Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O DESAFIO DE ENSINAR EM MEIO A UMA PANDEMIA, AS TIC’S E O ENSINO DO IDIOMA INGLÊS COMO PARTICULARIDADE Autor: Wanderlei Gonçalves Projeto de ensino - Tcc RESUMO Este trabalho, foi elaborado com o intuito de demonstrar os desafios enfrentados pelo professor, mas especificamente os de inglês, em meio a uma pandemia. O objetivo, é deixar claro a necessidade urgente de capacitação profissional, além de preparo da máquina administrativa, principalmente em materiais adequados e previamente conhecidos por profissionais da área da educação. Neste trabalho foi utilizada a metodologia de pesquisa bibliográfica através de livros em pdf, artigos de revistas eletrônicas, documentos e revisão de literatura. Para isso, foram pesquisados sites educacionais, plataformas governamentais, e bibliografia associada às pesquisas efetuadas durante a realização do trabalho. Concluiu- se ao final deste trabalho, que a capacitação do professor, deve ser constante e, como foi observado neste momento de pandemia, deve incluir ferramentas modernas como as TIC’s. Contudo há também a necessidade de conhecimento prévio de tais ferramentas, pois foi perceptível a falta de intimidade que muitos professores demonstraram, quando em contato com elas. Ainda como resultado obtido por meio da investigação nas plataformas de ensino, percebeu-se que tanto alunos, como pais e professores, mesmo em meio às ferramentas que para muitos eram desconhecidas, acabaram se adaptando as novas formas de ensino. Sobre o ensino da língua inglesa, e os métodos de ensino utilizados pelos professores, ainda se constatou em meio à pesquisa, que os modelos de ensino da língua inglesa mais utilizados são o gramar-translation e o natural approach geralmente como complementos, um do outro. Palavras-chave: Língua inglesa. Ensino. Pandemia. 1 INTRODUÇÃO Mesmo com avanços tecnológicos adquiridos nos últimos anos, ensinar por meio de ferramentas áudio visuais, mais especificamente computadores, tablets e celulares, parecia algo impensável para muitos profissionais da área da educação. Contudo, nos vemos agora em meio a uma pandemia, fenômeno não vivenciado pela maioria dos professores e profissionais da educação, e que coloca os mesmos, frente ao imaginável e na maioria das vezes dispensável, o ensino à distância. Materiais que antes acompanhavam a vida do professor, como livros didáticos e apostilas físicas, se tornaram virtuais e ao alcance dos dedos. As escolas que antes se apresentavam em forma de grandes espaços, cercados de concreto e aço, agora cabem na palma da mão. Uma nova realidade lhes foi apresentada, e infelizmente, para a maioria deles, faltou um preparo adequado para tal situação. A fim de entender a problemática pandemia-ensino-professor, que envolve o ensino em meio a uma pandemia, e dentro da área de concentração “Ensino da língua inglesa”, pretende-se, por meio deste trabalho, fazer fruto do objetivo que é, entender de que forma é possível lidar com as dificuldades que agora se colocam diante do cotidiano de professores, que não se permitiram, no tempo adequado, se capacitarem para as ferramentas que já se mostravam de futura utilização educacional. Para tanto, serão apresentadas ferramentas modernas, na maioria TICs, além de conceitos e estudos, cercados de soluções, que em tempo adequado, podem ser usados num momento de restrições. Assim como neste trabalho, o estágio foi constituído em sua quase totalidade, por meio de pesquisas online, o que de certa forma caracterizou o mesmo como um modelo “superficial” de estágio, visto que o contato social presencial, foi desta vez deixado de lado. Por se tratar de um momento de isolamento, na realização deste trabalho, a metodologia usada, foi pesquisa bibliográfica de forma online, através de livros em pdf, artigos de revistas eletrônicas, documentos e revisão de literatura, usando principalmente as ideias e teorias de Braga, Piva, Moreira e Moran, além é claro, de orientações retiradas dos parâmetros curriculares nacionais PCNs. Também foram usadas informações da SEMED, Secretaria estadual de educação, além de informações cedidas pelas escolas, EJA e Escola Arnoldo Agenor Zimmermann. Os resultados observados, levam a conclusão, da necessidade de investimento público, tanto em capacitação profissional, como em material adequado e moderno, em especial as TIC’s, além de um plano de contingência pré-estabelecido, para momentos de restrição social como o que vivemos agora. 