RELATORIO 3

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTC DE FEIRA DE SANTANA
COLEGIADO DE PSICOLOGIA
RAPHAELA MENDES RIOS 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: NA GESTALT TERAPIA COM CRIANÇA
Feira de Santana
2021
RAPHAELA MENDES RIOS
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: NA GESTALT TERAPIA COM CRIANCA
Relatório apresentado como requisito parcial para avaliação do Estágio Supervisionado, do curso de Bacharel em Psicologia pela pelo Centro Universitário - UNIFTC de Feira de Santana, sob a orientação da Professora JOSENEIDE BEZERRA.
Feira de Santana
2021
SUMÁRIO
	1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 
	04 
	2 DADOS DA EMPRESA ..............................................................................
	05
	3 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................
	06
	4 DESENVOLVIMENTO ...............................................................................
	09
	5 CONCLUSÃO ............................................................................................
	11 
	REFERÊNCIAS ............................................................................................. 
	12
	
	
	
	
	
	
1 	INTRODUÇÃO
 A procura por atendimentos psicológicos com crianças e adolescentes tem sido cada vez maior, para a atenção psicológica focados na prevenção e conservação da saúde mental das crianças e adolescentes. A atuação de psicólogos neste campo de atuação tem exigido novas formas de atendimento e modelos de atuação por parte dos profissionais da área em especial os psicólogos de forma a responder às demandas das crianças e da família.
O Estagio supervisionado teve inicio no primeiro semestre 2021.1. A paciente S. tem sete anos de idade, do sexo feminino, aconteceu no Núcleo de Atendimento Integrado a Saúde (NAIS) da UNIFTC. 
Foi realizado 12 (doze) sessões, a primeira sessão foi com a mãe de S. neste encontro foi realizado a anamnese com uma serie de perguntas a fim de conhecer a demanda da paciente, onde colhemos todos os dados e a principal queixa da mãe de S. é o medo em excesso, de assistir, de dormir de ficar sozinha e os demais encontros foram com a própria criança. 
Nesta disciplina o objetivo geral é o desenvolvimento de habilidades pertinentes e necessárias para a aquisição das competências profissionais do psicólogo no âmbito da psicologia da Gestalt Terapia com criança, tal objetivo posto em pratica através das observações realizadas no NAIS.
O estágio específico em clínica na abordagem da Gestalt Terapia na faculdade em estudo era uma opção do estudante. Tinha carga horária definida de 160 horas semestrais, com quatro horas semanais de supervisão e estudo teórico continuado. 
A Proposta para os discentes consistiu em observações pertinentes a aspectos psíquicos e emocionais vivenciados e relatados pelas as crianças e adolescentes que estavam em acompanhamento para uma investigativa, acompanhado pelos os seus familiares.
2 DADOS DA EMPRESA
O local onde decorreu o estágio curricular está situado na Avenida Getúlio Vargas, 2751, na clínica escola NAIS – Núcleo de Atenção Integral à Saúde, sendo a sua principal atividade o atendimento à sociedade, por meio dos estagiários supervisionado pelos orientadores. 
O NAIS trouxe uma visibilidade maior para os serviços que a FTC já oferecia no campus, renovando assim o compromisso com a comunidade de Feira de Santana e região. O funcionamento das clínicas é de segunda a sexta-feira, das 7 às 17h. 
Para se cadastrar é preciso comparecer ao serviço pessoalmente, munido de comprovante de endereço e carteira de identidade.
A Clínica oferece atendimento gratuito à comunidade interna e externa, recebendo pacientes encaminhados de escolas e unidades de saúde do município e macrorregião.
Acolhe crianças, adolescentes e adultos com algum sofrimento psíquico, e crianças e adolescentes com dificuldade de aprendizado. Também atende casais que desejam tratar de questões referentes à vida conjugal e familiar.
