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Empresas e Relações Internacionais II

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Empresas e Relações Internacionais II
Japonesas nos EUA - Final dos anos 1980 e anos 1990
Levar capital é uma parte produtiva (ex: Sodiê indo pro Chile, sem esse novo da
marca mas como algo novo que seja compatível com os costumes culturais chilenos
por exemplo) → internacionalização, mas não multinacional, pois a marca não está
vinculada, eles criam uma nova (greenfield)
Investimento direto ≠ capital especulativo (investir 100 reais nas ações no google por
exemplo, por sua conta)
Moedas ancoradas uma na outra por conta do lastro do dólar (1970 → demanda
internacional por liquidez)
Terceira Onda
Coreia do Sul é um dos casos mais relevantes → Samsung, Hyundai Motor, LG
eletronics...
Multinacionais brasileiras também são, em grande medida, da terceira onda de
internacionalização
IED do Brasil - foi parte da 3º onda
O Brasil é um receptor histórico de IED → até os anos 2000, os investimentos
serviam para o nosso desenvolvimento (substituições de importações - não precisa
de dólar pra ficar comprando no exterior, é mais barato comprar investimentos -
desenvolvimentismo)
IED não é distribuído aleatoriamente
Setores investidos
Privatizações nos anos 1990 e início dos 2000 - boom de investimentos
Discussões sobre interesse em receber investimentos em todos os setores
A partir de 1990, há um fenômeno boom nos investimentos no Brasil, antes nós
tínhamos poucas multinacionais e era algo bem importante, esse fenômeno se dá
por conta do Plano Real de 1994 (estabilizou a moeda, o pessoal sabe quanto vale
a moeda); liberalização do Collor (baixou tarifas e mais produtos chegaram no
Brasil, e muitas empresas brasileiras faliram, o país se tornou bem mais aberto ao
comércio) → privatização
Motivações desses investimentos tem a ver com pré-sal, privatização, leilões - de
2005 pra cá temos a criação de Faria Lima (centro financeiro)
A composição de investimento tem mudado com o tempo, por conta de políticas
externas de parcerias com a China nos governos Lula, o fortalecimento dos BRICS
Baixos investimentos chinês nos governos Bolsonaro (gera impacto) → reflexos da
geopolítica mundial? de China e EUA brigando para ver quem mais investe no Brasil
(mercados globais)
Questões Importantes - IED do Brasil
Quais Empresas brasileiras competem? Origem dos investidores brasileiros?
Quais são os setores mais relevantes? Conexões políticas dos investidores
brasileiros?
Evolução do IED brasileiro
Acúmulo de investimento brasileiro no exterior. A queda (2014-2015) é por causa
dos brasileiros que tiraram do exterior e voltaram para o Brasil. Estoque de
investimento = quando vale de ano à ano no exterior
Crescimento vertiginoso dos investimentos brasileiros em 2003 até 2014 - política
externa - governo Lula coloca a expansão as empresas brasileiras no exterior como
instrumentos de presença brasileira no internacional (se projetar internacionalmente)
Crescimento acelerado
De receptor a exportador de FDI
Inflexão pós governo Lula
Platô governo Dilma (de pouquinho em pouquinho)
Mudanças Recentes
Importância das Multinacionais (na origem)
Controle de suprimentos - até a década de 1970, multinacionais dos EUA
controlavam acesso a matérias-primas, principalmente o petróleo
Expansão das empresas como interesses dos Estados
Historicamente representaram o Way of American Life
- Soft Power
- Exportação da poluição,etapas mal remuneradas e concentração
interna das etapas de alto valor agregado
- Expansão de ideias liberais e contenção do comunismo por meio da
exportação do capital, da tecnologia, etc
- multinacionais americanas apoiavam a política externa
Se tornaram, por exemplo, elementos importantes da PEB durante os anos Lula
- Inclusive estando associada ao desenvolvimento brasileiro
Importância das multinacionais (hospedeiro)
Internamente, sempre há preocupação com o domínio de atividades/setores por
empresas multinacionais
Há sempre preocupações sobre a qualidade dos investimentos
- Bophal, Índia
- Indústria americana
E inclui uma série de respostas
- Conteúdo nacional
- Restrição de remessas para o exterior
- Necessidade de transferência de tecnologias, entre outros
China
É atualmente a maior investidora de IED do mundo
Sabemos das conexões das empresas chinesas com os governos
Isso traz desafios para os países
Uma Nova Maneira de Olhar
OLIVEIRA, Susan Elizabeth Martins Cesar de. Cadeias globais de valor e os novos
padrões de comércio internacional : estratégias de inserção de Brasil e Canadá /
Susan Elizabeth Martins Cesar de Oliveira. – Brasília : FUNAG, 2015.
Conecta as empresas via comércio e não por investimento necessariamente
O que são Cadeias Globais de Valor?