2.0 O INÍCIO DO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NO BRASIL Segundo Shutz e Kanomata, o ensino da língua inglesa, foi introduzido no Brasil por meio de decreto do príncipe regente, Don João VI, no dia 22 de junho de 1809. Este ordenava a criação de uma cadeira de Francês e outra de Inglês, iniciando então o ensino do idioma no Brasil. Ainda segundo Shutz e Kanomata, apesar de ter sua iniciação no século XVIII, foi somente no século XX, mais exatamente em 1930, que o intuito de ensinar o idioma inglês foi impulsionado. O motivo para isso, foram as tenções políticas no mundo, que culminariam com a segunda guerra mundial. O ensino do inglês no Brasil, passou a ser considerado estratégico, principalmente por causa da popularidade alemã que ecoava com a onda de imigração ocorrida anteriormente no Brasil. A partir disso, surgiram as primeiras escolas especializadas no ensino de idiomas. Primeiro, em 1935 com a Sociedade Brasileira de Cultura Inglesa, uma colaboração entre a Escola Paulista de Letras Inglesas e o Consulado Britânico. Logo adiante, em 1938, também em São Paulo, foi criado o Instituto Universitário Brasil–Estados Unidos, mais tarde renomeado União Cultural Brasil-Estados Unidos. Na década de 60, aconteceria mais um “boom” no ensino de idiomas, com a proliferação de escolas comerciais oriundas de diversas franquias. 2.1 METODOLOGIAS DE ENSINO DA LÍNGUA INGLESA Segundo Shulz, o ensino da língua inglesa, é calçado basicamente em três metodologias de ensino, gramar-translation e natural approach, que são as mais difundidas e utilizadas, e audiolingualism. Desacreditada, mas usual. Assim pode ser definida a metodologia gramar-translation ou no português gramática-tradução. Especialmente sobre o método gramar-translation, seu uso iniciou já no século XIII, assim que foram iniciadas as primeiras aulas de inglês. Esse método, tem a ideia fundamental de que a base da língua é sua gramática, e, portanto, se faz necessário seu aprendizado, mesmo que a habilidade oral fique em segundo plano. Seu objetivo consiste em ensinar gramática e vocabulário, usando principalmente obras literárias, livros didáticos e apostilas. Na década de 50, insatisfeitos com o método anterior, linguistas da moda como Skinner e Sausurre, iniciaram uma revolução no ensino, pontuando e valorizando a oralidade, sustentando que métodos mecânicos como imitar, repetir e memorizar serviriam de instrumento para alcançar habilidades comunicativas. Por não exigirem um conhecimento gramatical apropriado do professor e ter um menor custo, tornou-se popular em escolas comerciais, que mais tarde, diante de resultados infrutíferos, acabaram acrescentando materiais didáticos e metodologia gramar-translation ao ensino. Na década de 80 o norte americano Stephen Krashen, apresenta um novo método, completamente diferente dos anteriores e com ideias e teorias de Piaget, Vygotsky e Chonsky. Ao lançar seu livro “Principles and Practice in Second Language Acquisition”, Krashen, deixa explícito que a proficiência do aprendizado, não se dá por meio de repetições e conhecimento profundo de regras gramaticais, mas sim por assimilação do subconsciente, por meio de ações realizadas em ambientes apropriados em meio a socialização. Estava nascendo o método natural approach.Corroborando com o trabalho de Krashen, Steven Pinker, lança em 1994 o livro “Language Instinct”, onde afirma que aprender uma língua independe de racionalidade, pois ela é uma habilidade humana nata. 2.2 OS DESAFIOS DE ENSINAR EM MEIO A PANDEMIA DO VÍRUS COVID 19 O ano letivo de 2019 mal havia iniciado, quando alunos e professores, foram surpreendidos pelas restrições impostas em todo o Brasil e no mundo, por causa da pandemia causada pelo vírus COVID 19. Mudanças radicais, mas necessárias, foram estabelecidas para que o ensino pudesse ter continuação, mesmo num momento tão delicado. Uma mobilização, a princípio sem direção, foi anunciada por vários órgãos educacionais, tanto a nível nacional quanto estadual e municipal. Sem a possibilidade de um atendimento presencial ao aluno, foi proposto um ensino remoto, onde professores continuariam a lecionar suas matérias de um modo praticamente nunca utilizado pela maioria deles. Esse foi um momento de