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A INCLUSÃO SOCIAL E ESCOLAR Ana Paula Belizario1 Eduarda de Lourdes Celista2 Karolaine da Luz Mendes 3 Renilda Weege Machado4 Angela Maria Machado Ferreira5 RESUMO Inclusão social é o ato de incluir na sociedade categorias de pessoas historicamente excluídas do processo de socialização, como negros, indígenas, pessoas com necessidades especiais, homossexuais, travestis e transgêneros, bem como aqueles em situação de vulnerabilidade socioeconômica, como moradores de rua e pessoas de baixa renda. Ao falar em inclusão, estamos de acordo com a Declaração Universal de Direitos Humanos e também com a Constituição Federal de 1988, que apresentam direitos que devem se estender a todas as pessoas, sem exceção. Vale dizer ainda que sociedades que apresentam altos índices de exclusão social enfrentam também inúmeros outros problemas, como o aumento da criminalidade e dos índices de pobreza. Historicamente, alguns grupos sociais ficaram à margem do processo de socialização, não tendo o devido acesso a direitos como educação, emprego digno, moradia, saúde e alimentação adequada. Para resolver esse problema, os governos passaram a criar, a partir do século XX, medidas de inclusão das camadas marginalizadas da população na sociedade. A inclusão social e escolar vem se desenvolvendo como um princípio fundamental de que todas as crianças devem aprender juntas numa escola pluralista e democrática. O cotidiano das escolas é marcado, principalmente, pela diversidade existente e a necessidade de lidar com ela, sem preconceitos e com ensinamentos que reflitam na mudança de postura, comportamento e atitudes que levem a aceitação das diferenças. Para proporcionar uma sociedade inclusiva é necessário levar em consideração todos os direitos legais das pessoas com deficiência, colocando em prática a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Palavras-chave: Inclusão. Sociedade. Direitos. 1. INTRODUÇÃO A inclusão social não é recente, ela se originou por volta dos anos 80, dessa forma, educar para inclusão acaba sendo um grande desafio para muitas pessoas, pois ainda há muitos preconceitos quanto a esta questão. Desde cedo, na Educação Infantil as crianças devem ser 1 Acadêmico Ana Paula Belizario do Curso de Licenciatura Educação Especial (Turma FLC4734/5) -FADESC; E-mail: paulabio.apb. belizario@. gmail.com 2 Acadêmico Eduarda de Lourdes Celista do Curso de Licenciatura em Educação Especial Turma (FLC4734) - FADESC; E-mail: eduarda_celista@outlook.com 3 Acadêmico Karolaine da Luz Mendes do Curso de Licenciatura Educação Especial (0918LEE/6) – (Turma FLC4734), Curso de Licenciatura em Pedagogia (PED 1969/8) – FADESC; E-mail: karolaine97.km@gmail.com 4 Acadêmico Renilda Weege Machado do Curso de Licenciatura Educação Especial Turma (FLC4734)-FADESC; 5 Tutor Externo: Ana Maria Machado Ferreira, graduada em Pedagogia e Pós em Educação Especial E-mail: angelamachadoferreira@gmail.com.br Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso de Licenciatura em Educação Especial (0465LEE/6) – Prática do Módulo V – 24/06/2021 https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/sociedade-1.htm https://brasilescola.uol.com.br/geografia/declaracao-universal-dos-direitos-humanos.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiab/constituicao-1988.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiab/constituicao-1988.htm 2 educadas para aceitar as diferenças, pois é a partir da educação do olhar que a inclusão social e escolar acontece. Sabemos que há uma ligação entre a sociedade e a escola, ou seja, o que acontece em um, reflete no outro. Por isso, a sociedade e a escola devem lutar juntas para que a inclusão social e escolar aconteça. Mas é necessário que os órgãos públicos, os administradores das escolas, o corpo docente e a comunidade estejam envolvidos. É a partir do respeito ao próximo seja ele deficiente ou não que iremos formar uma sociedade igual para todas as pessoas. É importante entender, no âmbito da educação inclusiva, as terminologias que foram usadas ao longo dos anos e que se usa hoje. Inicialmente, usava-se o termo excepcional, depois surgiram termos como pessoa deficiente, pessoa portadora de deficiência, pessoa portadora de necessidades especiais e, hoje, pessoa com necessidades especiais. De acordo com a Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1994), são considerados alunos com necessidades especiais àqueles que, por apresentarem necessidades próprias e diferentes dos demais alunos, exigem recursos pedagógicos e metodológicos educacionais específicos. Consideram-se integrantes desse grupo alunos com deficiência mental, visual, auditiva, múltipla, condutas típicas e altas habilidades. Uma das formas mais eficientes de fazer inclusão social é através da execução de políticas públicas. São projetos, medidas ou leis que são discutidas pela sociedade e pelos governos, para que sejam prioridades de investimentos e de atenção nos governos. Para que as políticas públicas funcionem é preciso inicialmente observar quais são as principais diferenças e dificuldades que devem ser atendidas. Depois dessa primeira análise, é possível discutir e decidir quais medidas devem serão mais eficientes. