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Aeroportos e Ferrovias Prof. Ms. Alexsander Amaro Parpinelli Aula 13 AEROPORTOS Pistas Tipos de pavimento (aplicações) Pista Tipos de pavimento (aplicações) Os pavimentos de pista aeroportuária são dimensionados de acordo com as características de projeto e operacionais das aeronaves, além da quantidade de decolagens anuais. • Magnitude e tipo das cargas de aeronaves; • Volume do tráfego; • Concentração de tráfego em áreas específicas (terminais); • Resistência do subleito; • Qualidade dos materiais a serem empregados. Pista Tipos de pavimento (aplicações) Pista Os pavimentos de maior abrangência em pistas de aeródromos são o flexível ( F ) e o rígido ( R ). Pavimento Flexível: Pavimento constituído por diversas camadas responsáveis por distribuir gradualmente as cargas no pavimento. Pavimento Rígido: Pavimento constituído por uma única camada estrutural capaz de suportar as cargas no pavimento. Tipos de pavimento (aplicações) Pista Tipos de pavimento (aplicações) Pista Tipos de pavimento (aplicações) Pista Carga de veículos aeroportuários Pista Carga de veículos aeroportuários Pista Carga de veículos aeroportuários Pista Carga de veículos aeroportuários Pista Carga de veículos aeroportuários Pista AERONAVE COMPRIMENTO (m) PESO BRUTO DE DECOLAGEM (KN) RODAS NO TREM DE POUSO PRINCIPAL PESO/RODA (KN) A-320 38 740 8 87,9 A-380 73 5600 20 266 B-767-400R 61 2040 8 242,3 B-737-800 31 660 4 156,8 B-747-400 ER 70 4130 16 245,2 B-787 57 2450 8 290,9 Critérios de Projeto da Federal Aviation Administration Método 2012 -AC No: 150/5320-6E Parâmetros de projeto (FAARFIELD) – Software Biblioteca com tipos de aeronaves • Carga máxima da aeronave (completamente carregada) de decolagem (algum conservadorismo) - 95% da carga nos trens de pouso principais (main gear) e 5% na bequilha (nose) • Tipo de trens de pouso e suas geometrias - Pressão das rodas (influenciam muito mais as respostas da mistura asfáltica de revestimento que o subleito) • Número de decolagens anuais de cada aeronave Pista Número de Classificação de Pavimentos - PCN Possui a função de informar quais são os tipos de aeronave, cujos Números de Classificação de Aeronave (ACN) forem iguais ou menores que o PCN do pavimento, que podem nele operar com segurança e conforto, sujeitando-se apenas, em alguns casos, aos limites de pressão dos pneus ou no peso total da aeronave. Sabe-se que o número PCN é uma indicação relativa da resistência de determinado pavimento quanto à carga de roda simples padrão que esse pavimento resiste. Haja vista que é permitido que se pode reportar diferentes PCNs, por questões de variabilidade sazonal significativa. O que gera maior operacionalidade das funções rotineiras, diminuindo-se assim, a geração de maiores transtornos. A metodologia para determinação do PCN pode ser pelo Método de Avaliação Técnica ( T ) ou Método de Avaliação Experimental ( U ). Pista Categorias de Resistência do Subleito São caracterizadas pelo módulo de reação do subleito K, para os pavimentos rígidos, tendo como unidade de medida o MN/m³ (Mega Newton por metro cúbico), e pelo CBR (California Bearing Ratio), também chamado de ISC (Índice de Suporte Califórnia), um fator adimensional utilizado para os pavimentos flexíveis. As categorias de resistência apresentadas pelo Regulamento Brasileiro de Aviação Civil número 154 são as seguintes: 1. Alta Resistência – descrito por K = 150 MN/m³, essa categoria representa os valores de K que estão acima de 120 MN/m³, para os pavimentos rígidos. Para os pavimentos flexíveis, um CBR igual a 15, porém, para os subleitos com valores acima de 13. É importante ressaltar que, aos subleitos com tal categoria é dado o Código A como classificação, também importante para outras determinações, como descrito anteriormente. Pista Categorias de Resistência do Subleito (Cont.) 2. Resistência Média – a faixa de valores assim classificados é dada por K entre 60 MN/m³ e 120 MN/m³, tendo como representante K = 80 MN/m³. Para os pavimentos flexíveis, os valores de CBR que estão entre 8 e 13, caracteriza-se por CBR = 10. O código dessa categoria é o Código B. 3. Resistência Baixa – possui como caracterização, K = 40 MN/m³, para os subleitos com K variando entre 25 MN/m³ e 60 MN/m³. Para pavimentos flexíveis, o CBR dessa categoria é igual a 6, com variações de subleitos entre 4 a 8. O código dado nessa categoria é o Código C. 4. Resistência Muito Baixa – é uma categoria dada aos fatores K abaixo de 25MN/m³, sendo representado