3 	REFERENCIAL TEÓRICO
A Gestalt Terapia é uma abordagem psicoterápica centrada no cliente onde ajuda os clientes a se concentrarem no presente. 
A experiência no estágio sugeriu que a abordagem Gestáltica pode em muito contribuir para atender as necessidades específicas da cliente. 
Assim necessita-se analisar a família como um sistema, abranger estas relações e sua influência no tratamento, sendo que isto foi analisado tanto na Unidade de Saúde que atende toda a família e mapeia suas relações, quanto no Serviço, onde na maioria das vezes estagiários necessitavam fazer contato com as famílias dos clientes. E no local de estágio o contexto social era sempre considerado como um fator de suporte psicológico. 
O ser humano é aqui pensado e visto como um agente transformador de sua realidade, A Gestalt baseia-se no contato genuíno entre seres humanos, na possibilidade de desenvolver o diálogo através de qualidades como presença, inclusão, confirmação, importância positiva incondicional. (Juliano,1999).
No atendimento, o estagiário necessita despir-se de suas preconcepções de toda ordem para mergulhar no universo de seus clientes, conhecer suas necessidades e ajudá-los em seu desenvolvimento. 
Portanto, estão disponíveis para o psicoterapeuta recursos como arte terapia, desenhos, trabalhos corporais, jogos, pinturas entre outros., para promover a tomada de consciência e mudança. 
E por fim a Gestalt trabalha com o aqui e agora, as questões trazidas no período, a queixa, e também procura abordar dos negócios incompletos, as Gestalts abertas e fixadas, consentindo um aprofundamento no trabalho para se passar por questões antigas e traumáticas, que ainda se presentificam impedindo os clientes de viverem de forma plena e interagir de forma saudável com o ambiente. (Pinto, 2009)
Sendo assim é uma método que promove aos clientes não só a diminuição de sintomas e resolução de problemas, mas um trabalho mais profundo de ressignificação.
Pois, como explica Ribeiro, (1999) o intuito da Gestalt- -Terapia é de “liberar forças preservadas da personalidade e não a de debelar sintomas”. Já Pinto(2012) assegura que as pessoas “podem reparar sua capacidade de viver plenamente a vida, ainda que isso sugira em fazer modificações, às vezes dolorosas, em crenças e comportamentos mantidas durante muito tempo, ainda que isso provoque também em lidar com os aspectos trágicos da vida”.
4 DESENVOLVIMENTO
No primeiro momento foram ministradas as aulas teóricas com a docente Josineide Bezerra, houve a realização da leitura dos textos cujo conteúdo tinha o objetivo de nortear os discentes de forma teórica quanto ao que seria desenvolvido nas dependências do Núcleo de Atendimento a Saúde (NAIS). Logo em seguida tivemos nosso primeiro encontro com a da paciente S. que aconteceu no dia 29 de março de 2021. 
No nosso primeiro atendimento foi realizado a anamnese, um questionário para entendermos um pouco a demanda da S. Na entrevista fizemos as apresentação, de quanto tempo seria cada sessão, a durabilidade dos atendimentos e informamos sobre o total sigilo dos atendimentos da paciente S. 
A queixa inicial da mãe de S. é que paciente tem medo de ficar sozinha, de dormir sozinha, de assistir sozinha ou seja medo em excesso. No Psicodiagnóstico a mãe relata que a gravidez não foi programada, mas a gravidez foi tranquila, nascida de parto normal, não teve complicações durante a gestação, não amamentou por muito tempo. O sono de S. era tranquilo. S. engatinhou com seis meses e andou com um ano de idade. Entrou na escola com quatro anos, tem uma preferencia por alimentação saudável, sua adaptação na escola foi tranquila, porem tem dificuldades na leitura e na escrita.
