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Curso de Farmácia Disciplina: Análise de Alimentos Prof. Ms. André Schmidt Suaiden Possui graduação em Farmácia Especialista em Atenção Farmacêutica - Formação Farmácia Clinica Mestrado em Farmacologia pelo ICB/USP Doutorando em Farmacologia pelo ICB/USP Desenvolve pesquisa relacionada à Asma Desenvolve pesquisa em farmácia clínica (acompanhamento farmacoterapêutico, semiologia farmacêutica e clínica farmacêutica no HC/INCOR) Membro titular da comissão de ética (CEUA-USP) Coordenador Geral do Curso de Verão em Farmacologia do ICB/USP Membro da Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental (SBFTE) Membro da Sociedade Brasileira de Farmácia Comunitária (SBFC) Membro da Comissão Assessora de Farmácia do CRF-SP Membro da Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF) Membro da Sociedade Brasileira de Farmácia Clínica Professor de Graduação e Pós Graduação na área de Farmacologia, e Farmácia Clínica. André Schmidt Suaiden Data Conteúdo 06/08 Introdução 23/02 Carboidratos 09/03 Lipídios 23/03 Laboratório 06/04 Proteínas 13/04 Laboratório 27/04 Laboratório 11/05 laboratório 18/05 Provas Análise de Alimentos Na segunda metade do século XIX, as mudanças econômicas, o desenvolvimento industrial e a migração da população das áreas rurais para as áreas urbanas na Europa, houve uma demanda crescente por alimentos baratos, o que contribuiu para o crescimento da produção maciça de alimentos, bem como ao aumento da adulteração de alimentos. No Reino da Polônia, a pesquisa sobre este problema foi conduzida por um farmacêutico e químico de Varsóvia, Alfons Bukowski (1858-1921), autor do primeiro livro polonês sobre Bromatologia e Analises dos Alimentos. Podrqcznik do badania pokarmów (1884) ("Um manual para teste de alimentos"). Os métodos e resultados de sua pesquisa foram publicados em revistas, entre outros, em "WiadomoSci Farmaceutyczne" ("Pharmasist News"), "Zdrowie" ("A Saúde") e "Czasopisma Towarzystwa Aptekarskiego" ("Revistas da Associação Farmacêutica"). Ele prestou atenção à nocividade social das adulterações, indicando que são especialmente os pobres, que compram os produtos mais baratos que são particularmente vulneráveis à adulteração de alimentos. Neste trabalho, foram apresentadas questões selecionadas relacionadas à adulteração de produtos alimentares, questões às quais Bukowski prestou especial atenção, e que foram significativamente afetadas pelo desenvolvimento contemporâneo da química de alimentos, Segundo a Organização Mundial do Comércio, o Brasil é o terceiro maior exportador de produtos agrícolas por trás da União Europeia e dos Estados Unidos (Organização Mundial do Comércio, 2017 ). A estimativa de safra de grãos do Brasil para 2016/2017 foi de 238,01 milhões de toneladas, um aumento de 27,6% em relação ao ano anterior (Companhia Nacional de Abastecimento). https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1750-3841.14279#jfds14279-bib-0095 Os 10 alimentos mais produzidos no Brasil são: cana-de-açúcar (769 milhões de toneladas), soja (96 milhões de toneladas), milho (64 milhões de toneladas), açúcar cru centrífugo (37 milhões de toneladas), mandioca (21 milhões de toneladas), laranja (17 milhões de toneladas), melaço (15 milhões de toneladas), cevada (14 milhões de toneladas), arroz (10 milhões de toneladas) e óleo de soja (7 milhões de toneladas). O Brasil também importa alimentos diferentes, como trigo, milho, malte, arroz e cevada, principalmente de países como Estados Unidos (trigo e milho), França (malte e cevada) e Índia (arroz). Oportunidades para fraude e adulteração de alimentos são grandes devido à grande quantidade de alimentos produzidos, exportados e importados, e ao alto valor agregado de produtos específicos. Estudos relataram os ganhos econômicos e o impacto das fraudes de alimentos com base em estudos de casos e exemplos. De acordo com este estudo, havia diversas oportunidades de fraude e adulteração de alimentos, e essas fraudes são crimes lucrativos. O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. A adulteração de alimentos é frequentemente relatada e representa uma importante ameaça potencial à