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UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA DISCIPLINA: PROJETO TÉCNICO CIENTÍFICO DOCENTE: FELIPE MIRANDA MARTINS DISCENTES: BENILTON MAIA DOS SANTOS YASMIN JAMILLY SANTOS NEVES OS EFEITOS DO TREINAMENTO RESISTIDO EM PORTADORES DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC): uma revisão sistemática BELÉM, PA 2021 BENILTON MAIA DOS SANTOS YASMIN JAMILLY SANTOS NEVES OS EFEITOS DO TREINAMENTO RESISTIDO EM PORTADORES DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC): uma revisão sistemática Trabalho apresentado à disciplina Projeto Técnico Científico, da Universidade Paulista – UNIP, como requisito parcial para a elaboração do Artigo Científico de Conclusão do Curso de Bacharelado em Educação Física. Orientador: Prof. Felipe Miranda Martins. BELÉM, PA 2021 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ................................................................................ 4 1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 4 1.3 OBJETIVOS.......................................................................................................... 5 1.3.1 Geral .................................................................................................................. 5 1.3.2 Específicos ........................................................................................................ 5 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 6 2.1 EXERCÍCIO FÍSICO E TREINAMENTO RESISTIDO ..................................... 6 2.2 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) .................................................. 8 2.3 BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO RESISTIDO PARA PESSOAS COM AVC...... ........................................................................................................................ 10 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ......................................................... 12 4 CRONOGRAMA................................................................................................. 13 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 14 3 1 INTRODUÇÃO Sabe-se que a prática de exercício físico regular é de fundamental importância para a promoção da saúde e qualidade de vida, auxiliando na manutenção do peso, gerando mais energia, melhorando o humor e reduzindo o risco de desenvolvimento de doenças crônicas (AZEVEDO, 2017). Neste contexto entende-se que o exercício físico traz inúmeros benefícios para a saúde de quem o pratica, melhorando a capacidade funcional, fisiológica, muscular e esquelética, além de contribuir com a prevenção e tratamento de doenças. Segundo Rosa et al (2016), as doenças que mais matam pessoas em todo o mundo são as doenças cardíacas, responsáveis por 32% do total de óbitos no Brasil e por mais de um milhão de internações por ano no Sistema Único de Saúde (SUS), tendo a hipertensão arterial como um de seus principais fatores de risco. Estudos epidemiológicos apontam para vários fatores de risco que aumentam a probabilidade de doenças cardiovasculares, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Existem os fatores modificáveis, onde o indivíduo pode exercer controle, como alterar um estilo de vida, um hábito pessoal ou usar um medicamento, e os fatores não modificáveis, como o sexo (homens são mais propensos a desenvolver doenças cardiorrespiratórias em uma idade mais precoce que as mulheres), a raça (a incidência mais elevada de cardiopatias são em afrodescendentes comparados a brancos), a idade crescente e o histórico familiar de doenças cardiovasculares (SOUZA et al., 2013). Tendo-se que as doenças cardiovasculares tem caráter multifatorial seu tratamento é baseado em mudanças de estilo de vida e pode ou não ser farmacológico. Assim, como modalidade coadjuvante, Compacta (2013) relata que o exercício físico regular deve ser encorajado para pacientes portadores de AVC que não tenham limitações físicas, devido ao seu baixo custo e risco, além de seus resultados benéficos. Uma prática recomendada para prevenir ou ajudar no tratamento do AVC e que será abordada neste estudo é o Treinamento Resistido, que consiste na realização de exercícios com contrações voluntárias