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1 Inteligência Interpessoal no Trabalho 2 Autor(a): Carmem Lucia da Silva. 1ª Edição – 2011 Inteligência Interpessoal no Trabalho Todos os direitos desta edição são reservados a Cresça Brasil Editora S/A. É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios, sem autorização escrita da Editora. ISBN: 978-85-8153-081-9 _______________________________________________________________________________________________ Cresça Brasil Editora S/A Rua Jaime Santos, 530 – Jardim Aeroporto - Alfenas/MG – CEP 37130.000 Atendimento: 0800 722 0226 www.crescabrasil.com.br sac@crescabrasil.com.br http://www.crescabrasil.com.br/ mailto:sac@crescabrasil.com.br 3 Sumário Capítulo 1 - Um Bom e um Mau Local para Trabalhar 1.1 Fatores que Afetam o Desempenho Individual e o da Equipe.......6 1.2 O Local de Trabalho.......................................................................7 1.3 Gerenciamento Participativo..........................................................9 1.4 Aspectos que Contribuem para um Bom Lugar de Trabalho.......11 Capítulo 2- Inteligências e suas Definições 2.1 Conceitos de Inteligência..............................................................12 2.2. Inteligência Interpessoal e Intrapessoal.......................................13 Capítulo 3 – Trabalho - Relações Interpessoais e Qualidade de Vida 3.1 A Importância do Trabalho na Vida do Ser Humano....................15 3.2 Três Aspectos que Dificultam as Relações Interpessoais no Trabalho..................................................................................................16 Capítulo 4 - Inteligência Emocional a peça chave na vida profissional 4.1 Os Critérios das Empresas Mudaram...........................................17 4.2 Inteligência Emocional e Competências Emocionais...................18 Capítulo 5 - Trabalhando a Inteligência Interpessoal para o Trabalho 5.1 Trabalhando o Intrapessoal..........................................................20 5.2 A Importância da Realização, do Engajamento, da Iniciativa e do Otimismo.................................................................................................21 5.3 Trabalhando as Habilidades Interpessoais...................................21 4 Apresentação Olá! Seja bem-vindo (a) ao livro “Inteligência Interpessoal no Trabalho.” É com muita satisfação que acompanharemos você no decorrer desta leitura, na perspectiva de que você possa desenvolver habilidades e competências necessárias, para relacionar-se melhor em seu trabalho e, também, na vida pessoal. Atualmente, não basta ter formação e competência técnica. É preciso lidar de forma inteligente com as adversidades, que permeiam o local de trabalho. Por se tratar de comportamentos, as diferentes atividades objetivam a reflexão sobre suas atitudes e ações, na expectativa que você possa traçar novos caminhos, para as mudanças consideradas necessárias. 5 Introdução A Inteligência Interpessoal, no trabalho, se depara no raciocínio lógico das competências e habilidades desenvolvidas pelos indivíduos, por isso, temos comportamentos diferenciados. Assim, Galemon nos traz o conceito sobre a Inteligência Emocional do homem e da mulher. Por meio dessa, podemos avaliar quais são os fatores de sucessos e insucessos de cada indivíduo, assim como, as qualidades de relacionamentos humanos, em que pessoas sensatas e compreensivas têm mais chances de obterem sucessos na carreira profissional e na vida como um todo. Desejo-lhe bons estudos!!! 6 Capítulo 1 Um Bom e um Mau Local para Trabalhar Neste capítulo, estudaremos alguns aspectos que podem influenciar o local de trabalho. Observaremos, também, que as relações interpessoais são importantes para que o clima da empresa seja agradável. Veremos, ainda, os fatores que causam o desempenho individual e da equipe no trabalho; as mudanças que poderão ser promovidas e o sucesso no trabalho por meio da eficiência. 1.1 Fatores que Afetam o Desempenho Individual e o da Equipe A história a ser retratada, provavelmente, já aconteceu com você. Se ainda não aconteceu, sorte sua, pois, a partir dos conhecimentos, que serão trabalhados nesse livro, você terá condições de olhar de maneira ampla as relações, podendo contribuir para que a Inteligência Interpessoal permeie o seu local de trabalho. 