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Neuroanatomia Médica João Vitor Novaes | 74A Medicina FCM-MG 1º período 2020.2 SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) ou NEUROEIXO - Constituído por duas estruturas: Encéfalo - Cérebro - Cerebelo - Tronco encefálico Medula espinhal MEDULA ESPINHAL - Conceito anatômico: A medula é a porção mais baixa do Sistema Nervoso Central (continuação inferior do tronco encefálico). Tem formato cilíndrico e aspecto tubular – é uma continuação direta do tronco encefálico. - Se fizermos uma secção transversal, esse é o formato da medula: Formato circular, mas percebemos que não é um cilindro perfeito, pois o diâmetro que vai de um lado a outro da medula é maior que o diâmetro que vem no sentido anteroposterior. - Comprimento de, aproximadamente, 44 cm em um homem adulto. - Assim como o encéfalo está todo guardado dentro do osso do crânio, a medula espinhal está guardada no interior da coluna espinhal/vertebral. - Medula é sinônimo de miolo (ou seja, está no interior). - Medula espinhal ≠ Medula óssea Quando falamos de transplante de medula, não estamos, logicamente, falando da medula espinhal (SNC, uma continuação direta do encéfalo – constituída por substâncias branca e cinzenta). Não existe transplante de medula espinhal, mas, sim, de medula óssea, uma substância gelatinosa contida no interior de alguns ossos do corpo humano (responsável pela produção de células sanguíneas). - Divisão da coluna: - Coluna cervical: formada por 7 vértebras (C1 até C7). - Coluna torácica: formada por 12 vértebras (T1 até T12). De onde nascem as costelas (cada costela em uma vértebra). - Coluna lombar é formada por 5 vértebras (L1 até L5). Sacro: formado por 5 vértebras (S1 até S5). Cóccix: osso mais inferior da coluna vertebral. - Entre um corpo vertebral e outro, existe uma estrutura chamada disco intervertebral, que funciona como amortecedor entre uma vértebra e outra. Não há disco intervertebral no sacro. Por isso, o sacro parece ser formado por ossos fundidos pela ausência dos discos entre as vértebras sacrais. - De perfil: Porção anterior da coluna: Corpos vertebrais e discos intervertebrais. Porção posterior da coluna: Processos espinhosos (projeções ósseas). - Localização da medula espinhal: canal medular/vertebral (orifício). - Limites da medula em relação à coluna vertebral: Limite superior: transição entre crânio e canal medular (forame magno). Limite inferior: no máximo, primeira ou segunda vértebra lombar (L1 ou L2). - O crânio tem, em sua parte mais baixa, um grande orifício, chamado forame magno. Magno = maior (é o maior forame do crânio). Permite a conexão entre o crânio e o canal medular por esse orifício que o tronco encefálico se continua na forma de medula espinhal. Forame magno é o limite superior da medula (ou seja, a medula está do forame magno para baixo). - Também temos outra forma de destacar os limites da medula: Podemos chamar atenção dos limites não na coluna vertebral, mas, sim, na própria peça anatômica. - Limite superior: C1 (primeiro nervo cervical). Os nervos recebem a mesma nomenclatura das vértebras (C1, C2,...). - Limite inferior: cone medular (segmento mais inferior e afunilado da medula) – estará na altura da primeira ou segunda vértebra lombar. Limites superiores da medula: Limites inferiores da medula: - Intumescências: - A medula desce em um formato cilíndrico, até terminar em uma ponta (cone medular). O cilindro que constitui a medula espinhal possui, em duas regiões, um maior volume/diâmetro (intumescências cervical e lombar). - A existência dessas intumescências tem uma lógica de ser. Da medula, nascem os nervos espinhais/periféricos – curtos e responsáveis pela enervação de pele e musculatura cervical da área periférica do corpo. - Logo abaixo, a medula necessita de um maior diâmetro para dar origem a nervos mais longos e numerosos, que serão responsáveis pela enervação dos membros superiores (braços). A esse conjunto de nervos que nascem da chamada intumescência cervical e que enervam os membros superiores, dá-se o nome de plexo braquial. - Descendo pela medula, originarão nervos mais curtos que enervarão a caixa torácica e depois a região lombar. - Novamente, na porção mais baixa da medula, será preciso ganhar mais volume para ser capaz de gerar um conjunto de nervos longos e compridos que vao se dirigir a enervação dos membros inferiores (pernas). A esse conjunto de nervos que nascem da dilatação/intumescência lombar dá-se o nome de plexo lombo sacro. - Então, as intumescências cervical e lombar são responsáveis, respectivamente, pelas origens do plexo braquial e do plexo lombo sacro. - A palavra intumescência vem de “intumescido” edema, inchaço, maior volume. - Na anatomia comparada: A baleia é um animal gigante, mas não tem membros (não tem nadadeiras). Portanto, o cilindro da medula da baleia é todo uniforme, não existindo intumescências. A medula dos dinossauros praticamente não tinha intumescência cervical, pois eles, apesar de serem animais gigantescos, quase não têm membros superiores (são muito atrofiados ou poucos desenvolvidos). Em compensação, a intumescência lombar deles era dita que tinha o tamanho praticamente do volume do seu encéfalo, uma vez que tem membros inferiores muito avantajados, necessitando, portanto, de uma grande intumescência para dar origem a um grande plexo lombo sacro. - Meninges: - Membranas que protegem e envolvem a medula espinhal e o encéfalo. - Existem três meninges: o Dura máter: (em amarelo na foto) Mais espessa Mais resistente o Aracnoide: (em branco na foto) Mais delicada que a dura máter Esbranquiçada Avascular Lembra o aspecto de uma teia de aranha o Pia máter: Mais interna Mais delicada Não foi ilustrada na figura de uma forma até proposital. É a meninge mais interna, uma película transparente que envolve a medula espinhal de uma forma muito íntima, muito aderida ao sistema nervoso. Analogia para tentar visualizar a pia máter: película de uma salsicha. - Quando vista em ampliação, a meninge aracnoide é formada por diversas trabéculas (aspecto de teia de aranha). - A medula termina no cone medular, que está na altura de L1 ou de L2. Porém, as meninges que protegem a medula não se interrompem junto com a medula no nível de L2. Dura máter e aracnoide (as mais externas) continuam descendo abaixo do cone medular e só se interrompem na altura de S2 (a segunda vértebra sacral). - A pia máter também não termina na altura do cone medular. Continua no formato de um filamento (chamado filamento terminal), que continua descendo abaixo do cone medular até se juntar em S2 com as outras duas membranas. Após se fundir com a dura e com a aracnoide, haverá a formação de um ligamento espesso e resistente chamado de ligamento coccígeo (serve para fixar a medula ao osso do cóccix). - Existem, de um lado e do outro da medula espinhal, várias projeções triangulares, chamadas ligamentos denteados. Essas estruturas são formadas pela própria pia máter, que realiza essas projeções com o objetivo de fixar a medula espinhal na dura máter. Espaços entre as meninges: - Fora ou a redor da dura máter = extradural ou peridural - Abaixo da dura máter = subdural Na verdade, esse é um espaço virtual, pois dura máter e aracnoide são membranas justapostas. - Abaixo da aracnoide = subaracnóideo Nesse espaço, existe um líquido transparente (produzido pelo próprio cérebro) que envolve toda a medula espinhal e o encéfalo, chamado líquor. Esse líquido tem como função ser mais uma camada de proteção ao SNC, principalmente contra choques mecânicos/traumatismos (diminui a energia cinética contra o sistema).- Saco dural: pacote formado pela dura máter e aracnoide ao redor da medula espinhal. - Fundo do saco dural: L1 ou L2 até S2 (espaço onde ainda existe o saco dural, mas sem a presença da medula em seu interior). Tem início no cone medular e vai até o final da dura máter. Ainda existem meninges, mas não há medula. - O que ocupa o fundo do saco dural? Filamento terminal (cruza o fundo do saco dural). Líquor. Cauda equina (conjunto de nervos espinhais – longos, longitudiais e paralelos). - Topografia vértebromedular: É a explicação da relação entre as vértebras e a medula espinhal (explica a formação da cauda equina). Até o quarto mês de vida fetal (desenvolvimento intrauterino de uma criança), a coluna vertebral e a medula espinhal têm o mesmo tamanho – ou seja, crescem igualmente no mesmo tamanho no sentido longitudinal. Notamos que, até esse período, os nervos espinhais/periféricos que saem da medula saem formando um ângulo reto para adentrar os chamados forames intervertebrais. Então, os nervos saem da medula de forma perpendicular a essa, cada um deles saindo pelo seu respectivo forame intervertebral. Mas, a partir do quarto mês de vida intrauterina, existe