da musculatura esquelética, buscando vencer uma resistência, que pode ser desde equipamentos, pesos livres, 4 implementos ou o próprio peso corporal, resultando em melhoria na saúde e na qualidade de vida. Chagas e Lima (2018) comentam que o Treinamento Resistido tem sido utilizado como um meio para a melhora da qualidade de vida, fortalecimento muscular, melhora da densidade óssea e saúde em geral, além de retardar o aparecimento de certas disfunções ocasionadas pelo envelhecimento. Levando em consideração que a maioria dos estudos que relacionam exercício físico e doenças cardiovasculares faz referência e recomendam o Treinamento Resistido como modalidade coadjuvante no seu tratamento e controle, optou-se pela realização de uma revisão de literatura que verificasse a influência dessa prática na vida de pessoas com AVC. 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA Quais os efeitos e benefícios do Treinamento Resistido em portadores de Acidente Vascular Cerebral (AVC)? 1.2 JUSTIFICATIVA As doenças cardiovasculares afetam de forma negativa a qualidade de vida de muitas pessoas, impossibilitando-as na realização de muitas atividades do cotidiano, dificultando assim o seu modo de viver e seu estilo de vida. A prática regular de exercícios físicos é uma das alternativas mais evidentes e benéficas na prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares, possibilitando uma melhora na qualidade de vida (ROSA et al., 2016). Quanto ao exercício físico entende-se que este desempenha um papel fundamental como uma ferramenta não medicamentosa na prevenção e tratamento de acidente vascular cerebral. Sua prática inclui não só a melhora na saúde, mas também a prevenção de outras doenças. De acordo com Carvalho (2011), o Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorre quando há um entupimento ou o rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação 5 sanguínea adequada e pode causar desde a perda de movimentos de um dos hemisférios do corpo (hemiparesia) até mesmo o óbito. Além do AVC isquêmico, onde ocorre o entupimento dos vasos, há o AVC hemorrágico que é o rompimento dos vasos provocando sangramento no cérebro. Ressalta-se que as sequelas deixadas por um AVC são variadas e podem ser sensitivas, motoras e/ou cognitivas, gerando déficits na capacidade funcional, na independência e na qualidade de vida dos indivíduos. Arthur et al (2010) esclarecem que os déficits motores e sensitivos provocados pelo AVC ocorrem no hemisfério contralateral (lado oposto ao que ocorreu a lesão cerebral) e acabam levando o paciente a compensar com o uso do membro que não foi afetado pela paralisia (não parético), o que dificulta a função motora. De acordo com Nunes et al (2011), o treinamento resistido passou a fazer parte dos programas de prevenção e reabilitação em pacientes com AVC, ajudando a melhorar a resistência muscular, a função cardiovascular, o metabolismo, os fatores de risco coronariano e o bem- estar geral. Importante comentar que a prescrição do treinamento resistido deve respeitar a individualidade biológica, ou seja, levar em consideração as limitações de cada indivíduo ou comorbidades (respiratória, ortopédica, neurológica entre outras). Dado o exposto, este trabalho justifica-sepela necessidade de investigar como o Treinamento Resistido influencia na prevenção e tratamento de acidente vascular cerebral e qual sua relevância no âmbito social, científico e profissional. 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Geral Realizar uma revisão sistemática de literatura sobre a relação entre o Treinamento Resistido e o Acidente Vascular Cerebral. 1.3.2 Específicos • Caracterizar Exercício Físico e Treinamento Resistido; 6 • Identificar as principais características do Acidente Vascular Cerebral (AVC) e suas consequências para a qualidade de vida e saúde do indivíduo; • Apresentar os benefícios do Treinamento Resistido na prevenção e tratamento de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e melhora da saúde e qualidade de vida. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 EXERCÍCIO FÍSICO E TREINAMENTO RESISTIDO As facilidades proporcionadas pela vida moderna vêm modificando o estilo de vida da população em todo o mundo, estimulando o corpo a ter o mínimo de movimento, o que predispõe o indivíduo à inatividade física e seus inúmeros prejuízos. Azevedo (2017) conceitua o exercício físico como uma forma de atividade física planejada, estruturada e repetitiva, realizada com o intuito de melhorar a saúde ou a aptidão física. Sobre seus benefícios muito se tem discutido, destacando-se o controle da pressão arterial, o aumento da expectativa de vida, o fortalecimento muscular, a diminuição de doenças crônicas, a redução da ansiedade e depressão, além da melhora do sono e aumento da autoestima. Segundo Coromano (2016), os efeitos positivos à saúde ocorrem mesmo quando a prática de exercício físico é iniciada em uma fase tardia de vida, por sujeitos sedentários, sendo benéfica inclusive para portadores de doenças crônicas, como também prevenindo principalmente as doenças associadas ao sedentarismo. Neste contexto a prática de exercícios físicos regularmente é uma importante aliada na manutenção da saúde e qualidade de vida. Conforme se constata em várias literaturas, o exercício físico define-se de inúmeras formas, porém todas envolvem os objetivos de quem o procura e pratica. Auxilia no bem estar geral, pode ser de maneira localizada, em busca de hipertrofia muscular ou definição, condicionamento físico e desempenho, entre outras classificações. 7 A prática do exercício físico e da atividade física colabora em todos os aspectos da vida, promovendo relações interpessoais, aliviando o estresse e dores constantes, aumentando o bem-estar e a satisfação, melhorando a saúde e qualidade de vida (GUIMARÃES et al., 2014). Sobre a prática do exercício físico para pessoas com doenças cardiovasculares Caspersen et al (2015) relatam que esta pode ser utilizada tanto na prevenção do aparecimento das doenças em indivíduos que têm um ou mais fatores de risco – prevenção primária (antes do evento coronariano) – como também na prevenção das manifestações clínicas dessas doenças em pacientes cardiopatas – prevenção secundária (após o evento coronariano) . O treinamento resistido, também conhecido como treinamento de força ou com pesos, tornou-se uma das formas mais populares de exercício para melhorar a aptidão física, saúde e qualidade de vida, prevenindo e auxiliando no tratamento de doenças cardiovasculares. Para Benedet et al (2013), o treinamento resistido é definido como aquele em que se utilizam meios de resistência que visam elevar a capacidade de exercer ou resistir à força, podendo-se valer de pesos livres, o próprio peso do corpo do praticante, máquinas, bandas elásticas ou, ainda, outros instrumentos de resistência, para realizar este treinamento. De acordo com os conceitos mais atuais, o treinamento resistido é considerado o mais completo entre todas as formas de treinamento físico, com amplos benefícios para a saúde, cujos efeitos podem desenvolver a força, resistência, flexibilidade, mobilidade articular, autonomia funcional, coordenação motora, entre outros. Ressalta-se que o treinamento resistido, quando bem orientado, pode ser realizado por qualquer indivíduo saudável ou mesmo com problemas de saúde. Komi (2016) completa que as adaptações cardiovasculares em repouso e durante o treinamento de força têm interessado ainda pela relação com a saúde cardiovascular. As variáveis do treinamento precisam ser analisadas conforme a necessidade de cada pessoa, como a carga utilizada, a velocidade e amplitude de execução, intervalos de descanso entre séries, e outros fatores que influenciam o treinamento. Dentre os inúmeros benefícios do Treinamento Resistido Soares (2015) destaca: melhora da composição corporal, resistência cardiovascular, força 8 muscular, resistência muscular, flexibilidade, agilidade, equilíbrio, potência, tempo de reação e coordenação motora. Outros resultados de eficiência significativa para manutenção da saúde é o retardo do envelhecimento e redução dos índices de doenças causadas pelo sedentarismo. Evidências científicas apontam que indivíduos que realizam 30 minutos ou mais de Treinamento Resistido por sessão podem apresentar um risco reduzido em 23% para infarto agudo do miocárdio (IAM) e doenças cardiovasculares fatais, quando comparados aos que não realizam esse tipo de exercício. Duarte et al (2013) completam que os benefícios potenciais do treinamento resistido incluem não só melhora na saúde e controle de fatores de risco para doenças cardiovasculares como hipertensão arterial e dislipidemia, mas também auxilia na melhora da força e resistência muscular, do metabolismo, da função cardiovascular, evidenciada a partir de aumento do consumo máximo de oxigênio e melhora do débito cardíaco, e significante redução da percepção do esforço para atividades submáximas. 