1.1.1 Uma Empresa à Beira de um Ataque de Nervos João e Maria são funcionários de uma grande empresa - “Bom Sucesso” - há dez anos. Na época em que essa iniciou suas atividades, havia em torno de 50 funcionários e, apesar do espaço físico ser divido por departamentos, todos se conheciam, se respeitavam e se tratavam bem. Era como se fossem uma família, e sentiam-se valorizados pelos chefes. Mas, depois de um período de “namoro”, um olhar diferenciado dos empregados começou a promover mudanças nos comportamentos. Não se sentiam mais como uma família, aparentemente, ninguém estava preocupado com nada. Isso fez com que esse sentimento de família fosse dispersando-se. Com o tempo, foram reportando à crença de que se tratava de um trabalho como em qualquer outro lugar e a percepção de que deveriam trabalhar em prol dos mesmos objetivos foi sendo, aos poucos, substituída por politicagens. Situações semelhantes acontecem e, geralmente, o tamanho da empresa é o fator que mais influencia, para que isso aconteça. 7 Novos funcionários vão sendo admitidos e os mesmos, eventualmente, não compreendem os propósitos da empresa nem a importância de cada um dentro dela. Com o crescimento da empresa aumenta a burocratização e o distanciamento aliados à necessidade de controle. Os livros de ponto, que antes eram assinados e assim oportunizavam, por exemplo, o contato com as pessoas do departamento de pessoal, na atualidade, são organizados por uma máquina, em que você é reconhecido pela sua digital. Essas, geralmente, ficam na entrada da empresa, de maneira que, ao chegar, o funcionário seja identificado. Assim, sua identidade passa a ser apenas códigos e números. Com o excesso de burocratizações, há a necessidade de formalizar tudo. Assim as conversas e discussões passam a ser através de memorandos. Como ficam as relações interpessoais nesse cenário? Por esses aspectos revelados, a tendência é que as relações interpessoais estejam deterioradas e desgastadas. Como se fosse uma erosão, que corrói o espírito de ânimo das pessoas no local de trabalho. Mas será que esta realidade pode ser considerada uma constante? Todas as empresas estão fadadas a esses fracassos? O que é preciso fazer para que esse processo não aconteça e como revertê-lo? Adaptado de Levering As interrogações que João e Maria fazem, podem ser as mesmas de muitas pessoas. No próximo item, você entenderá que essa realidade pode ser diferente, dependendo de como as pessoas utilizam sua Inteligência Interpessoal. 1.2 O Local de Trabalho O que torna um local ruim para trabalhar? Desconfiança? Combate? Competitividade? Comunicação pobre? Abuso de poder? 8 1.2.1 O que é um Bom Local de Trabalho? De acordo com Levering, “As 100 Melhores Empresas para Trabalhar na América” anulam a ideia de que o tamanho e a idade da empresa destroem o local de trabalho. Sendo recorrentes entre elas princípios sólidos sobre como as pessoas devem ser tratadas. E, em um local considerado bom para trabalhar, deve haver “vínculo básico de confiança com os empregados” (LEVERING, 1997, p. 150). “Se você acredita quepode ou que não pode, em ambos os casos, você está certo”. Ford Levering, ao pesquisar uma empresa que passou por uma crise com os funcionários, expõe que a satisfação dos mesmos melhorou de maneira significativa, quando adotaram como princípio o seguinte pensamento. Reflexão: E você, concorda com esse pensamento? Faça uma reflexão sobre a ideia central do pensamento de Goethe. Você acredita ser possível mudar os comportamentos da empresa com todas as pessoas agindo dessa forma? Há pontos negativos ou só positivos nessa ideia? Lembre-se que somos o que acreditamos. 