um crescimento desproporcional entre a coluna vertebral e a medula espinhal – que ocorre, principalmente, na porção mais inferior da nossa coluna. Logo, a coluna vertebral cresce mais que a medula, sendo que o cone medular acaba se interrompendo na altura da primeira ou da segunda vértebra lombar. Como não se pode desfazer da relação nervo-forame, ocorre, com esse crescimento desproporcional, o que chamamos de arrasto caudal dos nervos periféricos, forçando uma progressiva obliquidade desses nervos, levando à formação de nervos longos, cada vez mais paralelos uns aos outros (o que dá o aspecto da chamada cauda equina). - Punção lombar: O conhecimento dessa anatomia e da interrupção da medula em forma de cone medular em nível da primeira ou segunda vértebra lombar e o conhecimento anatômico de que abaixo de L2 temos o chamado fundo do saco dural, um espaço cheio de líquor, onde podemos introduzir uma agulha para coleta do líquor sem o risco de traumatizar a medula. A esse procedimento, no qual introduzimos uma agulha, passando entre um processo espinhoso e outro, e essa agulha pode perfurar a dura mater e a aracnoide, chegando ao espaço subaracnóideo e podendo coletar líquor, chamamos de punção lombar. O médico neurologista introduz uma agulha no espaço subaracnóideo com o objetivo de coletar liquor e enviá-lo para estudo em laboratório: é com esse procedimento que detectamos doenças infecciosas do sitema nervoso, como a meningite. O procedimento de punção lombar, portanto, só é possível de ser feito com segurança se for realizado no fundo do saco dural, uma vez que, nesse local, a agulha pode ser introduza até o espaço subaracnóideo sem o risco de lesar a medula espinhal. - Raquianestesia: Esse mesmo conhecimento anatômico é utilizado para a realização de uma técnica anestésica que chamamos de raquianestesia. Consiste na introdução de anestésico no espaço subaracnóideo (ou seja, no espaço onde o líquor fica contido) abaixo de L2, no fundo do saco dural. Essa técnica serve para cirurgias baixas (como exemplo, ginecológicas e ortopédicas de membros inferiores). Nessa figura, podemos observar o corpo vertebral, o processo espinhoso, o saco dural dentro do canal medular e o conjunto de raízes da cauda equina. Outro procedimento anestésico muito popular é a anestesia peridural. A ponta da agulha vai parar no espaço peri/extradural o anestésico vai banhar esse espaço e promoverá uma anestesia nos nervos que saem da coluna vertebral. - Como o anestesista reconhece que a ponta da agulha atingiu o espaço peridural antes de perfurar a dura mater uma vez que ele não tem visualização do caminho da agulha nas costas do paciente? A técnica que ele utiliza é a seguinte: o espaço extradural (onde tem a gordura – em amarelo e apontado na foto) tem uma pressão negativa – funciona como se fosse um vácuo. O anestesista, ao introduzir a agulha pelas costas do paciente, sabe que, quando a agulha atinge o espaço extradural, o êmbolo da seringa é quase sugado de forma involuntária pelo vácuo encontrado no espaço extradural. Sendo assim, ele interrompe a progressão da agulha e, portanto, introduz o anestésico que irá banhar o espaço peridural. - As realizações de raquianestesia e de anestesia peridural atingem praticamente o mesmo objetivo. Em ambos os procedimentos, o anestésico, seja no espaço extradural (banhando os nervos periféricos) ou no espaço subaracnóideo (através do liquor, acaba por atingir os nervos periféricos) causa a interrupção da transmissão de dor ao paciente. A diferença entre esses dois procedimentos fica no nível que a agulha chega a penetrar. Para no espaço extradural: anestesia peridural. Para no espaço subaracnóideo: raquianestesia. - Na raquianestesia, como temos que furar a dura mater, só pode ser realizada onde não existe medula (ou seja, abaixo de L2, no fundo do saco dural). - Já na anestesia peridural, como a agulha é interrompida antes de perfurar a dura mater, esse tipo de anestesia pode ser injetado até nos segmentos acima de L2, onde existe medula, uma vez que não causaria lesões/traumas medulares. - Para cirurgias baixas: pode-se utilizar raquianestesia ou anestesia peridural. Como exemplo, cirurgias ginecológicas (parto), ortopédicas, varizes das pernas, por exemplo. - Para cirurgias de níveis mais altos: utilizar somente anestesia peridural (não causa danos medulares). Cirurgia de plástica de mama, por