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A inclusão na escola tem como principal objetivo acolher e dar a possibilidade de todas as crianças e adolescentes terem o direito deles garantido, que é a educação desde o ensino base até o ensino médio, independentemente da classe social, condição psicológica ou física. Qualquer instituição educacional brasileira, seja pública ou privada, tem a obrigatoriedade de acolher e incluir crianças com necessidades especiais, oferecendo um atendimento especial, mas conhecido como Educação Especial ou Educação Inclusiva. A recusa de matrícula de crianças com deficiência é considerada crime, com pena de 2 a 5 anos e multa. Segundo o artigo 208 da Constituição Brasileira, é dever do Estado disponibilizar e garantir o atendimento educacional especializado a pessoas com deficiência. Também se faz necessário que as escolas tenham profissionais capacitados no ensino regular para que possam auxiliar de maneira efetiva todos os alunos com algum tipo de necessidade especial. Vale lembrar que, não é só o planejamento educacional que deve ser executado de forma que o aluno com deficiência acompanhe o restante da turma. Para que a inclusão na escola seja 3 100% efetiva, é necessário que haja adaptação na estrutura do prédio, como: rampas, elevadores, piso tátil, banheiros já adaptados, corrimãos, mesas e cadeiras especiais em caso de cadeirantes. Dentre as disposições legais existentes em nosso país, é oportuno relembrar o Decreto Federal 3.298/99, que, além de outros dispositivos específicos relativos à cultura, ao lazer, ao esporte e ao turismo, dispõe que a pessoa com deficiência deve ser incluída em todas as iniciativas governamentais, respeitadas as suas peculiaridades. Além disso, cabe salientar que a inclusão social ocorre na vida social em algum espaço instituído ou estruturado, seja na família, na escola, no parque, na empresa ou em qualquer outra forma de organização social. A dimensão institucional existe em contexto sócio histórico, ou seja, é com os sujeitos, embrionariamente instituídos, que as ações e relações são construídas, uma vez que a instituição social, seja qual for, não existe senão na concretude das relações humanas. (GODOY, A, 2000). A inclusão social pode ser definida com um conjunto de ações que têm como objetivo garantir a participação de forma igualitária a todos na sociedade, sem levar em consideração cor, classe social, gênero, condições físicas e mentais. A inclusão vale para todos, como: crianças com deficiência, idosos, jovens, negros, brancos, magros, altos, gordos, cadeirantes, deficientes visuais, mentais e até mesmo auditivos. Ninguém fica de fora.O objetivo é que todos trabalhem, estudem, tenham o direito de ir e vir, sem ter que se preocupar com calçadas quebradas pelo caminho, pegar um ônibus não adaptado ou ter uma matrícula recusada em ambiente escolar. É importante ressaltar que somente em 1981, a Organização das Nações Unidas (ONU) decretou o Ano Internacional das Pessoas Portadoras de Deficiências (AIPPD), só assim as coisas começaram a mudar, principalmente, as cidades. Foi nas ruas que as primeiras mudanças puderam ser percebidas. Foram inseridas rampas em calçadas para os cadeirantes transitarem com mais tranqüilidade, alguns prédios públicos também se tornaram mais acessíveis, não podemos nos esquecer das igrejas, cinemas, teatros e outros estabelecimentos que foram se adaptando para que todos tivessem acesso. O mundo ainda continua se adaptando a inclusão social, aos poucos novas tecnologias e projetos vão sendo divulgados e inseridos na sociedade, mas ainda falta muito para chegar onde desejamos. Preconizam a atenção à diversidade da comunidade escolar e baseiam-se no pressuposto de que a realização de adaptações curriculares pode atender a necessidades particulares de aprendizagem dos alunos. Consideram que a atenção à diversidade deve se concretizar em medidas que levam em conta não só as capacidades intelectuais e os conhecimentos dos alunos, mas, também, seus interesses e motivações. (SASSAKI, R.). Antes da Constituição de 1988, não havia obrigatoriedade de instituições de ensino, tanto particulares quanto públicas, de aceitarem alunos com deficiência. A obrigatoriedade a instituições privadas de ensino somente ocorreu com a promulgação da Lei 13.146/2015, chamada Lei Brasileira de Inclusão. https://brasilescola.uol.com.br/historiab/constituicao-1988.htm 4 Segundo essa lei, todas as instituições de ensino, privadas, públicas ou conveniadas, devem adequar-se para receber alunos com qualquer tipo de deficiência e garantir a sua manutenção e aprendizado efetivo. Nessa lei, a inclusão de deficientes mentais, portadores de atraso cognitivo e portadores de transtornos que dificultam o aprendizado, como o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno Opositor Desafiador (TOD) e dislexia, deve ser garantida. O problema que as instituições públicas e privadas de ensino ainda enfrentam é o modo como garantir o aprendizado e a inclusão dessas pessoas no ambiente escolar, visto que é necessário muito mais que a simples adequação do espaço físico, sendo necessária a contratação de pessoal especializado para o cuidado e a inclusão dessas crianças. Para que a inclusão seja efetiva, é necessária uma equipe interdisciplinar que envolva psicólogos, psicopedagogos e assistentes sociais. Além disso, a formação de professores deve contemplar o atendimento e o ensino efetivo das pessoas com deficiência. 