9 1.3 Gerenciamento Participativo Na empresa “Bom Sucesso”, citada anteriormente, foi implantado o sistema de gerenciamento participativo, o que levou alguns gerentes a se desligarem da mesma, pois consideraram que seriam motivos de piadas. Podemos dizer que por trás disso havia a dificuldade de dividir o poder e, ainda, resistências às mudanças. As pessoas, que aderem ao gerenciamento participativo, começam do princípio que: “os empregados apenas querem ser produtivos, portanto precisam de um bom ‘clima’ gerencial para se desenvolverem”. (LEVERING, 1997, p. 164). Ficou entendido para essa empresa que o que estava em jogo era o poder e, para que os funcionários pudessem exercer autonomia, a única forma cabível eram os gerentes abrirem mão de algumas autoridades. O comportamento dos gerentes, considerado base para o sucesso, foi aprender a conviver com seus egos. (O eu de qualquer indivíduo.) Sendo esse determinante para a saída de muitos deles. O gerenciamento participativo nos remete a uma operação matemática simples: mais poder para alguns, no caso os trabalhadores, simboliza menos poder para outros, os gerentes. Ainda, é preciso dizer que, nesse processo, é fundamental uma relação de credibilidade entre os gerentes e os funcionários. E para ter crédito e confiança são necessárias práticas coerentes com os discursos. A partir do momento que a empresa “Bom Sucesso” passou a apostar nas pessoas e a demonstrar coerência, os trabalhadores passaram a confiar que a gerência estava interessada, de forma sincera, no trabalho que eles desenvolviam. Assim, passaram a cooperar de forma significativa e espontânea e, ainda, realizavam trabalhos voluntários para a empresa. Isso trouxe mais motivações para os gerentes. 1.3.1 Relato dos Funcionários para Justificar as Mudanças Houve depoimento de funcionário relatando que para ele, compensava mais ir para casa com “sentimento de satisfação pessoal”, do que com “sentimento de ter sido açoitado”. Demonstrando que para ele era muito bom ter “sentimento de preocupação” com a empresa e que, assim, procurava ajudá-la. 10 É importante salientar que os funcionários foram recompensados não só em aspectos psicológicos. A empresa implantou, posteriormente, um plano de bonificação a partir da produtividade. Dessa forma, houve valorização dos funcionários em todos os sentidos, sendo este um dos aspectos importantes, que evidenciam a Inteligência Interpessoal no trabalho. Pois, não adianta tratar bem as pessoas, se os discursos não são coerentes com as práticas. E isso perpassa pela valorização dos funcionários nas práticas e em todos os aspectos. Assim, é possível transformar o grupo em uma verdadeira equipe, em um time. O que demonstramos, anteriormente, significam que os problemas da empresa “Bom Sucesso” acabaram? Não. Os problemas continuaram a acontecer, mas, com confiança e credibilidade foi possível resolvê-los. Vamos fazer uma reflexão! Você tem um minuto para mudar cinco coisas em você. O que achou da ideia? Difícil? Fácil? Veja o exemplo: troque o relógio de braço. Ah! Mas essa é uma mudança muito fácil, não é? É importante que, nesse um minuto, você faça mudanças, consideravelmente, difíceis. Após a realização de algumas mudanças, que você considera importante, reflita sobre as seguintes questões: • Como foi realizar essas mudanças? Pense em cada uma delas. Você sentiu dificuldades ou facilidades em mudar? Por quê? • Você tem preferência pelas coisas como estavam antes da mudança? • Você sente que está aberto a continuar com as mudanças realizadas? 11 1.4 Aspectos que Contribuem para um Bom Local de Trabalho 1.4.1 O que é Importante em uma Empresa? Em uma empresa, em que há problemas de relação, as pessoas, que se encontram à frente da mesma, não devem temer em abrir mão de algumas exigências dos funcionários. Assim, pode-se conquistar a eficiência, a eficácia e a satisfação pessoal e profissional. 1.4.2 Você Sabe Dizer qual a Diferença entre Eficiência e Eficácia? Essas palavras são muito usadas, não só no meio empresarial; no dia-a- dia das pessoas, é comum ouvirmos alguém se referindo às outras pessoas como eficientes e, às vezes, como eficazes. Se clicarmos no botão direito do mouse, sobre a palavra eficiência, veremos que o dicionário de sinônimos do Word considera eficácia como sinônimo de eficiência. O mesmo não acontece com a palavra eficácia, que não é reconhecida como sinônimo de eficiência por esse dicionário. Mas, o que significam essas palavras? Você não entendeu Maria? É fácil! Mas, antes de tudo, é importante dizer que eficiência diz respeito aos processos e eficácia, aos resultados. 