais rendimento, mais disposição, melhores nota e comportamento. 
Assim, conforme preconiza Fernandez:
A origem do problema de aprendizagem não se encontra em uma estrutura individual. O sintoma se ancora em uma rede particular de vínculos familiares, que se entrecruzam com uma também particular estrutura individual. A criança suporte a dificuldade, porém, necessária e dialeticamente, os outros dão o sentido. (FERNÁNDEZ, 1990, p. 30-31)
Ou seja, os problemas apresentados pelo aluno em relação ao desenvolvimento e rendimento escolar podem se dar por fatores extrínsecos à esta, fatores enraizados no seio familiar e no contexto social em que o indivíduo esta inserido. 
2.2 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 
Conforme dito anteriormente, aprender é um processo complexo e continuo que vai desde momento em que o indivíduo nasce e o acompanha por toda a vida, e pressupõe todas as experiências vividas, ou seja, não se restringe ao aprendizado de conhecimento efetivo, como o que se aprende na escola, mas vai além dos aspectos cognitivos, incluindo as relações e interações sociais.
De acordo com Grigorenko e Ternemberg(2003, p.29):
Dificuldade de aprendizagem significa um distúrbio em um ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos no entendimento ou no uso da linguagem, falada ou escrita, que pode se manifestarem uma aptidão imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou realizar cálculos matemáticos.
Aprender então é uma evolução constante que se molda partir de um processo de construção de conhecimentos, contudo, o aprender, diante da sua complexidade pode inferir também momentos de dificuldades, que podem se dar por diversos fatores, como reflexos das relações sociais, fatores psicológicos, fatores orgânico, ambientais e outros.
Osti (2012, p. 47) quanto às inúmeras facetas das dificuldades de aprendizagem dispõe:
As dificuldades de aprendizagem abrangem vários fatores, uma vez que envolvem a complexidade do ser humano. Acredita-se que podem ser decorrentes de um problema fisiológico, um estresse grande vivido pela criança, como, por exemplo, problemas familiares envolvendo a perda de algum parente, problemas com alcoolismo ou drogas, separação dos pais, doenças, falta de alimentação, falta de material e estímulos, tédio na sala de aula, baixa autoestima, problemas patológicos como TDH (transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade), dislexias, psicopatias, alterações no desenvolvimento cerebral, desequilíbrios químicos, hereditariedade, problemas no ambiente doméstico e/ou escolar.
Pode-se compreender então que as dificuldades de aprendizagem podem se desenvolver a partir de vários fatores, alguns relacionados à questões psicológicas e patológica e outras ao meio em que o indivíduo está inserido, como família e meio social.
Dentre estes fatores é possível citar problemas patológicos como desnutrição, falhas ou alterações no desenvolvimento cerebral, meningite, e outros problemas que acabam afetando o cérebro de tal maneira que ocasiona uma dificuldade cognitiva de compreensão e desenvolvimento. Os fatores ambientais envolvem os estímulos que o indivíduo recebe desde a infância nos ambientes em que frequenta, então, um lar onde há brigas familiares, problemas de convivência, drogas, um ambiente escolar falho, que não compreende as necessidades do indivíduo, causa reflexos em diversas áreas do desenvolvimento. 
Gómez e Terán (2009, p. 102) dispõe acerca das questões psicológicas, discutindo acerca da maneira como as crianças, em especial, reagem aos diferentes estímulos, seja interiorizando ou exteriorizando os sentimentos e emoções acerca destes.
As crianças respondem emocionalmente diante de diferentes situações como divórcios, problemas familiares, superproteção, rivalidade entre irmãos, morte de pessoas próximas, situações novas, etc. Devemos estar muito atentos às reações das crianças, buscando a forma de ajudá-las a manejar e elaborar estas situações, já que podem ser afetados diferentes âmbitos da sua vida, incluindo a aprendizagem.
