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Clínica de Pequenos Animais 2 Camilla Teotonio Pereira AFECÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO SÍNDROME DO BRAQUIOCEFÁLICO Caracteriza-se por anormalidades anatômicas congênitas das vias aéreas anteriores. A consequências dessas malformações anatômicas é a evolução para complicações de graus variados das funções das vias respiratórias. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Nos casos mais graves, podem evoluir para edema pulmonar devido à redução da pressão intratorácica. DIAGNÓSTICO Inspeção das narinas (até 77% dos casos apresentarão estenose). Exame radiográfico do tórax Exame radiográfico da laringe poderá revelar aumento de partes moles na região. Diagnóstico padrão ouro são endoscopia, laringoscopia e broncoscopia. Tratamento cirúrgico. COLAPSO DE TRAQUEIA Estreitamento do lúmen da traqueia, seja extra ou intratoráxica (cervical e/ou torácica) com graus variáveis. Normalmente resultado da perda do tônus do músculo traqueal dorsal. Yorkshire Terrier e Spitz são os modelos da doença. Comum em cães miniatura ou toys de meia idade e com passar do tempo piora do quadro. Colapso de traqueia associado laringite. Exame radiográfico nem sempre o colapso de traqueia e podemos utilizar algumas técnicas em casos de colapso de traqueia da região cervical até entrada do tórax. Técnica hiperextensão do pescoço aparece fechamento do lúmen traqueal no exame radiográfico. Outra técnica é pressionar a região cervical com colher de pau e se observar redução de no mínimo 50% do lúmen traqueal confirma diagnóstico. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Tosse não produtiva com piora após exercícios ou excitação, após a ingestão de água ou alimento e pela tração da coleira de pescoço. Dispneia inspiratória, cianose e síncopes (baixa tensão de O2 no sague). Obesidade com incidência de 67% dos casos segundo a literatura. Som pulmonar estridor. Comum em casos de paralisia de laringe também foi observado em 30% dos animais com colapso de traqueia. EXAME FÍSICO Normal durante o exame. A tosse pode ser induzida pela palpação traqueal. A hiperextensão do pescoço pode aumentar o grau de dispneia. Estertores e sibilos quando associado a uma bronquite crônica. Sons cardíacos normais. Pode ter sopro como achado de exame que não é a causa de coração. TRATAMENTO TTO paliativo não curativo. ANTITUSSÍGENOS Efeito sedativo que reduz ataques por excitação. Bloqueia a irritação progressiva da traqueia por surtos de tosse. Butorfanol 0,55mg/Kg, VO, BID ou TID. Hidrocodona 0,22mg/Kg, VO, BID ou TID. Codeína 0,2 a 0,5mg/Kg, VO, BID ou TID. Pode manipular na apresentação de xarope Dopropizina (vibral®) 1gota/Kg (pequenos), 1 a 2mL/animal (médio) e 3mL/animal (grandes). BRONCODILATADORES Uso controverso. A dilatação de vias aéreas menores diminuem o esforço expiratório, diminuem a pressão intratorácica (secundária) e tem menor constrição da traqueia. Indicado em casos de colapso de traqueia associado a colapso brônquico. Teofilina 10mg/Kg, VO, BID. Terbutalina 1,25 a 2,5mg/animal ou 0,3mg/Kg, BID. Broncodilatadores inalatórios (Aerolin®). GLICOCORTICÓIDES Uso controverso, predispõe a broncopneumonias e traqueobronquites bacterianas. Indicada quando associada a quadros alérgicos e inflamação da via respiratória associado a casos de tosse severa. Prednisona ou prednisolona 0,25 a 1mg/Kg, VO, BID ou SIB (começa SID). ALTERNATIVOS Antibióticos com resultados de cultura, redução de peso, evitar coleiras cervicais, evitar estresses e superaquecimento. TTO CIRÚRGICO Casos severos de colapso e cirurgia não invasivo com uso de stents por via endoscopia. Pode causar irritação local, deslocamento ou fratura do stents. TRAQUEOBRONQUITE INFECCIOSA Também conhecida como tosse dos canis. Vírus da Parainfluenza e Bordetella bronchiseptica. Tosse seca e estridente de aparecimento súbito. Pode ser acompanhada por corrimento nasal e espirros (Bordetella). FATORES PREDISPONENTES CARACTERÍSTICAS Período de incubação de 2 a 10 dias. Não são atípicas anorexia persistente, depressão e febre. O curso clínico é de 7 a 14 dias (autolimitante). A tosse induzida pela palpação da traqueia. A auscultação pulmonar apresenta aumento de ruídos traqueias (sibilos ou estridor). TRATAMENTO Normalmente nenhum tratamento necessário. ANTITUSSÍGENOS Bloqueia a irritação progressiva da traqueia por surtos de tosse. Butorfanol 0,5 a 1,1mg/Kg, VO, BID ou TID. Hidrocodona 1,25 a 5mg/Kg, VO, BID ou TID. GLICOCORTICÓIDES Efeito anti-inflamatório. Prednisolona 0,5mg/Kg, SID ou BID, por 5 dias. ANTIBIÓTICOTERAPIA Amoxicilina 10 a 30mg/Kg (cães) e 11 a 22mg/Kg (gatos). Doxiciclina 5 a 