12 Eficiência Segundo a enciclopédia Wikipédia, “eficiência refere-se à relação entre os resultados obtidos e os recursos empregados”. Eficácia De acordo com a mesma enciclopédia, “eficácia refere-se à medida que expressa até que ponto os objetivos ou metas são atingidos”. Tal termo é utilizado para analisar o desempenho de indivíduos nas empresas ou quaisquer tipos de sistemas, cujas produções possam ser mensuráveis. Resultado Satisfação Pessoal e Profissional Tendo satisfação pessoal e profissional você ficará contente e sentirá prazer no trabalho que realiza. Assim, essa satisfação possibilitará que se sinta motivado a cooperar, a trabalhar em equipe e a colocar em prática sua Inteligência Interpessoal. É hora de recapitularmos! Neste capítulo, vimos que se uma empresa utilizar bem a Inteligência Interpessoal poderá melhorar muito os relacionamentos em suas dependências. Vimos, também, que com o Gerenciamento Participativo, os funcionários terão credibilidade e serão valorizados como profissionais. Capítulo 2 Inteligências e suas Definições Vimos no capítulo anterior, vários aspectos que contribuem para que uma empresa seja um bom local para se trabalhar ou não. Neste capítulo, veremos os conceitos e definições de Inteligência Interpessoal e Intrapessoal. 2.1 Conceitos de Inteligência Agora, conheceremos os conceitos de inteligência. Portanto, fique atento (a) a cada detalhe a seguir! 13 2.1.1 O que é ser Inteligente? É comum vermos as pessoas considerarem inteligentes, aqueles quem possuem nível intelectual elevado. Normalmente, não se pode dizer que essas não sejam inteligentes; todavia, não é só esse tipo de inteligência que as empresas procuram nos profissionais, para ocuparem uma vaga. Houve uma época, em que a contratação para uma vaga de trabalho estava voltada, somente, para o saber fazer, ou seja, para as competências técnicas das pessoas, em que os candidatos deveriam, apenas, saber executar os trabalhos delegados. Esse modelo é ultrapassado! Na atualidade, além dessa competência as empresas, ao selecionarem um candidato, avaliam se o mesmo é capaz de lidar com situações de estresse, de pressões, se sabem trabalhar em equipe, ou seja, se ele (a) possui Inteligência Interpessoal. Vamos fazer uma reflexão! Nossa trajetória influência nossas ações? As experiências vão sendo incorporadas no decorrer da nossa vida, de acordo com a maneira que vivemos e que são construídas.Dessa forma, podemos reagir, satisfatoriamente, a uma determinada situação ou não. Nossos comportamentos, reações, atitudes, dependerão do momento em que estamos vivendo. Há momentos, em que nos deparamos com diferentes problemas, que podem ser: financeiros, amorosos, familiares e profissionais. Todavia, não devemos permitir que esses interfiram na vida da empresa onde trabalhamos. Caso contrário, ficaremos abatidos e influenciados pelos mesmos, podendo prejudicar o desempenho da empresa e o nosso. Sendo importante a conscientização de que nossos comportamentos podem interferir de maneira positiva ou negativa. Sendo essa uma das explicações, pelas quais as empresas desejam profissionais, no cotidiano ajam com Inteligência Interpessoal. Para colocarmos em prática a Inteligência Interpessoal, precisamos nos conhecer; aí, que entra a Inteligência Intrapessoal. 2.2 Inteligência Interpessoal e Intrapessoal Vários aspectos estão embutidos na definição de inteligência. De acordo com o dicionário Aurélio, pode-se dizer que pessoa inteligente é aquela que possui a qualidade ou a capacidade de aprender, compreender, perceber, saber, entender ou interpretar facilmente; que prima pelo acordo, pela harmonia, pelo entendimento recíproco e possui, ainda, a habilidade ou a capacidade de resolver situações problemáticas. 14 E Inteligência Interpessoal e Intrapessoal: qual será a definição? Definindo... A palavra “inter” pressupõe posição intermediária, ou seja, entre. Em outras palavras, reciprocidade e interação. “Pessoal” refere-se a uma só pessoa, ao individual, ao particular. Podemos dizer então que, quando se fala de relações interpessoais, estamos nos referindo à interação entre duas pessoas; não podendo perder de vista a individualidade dessa relação. Assim, haverá pontos de vista diferentes, nos quais deverão ser utilizada a inteligência. Inteligência Interpessoal A Inteligência Interpessoal pode ser considerada como a habilidade, que, no processo interativo com as pessoas, possibilita compreendê-las, tentar interpretar seus comportamentos, deixando de lado conceitos