No dia 12 de abril 2021 aconteceu o primeiro encontro com a paciente S. havendo uma apresentação, de quem é o psicólogo de uma forma simples. 		Questionei como ela se sentia, ela responde agoniada e ansiosa. Relatou que tem medo do pai porque já presenciou algumasbrigas e discursões com a mãe e sua irmã. Perguntei se ela gostaria de falar algo ela diz que tem dias que sente medo, tem outros dias que não sente. Que estuda brinca, tem um sobrinho de três anos que ela gosta muito e brinca bastante com ele, e que ainda não saber ler. No nosso primeiro encontro solicito que S. faça dois desenhos o primeiro de toda a sua família e o segundo um desenho livre. 
Ela desenha todos da família só com a cabeça, faltando os membros braços e pernas, desenhou ate seu animal de estimação pintou todos menos o seu pai. E segundo ela me desenhou em um balanço, desenhou também sua casa e sua piscina, a rede de sua casa. E Relatou que não gosta muito do pai por suas agressividades e bebidas.
Na Supervisão fui orientada a questionar a paciente S. o que estava faltando no desenho, quais as partes do corpo estava faltando e que ela contasse uma historia sobre sua família, e que ela desenhasse o que estava faltando. Correlacionar o medo com o agora, por exemplo se alguém gritassem com ela agora se ela sentiria medo, respondeu que sim. 
O segundo encontro acontece na brinquedoteca no dia 19 de abril 20121, ela demostra ansiedade e curiosidade pelos brinquedos. E sinaliza que ainda não sabe ler. Que tem medo do pai por conta da bebida e que o pai cobra que ela ainda não sabe ler. S. Tem um sofrimento muito grande em não saber ler. No próximo atendimento no dia 24 de maio, fui orientada a deixa-la primeiro brincar para que ela estivesse uma auto regulação para ficar mas tranquila. 
Concluir o primeiro jogo brincar um pouco, depois desenhar o tamanho do seu medo e que ela contasse uma historia familiar, porem a mesma não conta historia nenhuma sobre a família. Porem oriento que conte a história de chapeuzinho vermelho e mesma conta a história. No dia 26 de abril 2021 S. estava mas tranquila, mas desiste das coisas com muita facilidade, tem medo de tentar, medo do novo. Ela brinca de pular a corda porem no primeiro erro, ela não tenta mas. 
Para o nosso próximo encontro no dia 03 de maio de 2021, fui orientada realizar a dinâmica das fabulas, com perguntas e respostas, interage muito bem respondendo todas as perguntas. Mas uma vez S. relata que se eu não aprender a ler não volta para casa, encontrasse desmotivada. Para o próximo atendimento no dia 10 de maio 2021fui orientada a perguntar, o que melhoraria na vida dela se ela aprendesse a ler, ela responde os colegas iam parar de rir. Eu Indico para a S. instalar o aplicativo silabando pra treinar a leitura em casa, esse aplicativo tem a função de ajudar as crianças a desenvolver o processo de leitura e S. fica muito feliz com a ideia. 
No dia 17 de maio de 2021 S. trás o celular com o aplicativo, treinamos juntas as silabas, fizemos leituras juntas dos livros as emoções e fui orientada pela orientadora a trabalhar com o reforço positivo, você consegue, tente outra vez, você pode e S. Já demostra mas segurança, Jogamos o jogo da memoria, S. se desenvolve em todas as brincadeiras e jogos, sua única dificuldade é ler palavras com mas de três silabas e textos. 
Ela relata que palavras com mas de três silabas ela tem a sensação que não vai conseguir. A Orientadora sugere que eu faça combinados com S. para ela trazer livros para lermos juntas, então lemos juntas e elogio bastante o seu esforço. Ela sai da sala mas feliz porque hoje conseguiu ler um pouco. Sou orientada 24 de maio de 2021 a trabalhar a segurança de S. fazemos leitura com outros livros de as emoções e sinalizei que conseguimos ler, que o que fizemos juntas, que ela sempre pode tentar de novo e ate mesmo errar, que errar não tem nenhum problema. 