por K = 20 MN/m³, para os pavimentos rígidos. Quanto aos pavimentos flexíveis, o valor do CBR é igual a 3, para os subleitos que estão abaixo de 4. O Código dessa categoria é o D. Pista Categorias de Resistência do Subleito (Cont.) Pista Propriedades das fundações – Pavimento de concreto Pista Módulo de reação (k) x CBR (%) Categorias de pressão máxima permitida proveniente de cada pneu das aeronaves 1. Alta – não há limite de pressão. O código estabelecido para tal categoria é o W; 2. Média – possui como pressão limite o valor de 1,5 MPA e recebe como caracterização o Código X; 3. Baixa – a pressão dessa categoria é limitada por 1,0 MPA e seu código é o de letra Y; 4. Muito Baixa – possui limite de pressão igual a 0,5 MPA e possui o Código Z como estabelecido. Pista Categorias de pressão máxima permitida proveniente de cada pneu das aeronaves Pista Determinação da espessura do pavimento (Manual de Dimensionamento de Aeródromos da OACI, 2ª edição, 1983, parte 3) Pavimento Rígido Segundo o Manual, após a determinação do ACN, que pode ser obtido com os fabricantes das aeronaves, encontrar-se-á as espessuras requeridas para cada aeromodelo e, então, proceder-se-á com um ábaco de conversão apresentado no manual e demonstrado a seguir. Sabe-se que é um gráfico para o caso em que a Pressão de Pneus é de 1,25 Mpa, porém, o estresse padrão a ser suportado pelo concreto é de 2,75 Mpa. Observa-se que existem 4 curvas de dimensionamento, expressas de maneira hiperbólica, sendo que cada uma delas se refere às Categorias de Resistência do Subleito. Tomando-se como exemplo um ACN cujo valor é 60, com sua respectiva conversão para a Carga de Roda Única Derivada (DWSL) igual à metade do ACN, 30.000 quilogramas, tem-se que a espessura de referência está próxima de 33 centímetros. Pista Valor do ACN é o dobro do DSWL Pista Gráfico de Conversão de Pavimento Rígido ACN Fonte: OACI, Aerodrome Design Manual, part 3, 1983 Determinação da espessura do pavimento (Manual de Dimensionamento de Aeródromos da OACI, 2ª edição, 1983, parte 3) Pavimento Flexível Valendo-se do procedimento CBR dos Engenheiros do Exército dos Estados Unidos (USACE), a definição da espessura do pavimento flexível é dada pela fórmula demonstrada abaixo, que define o gráfico dado posteriormente: 𝑒 = 𝐷𝑆𝑊 𝐶1𝐶 − 𝐷𝑆𝑊 𝐶2𝑃 Sendo que: - t = espessura de referência, com valor em centímetros; - DSWL = para a carga de uma roda única, a pressão de 1,25 MPa; - Ps = 1,25 Mpa; - CBR = subleito padrão com 3, 6, 10 e 15 como valores padrão; - C1 = 0,5695; e - C2 = 32,035. - C = Ponto de cobertura; - P = ponto de passagem. Pista Pavimento Flexível (Cont.) Com base no gráfico resultante da formulação acima descrita e dos Fatores de Deflexão de Boussinesq, para que se estabeleça a equivalência do efeito dado pela aterrissagem sobre todas as rodas de uma aeronave para uma única carga derivada, o projetista deve seguir os passos que serão explicitados logo adiante: a) Determina-se a espessura de referência requerida para determinada aeronave, dado pelo Gráfico de Requerimento do Pavimento, publicado pelo fabricante e a Categoria do Subleito; b) A partir do passo a), tendo-se como referência a espessura do pavimento e o CBR correspondente (gráfico); c) Obtém-se o DSWL e, consequentemente, o ACN, que é o dobro do valor do primeiro.Nota: a correção da pressão dos pneus não é necessária. Pista Pista Gráfico de Conversão de Pavimento Flexível ACN Fonte: OACI, Aerodrome Design Manual, part 3, 1983 Pista EXEMPLO: Se a resistência à compressão de um pavimento rígido, sobre um subleito de resistência média, tiver sido avaliada pelo método teórico como sendo PCN 80, e não houver limite de pressão, então a informação a ser prestada deverá ser: PCN 80 / R / B / W / T Pista TABELA DE VALORES DE ACN Pista EXERCÍCIO: Se a resistência à compressão de um pavimento flexível, sobre um subleito de resistência média, tiver sido avaliada pelo método teórico como sendo PCN 60, e não houver limite de pressão, então a informação a ser prestada deverá ser: Pista EXERCÍCIO: Se a resistência à compressão de um pavimento flexível, sobre um subleito de resistência média, tiver sido avaliada pelo método teórico como sendo PCN 60, e não houver limite de pressão, então a informação a ser prestada deverá ser: Resposta: PCN 60 / F / B / W / T Pista EXERCÍCIO: Se a pista de um aeródromo tiver as seguintes características de PCN: PCN 60 / F / B / W / T Poderia receber operações de um A300-600 Airbus? Pista EXERCÍCIO: Pista EXERCÍCIO: Pista