antecipados. Inteligência Intrapessoal É relativa ao nosso interior, ao nosso eu. Sendo a habilidade de reconhecermos o que estamos sentindo e desenvolvermos padrões mentais definidos sobre nós mesmos. Vimos que vários aspectos estão embutidos na definição de inteligência. Assim, essa nos proporciona conhecer nossos sentimentos, sonhos e ideias. Vamos refletir mais um pouco! Você já colocou em prática a Inteligência Interpessoal em seu cotidiano profissional? Caso a resposta seja afirmativa, a partir dos conceitos que estudamos, vá à ferramenta anotações e cite dois exemplos. Escreva exatamente como aconteceu. Cite, também, duas situações em que você conseguiu colocar em prática a Inteligência Intrapessoal. É hora recapitularmos! Neste capítulo, vimos os tipos de inteligências e que é preciso possuir Inteligência Interpessoal e Intrapessoal para se trabalhar em equipe. Aquela é a habilidade em compreender o outro e interagir com ele, enquanto esta é a habilidade de conhecer a si mesmo (a). 15 Capítulo 3 Trabalho - Relações Interpessoais e Qualidade de Vida Neste capítulo, estudaremos as relações interpessoais, na perspectiva da qualidade de vida pessoal e profissional e veremos o que as facilitam e o que as dificultam nos ambientes de trabalho. Para isso, teremos como referência as ideias que Bom Sucesso trabalha no texto intitulado “Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho”. 3.1 A Importância do Trabalho na Vida do Ser Humano “O trabalho é uma forma como o homem interage e transforma o meio ambiente, assegurando a sobrevivência e estabelecendo relações interpessoais, que, teoricamente, serviriam para reforçar sua identidade e seu senso de contribuição. (BOM SUCESSO, 2002, p. 25) Em muitas situações profissionais a raiva e o medo são sentimentos que permeiam o cotidiano do trabalho. Por outro lado, para muitos, o local de trabalho é onde existe afeto e reconhecimento. É evidente que as relações entre as pessoas no ambiente de no trabalho acontece de acordo com suas atitudes. Quando se muda os móveis, o prédio, o endereço e não muda o comportamento das pessoas, não acontece à mudança mais significativa. Você já observou que nas empresas cada setor tem uma maneira própria de direcionar, lidar com as situações. Isso acontece porque, cada grupo é diferente e cada indivíduo tem uma história de vida. Essa trajetória é que organiza como a pessoa consegue conviver com as emoções e assim permeiam as relações interpessoais. Enquanto algumas pessoas são empreendedoras e sem medo de ousar, outras evidenciam pouca iniciativa, insegurança e temor. 16 3.2 Três Aspectos que Dificultam as Relações Interpessoais no Trabalho a- Falta de objetivos pessoais b- Dificuldade em priorizar c- Dificuldade de ouvir Quando nos comunicamos não nos expressamos somente com a fala, uma série de outros aspectos a complementa: os gestos as expressões, o tom de voz, a maneira como olhamos. Converse com um amigo ou colega de trabalho e pergunte a ele (a) o que você fez em algum momento de conversa que demonstrou que você sabe ouvir. Estar aberto a feedback é um excelente exemplo de inteligência interpessoal. É hora de recapitularmos! Neste capítulo vimos que o trabalho na vida do ser humano é importante, mas que é preciso saber se relacionar com os colegas, já que cada um tem suas individualidades. Assim teremos um ambiente saudável para trabalhar. Porém vimos que existem alguns aspectos negativos que dificultam a relação interpessoal. 17 Capítulo 4 Inteligência Emocional a Peça Chave na Vida Profissional Neste capítulo estudaremos a Inteligência Emocional, entendida como peça fundamental na vida profissional. E, ainda, veremos os critérios que diferentes empresas utilizam, na análise do perfil de funcionários, e as competências que desejam nos mesmos. 