2.2 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) Sabe-se atualmente que as doenças cardiovasculares estão geralmente ligadas entre si, pois um único tipo de patologia pode desencadear uma série de outras se não for tratado de forma correta. Segundo Nahas (2013), as cardiopatias são doenças relacionadas com os prejuízos da função cardíaca pelo fluxo sanguíneo inadequado para as necessidades do coração, que é causada por alterações obstrutivas na circulação coronária. Ou seja, nas artérias, nas veias e nos capilares, que tem a função de distribuir os nutrientes para o organismo, irrigando e removendo substancias que não são necessárias para o funcionamento do corpo. As doenças cardiovasculares são entendidas como aquelas que comprometem a funcionalidade do sistema circulatório e do coração, estando geralmente relacionadas ao processo da aterosclerose, cujo desenvolvimento é influenciado por algumas condições clínicas tidas como fatores de risco e podem ser caracterizadas como alterações crônicas e degenerativas desenvolve. 9 De acordo com Komi (2016), o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é considerado hoje a maior causa de morbidade em grande parte dos países ocidentais, onde aproximadamente 80% dos indivíduos que são vítimas de AVC sobrevivem à fase aguda. É definido por Ferraz, Norton e Silveira (2013), como um evento de origem vascular com sinais e sintomas súbitos, promovendo déficits cognitivo e/ou sensório- motor, com duração igual ou superior a 24 horas. Este evento é causado pela obstrução do fluxo sanguíneo cerebral, e pode ser classificado em: isquêmico, quando ocorre a obstrução de um vaso sanguíneo, e hemorrágico, quando ocorre a ruptura de um vaso sanguíneo e consequente extravasamento sanguíneo intraparenquimatoso ou subaracnóideo. O AVC, também conhecido como derrame, é o comprometimento súbito da circulação cerebral em um ou mais vasos sanguíneos, interrompendo ou diminuindo o suprimento de oxigênio, e com frequência provoca lesão séria ou necrose nos tecidos cerebrais (SOUZA et al., 2013). Relata-se que os sinais clínicos do AVC estão relacionados diretamente coma localização e extensão da lesão, assim como a presença de irrigação colateral. Dentre as manifestações clínicas os autores citam os prejuízos das funções sensitivas, motoras, de equilíbrio e de marcha, além do déficit cognitivo e de linguagem. Nas alterações motoras destacam-se a hemiplegia, caracterizada pela perda de força muscular no dimidio contralateral à lesão encefálica. Esses prejuízos resultam, de acordo com Scalzo et al (2010), em limitação na realização das atividades de vida diária, restrições na participação social e, consequentemente, piora da qualidade de vida. O AVC constitui também uma das causas mais importantes de morbidade e mortalidade, ocupando o primeiro lugar em óbitos dentro das doenças cerebrovasculares, sendo responsável por cerca de 1/3 das mortes. Noventa por cento dos sobreviventes de AVC evoluem com déficit residual e trinta por cento ficam incapacitados. Possui maior frequência em indivíduos idosos, aumentando o risco de ocorrer quando se soma com as alterações cardiovasculares e metabólicas relacionadas à idade (SILVA; LIMA; CARDOSO, 2014). Comenta-se que portadores de acidente vascular cerebral normalmente são vítimas de um processo de enfraquecimento muscular que contribui para a 10 incapacidade funcional, que pode ser consequência da falta de controle supra- espinhal sobre os motoneurônios alfa e a imobilidade na fase inicial. Sobre os fatores de risco que podem levar o indivíduo a desenvolver AVC Duarte et al (2013) comentam que estes podem ser o sedentarismo, o tabagismo, o alcoolismo, a intolerância à glicose, a hipertensão, indivíduos com irritabilidade, impacientes e impulsivos, estresse, a idade, sexo e hereditariedade. Destacar-se-á