Buscar

CIT - Prova IBET 2020.01 - Franciele Robin Machado

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Continue navegando


Prévia do material em texto

CIT
ALUNA: FRANCIELE ROBIN MACHADO
TURMA: CIT-POA-SM1-SEXTA-T2
Questões:
1. Defina e diferencie, fundamentadamente, o que são isenções e imunidades. De acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, o poder constituinte derivado pode modificar a abrangência das imunidades do texto Constitucional originário? 
Primeiramente, com a finalidade de definir de forma fundamentada sobre o que são isenções e imunidades, segue entendimento do jurista Paulo de Barros Carvalho, a cerca do que é imunidade:
[...] a classe finita e imediatamente determinável de normas jurídicas, contidas no texto da Constituição da República, e que estabelecem, de modo expresso, a incompetência das pessoas políticas de direito constitucional interno para expedir regras instituidoras de tributos que alcancem situações específicas e suficientemente caracterizadas[footnoteRef:1]. (grifo original). [1: CARVALHO, Paulo de Barro. Curso de Direito Tributário. 30. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2019, p. 213.] 
Deste modo, entende-se que imunidade tributária são somente aquelas explicitas na Carta Magna, sendo determinável a qualquer momento, demonstrando a sua finitude diante da extensão exclusiva da Constituição, devendo seguir sempre as normas jurídicas pré-estabelecidas, estabelecendo a incompetência de legislar sobre matéria já consolidada, exceto em situações administrativas que forem convenientes a fins públicos. 
A isenção tributária está prevista nos artigos 176 a 179, do Código Tributário Nacional e o seu primeiro artigo trás a definição do que é isenção, in verbis:
Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares.
Nestes termos, entende-se que isenção tributária nada mais é do que uma dispensa concedida por lei no pagamento de um imposto, ou seja, existe um fato gerador que faz este tributo ser devido, entretanto, a legislação dispensa o seu pagamento.
A fim de diferenciar imunidade e isenção, segue abaixo entendimento do autor Paulo de Barros Carvalho:
[...] O preceito de imunidade exerce a função de colaborar, de uma forma especial, no desenho das competências impositivas. São normas constitucionais. Não cuidam da problemática da incidência, atuando em instante que antecede, na lógica do sistema, ao momento da percussão tributária. Já a isenção se dá no plano da legislação ordinária. Sua dinâmica pressupõe um encontro normativo, em que ela, regra de isenção, opera como expediente redutor do campo de abrangência dos critérios da hipótese ou da consequência da regra-matriz do tributo [...][footnoteRef:2]. [2: CARVALHO, Paulo de Barro. Op. Cit., p. 215-216.] 
Desta forma, fica claro que a imunidade vincula os entes competentes pela tributação, logo é impositiva na proibição de tributar. Já a isenção trabalha de forma que dispensa o pagamento do tributo, sendo isso previsto em lei. Nesse sentido, o ente político estará de certa forma, optando por dispensar o pagamento de determinados casos, quando ele tem competência para instituir o tributo.
Segundamente, com o objetivo de discorrer se o poder constituinte derivado pode modificar a abrangência das imunidades do texto Constitucional originário é necessário discorrer se imunidades tributárias são ou não consideradas cláusulas pétreas.
Existem juristas que entendem ser possível desconstituir situações de imunidade tributária através de uma emenda constitucional, porém grande parte dos juristas segue o entendimento do próprio Supremo Tribunal Federal, o qual diz que as imunidades tributárias estão inseridas dentro das limitações constitucionais do poder de tributar, deste modo a Suprema Corte entende que em razão da impossibilidade de reduzir direitos e garantias individuais, de acordo com o artigo 60, § 4º, inciso IV, da CF/88 trata-se de uma cláusula pétrea, sendo imodificável por emendas constitucionais.