4.1 Os Critérios das Empresas Mudaram É sabido que, numa realidade não muito distante, os critérios que o mercado de trabalho utilizava, para selecionar um candidato, levavam em conta somente a formação e a competência técnica. Esses, como já citado, atualmente, mudaram, pois, avalia- se também como lidamos com nosso eu e com as outras pessoas; ou seja, avalia-se a Inteligência Interpessoal e Intrapessoal. Avaliam-se “as qualidades consideradas iniciativa e empatia, capacidade de adaptação e persuasão”. (GOLEMAN, 2001, p.15) Segundo Goleman, não se trata de algo passageiro; a opção por esses critérios é referenciada por estudos realizados em inúmeras pessoas, que trabalham nas mais diferentes atividades. Expõe ainda que, na atualidade, há uma valorização do que chama de habilidades portáteis, “aquelas que as pessoas podem utilizar em diferentes contextos profissionais”. (GOLEMAN, 2001, p.15) O que Goleman nomeia de Inteligência Emocional, por considerar que, na atualidade, há um entendimento mais conciso desse talento humano, é o que, por muito tempo, vem sendo tratado por alguns como: habilidades interpessoais. Esse autor enfatiza ainda que temos, na contemporaneidade, 25 anos de pesquisa; e “todas as conclusões apontam para o papel predominante da inteligência emocional na excelência no trabalho”. (GOLEMAN, 2001, p.15) Goleman ressalta que Inteligência Emocional não significa ser simpático e liberar sentimentos, ou seja, “botar tudo para fora”. Inteligência Emocional não é uma questão de gênero. As mulheres não possuem, necessariamente, maiores probabilidades de saberem lidar consigo e com os outros do que os homens e vice-versa. Cada ser humano, seja ele do sexo masculino ou feminino, tem seu perfil e seus pontos fortes e fracos. 18 Atravésde uma pesquisa sobre Inteligência Interpessoal, realizada com milhares de homens e mulheres, chegou-se à seguinte conclusão: as mulheres são, em média, mais “atentas às suas emoções, empáticas e aptas ao relacionamento interpessoal”. Por outro lado, os homens “são mais autoconfiantes e otimistas, têm mais facilidade de adaptação e lidam melhor com o estresse”. (GOLEMAN, 2001, p.19) Agora, veremos as principais habilidades do ser humano: Capacidade de ouvir e de comunicação verbal. Adaptabilidade e respostas criativas a reveses e obstáculos. Gerenciamento de si mesmo; confiança; motivação para trabalhar rumo às metas; vontade de desenvolver uma carreira própria e orgulho de suas realizações. Eficácia em termos interpessoais e de grupo, cooperatividade e capacidade de trabalho em equipe, aptidão para negociar em situações de desacordo. Eficácia na organização, vontade de dar contribuições, potencial de liderança. Fonte: (GOLEMAN, 2001, p.19) 4.2 Inteligência Emocional e Competências Emocionais Como essas se constroem? Como se desenvolvem? Vejamos as respostas a seguir! 19 Essas se constroem e se desenvolvem a partir de diferentes aspectos: • Independência • Interdependência • Hierarquização, uma vez que as capacidades de inteligência emocional se constroem baseadas umas nas outras. Para Goleman, possuir capacidade implícita de Inteligência Emocional é um aspecto necessário; todavia, sozinha a mesma não é suficiente para emergir, por exemplo, colaboração e liderança. Dessa forma, o ambiente e sua organização serão determinantes para que tais competências se manifestem. Genéricas: Não se deve perder de vista que essa é uma lista geral e, assim, abrangente; todavia, cada trabalho tem sua especificidade e, dessa forma, pode apresentar distintas reivindicações de competências. Na ferramenta anotações, você poderá registrar as principais ideias trabalhadas, neste capítulo, entre outras. É hora de recapitularmos! Neste capítulo vimos que uma empresa, ao selecionar um candidato, avalia além da formação e da competência técnica se esse tem facilidade de se relacionar com os outros e sabe lidar consigo mesmo. Vimos que homens e mulheres possuem Inteligência Emocional, pois ambos têm emoções e pontos fracos. Autorregulação Autopercepção Empatia Motivação 20 Capítulo 5 Trabalhando a Inteligência Interpessoal para o Trabalho Chegamos ao nosso último capítulo. Agora estudaremos vários aspectos da Inteligência Emocional apontados por Daniel Goleman. O autor apresenta questões fundamentais sobre a mesma e a sua utilização no local de trabalho e na vida como um todo. Veremos ainda, que tudo isso está relacionado à Inteligência Interpessoal, às habilidades necessárias (aqui, não seriam humanas?), ao trabalho intrapessoal, à importância da realização (pessoal?), ao engajamento, às iniciativa e ao otimismo. 