que a hereditariedade tem fundamental importância no surgimento de AVC em jovens adultos, homens ou mulheres, ou seja, quando alguém da família é cardiopata a propensão de desenvolver a doença é maior. Afirma Soares (2015) que a hiperlipidemia (índices de colesterol e triglicerídeos elevados) também deve ser analisada, pois o aumento nos níveis de lipídeos no sangue pode levar ao acidente vascular cerebral. Altos níveis de estresse também contribuem para o desenvolvimento e evolução da doença. Na busca por uma melhoria da condição motora e consequentemente, de uma melhor condição de vida do indivíduo, há evidências de um impacto positivo em pessoas portadoras de AVC, quando elevadas a uma condição de treinamento de força que abrange não só o músculo esquelético, mas também a excitação neuromotora, proporcionando inclusive sensação de bem estar. Neste cenário Ferraz, Norton e Silveira (2013) voltam sua atenção para a modalidade de exercício resistido e seus efeitos, uma vez que os benefícios obtidos sobre a saúde de pessoas com AVC são significativos ao incluir uma quantidade moderada de exercício físico e, em alguns casos, todos os dias da semana. Mas, ressaltam que a qualidade de vida da pessoa pós-AVC deve ir além do caráter biológico, psicológico e social e possibilitar que o paciente seja incluído no meio autônomo para ser uma pessoa capaz de reagir diante de uma sociedade em mudanças. 2.3 BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO RESISTIDO PARA PESSOAS COM AVC A prática da atividade física regular constitui a melhor intervenção contra o desenvolvimento de doenças, distúrbios e indisposições, tendo efeitos na prevenção de doenças, mortes prematuras e manutenção de uma melhor qualidade de vida, trazendo benefícios para a saúde física e mental. 11 A prática do Treinamento Resistido desenvolve o sistema musculoesquelético, além de melhorar os níveis de saúde e de força física, desempenho atlético ou para prevenção e reabilitação ortopédicas, possibilitando a autonomia funcional do corpo. Também pode ser utilizado na reabilitação cardíaca, já que com o aumento da força proporcionado pelo treino as atividades diárias ficam mais fáceis, ocasionando assim um menor esforço para o coração, protegendo-o (SANTARÉM, 2018). Segundo comentam Aguiar et al (2014), o Treinamento Resistido tem sido proposto como possível estratégia para prevenção e reabilitação cardiovascular, especialmente em relação ao acidente vascular cerebral. Diante disso, os efeitos cardiovasculares mediados por esse tipo de intervenção, bem como o incremento tanto na força muscular quanto da capacidade para realização de tarefas do dia a dia, são benefícios bem caracterizados ante esse tipo de treinamento. Assim, a inclusão do treinamento de força em programas de reabilitação do AVC produz efeitos favoráveis ao bem-estar geral do paciente, pois auxilia na melhora da força e resistência muscular, do metabolismo e da função cardiovascular, evidenciada a partir de aumento do consumo máximo de oxigênio e melhora do débito cardíaco. Para Souza et al (2013), alguns benefícios oriundos da prática do Treinamento Resistido já foram comprovados em pacientes com AVC, tais como: redução da frequência e da gravidade de reinfarto; benefícios psicológicos como autoconfiança e sensação de bem estar; aumento da capacidade funcional do sistema cardiovascular; aumento da tolerância de esforço; diminuição dos sintomas e da quantidade de medicamentos; retorno dos pacientes a uma vida social próxima aos níveis normais. Importante comentar que os exercícios de fortalecimento muscular objetivam preservar e aumentar a força e a potência musculares, tendo se mostrado seguro e eficiente em inúmeras cardiopatas, inclusive o AVC, melhorando a endurance muscular, a função cardiovascular e o metabolismo, reduzindo os fatores de risco coronarianos e melhorando o bem-estar geral. Scalzo et al (2010) submeteram pacientes de AVC com espasticidade muscular ao treinamento com exercícios resistidos e observaram uma melhora na velocidade e cadência da marcha nas atividades diárias, constatando que o 12 fortalecimento foi estimulante e de fácil execução, podendo ser utilizado para prevenir e tratar as adaptações decorrentes da espasticidade. No estudo