Nesse sentido, fica claro que só uma nova Assembleia Nacional Constituinte, investida do poder constituinte originário, ou seja, garantindo sempre os direitos e garantias individuais e os tratados internacionais que a União faz parte, é que teria poder para alterar o que a Constituição Federal de 1988 trata sobre imunidade.
Seguem trechos do jurista Roque Antônio Carraza, o qual demonstra seu entendimento sobre o tema:
[…] temos por indisputável que desobedecer a uma regra de imunidade equivale a incidir em inconstitucionalidade. […]
Nem a emenda constitucional pode anular ou restringir as situações de imunidade contempladas na Constituição. […]
Por muito maior razão, a ação do legislador ordinário, neste campo, encontra limites insuperáveis na Constituição. […]
Ora, se até o constituinte derivado e o legislador ordinário não podem ignorar as imunidades tributárias, por muito maior razão não poderá fazê-lo o aplicador das leis tributárias, interpretando-as, a seu talante, de modo a costeá-las. […]
Em termos mais precisos, o direito à imunidade é uma garantia fundamental constitucionalmente assegurada ao contribuinte, que nenhuma lei, poder ou autoridade pode anular[footnoteRef:3]. [3: CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário. 24. ed. rev. ampl. atual. São Paulo: Editora Malheiros, 2008, p. 710-712.] 
	Por conseguinte, entende-se que não existe possibilidade de o legislador ordinário restringir, modificar tentando diminuir ou desfragmentar total ou parcialmente os preceitos fundamentais que versam sobre imunidade tributária.
Por fim, é evidente que o poder constituinte derivado, dentro das suas limitações, não pode modificar a abrangência das imunidades do texto Constitucional originário.
2. Explique o que é competência tributária e quais são suas características. Indique se, na sua opinião, apenas os órgãos legiferantes a exercem ou se, por exemplo, também a administração pública e o particular a desempenham de alguma forma. Correlacione competência tributária com o tema das fontes do direito.
A fim de explicar o que é competência tributária seguem alguns entendimentos, como o do Prof. Doutor Paulo de Barros Carvalho, in verbis: 
A competência tributária, em síntese, é uma das parcelas entre as prerrogativas legiferantes de que são portadoras as pessoas políticas, consubstanciada na possibilidade de legislar para a produção de normas jurídicas sobre tributos. [...][footnoteRef:4]. [4: CARVALHO, Paulo de Barro. Op. Cit., p. 243-244.] 
Nesse sentido, entende-se que é delegado a entes políticos a competência de criar leis específicas sobre tributos, isto através da própria Constituição Federal de 1988. Logo, o poder que a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal têm de criar tributos através de leis, sempre obedecendo os ditames e assegurando os limites que a CF/88 trata-se de uma competência tributária. Segue abaixo o texto de mais um autor afirmando esse posicionamento:
Como é consabido, a Constituição Federal não cria tributos, apenas outorga competência para que os entes políticos o façam por meio de leis próprias. Assim, é correto definir competência tributária como o poder constitucionalmente atribuído de editar leis que instituam tributos[footnoteRef:5]. [5: ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 11. ed. rev., atual. e ampl. Salvador: Editora JusPodivm, 2017, p. 252.] 
Além disso, com a finalidade de esclarecer quais são as características da competência tributária, segue pronunciamento do jurista Paulo de Barros Carvalho:
[...] a competência tributária no que diz com suas características, [...] seis qualidades, quais sejam, privatividade (i), indelegabilidade (ii), incaducabilidade (iii), inalterabilidade (iv), irrenunciabilidade (v) e, por fim, facultatividade do exercício (vi)[footnoteRef:6]. [6: CARVALHO, Paulo de Barro. Op. Cit., p. 246-247.] 