EXERCÍCIO: Se a pista de um aeródromo tiver as seguintes características de PCN: PCN 60 / F / B / W / T Poderia receber operações de um A300-600 Airbus? Resposta: Sim, porque o ACN da aeronave é 56, portanto inferior ao PCN Ajuste da Pressão dos Pneus para o ACN (Pavimentos rígidos) Geralmente, as aeronaves possuem a inflação de seus pneus correspondente à sua massa bruta, mantendo-a de maneira independente das variações das massas na decolagem. Entretanto, existem situações em que a redução tanto das massas quanto da Pressão dos Pneus mostra-se mais produtivas, requerendo-se, assim, o cálculo da redução do ACN. Diferentemente do aplicado ao pavimento flexível, faz-se uso do gráfico a seguir, para que se estabeleça o ajuste da Pressão dos Pneus para ACN. É importante citar que o gráfico foi constituído pelo software PDILB. Pista Pista Gráfico de Ajuste da pressão dos pneus (Pavimentos Rígidos) Fonte: OACI, Aerodrome Design Manual, part 3, 1983 Segundo o Regulamento Brasileiro de Aviação Civil nº 154, disponibilizado pela ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil. Declividades dos pavimentos de aeródromos: • Longitudinais: inclinação do eixo da pista; • Transversais: adequação do pavimento para que se evite o acúmulo de água em sua superfície. Pista Fonte: BRASIL. Regulamento Brasileiro de Aviação Civil nº 154, de 12 de junho de 2012. Emenda nº 1. Agência Nacional de Aviação Civil. SIA, 2012. p. 218. Declividades dos pavimentos de aeródromos Especificações do Regulamento 154 Declividades longitudinais: • 1,5% para os casos em que o número de código for 4; • 1,75% quando o número de código for 3; e • 2% nos casos que se adequam aos números de código 1 ou 2. Declividades transversais: • 2,5% para pistas cujo número de código for 3 ou 4; • 3% onde o número de código for 1 ou 2. Nota: partindo-se da borda da pista, nos seus 3 primeiros metros, adota-se declividade negativa de até 5% com o objetivo de facilitar sua drenagem. Pista Irregularidades do pavimento Teste de tolerância inicialmente feito por uma régua de 3 metros de comprimento que é colocada sobre qualquer ponto da pista, em qualquer direção, exceto pelo seu eixo central, que apresenta maior abaulamento no pavimento. Conforme orientação fornecida pelo Regulamento 154 da ANAC, checar se entre a superfície da pista e a borda inferior da régua, nas suas extremidades, existe um desvio de até 3 milímetros Pista Espessuras Fatores considerados para o cálculo: • valor do módulo de reação do subleito (k); • peso máximo de decolagem; • resistência do concreto (dividida por um fator de segurança de 1,3, para levar em conta outros efeitos não considerados diretamente); • número de decolagens anuais de cada aeronave; • pressão de pneus. Nota: são determinadas as espessuras requeridas por cada tipo de aeronave. Pista Variação da espessura de pavimento Pista Adaptado de: Packard, R. (1973) Design of Airport Concrete Pavements. Portland Cement Association, Skokie. Superfície de pavimento Pista Superfície de pavimento Pista Grooving – Drenagem superficial Sistema EMAS de pavimento destrutivo Pista EMAS – Pavimento destrutivo para prendimento de sistemas Um sistema de “agarrar“ a aeronave emprega materiais de engenharia prendendo o sistema (EMAS - Engineered materials arrestor system) também chamado por cama prendedora. É um pavimento construído no final de uma pista para reduzir a gravidade das consequências de uma excursão de pista. Materiais de engenharia são definidas no FAA Advisory Circular nº 150/5220-22B como "alta energia absorvendo materiais resistentes selecionados, que será esmagado de modo confiável e previsível sob o peso de uma aeronave" Sistema EMAS de pavimento destrutivo Pista EMAS – Pavimento destrutivo para prendimento de sistemas Exercício Sabendo-se que uma pista possui cabeceira deslocada medindo 150m e uma clearway com 580m, qual a medida de LDA (comprimento efetivo da pista) se a TODA medir 2930m? EXEMPLO Exercício Sabendo-se que uma pista possui cabeceira deslocada medindo 150m e uma clearway com 580m, qual a medida de LDA (comprimento efetivo da pista) se a TODA medir 2930m? EXEMPLO Exercício Sabendo-se que uma pista possui cabeceira deslocada medindo 150m e uma clearway com 580m, qual a medida de LDA (comprimento efetivo da pista) se a TODA medir 2930m? EXEMPLO TODA = LDA + CD + CWY 2930 = LDA + 150 + 580 LDA = 2200m Obrigado! Prof. Ms. Alexsander Amaro Parpinelli e-mail: alexsander.parpinelli@anhembi.br
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