10mg/Kg. Duração de 15 dias. BRONQUITE CRÔNICA Doença pulmonar comumente observada em cães de meia idade e idosos de raças pequenas. Doença incurável, porém controlável. Doença crônica do brônquio com diminuição do lúmen. Caracterizada por tosse persistente resultado de inflamação crônica das vias respiratórias além de aumento das secreções de muco. CARACTERÍSTICAS Tosse produtiva / improdutiva. Intolerância ao exercício, cianose e colapso. Dispneia expiratória (obstruções das vias aéreas menores). A exacerbação da tosse pode ocorrer após excitação, mudanças bruscas de T°C ou após a ingestão de água fria. Prostação e anorexia após infecções bacterianas secundárias. CAUSAS SONS RESPIRATÓRIOS Estertores inspiratórios e sibilos expiratórios. Esforço expiratórios e expiração prolongada. Animais podem ter em associação a presença de endocardiose de mitral ou colapso de traqueia. EXAMES COMPLEMENTARES EXAME RADIOGRÁFICO Espessamento dos brônquios e aumento generalizado da densidade pulmonar. “Trilho de trem” e “donut” em 50% não aparecem. HEMOGRAMA Eosinofilia: alergias ou pneumonia parasitária. Leucocitose por neutrofilia com desvio à esquerda nas infecções bacterianas. LAVADO TRAQUEAL Uso em casos de ineficiência de tratamentos anteriores. TRATAMENTO Redução de peso. GLICOCORTICÓIDES Dose anti-inflamatória. Prednisona ou prednisolona 0,5 a 1mg/Kg, BID até conseguir quando possível a dose de 0,5mg/Kg a cada 48h até melhorar sintoma. ANTIBIÓTICOTERAPIA Duração mínima de 7 dias. Ex: doxiciclina, cloranfenicol, quinolonas, amoxicilina com clavulonato. ANTITUSSÍGENOS Em casos de tosse exaustiva. Butorfanol 0,55mg/Kg, VO, BID ou TID. Hidrocodona 0,22mg/Kg, VO, BID ou TID. Codeína 0,2 a 0,5mg/Kg, VO, BID ou TID. Pode manipular na forma de xarope Dopropizina (vibral®) 1gota/Kg (pequenos), 1 a 2mL/animal (médio) e 3mL/animal (grandes). BRONCODILATADORES Aminofilina 11mg/Kg, TID. Teofilina 10mg/Kg, BID. Terbutalina 1,25 a 5mg/cão, BID ou TID. ASMA / BRONQUITE FELINA ASMA Obstrução reversível das vias aéreas de curta duração. Broncoconstrição: inflamação eosinofilica (alergia). BRONQUITE AGUDA Inflamação reversível das vias aéreas de curta duração. Inflamação neutrofilica ou macrofágica. BRONQUITE CRÔNICA Inflamação crônica das vias aéreas irreversível com mais de 2 a 3 meses. Inflamação eosinofilica, neutrofilica ou mista. Consequências são fibrose e enfisema. ANAMNESE Acomete gatos jovens e de meia idade. Tosse, angustia respiratória e sibilos por exposição a alérgenos ou irritantes. EXAME FÍSICO Taquipneia, sibilos expiratórios nas crises (audível). TRATAMENTO BRONCODILATADORES Terbutalina 0,01mg/Kg, SC. Aminofilina 11mg/Kg, TID. Teofilina 10mg/Kg, BID. Terbutalina 1,25 a 5mg/cão, BID ou TID. GLICOCORTICÓIDES Fármacos de eleição. Dexametasona, IV, SC Prednisolona Acetato de metilprednisolona 10mg/gato, IM, mensal OXIGENIOTERAPIAAmbiente frio e calmo. ANTIBIÓTICOTERAPIA – MYCOPLASMA Doxiciclina 5 a 10mg/Kg, BID. Cloranfenicol 10 a 15mg/Kg, BID. Azitromicina 5 a 10mg/Kg, SID, 3 dias. INALADORES Salbutamol (Aerolin®) ou Salmeterol Fluticasona (1° opção, se tiver em crise entrar direto com corticoide). Comprar extensor infantil e 2” puffs” = 7 a 10 movimentos respiratórios. INVESTIGAR PRODUTOS INALADOS Perfumes, fumaça desinfetantes, produtos para limpeza de tapetes, caixa sanitária do gato. BRONCOPNEUMONIA ETIOLOGIA (FATORES PREDISPONENTES) Traqueobronquite infeciosa. Doença pulmonar pré-existente (bronquite não infecciosa, dirofilariose, inalação de fumaça). Inalação ou aspiração de fluidos (megaesôfago, vômito, paralisia laringiana). Imunossupressão (infecciosas, metabólicas ou fármacos). Sonda endotraqueal contaminada. CARACTERÍSTICAS Outros Exame físico estertores crepitantes, sibilos expiratórios associados a crepitação. EXAMES COMPLEMENTARES EXAME RADIOGRÁFICO Aumento da densidade pulmonar intersticial (viral e protozoários) ou alveolar (bacteriana). Lobo pulmonar médio direito e os lobos caudais craniais são mais acometidos. Densidades nodulares: doenças fúngicas ou neoplasias). Opacificação dos lobos médiocaudal do lado direito e lobo médio esquerdo. Densidades nodulares. HEMOGRAMA Leucocitose por neutrofilia com desvio à esquerda, monocitose. Infecções bacterianas aguda e severa ocorre neutropenia com desvio à esquerda degenerativo. TRATAMENTO Não usar supressores de tosse (antitússicos). Administrar O2 umidificado em animais dispneicos e cianóticos. Normalmente são pacientes internados. ANTIBIÓTICOTERAPIA Mínimo 3 semanas e mais longa dependendo do hemograma e raio-x. Ideal cultura e antibiograma por lavado traqueal. Usar antibióticos de largo espectro
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