3. MATERIAIS E MÉTODOS Como metodologia foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão, visando um aporte teórico que contribuísse com discussões relativas à importância deste tema. Primeiramente foi realizada uma seleção do material bibliográfico para delinear a pesquisa, após a leitura foi feito o fechamento coletando informações necessárias para articular o discurso dos autores com o tema escolhido, ampliando a visão entre teoria e prática, contribuindo para o desenvolvimento da prática educativa. A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32). 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A inclusão escolar é um conceito que está relacionado com o acesso e permanência dos cidadãos nas escolas. O principal objetivo é tornar a educação mais inclusiva e acessível a todos, respeitando suas diferenças, particularidades e especificidades. Nesse caso, deficiências físicas ou motoras, altas habilidades, déficits cognitivos, autismos e outras condições sociais, emocionais e psíquicas devem ser levados em consideração. https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/transtorno-deficit-atencao.htm https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/transtorno-deficit-atencao.htm https://brasilescola.uol.com.br/saude/aspectos-dislexia.htm 5 A Constituição brasileira propõe a obrigatoriedade do Estado sobre a educação. Não cabe às instituições educativas fazer nenhum tipo de distinção. Seja de etnia, raça, credo, gênero, condição social ou quaisquer outras formas de discriminação. A educação especial é compreendida como uma modalidade de ensino e um instrumento de inclusão de alunos. Alunos portadores de necessidades especiais podem ter acesso a serviços voltados às suas especificidades. A inclusão de alunos com deficiência nas escolas brasileiras tem se constituído em um desafio para as instituições de ensino e os educadores, assim como, em alguns casos, tem se tornado um drama para as famílias dessas crianças e jovens. Os profissionais de ensino sentem-se despreparados e sem apoio para atender os alunos com deficiência, enquanto os pais e mães peregrinam para encontrar uma escola que reconheça e respeite os direitos educacionais dos seus filhos. Apesar de a inclusão não receber a devida atenção no âmbito das políticas públicas, inclusive quando se trata da formação dos docentes, é importante que os profissionais da Educação entendam que é possível tornar o processo de inclusão mais digno, mais respeitoso e mais eficaz para os alunos e as suas famílias. Nesse sentido, o primeiro consenso que deve ser construído na escola é que a inclusão é uma ação institucional e de responsabilidade coletiva. 5. CONCLUSÃO Muitos são os desafios da inclusão escolar. Dessa forma, algumas ferramentas são criadas para superar o desafio de educar a todos de forma integral e efetiva e reduzir o número de excluídos e marginalizados pelos sistemas educativos. A ideia é possibilitar a convivência de todos de maneira igualitária, respeitando a diferenças entre os indivíduos. Com isso, não se deve criar espaços completamente separados que possam servir como forma de segregação e exclusão dos portadores de necessidades especiais. Todos os alunos participam de todas as atividades, recebendo, quando necessária, uma atenção voltada para suas questões. Deste modo, a Inclusão Escolar torna-se um desafio para além da universalidade do acesso. Torna-se uma tarefa de integrar e criar condições para a permanência de todos dentro do sistema educacional e a promoção de seu desenvolvimento e aprendizagem. REFERÊNCIAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023. Informação e documentação – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro, 2002. https://gestaoescolar.org.br/guias/17/inclusao 6 GODOY, A.; et al. Cartilha da Inclusão dos direitos das pessoas com deficiência. Belo Horizonte: PUC-Minas, 2000. Lei nº 7.853. Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências. Brasília, de 24/10/1989. PRIETO, R. G.; PAGNEZ, K. S. M. M.; GONZALEZ, R. K. Educação especial e inclusão escolar: tramas de uma política em implantação. Educação e Realidade. Porto Alegre, v. 39, n. 3, p.725- 743, 2014. SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro, Editora WVA, 1997. STAINBACK, S; STAINBACK, W. Inclusão: um guia para educadores. Trad. Magda França Lopes. Porto Alegre: Artmed, 1999 http://www.scielo.br/pdf/edreal/v39n3/v39n3a06.pdf http://www.scielo.br/pdf/edreal/v39n3/v39n3a06.pdf 7 8 9 10 11 12 13