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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM GESTÃO DE PROJETOS Resenha Crítica de Caso Murilo Metzger Denny Trabalho da disciplina: PMO e gestão de programas e portfólio Tutor: Sueli Moreira Marquet Silva Indaiatuba/SP 2021 http://portal.estacio.br/ 2 O PMO (ESCRITÓRIO DE GESTÃO DE PROJETOS) DA ATEKPC Referências: 1. McFarlan, F. Warren; Hupp, John; Kell, Mark – Harvard Business School – 313-P02 – Rev. de 11 de Outubro de 2007. Acessado em 27 de Abril de 2021. 2. Site: https://escritoriodeprojetos.com.br/o-que-e-escritorio-de-projetos-pmo - Acessado em 02 de Maio de 2021. 3. Site: https://www.projectbuilder.com.br/blog/project-management-office-tudo- o-que-voce-precisa-saber/ - Acessado em 02 de Maio de 2021. Introdução Segundo o Guia PMBOK®, o Escritório de Projetos ou em inglês, PMO (Project Management Office) é uma estrutura organizacional que padroniza os processos de governança relacionados a projetos e facilita o compartilhamento de recursos, metodologias, ferramentas e técnicas. O setor de computadores pessoais (PC) estava enfrentando grande pressão dos custos e passava por um período de consolidação, as ameaças reportadas na análise eram mundiais e vinham de diversos fatores. Diante desse cenário, John Strider, CIO da AtekPC, pensando sobre os benefícios que um PMO poderia trazer para a organização. Mesmo ciente das dificuldades, deu início a chamada iniciativa PMO, pois acreditava que, se bem implementado, seria de grande ajuda à empresa. Sobre a empresa, a AtekPC, fundada em 1984 tornou-se um fabricante médio de PCs nos EUA, vendas de $1,9 bilhões (dados de 2006), empregava 2.100 trabalhadores em tempo integral e mais 200 em tempo parcial. A AtekPC, bem como outras empresas no setor PC lutavam para lidar com a transição de um setor de crescimento para um setor maduro. O artigo visa apresentar a importância e benefícios do PMO para as empresas e quais as dificuldades para implementação a partir da experiência de Strider e do PMO da AtekPC. Desenvolvimento https://escritoriodeprojetos.com.br/o-que-e-escritorio-de-projetos-pmo https://www.projectbuilder.com.br/blog/project-management-office-tudo-o-que-voce-precisa-saber/ https://www.projectbuilder.com.br/blog/project-management-office-tudo-o-que-voce-precisa-saber/ https://escritoriodeprojetos.com.br/metodologia-pmo https://escritoriodeprojetos.com.br/ferramentas-de-gerenciamento-de-projetos-gratuitas 3 Em 2006, a AtekPC iniciava várias tentativas de posicionar a empresa para o futuro. Uma dessas iniciativas era implementação de PMO, focado em TI, que se tornaria um PMO corporativo. Era reconhecido que seria possível gerenciar projetos de maneira mais eficaz, caso houvesse sucesso na implementação. A AtekPC já havia desenvolvido um extenso portfólio de aplicativos, principalmente focados no nível operacional das funções de negócio, porém, os projetos eram gerenciados informalmente e sem práticas padronizadas. A ideia da introdução do PMO era padronizar a maneira como gerir esses projetos e promover melhorias. Em 2007, os projetos eram gerenciados através da adição de responsabilidade de GP a uma pessoa de desenvolvimento, na qual tinha a função de supervisionar o trabalho e eram responsáveis em atender os requerimentos específicos do projeto. A AtekPC via benefícios nesse modelo de trabalho, pois as entregas tendiam a ser rápidas, e por causa desse histórico, havia uma considerável confiança nessa abordagem de trabalho. Esta abordagem informal foi tradicionalmente a norma. O TI era visto como tomadora de pedidos e os projetos tornaram-se cada vez mais focados em operações e manutenção. O desenvolvimento de sistemas de integração multifuncional e o uso de tecnologias de internet passaram a ser uma das necessidades da empresa para se adaptar às mudanças do setor. Assim, os projetos requeridos eram maiores que os de anteriormente e as demandas desses novos projetos sobrecarregavam os métodos informais de gestão. A introdução do PMO tinha como função garantir práticas melhores e mais consistentes. Apesar de não existirem planos e documentação formal para o PMO, a meta inicial era estabelecer o escritório e provar seu valor. Outro ponto a ser mencionado aqui é que também não havia métricas para mensurar os benefícios da iniciativa, além disso, as responsabilidades do PMO não estavam tão claras. Então, o plano foi criar a aceitação do PMO por meio de consultoria e aconselhamento sobre os projetos individuais. Neste ponto, é possível