5.1 Trabalhando o Intrapessoal Percepção Emocional É a capacidade de reconhecer seus sentimentos e quais atitudes terás a partir desses. Autoavaliação Você precisa conhecer seus potenciais e as capacidades que possui, para alcançar seus propósitos e saber até onde consegue ir. Autoconfiança Ter certeza do seu potencial e valor. Autocontrole Capacidade de ponderar reações em situações adversas. Confiabilidade e Conscienciosidade Diz respeito às pessoas que têm conduta pautada pela coerência entre as práticas e os discursos. São autênticas e responsáveis no cumprimento dos objetivos e compromissos. Inovação e Adaptabilidade Diz respeito às pessoas que buscam diferentes informações para a resolução de problemas de forma criativa e prática; que mudam de acordo com as 21 transformações e não resistem às novas formas de atuação mediante as necessidades. 5.2 A Importância da Realização, do Engajamento, da Iniciativa e do Otimismo Realização Pessoas com essa competência trabalham com foco em resultados. Agem, sempre, na perspectiva de aprimoramento e desempenho, para que possam atuar com confiança e com melhores resultados. Engajamento Pessoas com essa competência colocam-se a serviço de uma ideia, indiferente do sacrifício que tenham que fazer e, assim, buscam meios para as realizações dos propósitos do grupo. Iniciativa e Otimismo As pessoas com essa competência são capazes de passar por cima de adversidades e burocracias, para a conquista dos objetivos; são capazes de movimentar pessoas por meio de atitudes empreendedoras e diferenciadas. Estão sempre em estado de alerta para as oportunidades. São persistentes, esperançosas e acreditam no seu potencial. 5.3 Trabalhando as Habilidades Interpessoais Compreender outras pessoas Trata-se do interesse sincero pelo que o outro sente e suas perspectivas e preocupações. Desenvolvimento de outras pessoas Diz respeito à capacidade de detectar o que o outro precisa para se desenvolver e, à promoção de ações para suprir essas necessidades. Alavancamento da Diversidade Plantar oportunidades tendo como referência pessoas com características distintas. 22 Percepção Política Capacidade de fazer leitura político-social. Comunicação Capacidade de ouvir, deixando de lado conceitos antecipados e resistências, e de transmitir mensagens convincentes. Gerenciamento de Conflitos Diz respeito às pessoas que têm habilidades para negociar e solucionar divergências. Catalisador de Mudanças Diz respeito às pessoas que percebem as necessidades de mudanças e gerenciam adequadamente, para que as mesmas aconteçam. Estabelecimento de Vínculos Diz respeito às pessoas que investem nas relações com outras, cuidando e criando vínculos pessoais. Colaboração e Cooperação Dizem respeito às pessoas que trabalham tendo como princípio a atenção com as tarefas e a valorização dos relacionamentos. Capacidades de Equipe Diz respeito às pessoas que propiciam e criam um clima de sinergia nos grupos, em que todos participam ativamente e compartilham o retorno do sucesso. Você consegue colocar as competências apresentadas em prática? Então, faça uma reflexão dos comportamentos, que você já colocou em prática. Você sabia que essas reflexões são fundamentais, para que você possa promover mudanças em seu comportamento e agir de forma inteligente nas relações interpessoais? Relembrando! Segundo Goleman, não basta trabalhar as Competências Interpessoais, faz-se necessário que o ser humano possa promover uma mudança de hábitos. Todos possuem hábitos incorporados no decorrer da vida; isso não quer dizer que não possamos mudá-los. 23 Mudar pressupõe “aprender a se aproximar das pessoas de forma positiva ao invés de evitá-las, ouvir melhor ou fazer comentários com habilidade.” (GOLEMAN, 2001, p. 261) Trata-se de um desafio, pois é um aprendizado, que necessita de mudança mais profunda, na perspectiva de enfraquecer os hábitos incorporados e permitir que outros e melhores, mais adequados, encontrem espaço em nossa vida. É hora de recapitularmos! Neste capítulo vimos que não basta trabalharmos a Competência Intrapessoal; é preciso mudarmos os comportamentos. Trata-se de um desafio que todos precisam para melhorarem a relação com as pessoas ao redor, consigo mesmo e em todos os ambientes. Chegamos ao final do nosso livro!!! Não se esqueça de sempre colocar em prática a Inteligência Interpessoal. Boa sorte e Sucesso!
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