segurança alimentar. Alimentos de origem animal, como leite e produtos lácteos, eram os principais alvos da fraude e adulteração de alimentos. Outros produtos propensos a atividades fraudulentas foram os óleos vegetais, especialmente o azeite, que são produtos de alto valor. Carne e peixe, assim como seus respectivos produtos, também estiveram envolvidos em alguma fraude e adulteração de alimentos, especialmente substituição. Casos de adição de ingredientes externos também foram relatados nos setores de café e chá. A prevenção abrangente de fraude e adulteração de alimentos exige a aplicação de sistemas regulatórios, o aumento da amostragem e do monitoramento, o treinamento de produtores e manipuladores de alimentos e o desenvolvimento de métodos precisos, rápidos e econômicos de detecção de fraudes. A disponibilidade de métodos robustos para identificar os constituintes químicos dos alimentos pode ser um passo decisivo, tanto para detectar e prevenir a fraude nos países produtores quanto para abrir novos mercados para esses produtos. A fraude e a adulteração de alimentos, portanto, representam uma ameaça direta à sustentabilidade, e a redução das vulnerabilidades de fraude e adulteração de alimentos é de alta prioridade para o Brasil. Fraude alimentar e adulteração são a substituição deliberada, adição, adulteração ou deturpação de alimentos ou ingredientes alimentares para ganho econômico (FAO, World Trade Organization, 2017 ). A fraude e a adulteração de alimentos podem ameaçar a segurança alimentar ou afetar negativamente o desempenho nutricional dos alimentos. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1750-3841.14279#jfds14279-bib-0032 A fraude e a adulteração de alimentos têm sido praticadas desde os tempos bíblicos, mas foram sofisticadas ao longo do tempo (Souza et al., 2011 ). Nos últimos anos, vários incidentes de fraude e adulteração de alimentos ocorreram. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1750-3841.14279#jfds14279-bib-0084 Estes incidentes tiveram impactos tanto a nível local como internacional, levando a perdas econômicas significativas e preocupação com a saúde humana. A fraude e a adulteração de alimentos minam a confiança em alimentos, reguladores e mercados. Além disso, a fraude e a adulteração de alimentos sempre causam imensas perdas financeiras, pois a maioria dos consumidores simplesmente alterna imediatamente para outros produtos, categorias ou marcas e não pode voltar a comprar os itens originais (FAO, World Trade Organization, 2017). https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1750-3841.14279#jfds14279-bib-0032 Estudos de fraude e adulteração de alimentos são importantes para todos os tipos de produtos, pois esses incidentes podem levar a ameaças à saúde pública e causar impactos drásticos nas economias das empresas e / ou países envolvidos (Moyer et al., 2017 ). A autenticidade alimentar é de primordial importância para os consumidores e indústrias de alimentos em todas as etapas de produção, desde a compra de matérias-primas até a distribuição de produtos acabados em todo o mundo (Dong, Luo, & Luo, 2016 ). Os padrões de autenticidade que são regularmente aplicados em toda a cadeia de produção ajudam a evitar a ocorrência de eventos de fraude e adulteração de alimentos. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1750-3841.14279#jfds14279-bib-0054 https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1750-3841.14279#jfds14279-bib-0022 Legislação sanitária CONTROLE SANITÁRIO DE ALIMENTOS ✓ Vigilância Sanitária (VS) ✓ Ministério da agricultura, pecuária e abastecimento (MAPA) CONTROLE SANITÁRIO DE ALIMENTOS SNVS • Controle dos estabelecimentos comerciais → serviços de alimentação, supermercados, dentreoutros. • Controle das indústrias processadoras de → amendoim e derivados, água mineral, conservas vegetais, gelados comestíveis, sal para consumo humano, dentre outros. • Controle de todos os produtos alimentícios expostos à venda. Inspeções nas Indústrias de Alimentos processadoras de produtos de origem Vegetal e Mineral e as Indústrias de Embalagens para alimentos. A INSPEÇÃO NO COMÉRCIO É DE ATRIBUIÇÃO E COMPETÊNCIA DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA PARA TODOS OS PRODUTOS. CONTROLE SANITÁRIO DE ALIMENTOS • MAPA • Responsável pela regulamentação, registro e inspeção dos estabelecimentos produtores de: • Produção primária (produtos in natura). • Processamento de produtos de origem animal. • Indústrias de processamento bebidas alcoólicas e sucos. Portaria 275/2002 – ANVISA Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos Produtores / Industrializadores de Alimentos e a Lista de Verificação das Boas Práticas de Fabricação em Estabelecimentos Produtores / Industrializadores de Alimentos. Portaria nº 326, de 30 de junho de 1997 – MS/SVS Portaria nº 368, de 04 de setembro de 1997 – MAPA Aprovam Regulamento Técnico “Condições Higiênico - Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Produtores Industrializadores de Alimentos”. Âmbito: federal Requisitos gerais BPF Documentação e POPs para BPF LEGISLAÇÃO SANITÁRIA Produtos de Origem Vegetal Serviço de Inspeção Vegetal – SIV/MAPA → bebidas alcoólicas ou não, vinagre, feijão, arroz, canjica, sagu, alho, soja.... → produção primária. Comercialização em todo o país. Registro deve ser solicitado (com ofício) na Superintendência do MAPA, em cada estado. Registro do produto no MAPA. LEGISLAÇÃO SANITÁRIA Produtos de Origem Vegetal Vigilância Sanitária → demais produtos de origem vegetal. ✓ Frutas e/ou Hortaliças em conserva. ✓Amendoim e derivados, café, chá, erva-mate e produtos solúveis, farinhas, farelos. ✓ Produtos de frutas e cogumelos comestíveis. ✓Óleos vegetais, gorduras vegetais e creme vegetal. Solicitar o registro na Vigilância Sanitária em cada município ou Estado. LEGISLAÇÃO SANITÁRIA Produtos de Origem Animal → Ministério da Agricultura: Serviço de Inspeção Federal – SIF ✓ Sem restrição de área de comercialização. ✓ Ofício dirigido à Superintendência do MAPA no respectivo estado, junto com plantas e memorial descritivo para a construção, ou das instalações existentes. • LEGISLAÇÃO SANITÁRIA • Memorial descritivo arquitetônico → destina-se fornecer informações dos principais serviços e materiais utilizados na construção de uma Agroindústria. LEGISLAÇÃO SANITÁRIA Produtos de Origem Animal → Ministério da Agricultura: Serviço de Inspeção Estadual – SIE ✓ Somente comercialização no respectivo estado. ✓ Ofício dirigido ao SIE (Secretaria de Agricultura/CIDASC) do respectivo estado, junto com plantas e memorial descritivo para a construção, ou das instalações existentes. LEGISLAÇÃO SANITÁRIA Produtos de Origem Animal → Órgãos de Agricultura: Serviço de Inspeção Municipal – SIM ✓ Somente comercialização no respectivo município. ✓Atrelado diretamente as legislações de cada município. ✓Lages. LEGISLAÇÃO SANITÁRIA ✓ Estrangulamentos para pequenas agroindústrias. ✓Restrição geográfica ara o acesso ao mercado e alto índice de informalidade. ✓ Grande volume de investimento em instalações e equipamentos. ✓ Processo demorado e oneroso para o registro dos estabelecimentos e dos produtos. SUASA ✓ Unificação e descentralização dos serviços de inspeção com a regulamentação do SUASA. ✓ Coordenado pela União → instância central e superior. ✓Estados e Distrito Federal → instância Intermediária. ✓Municípios → instância local → adesão voluntária. SUASA Objetivo Garantir: ✓ Saúde dos animais e a sanidade dos vegetais. ✓Idoneidade dos insumos e dos serviços. ✓Identidade, a qualidade e a segurança higiênico- sanitária e tecnológica dos produtos destinados ao consumo. SUASA ✓Produtos inspecionados por qualquer uma das instâncias do SUASA (central, intermediária, local) → comercializados em todo o território nacional. ✓Facilita a produção e a inserção dos produtos da agricultura familiar no mercado formal → local, regional e nacional. ✓ Venda para a alimentação escolar. ✓ Impulsionar a implantação de novas agroindústrias. Os documentos deverão ser enviados à Superintendência Federal de Agricultura – SFA do respectivo Estado, iniciando os procedimentos de adesão. Se a documentação estiver de acordo com o previsto, ela será enviada ao MAPA, em Brasília/DF, para a continuidade dos demais passos para a adesão. andre.suaiden@docente.unip.br @andresuaiden
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