notar para a cultura de gestão de projetos histórica na empresa era uma das principais dificuldades na implementação da iniciativa. Outra limitação era a escassez de pessoal especializado, a AtekPC não priorizava o desenvolvimento pessoal com postura empresarial para o PMO, o que dificultava 4 ainda mais a implementação, já que os colaboradores não estavam engajados totalmente em assumir a iniciativa. Uma das equipes passou a desenvolver serviços com foco corporativo, e esses foram bem aceitos, a empresa havia entendido que o PMO era capaz de padronizar as práticas de gestão. Porém, gestão de portfólio não estava sendo tratada no momento. Outra preocupação da iniciativa era com relação a autoridade. Strider sabia que para fiscalizar as novas práticas, era necessária uma autoridade formal, no entanto, nem todos os executivos seniores estavam engajados com a iniciativa. Passaram a considerar então, dois modelos organizacionais para o PMO, que foram denominados PMO-heavy e PMO-light. O primeiro compreendia uma equipe completa e passava por todas as novas práticas de trabalho. O segundo, era caracterizado por uma equipe mínima, liderada por um gerente de projeto. Havia discordância e faltava entendimento a respeito dos modelos e isso passou a gerar dúvida a respeito da capacidade das equipes em entregar os projetos nos prazos. Pois era entendido a necessidade de recurso para conseguir manter esse plano de trabalho, o que poderia significar sacrificar uma atividade para avançar em outra. No fim, a discussão entre PMO-heavy e PMO-light passou a gerar tensão entre os executivos que defendiam seus pontos a favor de um modelo ou outro. Era difícil reconhecer as diferenças entre os modelos, havia discussões sobre as estruturas organizacionais, mas os executivos não estavam preparados para assumir uma decisão. A equipe então percebeu o quão desafiador era implementar o PMO em um ambiente que não-GP, pois ia contra a cultura organizacional. Era necessário quebrar uma barreira muito grande, pois estavam tentando sair de uma empresa com nenhum gerenciamento de projetos formal para uma muito formal. E discussões sobre como mesclar a cultura com o método e os processos passaram a ser levantadas. Para tentar quebrar a resistência cultural, a equipe envolvida com o PMO passou a promover treinamentos, aconselhamentos e coaching. A respeito deste ponto, a primeira questão que Strider levantou foi quanto tempo levaria para que houvesse adesão e adaptação das áreas funcionais aos processos mais formais, para assim conseguir implementar alguma autoridade. 5 Algumas áreas passaram a aderir o PMO. Áreas como manufatura e vendas aceitaram o modelo, no entanto, em certos grupos não era tão bem recebido. Com apoio das áreas que aceitaram o modelo, a equipe continuou seus esforços para a implementação, porém, a equipe reconheceu a necessidade de uma equipe maior de especialistas para contribuir com os padrões e métodos, de maneira a acelerar a adesão de outros grupos. Não havia maneiras de medir o desempenho do PMO se não fosse na base das opiniões subjetivas dos envolvidos, e determinar esses parâmetros era um grande desafio. Uma das preocupações era a burocracia e quanto tempo seria perdido comisso. Além da dificuldade em medir o desempenho, havia também a preocupação em entender para quem o PMO responderia, o modelo era temporário e seria necessário planejar, dentro do plano de desenvolvimento da companhia, quem seriam os responsáveis. A implementação já havia apresentado vários problemas, e as resoluções iam acontecendo conforme as situações apareciam. Porém, todos estavam cientes da situação e dos riscos que estavam correndo, o que gerava muita preocupação na equipe. Conclusão Ficou evidente a dificuldade de implementação do PMO devida a cultura organizacional da empresa. A falta de entendimento entre os modelos e a escassez de especialistas nos processos voltados a GP foi outro ponto de dificuldade encontrado. Nem todos os que ocupavam cargos altos estavam engajados na implementação da iniciativa e isso só gerava mais dúvidas nas equipes, uma vez que nem as métricas para medir o desempenho do PMO eram bem estabelecidas. Apesar de ser claro o benefício que o PMO poderia promover a organização, a barreira da cultura organizacional se mostrou muito forte, esta é a principal lição que o artigo nos mostra. É necessário planejamento e recursos para uma implementação bem sucedida, e se isso ocorrer, os benefícios serão evidentes.
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