Não obstante, há outros fatores que podem levar o indivíduo apresentar dificuldades no seu desenvolvimento e aprendizado, os chamados distúrbios de aprendizagem, contudo, é necessária a compreensão da diferenciação entre este e àquele. Assim sendo, o distúrbio de aprendizagem traz um problema mais complexo, estando relacionado a um comprometimento neurológico e orgânico mais intenso, que devem ser tratados muitas vezes com auxílio de remédios e outros métodos. Contudo, conforme preceitua Osti (2012), ainda que as dificuldades sejam voltadas a questões mias situacionais, e envolvam não apenas o aluno, mas os indivíduos e o meio em que ele vive, devem ser tratadas com a mesma complexidade, uma vez que à longo prazo elas podem vir agravar um distúrbio já preexistente ou mesmo a se tornar um.
Os principais distúrbios de aprendizagem, também chamados de TGD (Transtornos Globais do Desenvolvimento) são:
- Dislexia: onde a pessoa apresenta dificuldade para reconhecer de forma fluente as palavras, além de dificuldade na compreensão e soletração das mesmas.
	- Disgrafia: se caracteriza pelas dificuldades na elaboração da linguagem escrita, como uso incorreto de letras minúsculas e maiúsculas; por exemplo.
- Discalculia: este problema está relacionado à dificuldade que o aluno tem para aprender tudo que esteja direta ou indiretamente ligado a questões que envolvem números; tais como probleminhas, aplicação e conceitos matemáticos.
- Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) o indivíduo apresenta dificuldades de concentração, em especial e relação a conteúdos desestimulantes, apresentando ainda muita agitação e inquietude. (GARCIA, 2010)
García, J. (2010) preconiza a necessidade de uma avaliação diagnóstica adequada de modo que não se confunda um problema com o outro, acentuando ainda a possibilidade de coexistência entre ambos os problemas, ou seja, um indivíduo pode estar com dificuldades de aprendizagem e ao mesmo tempo apresentar um distúrbio de aprendizagem.
Estes problemas podem se manifestar em qualquer fase de ensino do período escolar e ter diversos fatores e situações diferentes, assim, pode se manifestar em um aluno devido a um estímulo e em outro devido a outro sem nenhuma relação àquele, por isso é importante uma investigação adequada para compreensão dos fatores que estão relacionadas a esta manifestação (JOSÉ, 2004) e aí entra a atuação do psicopedagogo.
2.3 O PSICOPEDAGOGO E A ATUAÇÃO INSTITUCIONAL
O Psicopedagogo tem como área de atuação as relações de aprendizagem a partir de um contexto que envolve as emoções e as relações sociais do indivíduo.Ele atua a partir de uma visão desvinculada do ensino prático e engessado, complementando o processo de aprendizagem a partir de uma visão humanista com base nos valores que compõe as relações sócioafetivas. 
Inicialmente era vista como uma atuação subsidia à Medicina e Psicologia, tendo sido posteriormente direcionada como uma área de atuação independente visando estudar o processo de aprendizagem, a partir de recursos diagnósticos, corretores e preventivos próprios (Visca Apud BOSSA, 2000).
FABRICIO, 2000, p.35).
A psicopedagogia trabalha e estuda a aprendizagem, o sujeito que aprende, aquilo que ele está apontando como a escola em seu conteúdo sociocultural. É uma área das Ciências Humanas que se dedica ao estudo dos processos de aprendizagem. Podemos hoje afirmar que a Psicopedagogia é um espaço transdisciplinar, pois se constitui a partir de uma nova compreensão acerca da complexidade dos processos de aprendizagem e, dentro desta perspectiva, das suas deficiências. (FABRICIO, 2000, p.35).
O psicopedagogo institucional possui um papel muito importante no cenário educacional dentro do contexto das dificuldades de aprendizagem, como um profissional qualificado, está apto dar toda a assistência aos professores e a outros profissionais da instituição escolar para melhorar as condições do processo de ensino-aprendizagem, possibilitando também a prevenção dos problemas de aprendizagem.