realizado por Silva, Lima e Cardoso (2014) alguns pacientes foram submetidos a treinamento isocinético sem carga e não houve ganho de força significativo se comparados com o grupo de treinamento de força. Já nos de Ferraz, Norton e Silveira (2013) o treinamento de força foi feito em conjunto ao treinamento aeróbio e, apesar de ter havido aumento de força, não foi feito teste isolado de força. O treinamento resistido quando realizado de forma programada, acompanhado por profissionais e com a intensidade adequada, produz as seguintes modificações: aumenta o tamanho das artérias epicárdicas, a circulação colateral, a eficiência miocárdica, o retorno venoso, a capacidade fibrinolítica do plasma, os níveis de fibrilógeno, o HDL-colesterol, a produção de hormônios somatotrófico e a tolerância ao estresse. Guimarães et al (2014) definem ainda duas adaptações do sistema cardiovascular ao treinamento resistido: adaptações agudas - estas estão ligadas aos ajustes sofridos para suprir os índices de necessidade de oxigênio durante o exercício; e as adaptações crônicas – alterações estruturais e funcionais no sistema cardiovascular que dependem do tipo e da qualidade do treinamento e da regularidade da frequência. Entre outros exemplos ligados a adaptação crônica e ao treinamento resistido está a diminuição da frequência cardíaca em repouso, melhoria da irrigação sanguínea no miocárdio, melhora do fluxo sanguíneo, redução da hipertensão, da sensação de fadiga, do colesterol total, da dislipidemia e mortalidade e elevação da potência aeróbia, tolerância ao esforço, sensibilidade a insulina, HDL colesterol. A exposição constante ao treinamento resistido, segundo Soares (2015), causa ainda o aumento do número de capilares do músculo esquelético, diminuindo a resistência ao fluxo sanguíneo e melhorando a regulação neural dos vasos sanguíneos, quetambém reduzirão a resistência periférica e o trabalho do coração no repouso e durante o exercício. 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 13 O presente trabalho caracteriza-se como uma revisão bibliográfica de caráter exploratório e descritivo, baseada em dados e informações presentes em artigos e trabalhos científicos encontrados nas bases de dados online Scielo e Google Acadêmico. Segundo Trentini e Paim (2012), a revisão bibliográfica é a análise crítica e ampla de publicações correntes em uma determinada área do conhecimento, buscando explicar e discutir um tema com base em referências teóricas publicadas em livros, revistas, periódicos e outros. Severino (2017) caracteriza a pesquisa exploratória como aquela que busca apenas levantar informações sobre determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condições de manifestação desse objeto. A Natureza da abordagem desta pesquisa é classificada como qualitativa, de forma descritiva e se dá através da revisão sistemática. Segundo Galvão e Pereira (2014), a pesquisa sistemática “trata-se de um tipo de investigação focada em questão bem definida, que visa identificar, selecionar, avaliar e sintetizar as evidências relevantes disponíveis”. Como critérios de inclusão das referências bibliográficas foram utilizados trabalhos publicados nas bases de dados online SCIELO (Scientific Eletronic Library Online) e Google Acadêmico, nos anos de 2011 a 2019, utilizando-se dos descritores: “exercício físico”, “treinamento resistido”, “cardiopatias”, “acidente vascular cerebral”, “exercício físico e treinamento resistido”, “treinamento resistido e acidente vascular cerebral”. 4 CRONOGRAMA As atividades desenvolvidas durante a elaboração deste trabalho incluem a escolha do tema do projeto de pesquisa, definição de objetivos e metodologia, leitura, análise e interpretação do referencial teórico, redação do projeto e escrita do texto científico. ATIVIDADES MÊS/2021 JAN FEV MAR ABR MAI 14 Escolha do Tema da Pesquisa X Definição dos objetivos da pesquisa X Determinação da metodologia da pesquisa X Leitura, análise e interpretação do Referencial Teórico X X Redação do Projeto de Pesquisa X X Redação do Artigo Científico X X Revisão e Entrega Final do Artigo Científico X REFERÊNCIAS AGUIAR, P. D. P. L. et al. Avaliação da influência do treinamento resistido de força em idosos. Kairós. Revista da Faculdade de Ciências Humanas e Saúde. 