No dia 30 de maio ela leu novamente comigo, pintou em um quadro e eu informei que aquele dia seria nosso ultimo encontro. Que ela podia ficar tranquila que muito em breve ia esta lendo com segurança todas as palavras. Que ela levasse em seu coração que sempre podia tentar novamente, ela ficou um pouco triste calada mas aceitou a informação do final dos atendimentos com tranquilidade. Então no dia 07 de junho de 2021 fui orientada a dar a devolutiva para a mãe de S. Informando do sofrimento que S. se encontra por não saber ler ainda. 
Que o medo de S. esta muito mas ligado a insegurança de não saber ler do que o próprio medo em se. Orientamos a mãe de S. que ela esteja sempre reforçando S. positivamente, com elogios, que ela pode errar e tentar novamente. Informamos que S. desiste fácil para ela incentiva-la positivamente sempre, e encoraja-la e sempre que ela prometer algo a S. ela cumprir. Não demonstrar muitas expectativas para não gerar angustias e frustações nesta fase de aprendizagem. 
É muito importante a valorização e reconhecimento com palavras para que se desenvolva a segurança e o conforto da criança. É Importante acompanhar o processo de leitura, ler com S. todos os dias para assim desenvolver a leitura de textos. Observar a aprendizagem de S. na creche para haja cuidados na cobrança da leitura, para que aconteça de forma leve e motivada, por que S. relata que se não der a lição não volta para casa, não havendo nenhuma motivação. Minha orientadora indicou que eu orientasse a mãe da S. continuar com a terapia ate que ela melhorasse o processo da leitura. 
5 	CONCLUSÃO
O Estagio com paciente S. foi uma experiência extraordinária, S. participou de todas as sessões criamos um vinculo afetivo muito importante. Durante os estágios foi possível visualizar o comportamento da criança observada através de desenhos, pinturas, contos de historias e leitura de livros. Todos os contatos com a Paciente S. sempre produzimos algum tipo de atividade. S. sempre interagia com os brinquedos e jogos da brinquedoteca. 
A partir dos relatos foram observados alguns momentos de ansiedade e medo de tentar o novo o desconhecido. S. relata em quase todos os atendimentos a dificuldade da leitura. 
Realizamos várias atividades com o proposito de melhorar a segurança e capacidade de S., observei ao logo do estagio que S. evolui a percepção sobre se mesma e a sua capacidade de tentar e executar a leitura. S. foi reforçada com elogios e ensinada que ela pode errar sem nenhum problema e pode tentar sempre que for necessário. Orientamos a mãe de S. acompanhar seu processo de aprendizagem na creche, pois a mesma estuda na creche do condomínio. S. é uma criança muito inteligente, porem podemos observar a dificuldade e o sofrimento que ela sente por não saber ler. Podemos concluir que crianças também tem questões a serem orientadas, o medo de S. maior é porque ainda não sabe ler textos e ela é muito cobrada por esta questão. S. é uma criança em processo de aprendizagem que precisa ser orientada a praticar a leitura constantemente. Possivelmente essa pratica irá melhorar este processo de aprendizagem, garantindo a saúde psicológica de S. ajudando a ser uma criança mais segura e enfrentar os obstáculos durante a vida. Orientamos a cliente S. continuar com o processo de terapia ate que a mesma melhore esta fase de aprendizagem.
REFERÊNCIAS
JC, Juliano. A arte de restaurar histórias: libertando o diálogo. São Paulo: Summus; 1999. 
PINTO, EB. Os padres em psicoterapia: estabelecendo singularidades. São Paulo: Ideias e Letras; 2012. 
PINTO, EB. Psicoterapia de curta duração na abordagem gestáltica: elementos para a prática clínica. São Paulo: Summus; 2009. 
RIBEIRO, JP. Gestalt terapia de curta duração. São Paulo: Summus; 1999. 
RIBEIRO, JP. Psicoterapia: teorias e técnicas psicoterápicas. 2ª Ed. São Paulo: Summus; 2013.