Neste sentido cabe as palavras de SCOZ (2002, p. 34) 
[...] A psicopedagogia além de dominar a patologia e a etiologia dos problemas de aprendizagem, aprofundou conhecimentos que lhe possibilitam uma contribuição efetiva não só relacionada aos problemas de aprendizagem, mas, também, na melhoria da qualidade do ensino oferecido nas escolas. [...]. Dessa forma contribui para a percepção global do fato educativo e para a compreensão satisfatória dos objetivos da educação e da finalidade da escola, possibilitando, assim, uma ação transformadora. 
A partir da sua atuação é possível identificar os problemas de aprendizagem do aluno, avaliando as suas potencialidade e dificuldades, e, a partir daí, delimitar uma estratégia de ação para buscar a melhora deste, que pode ser inclusive o encaminhamento para profissionais específicos.
Além da atuação juntamente à equipe educacional e ao aluno, é importante também a atuação deste juntamente à família do aluno, que deve se dar também em reuniões e conselhos para que este posa compreende melhor as relações em que este se insere.
Neste sentido, segundo Bossa (1994, p.23):
[...] cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicasde acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. Já que no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da própria ensinagem.
O estudo psicopedagógico se consubstancia na ampliação da compreensão das características e necessidades de aprendizagem do indivíduo observado, possibilitando à escola o desenvolvimento de recursos que possam atender a essas necessidades.
O Diagnóstico do psicopedagogo é composto por etapas que devem ser minuciosamente executadas, a partir de uma investigação que irá perdurar durante todo o trabalho, essa continuidade busca possibilitar uma interpretação mais concisa do paciente e dos envolvidos no seu processo de ensino.
Conforme aponta BOSSA (1994, p. 74):
O diagnóstico é um processo contínuo sempre revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia, segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito.
O diagnóstico do psicopedagogo dentro deste contexto é precedido de algumas etapas como abordado anteriormente, sendo composto entrevistas exploratórios situacionais e anamnese com a família do indivíduo para compreender melhor o seu contexto social e histórico familiar, sessões lúdicas para compreender os processos cognitivos, afetivos e sociais, também podem ser utilizadas provas e testes para avaliação do desenvolvimento pedagógico, cognitiva e emocional (Jorge Visca, 1987).
Conforme dispõe WEISS (2004, p.35):
diagnóstico psicopedagógico é composto de vários momentos que temporal e espacialmente tomam dimensões diferentes conforme a necessidade de cada caso. Assim, há momentos de anamnese só com os pais, de compreensão das relações familiares em sessão com toda a família presente, de avaliação da produção pedagógica e de vínculos com objetos de aprendizagem escolar, busca da construção e funcionamento das estruturas cognitivas (diagnóstico operatório), desempenho em testes de inteligência e visomotores, análise de aspectos emocionais por meio de testes expressivos, sessões de brincar e criar. Tudo isso pode ser estruturado numa seqüência diagnóstica estabelecida a partir dos primeiros contatos com o caso.
Conforme se observou, o psicopedagogo deve atuar no processo de aprendizagem e suas dificuldades, tendo por enfoque o sujeito que aprende em seus vários contextos: da família, da educação (formal e informal), da empresa, da saúde. 
Proceder o diagnóstico e intervenção por meio de instrumento e técnicas próprios da profissão, tendo como finalidade a pesquisa, prevenção, avaliação e a intervenção acerca da aprendizagem. Prestar também a supervisão dos profissionais no contexto escolar, orientando, coordenando e supervisionando a atuação destes no processo de ensino.
2.4METODOLOGIA
A ciência, segundo LAKATOSe MARCONI (2003, p. 84) parte de uma necessidade de saber o porquê dos acontecimentos como um modo de compreender e analisar o mundo através de um conjunto de técnicas e métodos. 