Assim sendo, caracteriza-secompetência tributária quando: (i) privatividade ou exclusividade – o ente político detém sua faixa tributária privativa, portanto caso atue fora dexta faixa delimitadora, o tributo será inconstitucional; (ii) indelegabilidade – o ente político não está autorizado a delegar, ou seja, conferir a outra pessoa de direito público, a competência tributária que tenha recebido da CF/88, conforme disposição expressa no artigo 7º, do CTN; (iii) incaducabilidade – o ente político exerce o poder de tributar (poder-faculdade) quando lhe for mais conveniente e oportuno, logo permanecer inerte e não criar tributos, não altera a sua competência tributária; (iv) inalterabilidade – o ente político não pode ampliar a dimensão do seu poder de tributar, pois é algo improrrogável; (v) irrenunciabilidade – o ente político não pode abrir mão da sua competência tributária, pois é irrenunciável; (vi) facultatividade do exercício – o ente político pode escolher se quer ou não criar um tributo, ou também, criar parcialmente um tributo, utilizando parte da sua competência tributária.
Nesse seguimento, com o objetivo de me posicionar se apenas os órgãos legiferantes exercem a competência tributária ou se a administração pública e o particular a desempenha de alguma forma, utilizo uma frase do autor Paulo de Barros Carvalho, o qual compartilho da mesma opinião:
[...] tomaremos competência tributária com a significação acima especificada, vale dizer, de legislar (pelo Poder Legislativo, já que “legislador”, em sentido amplo, todos nós o somos), afirmando que não se confunde com a capacidade. (grifo original)[footnoteRef:7] [7: CARVALHO, Paulo de Barro. Op. Cit., p. 244.] 
Assim sendo, entendo que a administração pública, no âmbito de suas atribuições, também exerce a competência tributária criando, por exemplo, taxas pela prestação de serviço público específico e dívisivel, e das contribuições de melhoria, isso tudo decorrente de obras públicas, o qual a sua realização trouxe um valorização ao imóvel do contribuinte. Isso trata-se de uma espécie chamada competência comum.
Além do mais, o particular desempenha a competência tributária quando, “[...] por força da lei, está investido na condição de praticar a sequência procedimental que culminará com a produção de norma jurídica tributária, individual e concreta (casos de IPI, ICMS, ISS etc.)”[footnoteRef:8], conforme entendimento do autor citado acima. [8: CARVALHO, Paulo de Barro. Op. Cit., p. 244.] 
Por conseguinte, entendo que a competência tributária está correlacionada com as fontes do direito, conforme entendimento do jurista Paulo de Barros Carvalho, que embasa seu posicionamento da seguinte forma:
[...] Significa dizer, por outros torneios, que não basta a existência do órgão, devidamente constituído, tornando-se necessária sua atividade segundo as regras aqui previstas no ordenamento. E órgão credenciado para legislar, entrando em movimentação, dá ensejo ao acontecimento de um facto. Eis a fonte de que promana o direito. Num exemplo singelo, não é suficiente a existência do Congresso Nacional, como órgão legiferante da União. É imprescindível que o Parlamento venha a reunir-se e, mediante os termos do chamado “processo legislativo”, edite a lei. Esse facto, ainda que muito complexo, tomado numa concepção unitária, é fonte do diploma legislado. O significado da expressão fontes do direito implica refletirmos sobre a circunstância de que regra jurídica alguma ingressa no sistema do direito positivo sem que seja introduzida por outra norma [...] (grifo original)[footnoteRef:9]. [9: Ibidem, p. 79.] 
Neste sentido, é visto que a existência de órgãos devidamente constituídos e habilitados para a criação de normas, faz com que torne-se necessário ou até mesmo essencial que estes órgãos, em um sentido latu sensu, também editem leis. Por consequência, também são consideradas como instrumentos introdutórios de normas.
Além do mais, utilizam a termologia “fontes do direito” a fim de exaltar que a norma jurídica tem seu ponto de partida originário, logo não pode ser criada sem se inspirar nessas fontes que são, nada mais, que o pilar do direito.
Por fim, pode-se dizer que as fontes de direito se vinculam a legitimidade do órgão ao qual foi expedido e não mais importante, o procedimento utilizado na sua produção.
6