2014; 17(3), 201-217. ARTHUR, A. M.; VANINI, T. M.; LIMA, N. M. et al. Tratamentos fisioterapêuticos em pacientes pós-AVC: uma revisão do papel da neuroimagem no estudo da plasticidade neural. Brazilian Journal of Biomotricity, Bauru, 2010. AZEVEDO, P. H. S. M. de. et al. Efeito de 4 semanas de treinamento resistido de alta intensidade e baixo volume na força máxima, endurance muscular e composição corporal de mulheres moderadamente treinadas. Brazilian Journal of Biomotricity, Bauru, agosto. 2017. BENEDET, J; FREDDI, J. C; LUCIANO, A. P. et al. Treinamento resistido para crianças e adolescentes. ABCS Health Sci. 2013; p. 40-46. 15 CARVALHO, P. Assistência de Enfermagem na Emergência: Paciente com Acidente Vascular Cerebral. Belo Horizonte: Casa da Educação Física, 2011. CASPERSEN,C.J. et al. Physical activity, exercise, and physical fitness: definitions and distinctions for health-related research. Public Health Reports. V.100, n.2, p.126-131, 2015. CHAGAS, M. H; LIMA, F. V. Musculação: variáveis estruturais. Belo Horizonte: Casa da Educação Física, 2018. COMPACTA – Temas de Cardiologia. Hipertensão Arterial Sistêmica e Fibrilação Atrial não Valvar no Paciente Idoso v. 5, n. 1, p. 1-16, 2013. COROMANO, F. A. Manutenção na prática de exercícios por idosos. Revista do Departamento de Psicologia – UFF, v. 18, n. 2, p. 177-192, jul/dez. 2016. DUARTE, E. et al. Atividade física para pessoas com necessidades especiais: Experiências e intervenções pedagógicas. Ed. Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro, 2013. ESPELHO, F. R.; GARCIA, J. H. M. Ejercicio físico y problemas coronários. Revista digital. Anõ 13- n°121. Buenos Aires, 2018. FERRAZ, I; NORTON, A; SILVEIRA, C. Depressão e acidente vascular cerebral: Causa ou consequência?. Arquivos de Medicina, v. 27, n. 4, p. 148-153, 2013. GUIMARÃES, G. V. et al. Reabilitação física no transplante de coração. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói, p.408-411, 04 jul. 2014. KOMI, P. V. Força e potência no esporte. 5 ed. Porto Alegre: Artmed., 2016. NAHAS, M. V. Atividade Física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 4.ed. Londrina: Midiograf, 2013. 16 NUNES, A. P. O. B.; RIOS, A. C. S.; CUNHA, G. A. et al. Efeitos de um programa de exercício físico não-supervisionado e acompanhado a distância, via internet, sobre a pressão arterial e composição corporal em indivíduos normotensos e pré-hipertensos. Arq Bras Card, v.86, n.4, p.289-296, 2011. ROSA, M. L. G. et al. Pré-Hipertensão Arterial e Pressão de Pulso Aumentada em Adolescentes: Prevalência e Fatores Associados. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. v. 87, n. 1, p. 46-56, Julho 2016. SANTARÉM, J. M. Atualização em Exercícios Resistidos: Conceituações e Situação Atual. São Paulo, 2018. SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23 ed. São Paulo: Cortez, 2017. SCALZO, P. L. et al. Qualidade de vida em pacientes com acidente vascular cerebral: clínica de fisioterapia PUC Minas Betim. Revista Neurociências, v. 18, n. 2, p. 139-144, 2010. SILVA, A. S. D; LIMA, A. P de; CARDOSO, F. B. A relação benéfica entre o exercício físico e a fisiopatologia do acidente vascular cerebral. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício (RBPFEX) 8.43 (2014): 10. SOARES, A. L de M. A experiência vivida do cardiopata: Um estudo crítico- cultural com foco no estigma. Fortaleza, 2015. SOUZA, E. C. M. S. de et al. Reabilitação cardiovascular – custo/benefício. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Curitiba, v.6, n.4, p. 145-154, jul. 2013. TERRA, D. et al. Redução da pressão arterial e do duplo produto de repouso após treinamento resistido em idosas hipertensas. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 91, n. 5, p. 299-305, nov/2018. 17 TRENTINI, M; PAIM, L. PESQUISA EM ENFERMAGEM: Uma Modalidade Convergente - Assistencial (Série Enfermagem- REPENSUL). Florianópolis: Editora da Universidade Federal de Santa Catarina, 2012. 162 p. 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA 1.2 JUSTIFICATIVA 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Geral 1.3.2 Específicos 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 4 CRONOGRAMA REFERÊNCIAS
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