A partir da daí, pode-se compreender e analisar o mundo por meio da construção do conhecimento. Fala-se então em metodologia cientifica, sendo esta o caminho entre o estudo o resultado final.
No mesmo sentido, Minayo (1993, p.23) dispõe que a pesquisa é considerada como
atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados.
O trabalho em questão utilizou-se do método qualitativo exploratório bibliográfico.
A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32).
Assim, para o presente estudo buscou-se embasamento em livros, artigos, periódicos e demais publicações com temática pertinente ao tema, para que fosse possível chegar a uma conclusão teórica palpável quanto ao que foi proposto no estudo.
CONCLUSÃO
Conforme se observou, o processo de aprendizagem pressupõe diversos fatores, não sendo necessariamente aprendido na escola. O ser humano desenvolve suas condições cognitivas desde o seu nascimento, sendo influenciado pelo ambiente e pelas situações em que vive.
Há ainda fatores relacionados a patologias e condições específicas que irão interferir no desenvolvimento tanto quanto àqueles, dentre estes pode-se citar os TGD (transtornos globais do desenvolvimento), chamados, no entanto, de transtornos de aprendizagem.
A influência desses fatores pode causar comprometimento no desenvolvimento do indivíduo, como dificuldade de leitura, escrita, comportamento, socialização e outros.
Neste contexto, o psicopedagogo tem um papel importante como ente de intervenção buscando compreender, identificar, buscando evidenciar a ocorrência de dificuldades ou de determinado transtorno, ou de ambos, delimitando ainda um direcionamento quanto ao acompanhamento do indivíduo diagnosticado.
Os problemas de aprendizagem constituem uma situação real dentro do sistema de ensino, e mais ainda a necessidade de atuação de profissionais com formação adequada que possam atuar intervindo com métodos e técnicas que tragam uma nova visão para o indivíduo em relação ao cenário de ensino.
O diagnóstico, no entanto, não é algo que se consubstancie em apenas um momento, sendo um processo contínuo onde o psicopedagogo irá acompanhar diversos setores da vida do indivíduo, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução deste.
Essa atuação também é importante em relação a atuação dos demais profissionais de ensino presentes no ambiente, onde o psicopedagogo poderá atuar com direcionamento e acompanhamento destes, buscando a melhora no processo e nas técnicas de ensino escolar. 
REFERÊNCIAS
BOSSA, Nádia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.
BOSSA, Nadia A. Fundamentos da psicopedagogia. In: A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 2. Ed, Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
CERVO Amado Luiz; BERVIAN Pedro Alcino. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
FABRICIO, Nívea M. C. Psicopedagogia Avanços Teóricos e Práticos. São Paulo. Ed. ABPp, 2000.
FERNANDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica. Clínica da criança e sua família. Tradução de Iara Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
FRAGO, Antonio Viñao. Alfabetização na sociedade e na história: vozes, palavras e textos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
GARCÍA, J. N. Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Porto Alegre: Artes Médicas, 2010.
GÓMEZ, A. M. S.; TERÁN, N. E. Dificuldades de Aprendizagem: Detecção e estratégias de ajuda. [S.l.]: Cultural, 2009.
GRIGORENKO, Elena L. STERNBERG, Robert J. Crianças Rotuladas - O que é Necessário Saber sobre as Dificuldades de Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2003.
JOSÉ, Elisabete da Assunção. Problemas de Aprendizagem. 12ª Ed. ÁTICA, São Paulo 2004.LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
OSTI, A. Dificuldades de aprendizagem, Afetividade e Representações Sociais: reflexões para a formação docente. Jundiaí: Paco Editorial, 2012.
SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar: o problema escolar e de aprendizagem. 10 ed. Petrópolis: Vozes, 1994.
VISCA, João. Clínica psicopedagógica: epistemologia convergente. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
WEISS, Maria Lucia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: DP & A, 2004.

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