exemplo. A anestesia peridural pode ser realizada em segmentos mais altos, onde a agulha para no espaço peridural, introduz o anestésico nesse espaço e ele descerá ao longo da coluna pela ação da gravidade, bloqueando e anestesiando os nervos periféricos do nível da injeção para baixo. RAQUIANESTESIA (SE FOR INJETAR ANESTÉSICO) PUNÇÃO LOMBAR (SE FOR RETIRAR LÍQUOR) ANESTESIA PERIDURAL - Como a raquianestesia perfura a dura mater, ela só pode ser realizada no nível do fundo do saco dural (onde existe apenas a cauda equina). Nesse procedimento, a agulha pode passar pelas raízes/nervos da cauda equina, pois não oferece riscos de lesão nervosa. - Porém, na realização da anestesia peridural, como a agulha não perfura a dura mater, esse tipo de anestesia pode ser realizada em todo o eixo da coluna vertebral, inclusive a níveis cervicais, uma vez que não há risco de traumatizar a medula espinhal. - Crista ilíaca: Para realização da punção lombar e da raquianestesia, utilizamos da palpação da crista ilíaca como referência. Se traçarmos uma linha reta da crista ilíaca até as costas do paciente, sabemos que a linha da crista ilíaca está sempre na altura da 4ª ou da 5ª vértebra da lombar (L4/L5). Portanto, com a palpação da crista ilíaca e traçando uma linha a partir desse nível, temos segurança de que a agulha será introduzida sempre longe e abaixo do cone medular (L2). Corte transverso da medula espinal: - A medula, assim como todas as estruturas do SNC, é formada por substância cinzenta (H central da medula ou H medular) e, na parte externa (periferia), substância branca. Partes da substância BRANCA: - Fissura e sulcos da medula espinhal: Na superfície da substância branca da medula, existem marcas/sulcos, que ganham nomes próprios de acordo com suas localizações, assim como vemos abaixo: OBS: O sulco intermédio posterior é uma exceção, pois esse sulco extra não existe ao longo de toda a medula espinhal (existe somente no segmento cervical da medula – apenas na parte mais alta). Inexiste nas medulas torácica, lombar e sacral (sendo, nessas regiões, aspartes anterior e posterior praticamente iguais). - Os sulcos que passam nas faces anterior e posterior da medula dividem a substância branca da medula em compartimentos, chamados funículos. - Entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior, temos o funículo anterior. - Entre os dois sulcos laterais, temos um espaço de substância branca que chamamos de funículo lateral. - Entre o sulco mediano posterior e o sulco lateral posterior, esse compartimento recebe o nome de funículo posterior. OBS: o que existe de um lado, temos espelhado do lado oposto. - O sulco intermédio posterior (região cervical) divide o funículo posterior em duas regiões: os fascículos. Fascículo mais medial: Gracil. Fascículo ao lado: Cuneiforme. Partes da substância CINZENTA: - Está na parte central da medula (miolo). - Tem o aspecto de uma letra H ou de uma asa de borboleta. - Tem 2 projeções anteriores: Corno anterior direito Corno anterior esquerdo - Tem 2 projeções posteriores: Corno posterior direito Corno posterior esquerdo - Quem liga os cornos de um lado ao outro é uma ponte de substância cinzenta – chamada comissura cinzenta. - No centro da comissura cinzenta, temos um orifício que recebe o nome de canal central da medula. - Esse pequeno orifício é milimétrico por se tratar de um resquício embriológico da nossa formação intrauterina (orifício virtual colabado e não seu interior não existe nada). - Corno lateral (destacado em vermelho ao lado) É uma exceção, pois não existe corno lateral em toda a extensão da medula, somente na medula torácica e lombar alta (T1-T12 e L1-L2). - Objetivo dessa formação lateral: É dessa formação lateral que surgem os neurônios do sistema nervoso autônomo (neurônios que enervam as vísceras que ficam dentro do tórax e do abdome). Chamamos de nervos periféricos/espinhais aqueles que saem ao longo da medula espinhal. - Como é a formação desses nervos a partir da medula? Os nervos se formam a partir dos filamentos radiculares que brotam dos sulcos laterais anteriores e posteriores. Esses filamentos se fundem e dão origem ao que chamamos de raiz (anterior e posterior). A fusão da raiz anterior com a raiz posterior dá origem a uma estrutura única, que chamamos de nervo periférico/espinhal. - Raiz anterior função motora Dizemos que a raiz anterior é motora, pois o