O termo tem sido usado para sintetizar o conjunto de atividades que empresas
e trabalhadores desenvolvem desde a concepção de um produto até seu uso
final, incluindo também os serviços de pós‑venda (GEREFFI e
FERNANDEZ‑STARK, 2011).
Embutido neste conceito está a caracterização usual das diversas fases do
processo produtivo, que tipicamente incluem: obtenção de insumos; pesquisa e
desenvolvimento; produção; distribuição; marketing do produto final e serviços de
pós‑venda.
O adjetivo “global” refere‑se ao fato de que há uma crescente fragmentação destas
atividades, acompanhada de uma dispersão geográfica das mesmas. A integração
funcional das atividades, ou dos diversos fragmentos dispersos seria uma
característica chave do conceito.
O uso da expressão “cadeia de valor” em substituição a “cadeia produtiva” explicita
a ideia de agregação de valor inerente a cada fase realizada.
Partir da década 70, o crescimento do comércio internacional deixou de ser pensado
só no plano do comércio entre os países, pois uma parte desse crescimento tem a
ver com o comércio entre as empresas, ou seja, se você produz no Brasil um mouse
para produzi-lo, você precisa de uma placa eletrônica que é produzida na China, da
barrinha de rolagem que vem da França etc, logo você precisa importar diversas
peças, mas o produto continua sendo brasileiro, isso significa que você (empresa)
compra de outra empresa
→ é um comércio de insumo (de produção) feito entre as empresas para que elas
produzam um produto final para o consumidor
A produção que usa de produtos intermediários para a produção de algo de diversos
países → fenômenos dos anos 70 (antes Fordlândia - menos simples)
Exemplo Fordlândia → serviços financeiros era feito na Ford, os materiais eram
feitos dentro da Ford, montava, vendia e o serviço de pós-venda → fazia
basicamente tudo internalizado → isso é uma cadeia de valor
Cadeia de valor → divide a construção do carro em vária etapas, por isso o “cadeia”
→ as etapas podem ser feitas em diversos lugares do mundo
Mas com o avanço do capitalismo (redução das barreiras de comércio), é melhor
comprar peças de outros que fazem melhor
Cada etapa pode ser uma unidade autônoma, algumas podem ser terceirizar ou ser
comprada de alguém ou podem ser produzidas internamente → aquilo que você
compra de terceiros pode se fazer via comércio, as empresas comercializam uma
parte e produzem outras
A geografia da produção do produto não é localizada (nem todas são feitas num só
local) → produtos multinacionais - a mesma empresa tem atividades em diversas
partes do mundo porque se internacionalizaram, mas podendo comprar de outras
empresas aquilo que não conseguem produzir sozinhos
À medida que a literatura sobre cadeias globais de valor foi evoluindo –
principalmente ao longo da última década – houve o reconhecimento de que
diferentes estruturas de governança na cadeia podem gerar diferentes
oportunidades de upgrading. Humphrey e Schmitz (2002) já chamavam atenção
para o fato de que podem existir situações de lock‑in de algumas firmas resultantes
de relações com poucos compradores globais.
Os países brigam para ocupar os espaços nas etapas mais rentáveis, os países
querem sair da produção (agrega pouco) para umas melhores → ex: China
Cadeia Produtiva do Iphone
1000USD Lucro = 100 USD
Insumos telas - 200 Software - 300Serviços de pós venda
50 Brasil Coreia do Sul EUA e UE 25 local
pesquisa Produção da Chip Vendas
desenvolvimento carcaça - 50 50 25
200 - EUA China Filipinas local
Quem ganha mais? EUA
Quem fica com mais trabalho? China
Onde fica a poluição? China e Brasil
Onde ficam os trabalhos qualificados? EUA, UE e Coreia do Sul
No final das contas temos um produto final (iphone) onde o preço final é 100
dólares, o lucro é 100 dólares, sobra 900 dólares na cadeia produtiva, o valor final
100 dólares tira o lucro + imposto e cai para 900. As cadeias globais de valor
distribuem esses 900 dólares entre as diferentes etapas do processo produtivo,
cada uma das atividades agregam um pouco de valor
E como divide isso? A diferença é quanto que a gente dá de valor para determinada
tipo de atividade na cadeia produtiva
Tela é comprada da samsung, a carcaça é da foxconn que é de Taiwan e os
insumos são de países da periferia do sistema → deixa de pensar que o iphone é
um produto americano, trabalhadores de vários países recebem e agregam valor à
esse produto final → o problema é que há poluição, baixa remuneração por
trabalho, desenvolvimento desigual, mas ainda gera trabalho (alguns países geram
mais empregos que outros)
Inserção dos países nas cadeias de valor → se há uma cadeia global de valor que
gera um produto caro, tipo uma nave especial, todos querem entrar nessa cadeia
pois é de alto valor agregados nas etapas, o trabalho é mais qualificado.
A questão é que existe uma disputa global para ver quem vai ocupar as melhores
posições dentre as etapas na cadeia produtiva global

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