descobrimento e redescobrimento. Muitos profissionais acabaram descobrindo, que havia neles, um potencial nunca desenvolvido anteriormente no que se refere ao uso de tecnologias educativas. Outros tiveram que se redescobrir como educadores, pois o modelo usual de ensino, já não fazia sentido algum. Na contramão do esperado, muitos educadores preferiam se vitimizar, mesmo que tivessem motivo para isso, procurando “sabotar” ideias e “ridicularizar” o novo modelo de ensino. Também para alguns, a falta de capacitação se tornou mais aparente, pois não conseguiram se sobrepor em meio as dificuldades, mesmo com várias ferramentas e métodos dispostos. Esses profissionais, muitas vezes não buscam capacitação em tempo adequado, pois carregam dogmas pessoais, que os definem como imutáveis conhecedores da verdade, estrangulando, eles mesmos, a sua necessidade de inovação, de busca de novo recursos, e de interação tecnológica, relegando aos seus alunos a motivação necessária que os levam a ser curiosos, pesquisadores e pensadores. (...) ensinar é uma atividade de um profissional chamado “professor” que tem como tarefa direcionar um aprendiz. Para ensinar, esse profissional necessitará preparar-se e planejar, a fim de promover as intervenções necessárias, os encaminhamentos que momento necessite e as avaliações que irão fazer as correções dos rumos tomados. O verbo “ensinar” de veria rimar sempre com motivar, desafiar, oportunizar, vivenciar, avaliar, acertar, errar, retornar, recomeçar e acerta! (PAROLIN, 2008, p.30, apud MARQUES, 2011, p. 26). Também, em alguns casos, foi perceptível o despreparo, principalmente na disponibilização de material adequado, por parte dos governantes e representantes da classe educadora. Do outro lado, pais muitas vezes apelativos, culpando os professores por excesso ou falta de conteúdo educacional, culpando o estado pelo distanciamento e culpando a escola pela falta de aulas presenciais. Como ator principal, o aluno, divido entre o desejo de ir para escola e o medo de ser infectado, entre a necessidade de ser compreendido e o despreparo da sociedade. O ensino do idioma inglês, assim como o de todas as matérias, acabou prejudicado. A necessidade do “ouvir”, do contato “visual” do “desafio” de um novo idioma, se restringiu ao uso, muitas vezes corrompido, das TIC’s. Contudo, mais de um ano depois e agora com aulas mistas, a educação parece mais forte. A cidade de Gaspar em Santa Catarina, por exemplo, capacitou seus profissionais, e disponibilizou laptpos e a plataforma “google classroom”, para que tanto alunos quanto professores, pudessem continuar com seus estudos. Salas de aula, agora, já são utilizadas para encontros presenciais, mesmo que de forma híbrida e contida. Esse retorno gradativo, trás alento e esperança para todos os envolvidos na comunidade educativa, que agora já conseguem pensar em um retorno definitivo as atividades. Entretanto, muito pode ser aprendido e poderá ser estudado sobre este momento único, principalmente a capacidade de aprendizado e a forma como estudantes e professores reagiram a momentos, que deveriam ser só de aprendizado, mas que também foram momentos de estresse, ansiedade e incerteza. Debra A. Bandasser & Tracey J. Shors, explanam em sua pesquisa que: Experiências estressantes liberam hormônios do estresse, principalmente das supra-renais, que afetam diretamente as áreas do cérebro envolvidas no aprendizado. 2.3 O USO DAS TIC’S NO APRENDIZADO DO INGLÊS O processo de ensino-aprendizagem pode se tornar complexo, a partir do momento que passa a envolver diversas tecnologias, principalmente se elas forem desconhecidas pelo aluno ou professor. No entanto, partindo-se da ideia de que a escola deve promover educação de qualidade, o que envolve inserção social e busca de novos conhecimentos, é necessário que a mesma, instigue o uso das tecnologias como parte integrante do ensino em sala de aula, integrando em suas práticas escolares a utilização da internet, apresentação de materiais como data show, apresentações em vídeos, podcasts e etc.... Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) a aprendizagem deve estar fundamentada em quatros pilares estabelecidos pela UNESCO: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser. Existe, portanto, a necessidade não só de aprender, mas de aprender a conhecer aquilo que lhe é desconhecido, aprender a fazer aquilo que ainda não se faz. Moran (2000), diz que “Na sociedade da informação todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a ensinar e a aprender; a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social” Segundo Braga (2011), “a capacidade do professor está intimamente ligada à sua capacidade de buscar e vivenciar um aperfeiçoamento profissional contínuo e à sua postura crítica diante das políticas públicas dos órgãos educacionais”. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) estão, a cada dia, mais presentes nas salas de aula e a percepção inicial, é que se dispõe de ferramentas facilitadoras no processo de ensino e aprendizagem, o que não deixa de ser verdade. Contudo, em alguns casos, estas novas ferramentas batem de frente com uma triste realidade, a falta de capacitação e conhecimento adequado por parte de profissionais das áreas de educação. Este despreparo, de certa forma, não permite que as conexões multiculturais se concretizem, e impedem que o conhecimento se multiplique. O aprender tem que ser constante e o conhecer operante, por isso, não se pode aceitar tais entraves com naturalidade. Moran (2000, p. 37), diz que: Na sociedade da informação todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a ensinar e a aprender; a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social. Uma mudança qualitativa no processo de ensino/aprendizagem acontece quando conseguimos integrar dentro de uma visão inovadora todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais. É perceptível também uma certa resistência quanto ao uso de novas tecnologias, desencadeadas principalmente, pelo medo de trabalhar com o novo, a falta de treinamento e até mesmo a defasagem das ferramentas oferecidas pelos órgãos governamentais. Contudo, uma tentativa de burlar ou fugir do uso das novas tecnologias, evidencia um certo preconceito ou até mesmo medo, visto que num mundo globalizado a aproximação e a comunicação são de extrema necessidade. Destaforma ferramentas como computadores, multimídias e celulares, poderão ser aliados, e não algozes, no ensino do inglês. Quando surge uma nova tecnologia, a primeira atitude é de desconfiança e de rejeição. Aos poucos, a tecnologia começa a fazer parte das atividades sociais da linguagem e a escola acaba por incorporá-la em suas práticas pedagógicas. Após a inserção, vem o estágio da normalização, definido por Chambers e Bax (2006, p.465) como um estado em que a tecnologia se integra de tal forma as práticas pedagógicas que deixa de ser vista como cura milagrosa ou como algo a ser temido (PAIVA, 2008. p.1) É necessário que o professor entenda, que na maioria das vezes, seus alunos também estarão diante de um novo idioma, o que de certa forma vai trabalhar com seu intelecto e promover mudanças sociais, principalmente na comunicação com outros indivíduos de outras culturas e costumes. Segundo Revuz (1998, pg 217), toda tentativa para aprender uma outra língua vem perturbar, questionar, modificar aquilo que está inscrito em nós com as palavras dessa primeira língua. Muito antes de ser objeto de conhecimento, a língua é o material fundador de nosso psiquismo ede nossa vida relacional. Se não se escamoteia essa dimensão, é claro que não se pode conceber a língua como um simples "instrumento de comunicação" Sendo assim, o educador, deve estar preparado para as várias situações que podem aparecer, visto que o mesmo será mediador entre as novas tecnologias e a forma como o aluno irá encarar as Tics e o novo idioma, principalmente se o seu aluno estiver nos anos iniciais, ou seja, com pouca ou nenhuma intimidade com as novas tecnologias e o novo idioma. O educador é o mediador entre crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano (MONTEIRO, 2002, p. 5). As TICs, tornam o trabalho do professor de inglês mais fácil, visto que a internet é um mundo cheio de possibilidades. Além disso o aluno que está aprendendo inglês, poderia por exemplo, criar grupos de bate-papo com nativos, ou seja, praticar a socialização e descobrir um mundo novo e cheio de oportunidades, um mundo que a cada dia é mais globalizado, e, portanto, mais dependente de ferramentas ágeis e de fácil manipulação, que é o caso de celulares, notebooks, pcs e tantos outros.... As TICS, então, não agiriam somente como ferramenta de educação, mas também como ferramenta social, já que possibilita ao aluno um desapego de um mundo cheio de dificuldades e um apego a um mundo onde suas ambições tornam-se realidade, e suas mazelas desaparecem num clicar de um mouse. 