estimulo motor que nasce no cérebro desce pelo cérebro, pela medula espinhal e sai da medula pela raiz anterior, indo para o nervo, que, por sua vez, atinge um músculo para se contrair e produzir um movimento. - Raiz posterior função sensitiva E o oposto: se tomo uma alfinetada na superfície da pele, um nervo periférico capta esse estímulo e o transporta ao interior da medula. Todo estimulo sensitivo captado pelo nervo entra na medula sempre pela raiz posterior para subir em direção à área sensitiva do cérebro. - Nervo (fusão das duas raízes) função mista Função motora: ao levar estímulo elétrico para um músculo se contrair. Função sensitiva: quando capta estímulos da pele e o transporta da medula em direção ao cérebro. - Quantidade de pares de nervos espinhais: - 1 par de nervos a mais do que o número de vértebras na coluna cervical (7 vértebras cervicais e 8 pares de nervos cervicais). Isso ocorre pelo fato de que o primeiro par de nervos surge acima da primeira vértebra. Então, temos um par de nervos a mais. - Nomenclatura: C1 pode ser tanto a primeira vértebra cervical quanto o primeiro par de nervos cervicais. - Temos pares de nervos espinhais, pois, se sai um nervo do lado direito do pescoço, deve- se sair um do lado esquerdo também. - Ao longo do resto da coluna, o número de nervos coincide com o número de vértebras. Torácica: 12 vértebras – 12 pares de nervos. Lombar: 5 vértebras – 5 pares de nervos. Sacral: 5 vértebras – 5 pares de nervos. 1 osso cóccix com 3 pares de nervos coccígeos (mas apenas 1 par é funcional). - Regra para localização nervo-vértebra: Na região cervical, o nervo está sempre acima de sua vértebra correspondente. (nervo C1 acima da vértebra C1, nervo C2 acima da vértebra C2,...). Da região torácica pra baixo, isso inverte: o nervo está sempre abaixo da sua respectiva vértebra. (nervo T1 abaixo da vértebra T1) - Segmentos medulares: Assim como a coluna vertebral é dividida em segmentos, a medula espinhal segue a mesma divisão. Medula cilindro de tecido nervoso, sem gomos e marcas (o que dificulta a visualização – como nas vértebras – da divisão entre os segmentos cervical, torácico, lombar e sacral na medula). - A divisão dos segmentos medulares – em medula cervical, torácica, lombar e sacral – é feita de acordo com a origem de seus nervos. - Medula cervical: 8 nervos (C1-C8) - Medula torácica: 12 nervos (T1-T12) - Medula lombar: 5 nervos (L1-L5) - Medula sacral: 5 nervos sacrais + 1 nervo coccígeo (S1-nervo coccígeo) Região sacral corresponde ao cone medular (na altura de L1/L2). Ou seja, a medula espinhal é menor do que a coluna vertebral. - Como a medula é menor do que a coluna vertebral devido ao crescimento desproporcional (explicado no tópico “topografia vértebromedular”), ocorre uma discrepância entre cada segmento cervical e a vértebra que está sobre a medula. Para corrigir a discrepância entre os segmentos da medula e os segmentos das vértebras que estão externamente ligadas a ela, adotamos uma regra prática para corrigir a distorção entre o tamanho da medula e o tamanho da coluna vertebral. As regras que utilizamos são estas: - C2 - T10 número do processo espinhoso + 2 = segmento medular - T11 e T12 5 segmentos lombares - L1 / L2 5 segmentos sacrais Abaixo de L1/L2 não tem mais medula, somente cauda equina no fundo do saco dural. - Interpretação prática dessa regra: Se o paciente sofrer uma fratura do processo espinhoso T10 e isso acabar lesando a medula dentro do canal medular. Ao fraturar o processo espinhoso T10, ele estará machucando o fragmento medular T12 (e não o T10). Se um paciente sofrer destruição das vértebras T11 e T12 e essas vértebras lesarem a medula dentro do canal medular, ele estará lesando os segmentos medulares lombares (e não os segmentos T11 e T12). Se tiver uma destruição do processo espinhoso L1 da coluna e o canal medular for afetado, estaremos lesando os segmentos sacrais da medula. - Revisão das regras da medula: Localização do nervo em relação à sua vértebra: Na região cervical, o nervo está sempre acima de sua vértebra. Da região torácica pra baixo, o nervo está sempre abaixo da vértebra correspondente. Correção entre o segmento medular e o processo espinhoso que está acima dele: - C2 - T10 número do processo espinhoso + 2 = segmento medular - T11 e T12 5 segmentos lombares - L1 / L2 5 segmentos sacrais
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