3 MATERIAIS E MÉTODOS Neste trabalho optamos pela pesquisa bibliográfica, através de livros em pdf, artigos de revistas eletrônicas, documentos e revisão de literatura, todos de forma online, visto que vivemos um momento de restrições devido a pandemia causada pelo vírus COVID-19. Estas pesquisas bibliográficas também foram feitas em sites educacionais, como por exemplo “open.edu” e “britannica.com”, além do próprio portal da Uniasselvi. Sobre as buscas efetuadas e materiais utilizados, podemos citar as ideias e opiniões de Moran, Monteiro e Schutz. Ainda foram utilizados neste trabalho, o método exploratório e observacional com base em observações colhidas junto às instituições de ensino, que foram campo de pesquisa como: Escola Arnoldo Agenor Zimmermann, na modalidade de ensino EJA, além da própria SEMED, que é o órgão que delimita as atuações educacionais no município de Gaspar – SC. Também foram feitas observações na própria secretaria de educação do estado de Santa Catarina. Assim como nas pesquisas bibliográficas citadas anteriormente, as observações foram feitas, nos locais acima citados de maneira virtual no modo online, no próprio site da instituição e outras vezes no próprio ambiente disponibilizado pela Prefeitura Municipal de Gaspar. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados adquiridos nas pesquisas e debates realizados neste trabalho, fortificam a ideia de que ninguém estava preparado para ensinar em um momento como este de pandemia. Mesmo o ensino da língua inglesa, que já a algum tempo vem fazendo uso das TIC’s, se deparou com obstáculos muitas vezes intransponíveis. Na maioria dos casos, ficou também notória, a ausência de capacidade do professor e o despreparo do governo, que por falta de vontade política e até de verba, demorou-se em disponibilizar as ferramentas necessárias para que o aprendizado não fosse prejudicado. 4.1 O ENSINO NAS ESCOLAS PÚBLICAS Nas escolas públicas, por exemplo, observou-se uma corrida desenfreada, tanto na busca de uma plataforma que pudesse suprir os anseios da comunidade estudantil, como na capacitação de professores, que muitas vezes não conseguiam sequer logar em uma plataforma. Parolin 2008, fala exatamente na necessidade desse profissional conhecido como professor, buscar a todo momento capacitação, pois a mesma é capaz de transformar tanto a habilidade educacional, quanto a própria motivação do professor. Relegados a escolhas simples, como o usar ou não tal método, professores de diversas áreas, inclusive de inglês, se viram diante de uma nova realidade, e infelizmente, na maioria das vezes foram sobrepujados por elas. No meio de toda essa confusão, estavam os alunos ora sem entender o porquê de tanto medo, ora esperando que o seu direito de acesso aos estudos fosse efetivado. 4.2 O USO DAS TECNOLOGIAS NO NOVO CONTEXTO DO ENSINO Contudo, a certo momento as lideranças tiveram um momento de lucidez e lembraram-se das TIC’s e suas possibilidades no mundo educacional. Celulares, tablets e apps diversos, que durante muito tempo foram tidos como supérfluos, de uma ora para outra passaram a ser de uso essencial. O começo foi um pouco desafiador e exatamente por isso, muitas prefeituras, como a de Gaspar, por exemplo, disponibilizou cursos de capacitação para os profissionais de educação. Além disso foi contratada a plataforma “googleclassroom” e um pouco mais tarde foi disponibilizado aos professores dispositivos móveis como tablets. Passado mais de um ano, e diante de uma situação que demora em se resolver, toda a comunidade educativa parece estar ambientada, tanto às restrições, como a nova forma de ensinar. Alunos e professores, parecem estar cada dia mais ansiosos para que a situação se normalize, contudo, enquanto isso não acontece, todos parecem estar mais familiarizados com as TIC’s e apps que foram disponibilizados, o que parece bom, mas que faz-nos lembrar que nem sempre foi assim. 4.3 CONTRASTES E PARALELOS DO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA O principal resultado obtido ao final deste trabalho, é que há a necessidade constante de aprimoramento de métodos de ensino, mas principalmente, há a necessidade para ontem de capacitação adequada aos profissionais da educação. O ensino do inglês, que parece ter sido menos surpreendido que outros, não pode também estar relegado a simples escolhas de métodos de ensino pouco ou mais usuais. Mesmo com diversos materiais de apoio, difundidos principalmente pelos sites educacionais e pelo youtube, o aprendizado e capacitação do professor, inclusive o de inglês, deve ser constante, afinal ensinar um novo idioma a um aluno exige habilidades que muitas vezes só passam a ser descobertas no momento de capacitação profissional. Nenhum ser humano nasce sabendo falar, mas estamos a todo momento prontos aaprender, por isso o papel do professor é único, e por isso não podemos impedir que paradigmas antiquados nos impeçam de caminhar para frente, em direção a excelência e ao sempre bem-vindo conhecimento. 5 CONCLUSÃO A tarefa de ensinar, sempre foi vista como algo especial, como algo que pode não só levar conhecimento ao indivíduo, mas também transformá-lo. E muitas vezes é isso que um aluno também espera de um professor, que ele lhe ensine e seja capaz de transformar sua vida e sua visão sobre o mundo. Contudo até mesmo esses profissionais, que muitas vezes são tidos como super-heróis, tem suas deficiências e limites, basta que para isso surja o inesperado. Esse momento de pandemia, trouxe aos profissionais de educação muito mais que um momento de distanciamento social, mas também um momento de reencontro consigo mesmo, seus limites e suas mazelas. Enquanto alguns se adaptaram rapidamente, outros se viram perdidos e despreparados diante de tantas inovações tecnológicas. Ficou explícito a necessidade urgente de capacitação, aperfeiçoamento tecnológico e disponibilidade de ferramentas a tempo hábil. É preciso que educadores, compreendam que vivemos um mundo de rápida evolução tecnológica e que as ferramentas modernas como as TIC’s, devem ser cada dia mais utilizadas e, portanto, conhecidas. Não há mais espaço para a falta de interesse e a falta de apreciação de ferramentas, que além de serem apropriadas para momentos como este, trazem tecnologia, conhecimento e interesse por parte de alunos. Por outro lado, as autoridades governamentais e educacionais, devem a curto tempo disponibilizar, tanto ferramentas adequadas, quanto capacitação. Há urgência em estar preparado para o futuro, para o inesperado, para momentos como este. É hora de governantes, alunos, professores e pais, se unirem em busca de resoluções, para que situações adversas, vividas no mundo da educação não se repitam novamente, para que no futuro estejamos melhor preparados. 6 REFERÊNCIAS BRAGA, Junia de Carvalho Fidelis. Integrando tecnologias no ensino de inglês nos anos finais do ensino fundamental - São Paulo: Edições SM, 2012. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/introducao.pdf. Acesso em: 29 jan. 2014. KRASHEN, STEPHEN D. Principles and Practice in Second Language Acquisition. Prentice-Hall International, 1987 PAIVA, M. A. V. O professor de matemática e sua formação: a busca da identidade profissional. In: NACARATO, A. M.; PAIVA, M. A. V. (Org.). A formação do professor que ensina matemática: perspectivas e pesquisas. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. p. 89-112 PINKER, S. The language instinct. New York: Willian Morrow. Peguin Edition. My page 1994. PAROLIN, MARQUES, F. S. (2011). Ensinar e aprender Inglês: O processo comunicativo em sala de aula. PAROLIN, 2008, p.30, apud MARQUES. Curitiba, Editora IBPEX. MONTEIRO, Silas Borges. Epistemologia da prática: o professor reflexivo e a pesquisa colaborativa. In: GHEDIN, Evandro e PIMENTA, Selma. O professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo. Cortez. 2002. MORAN, J.M. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias. Informática Na Educação: Teoria & Prática, Porto Alegre, v. 3, n. 1, p.137-144, set. 2000. . SCHÜTZ, KANOMATA. Uma rápida história do ensino de línguas no Brasil. Santa Cruz do Sul: English Made in Brazil, 2021. Disponível em: https://www.sk.com.br/sk- perg9.html#284. Acesso em: 09 abr. 2021. REVUZ, C. A língua estrangeira entre o desejo de um outro lugar e o risco do exílio. In: SIGNORINI, I. (Org.). Linguagem) e identidade :elementos para uma discussão no campo aplicado. Campinas: Mercado de Letras, 1998. p. 213-230 https://www.sk.com.br/sk-perg9.html#284 https://www.sk.com.br/sk-perg9.html#284
Compartilhar